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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Vamos ver cinema? – uma pequena lista de grandes filmes


Antigamente a gente indicava filmes e as pessoas podiam ir à videolocadora e alugar, levar pra casa e assistir. Hoje, essa era romântica acabou, junto com as videolocadoras. Seja como for, seja no Netflix, na TV a cabo, baixando na internet ou por outra forma, qualquer um desses filmes listados abaixo deve agradar a amantes do cinema que gostam de aproveitar feriados para poder fazer coisas mais úteis do que não fazer nada, como ver um grande filme.

Os Imperdoáveis  (Dir. Clint Eastwood - 1992).

Morgan Freeman e Clint Eastwood 
Os Imperdoáveis é um dos grandes filmes que já vi, e que vale a pena ver, se a alma não é pequena, ou seja, mesmo se você acha que o western é uma coisa imperialista, norte-americana e desprezível, e que a arte deve ser instrumento de luta política. A arte não tem nada a ver com luta política. A arte transcende isso. Um pouco mais sobre essa obra-prima de Clint Eastwood aqui: Os Imperdoáveis .


Era uma vez no Oeste (Dir. Sergio Leone - 1968) - O maior western de todos os tempos. Épico, antológico e genial. O texto publicado no blog é de Nicolau Soares e está no link: Era uma vez no Oeste.



Os outros (dir. Alejandro Amenábar - 2001). No gênero "terror", uma obra-prima. Atuação magistral de Nicole Kidman. Mas o termo "terror" não define este filme, que é mais próximo de uma abordagem que eu considero espírita, comparável a O Sexto Sentido (direção de M. Night Shyamalan – 1999). A resenha de Os Outros está aqui: Os outros, um filme espírita.






Interestelar (dir. de Christopher Nolan - 2014).


Matt Damon em Interestelar: interpretação magnífica
Algumas pessoas têm críticas que me parecem muito acadêmicas sobre este filme que, particularmente, me fascina. Tem que desculpar  alguns hollywoodianismos, como já escrevi. Para quem gosta de ficção científica, é uma maravilha. Para quem gosta de ciência, também. O filme discute questões ligadas à Física com uma abordagem possível, para a linguagem do cinema, dada a complexidade de algumas delas, como a Teoria da Relatividade e outras. Escrevi sobre o filme dois posts, que você pode ler a partir deste: Uma resenha sobre Interestelar.


Melancolia (dir. Lars von Trier - 2011).


Kirsten Dunst como Justine, no belíssimo Melancolia
Um contraponto à ficção científica Interestelar, o filme existencialista Melancolia, do diretor de Dogville Dançando no Escuro, é inquietante e belo. Quem conhece o cinema da Lars von Trier não deve se surpreender com nada. Melancolia ("Melancholia", no original) é uma obra-prima riquíssima em imagens e metáforas do diretor, dinamarquês como Sören Kierkegaard.


James Coburn e Rod Steiger
Quando explode a vingança, de Sergio Leone. Já escrevi sobre este filme  aqui. Não tem como não gostar, se você gosta de western. É uma epifania.


The Ghost Writer (Dir. Roman Polanski)

The Ghost Writer, de Roman Polanski (2010). Ewan McGregor interpreta um ghost writer que acaba trabalhando para o primeiro-ministro britânico. Um thriller típico de Polanski. 

Kim Cattrall e Ewan McGregor
O thriller de Polanski, não ganhou o Urso de Ouro em Berlim à toa. De fato, é um Polanski em grande forma. O diretor do antológico O Bebê de Rosemary continua com seu estilo peculiar de fazer filmes. Quando você começa a se entediar achando que o filme virou clichê, ele destrói o clichê. Como Coppola, Polanski usa bem a máquina de Hollywood.



Vincent Gallo, em Tetro
Tetro (dir. de Francis Ford Coppola – 2009). É em parte ambientado em Buenos Aires, com destaque para o bairro La Boca. Tetro (Vincent Gallo – na foto) é um homem solitário e enigmático que vive com sua companheira na capital argentina. Ele recebe a visita de seu irmão mais novo, Bennie (Alden Ehrenreich), em busca do contato perdido. Com esse filme, Coppola mostra que ainda existe arte no cinema. Imperdível. Se quiser saber mais sobre Tetro, clique aqui.

