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domingo, 4 de novembro de 2012

Santos x Cruzeiro: o significado de um clássico


Em 1966, os craques Dirceu Lopes, Pelé e Tostão

Com o perdão da palavra, esse Campeonato Brasileiro de 2012 deve ser reservado à lata do lixo da história do futebol.

Não porque o meu Santos esteja claudicante, mas porque o futebol brasileiro reservou ao seu campeonato nacional – que deveria ser o mais importante do país - um papel secundário no calendário.

Apesar de tudo, da seleção brasileira (balcão de negócios) que tomou conta do calendário, do lixo futebolístico, da arbitragem suspeita a favor do Fluminense, ainda há comentaristas e “bate-bolas” de TV que incrivelmente ainda tentam vender o produto (Brasileirão) como se esse engodo merecesse algum crédito. Claro, eles só tentam vender o seu peixe. Mas a verdade é que esse campeonato é um dos piores que já vi na minha vida.

Mesmo assim, esse Cruzeiro 0 x 4 Santos no estádio Independência deste sábado tem um valor histórico. Tive um vizinho anos atrás, um mineiro chamado Bráulio, que era um cruzeirense roxo. Mais velho do que eu, ele me disse um dia que tinha se tornado torcedor do Cruzeiro depois da fantástica conquista do time de Piazza, Dirceu Lopes, Natal, Tostão e companhia contra o Santos de Pelé em 1966, quando a equipe alviceleste derrotou o Peixe no Pacaembu por 3 a 2 e se sagrou campeã da Taça Brasil.

Não vi e nem sabia quanto tinha sido o jogo hoje, pois estava no aniversário de uma pessoa muito querida (palmeirense, por sinal), algo muito mais importante do que um mero jogo de futebol, e só agora fiquei sabendo que o Santos goleou por 4 a 0 o Cruzeiro em Minas, ao chegar em casa e ligar o computador para ver se algo tinha acontecido no mundo.

Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC
Em 2012, um único craque: Neymar

E fiquei sabendo que a torcida cruzeirense aplaudiu e cantou o nome de Neymar, que deu um show e acabou com a Raposa em seus domínios. Coisas de um clássico, de um Santos x Cruzeiro. Pena que perdi o contato com meu antigo vizinho Bráulio, porque senão amanhã a gente ia se encontrar e prosear sobre mais essa página desse grande clássico do futebol brasileiro, infelizmente borrado por esse lixo ético chamado Confederação Brasileira de Futebol, também conhecida como CBF.

Bem, o Santos bancou Neymar, apesar do desejo dos urubus colonizados da mídia brasileira que queriam vê-lo envergando a camisa do Barcelona ou do Real Madrid. E, apesar do investimento e da atitude inédita, o Santos bancou a permanência de Neymar no país e no clube para quê? Para o balcão de negócios conhecido como seleção brasileira, comandado pelo senhor Mano Menezes, usá-lo o ano todo.

O Campeonato Brasileiro hoje, sinceramente, é uma mera formalidade do calendário. Os grandes clássicos são a única coisa que interessa. E eu sou a favor da volta do mata-mata. É a única maneira dessa porcaria voltar a ter sentido e emoção.

Veja os gols de Cruzeiro 0 x 4 Santos neste 3/11/2012:

segunda-feira, 12 de março de 2012

Sai Ricardo Teixeira, entra José Maria Marin, o homem da medalha. Isto é CBF


Uma das coisas que sempre me espantaram no futebol é o caráter de imutabilidade do poder.

O que muda com a renúncia de Ricardo Teixeira, que presidiu a “entidade máxima do futebol brasileiro” como um imperador romano por incríveis 23 anos? Apesar da satisfação pelo fim de sua dinastia em si, na verdade nada vai mudar. O que se pode dizer quando se sabe que seu sucessor é José Maria Marin, não exatamente um modelo de homem público nem de gestor do que quer que seja? Talvez as coisas até piorem, o que faria com que algum saudoso esquecido um dia dissesse: viu, e vocês falavam mal de Ricardo Teixeira! Último governador biônico de São Paulo, Marin exerceu um mandato tampão como substituto do padrinho Paulo Maluf entre 14 de maio de 1982 e 15 de março de 1983, antes de Franco Montoro, que foi eleito na primeira eleição direta pós-ditadura.

Como disse o Felipe Cabañas em comentário a post sobre a seleção brasileira, digo, balcão de negócios, na semana passada: "Eu nem sei mais se adianta o Ricardo Teixeira cair. Acho que a CBF precisa é de uma refundação! Só uma revolução pra fazer a faxina necessária". O temor, então, era que o escolhido para substituir Teixeira fosse Fernando Sarney, um dos vices da CBF.

Mas, se não é um apaniguado do clã Sarney, o novo chefão da entidade, que ficará no cargo até abril de 2015!, é o homem cuja imagem pública mais recente é a do furto da medalha da Copa São Paulo, em janeiro último:



Basta ou precisa dizer mais? A cara de pau dos homens que “administram” o futebol brasileiro é tanta que eles devem se divertir fartamente com a indignação alheia. "Vocês vão ter de me engolir." A frase, dita pelo Zagallo após título da Copa América em 1997, para mim, ilustra à perfeição o status quo do sistema milionário da entidade que administra a “maior paixão brasileira”.

Zagallo, aliás, hoje um respeitável velhinho, é outra figura que nunca topei, com seu ufanismo tosco e a soberba de quem se sabe protegido pelos chefões, entronizado que foi como um símbolo mitológico da “amarelinha”. Um mito de papel. E o brasileiro continuará a engolir sapos. Anfíbio, desta vez, representado pelo presidente tampão José Maria Marin. Rejubile-se, caro torcedor brasileiro.