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Nesta quarta-feira, as manifestações cujo mote
(aparentemente) é a necessidade de apuração do escândalo do propinoduto tucano
estarão divididas em duas frentes. De um lado, a CUT, a militância do PT e a CMP-SP (Central
dos Movimentos Populares) indicam que devem
privilegiar o ato na Assembleia Legislativa, a partir das 17 horas.
De outro lado, haverá manifestação no Anhangabaú, marcada para
as 15 horas, convocada pelo Sindicato dos Metroviários do Estado de São Paulo, afiliado
à Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas) e cuja diretoria é ligada ao PSTU,
com apoio do Movimento Passe Livre (MPL).
Por óbvio, é um racha, mesmo que não manifestado explicitamente.
Não é de hoje que tenho argumentado, em rodas de amigos e
militantes, que, para mim, se a motivação das manifestações é de esquerda, o
palco unificado do ato de hoje deveria ser necessariamente a Assembleia
Legislativa, onde a maioria esmagadora de Geraldo Alckmin historicamente não
deixa passar uma CPI sequer contra os interesses do governo tucano, quanto mais
agora, quando se trata do cartel do sistema de metrô e trens urbanos
da Grande São Paulo.
Por que o MPL e o Sindicato dos Metroviários preferem o Anhangabaú,
ao lado da prefeitura de São Paulo, comandada por Fernando Haddad? (Pergunta ainda a responder.)
Mas ouvi argumentos segundo os quais o MPL é um movimento
que quer mais do que a política institucional, que a política institucional não
é o bastante, que CPI não apura nada, e o protesto na Assembleia Legislativa seria,
portanto, conceitual e politicamente fora do eixo (desculpem o trocadilho, foi
sem querer). Tá bom.
Vamos ver qual será o resultado da quarta-feira 14 de
agosto, da qual se esperava muito, mas, ao que parece, não se pode mais esperar
tanto.