Um homem bom (Good, no original em inglês – direção: Vicente Amorim - 2008). O texto que publiquei no blog, Um homem tolo, foi escrito pelo companheiro Felipe Cabañas da Silva. Pode parecer um trocadilho infame, mas esse é talvez o mais delicado filme sobre o holocausto, muito valorizado pela atuação magistral de Viggo Mortensen como John Halder, um professor de literatura na Alemanha dos anos 30 que, devido a sua tese sobre a eutanásia, atrai a atenção do governo nazista. Halder/Mortensen  se deixa envolver. A violência é psicológica, sem a híperdramatização fácil dos filmes do gênero. Uma curiosidade: o diretor do filme, Vicente Amorim, é filho do ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

Sobre o mesmo tema holocausto, outro filme que vale a pena é O Menino do Pijama Listrado (dir. Mark Herman – 2008), uma impactante história de amizade entre dois meninos de sete ou oito anos, um judeu e um alemão.


Frances McDormand
Fargo, um clássico dos irmãos Coen (1996). Em termos de thriller policial, é um dos meus filmes preferidos. A direção de atores de Ethan e Joel Cohen já vale a pena. Frances McDormand (à direita) como a policial provinciana de Dakota do Norte é uma interpretação magistral, assim como de todo o elenco. Com o perdão do trocadilho, crítica violenta à cultura da violência dos Estados Unidos. Escrevi sobre Fargo neste link.




Os Incompreendidos de François Truffaut, é um filme que sempre vamos assistir com emoção.


A delicadeza com que o cineasta francês trata do tema da difícil adolescência de um menino rejeitado pelos pais – que odeia a escola, que descobre que a mãe tem um amante e, diante de tantas dificuldades, foge de casa – é muito diferente da proposta de permanente manifesto do cinema de seu contemporâneo, colega de Nouvelle Vague e amigo, depois inimigo, Jean-Luc Godard. 




É difícil citar apenas um filme de Pasolini para colocá-lo na série Favoritos do cinema. Não dá para começar a falar do diretor italiano sem citar pelo menos cinco filmes:

Accattone (1961)
Mamma Roma (1962)
Il vangelo secondo Matteo (1964)
Uccellacci e uccellini (em português, Gaviões e passarinhos, 1966)
Salò o le 120 giornate di Sodoma (em português, Salò ou os 120 dias de Sodoma, 1975).

Mais sobre esse grande cineasta neste link .



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Grandes atores (2)


Henry Fonda (1905–1982)


Como Frank, no filme do diretor italiano Sergio Leone

Na cena do duelo final do épico Era uma Vez no Oeste (Sergio Leone, 1968), os dois contendores, Frank (Henry Fonda) e Harmonica (Charles Bronson), estão se preparando para o último embate da vida de um ou outro. Bronson, que talvez tenha feito nesse filme sua única interpretação digna de nota na carreira, olha fixo ao homem com quem tem contas a acertar. Enquanto caminha, na cena impressionante, Bronson fixa o oponente com um olhar penetrante e parado, enquanto Frank/Fonda demonstra apenas com a expressão facial, e principalmente o olhar, que a dúvida assalta seu espírito. A certeza contra a dúvida precede o duelo de fato.

A cena em que culmina o maior western de todos os tempos é simbólica da grandeza de Henry Fonda. O personagem de Bronson evidentemente tinha de ter a certeza, mas não seria qualquer um que poderia interpretar a dúvida. Coube a Fonda, no filme do diretor italiano. A dúvida exige muito de um ator.

Era uma Vez no Oeste, que traz ainda Claudia Cardinale, Jason Robards e outros, vale a pena ser visto se você gosta de assistir a filmes motivado por atuações de grandes atores. Se não fosse suficiente o elenco estelar e a música maravilhosa de Ennio Morricone, Henry Fonda sozinho já bastaria como motivo para assistir a essa obra-prima que é o filme de Leone (post neste link: Favoritos do cinema (3): Era uma vez no Oeste).

Vi recentemente um filme que reúne nada menos do que Henry Fonda com Alfred Hitchcock: O Homem Errado (1956). O protagonista Manny Balestrero (Fonda), um homem pacato de classe média, é envolvido num crime que aparentemente não cometeu, e uma sucessão de acontecimentos kafkianos o vai enredando na trama. Curiosamente (porque é uma película pouco falada) é um dos melhores filmes que vi do mestre Hitchcock. Comparando o icônico Janela Indiscreta, por exemplo, com O Homem Errado, dois filmes do mesmo genial diretor inglês, é possível entender por que um ator pode ser a alma de um filme, enquanto outro apenas “lê” o roteiro.

Demorou muito tempo pra eu entender por que não gostei tanto assim de Janela Indiscreta (um filme intocável para a crítica), e enfim entendi que a atuação limitada e inexpressiva de James Stewart contribui decisivamente para isso, além, talvez, do esquematismo formal e frio que enfraquece a trama e o suspense. Enquanto este filme é prejudicado por esses fatores, em O Homem Errado Hitchcock acerta no ator (Fonda), enquanto no outro erra (Stweart). Assim é com Henry Fonda. Seus personagens ganham vida, enquanto os de outros atores não saem do papel (do roteiro).

 Leia também:

Gandes atores (número zero): Vincent D'Onofrio: um grande ator nem sempre é um superstar

Gandes atores (1): Anthony Hopkins, Gene Hackman, Marlon Brando, Rod Steiger


Gandes atores (3): Paulo José: Macunaíma, Quincas Berro D'Água e O Palhaço

sexta-feira, 15 de junho de 2012

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Favoritos do cinema (3): Era uma vez no Oeste - Sergio Leone e o faroeste de cinéfilo italiano


 
Só um homem sai vivo desta. E três
deles não são o Charles Bronson

Por Nicolau Soares
(publicado originalmente no blog A Horda)

A cena é a seguinte: três homens de aparência bruta estão parados numa estação de trem. Impassíveis, aguardam, com a paciência de quem tem uma missão a cumprir. Não movem um músculo, até que o transporte chega. Sem uma palavra, se dirigem ao local de desembarque. O trem parte, e ninguém aparece, deixando os três desconcertados por um momento. Quando a máquina termina de passar, um som de gaita anuncia o recém-chegado.

- Frank mandou vocês?, pergunta o estranho, sorridente.
- Sim, ele mandou, responde o homem do meio.
- E onde está meu cavalo?

Os três riem alto.

- Parece que trouxemos um cavalo a menos!

O sorriso desaparece do rosto do estranho da gaita.

- Não. Vocês trouxeram dois a mais.

Esse é o começo de Era Uma Vez no Oeste, obra prima do diretor Sérgio Leone e clássico absoluto do gênero que ficou conhecido como “faroeste espaguete”. O apelido dado aos filmes de bangue-bangue que um bando de italianos encasquetou de fazer nas décadas de 1960 e 1970 – e que revelaram o monstro Clint Eastwood – desperta certo desdém nos apreciadores de westerns, mas é algo totalmente despropositado, pelo menos no que diz respeito aos filmes de Leone. O ragazzo sabia o que estava fazendo.

O gênero do faroeste nasceu, obviamente, nos Estados Unidos, terra que teve na conquista do oeste um de seus episódios mais importantes. Do ponto de vista histórico, tratou-se de uma série de conflitos expansionistas travados pelos primeiros estadunidenses contra quem eles vissem pela frente: franceses, mexicanos, texanos (chegou a ser um país independente), outros americanos e índios, muitos e muitos índios morreram na sede dos EUA em ampliar seu território. Nada inocente.

Charles Bronson, o Harmonica de Era uma vez no Oeste

Em Hollywood, porém, essa história sangrenta assumiu contornos épicos. Não era a ação imperialista e agressiva de um povo mais forte atropelando os vizinhos mais fracos, mas a saga de um povo bravo, heróico e bem intencionado para construir uma nação. É a luta do homem para dominar a natureza e impor a modernidade e conquistar a própria a liberdade– mesmo que o conceito de “natureza” inclua uns bichos de duas pernas e pele avermelhada. Você vai achar isso nos faroestes de Howard Hawks, Anthony Mann e, principalmente, John Ford, o rei dos westerns e maior alimentador do mito da América livre – que mais tarde ele próprio veio questionar, mas isso é outra história.

O interessante de notar aqui é a proximidade dos fatos históricos com os filmes que eles narravam. Para se ter uma idéia, o xerife Wyatt Earp, personagem dos mais citados, morreu em 1929, quando a arte cinematográfica já estava a todo vapor – diz a sábia Wikipédia que ele chegou a conhecer John Ford, Tom Mix e John Wayne, astros do gênero. Isso quer dizer que os roteiristas que escreveram as primeiras histórias de bangue-bangue estavam contando histórias que ouviram do próprio personagem, do tio dele, do avô, do velhinho com um olho falso e um dente de outro que bebericava no boteco perto de casa. Eles estavam falando de gente de verdade.

Tudo isso para chegar na grande peculiaridade do western spaguetti: os italianos não tinham nenhum velho manguaça que conheceu Billy the Kid, nenhuma velhinha da rua deles tinha tido caso com o Buffalo Bill. Eles não tinham nada a ver com aquilo. Então por que diabos resolveram fazer faroeste? Porque eles gostavam pra caramba de cinema.

Foi no cinema que os Sergios Leone, Corbucci e Sollima, diretores destacados do gênero, viram os grandes heróis da conquista do oeste. Eles não viram nem ouviram a história do supracitado WyattEarp perseguindo o bando de Ike Clanton, eles viram Henry Fonda ir atrás de Grant Withersem Paixão dos Fortes, filmado em 1946 por John Ford. E eles adoraram.

O que eles viram foram personagens violentos, fortes e impressionantemente habilidosos com seus revólveres – que raramente ficavam sem balas. Eles viram heróis que escapavam de tiroteios impossíveis sem levar um tiro. Viram duelos ao por do sol de arrepiar. Eles não estavam nem aí para a conquista do oeste, eles queriam é mostrar dois fodões se detonando.

A linda Claudia Cardinale deixou todo
mundo de queixo caído. Eu inclusive

Em Era Uma Vez no Oeste, os fodões são um jovem (e já muito feio) Charles Bronson, o tocador de gaita do primeiro parágrafo (que matou seus três “caronas”, by the way), conhecido no filme apenas como Harmonica (gaita em inglês), Henry Fonda, já veterano, como o cruel pistoleiro de aluguel Frank, que vem aterrorizando a região para facilitar a expansão de uma estrada de ferro, e Jason Robards, que interpreta o fora-da-lei Cheyenne, que não gosta do jugo de Frank, mas só se mete depois de conhecer a quarta personagem forte da trama, dessa vez uma fodona: a maravilhosa Cláudia Cardinale, que interpreta a viúva Jill McBrain, que resiste em vender suas terras e se torna alvo de Frank. O resto da história importa muito pouco: o que pega mesmo são as interpretações marcantes (Henry Fonda dá medo) e os confrontos dos personagens, como o relatado no começo. Filmaço.

xxxxxxxx

PS do blog:
não quis fazer esta observação na abertura deste ótimo texto sobre western para não interferir na edição original, do Nicolau. Dizer alguma coisa antes da foto que abre o post seria um desrespeito. Mas a observação é que hoje é sábado. Se estiver sem nada pra fazer, Era uma vez no Oeste é uma opção que você não esquecerá, se tiver sensibilidade.


Leia também: Favoritos do cinema: "Quando explode a vingança", de Sergio Leone

sábado, 13 de agosto de 2011

Hoje é sábado: vá à locadora e alugue "Quando Explode a Vingança", de Sergio Leone

Sábado, dia de alugar um filme. Sugestão: Quando Explode a Vingança, de Sergio Leone. Também conhecido sob outros dois títulos em inglês: Duck You Sucker ou A Fistful of Dynamite, ou italiano: Giù la testaSegue uma singela sinopse:

Western, vulgo faroeste. James Coburn interpreta um especialista em explosivos do IRA, o Exército Republicano Irlandês. Desterrado no México, como um mercenário solitário, ele encontra um bandido mexicano (Rod Steiger) e eles unem seus destinos, que se confundem com a revolução mexicana do início do século XX, na qual, quase por acaso, acabam sendo militantes decisivos. Personagens fictícios no mesmo cenário em que Pancho Villa e Emiliano Zapata foram protagonistas reais.

Ironia, sensibilidade, surrealismo, humor e drama. Cinema para poucos entendedores.

Clique aqui para ler post sobre o filme.

Rod Steiger (esq.) e James Coburn: atuações soberbas

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Favoritos do cinema (1): "Quando explode a vingança", de Sergio Leone


Rod Steiger (à esq.) e James Coburn
O que faz as pessoas amarem o western, ou, como a gente dizia, o faroeste? Claro que há os que, por ideologia, odeiam esse gênero de cinema. Porque é violento, porque é a “manifestação do imperialismo ianque”, porque, enfim, muitas vezes se confunde arte com política ou qualquer outra tolice.

O western seduz o que há de épico na alma humana. Ou, pelo menos, nas almas que têm o épico como arquétipo. Por isso é difícil explicar a paixão pelo gênero.

Pensei nisso revendo o belo Giù la testa (1971), do mestre Sergio Leone (1929-1989), filme também conhecido em inglês como A Fistful of Dynamite, e que entre nós recebeu o péssimo título Quando explode a vingança.

Não é tão importante quanto Era uma vez no Oeste (Once upon a time in the West, de 1968) ou Três homens em conflito (Il buono, il brutto, il cattivo – 1966), as duas obras-primas de Leone.

Quando explode a vingança é a história do encontro improvável entre um guerrilheiro irlandês que lutou em seu país pela independência, no grupo que deu origem ao IRA (sigla em inglês de Exército Republicano Irlandês), e um bandido comum que vagava pela aridez do México na época da revolução mexicana, nas primeiras duas décadas do século XX.

Como uma visão surrealista, o irlandês John Mallory, interpretado por James Coburn, aparece de motocicleta entre carroças e cavalos, para espanto do mexicano Juan Miranda (Rod Steiger) e sua família. Acabam sendo cúmplices. O mexicano, pensando no grande assalto ao banco que sonha realizar, se interessa pelo enorme conhecimento de explosivos revelado pelo irlandês. Um conduz o outro a realizar seus próprios desígnios, enquanto, em flash back, se revela a história de amor e traição vivida por John Mallory/James Coburn em seu país natal, na luta pela independência da Irlanda.

Em A Fistful of Dynamite está a síntese do italiano Leone: o humor e o drama, que se fundem não só em sua obra, mas tantas vezes na vida das pessoas e das nações; a paródia ao western grandiloqüente, falso, americanófilo como o dos filmes de John Wayne; o roteiro por vezes – e deliberadamente, como reforço da paródia – inverossímil; a fotografia exuberante; os planos longos que emocionam; a música magistral de Ennio Morricone, que não é um dado a mais do filme, mas é parte intrínseca da narrativa.

Fora os elementos acima, vale mencionar o grande talento de Leone como diretor de ator. Ele conseguiu por exemplo a proeza de fazer Charles Bronson ser um grande ator, em Era uma vez no Oeste, talvez o maior western de todos os tempos. Em Quando explode a vingança, Rod Steiger (Sindicato de Ladrões, Doutor Jivago) e James Coburn (Pat Garrett & Billy The Kid, um grande faroeste de Sam Peckinpah) não parecem interpretar, mas literalmente são os personagens.

Clint Eastwood dedicou seu grande filme, na minha opinião, Os Imperdoáveis, a dois mestres: Sergio Leone e Don Siegel.

Voltarei a falar do mestre Sergio Leone (o barbudo da foto abaixo).

Segue uma filmografia do diretor. Para quem quer algo mais completo, pode ir ao site imdb.com, no link do diretor aqui abordado, onde as informações, fichas técnicas etc. são bastante abrangentes.

Filmografia de Sergio Leone

Era uma vez na América (1984)
Meu Nome É Ninguém (1973)
Quando Explode a Vingança (1971)
Era uma vez no Oeste (1968)
Três Homens em Conflito (1966)
Por Uns Dólares a Mais (1965)
Por um Punhado de Dólares (1964)
O Colosso de Rodes (1961)
Os Últimos Dias de Pompéia (1959)