A Sabesp, em vez de se concentrar no que lhe compete, faz propaganda em outros estados. Para quê, se sua área de atuação é São Paulo? No final do ano passado, questionado pelo repórter Fernando Augusto, do jornal Visão Oeste, de Osasco, sobre os gastos de publicidade da Sabesp fora do estado, o presidente da companhia, Gesner Oliveira, saiu-se com esse magnífico raciocínio: "quando a Sabesp vende fora do estado, aumenta sua receita; quando aumenta receita, aumenta capacidade de investimento, para investir em regiões que precisam, como a região Oeste".
Disse também: "Criticar a Sabesp por fazer propaganda dos seus serviços é não querer que ela cumpra sua missão pública de aumentar seus investimentos e seguir rumo à universalização". Evidentemente o leitor compreende, é cristalino como água da fonte.
E onde está o governador José Serra, que diz que trabalha "por você"? Numa aparição captada (provavelmente combinada) pelo SPTV da Globo em Itapevi, quando do desabamento de um trecho da rodovia SP-29, ao falar sobre quem mora em áreas de risco, o governador deu o seguinte conselho a esses cidadãos: "a curtíssimo prazo, quem estiver numa moradia que vai desabar, tem que sair dela". Simples.
Foto: Eduardo Metroviche/Visão Oeste
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Serra dá até para entender que não tenha aparecido. Está muito ocupado porque hoje ou amanhã deve receber a cantora Madonna. Já Kassab, realmente, não dá pra saber por que anda tão sumido.
PS: o prefeito apareceu. Segundo matéria do Uol, ele sobrevoou os 18 piscinões que, em tese, minimizariam os efeitos das enchentes em São Paulo e classificou a situação como "ridícula" e "vergonhosa". "A cidade está indignada", constatou, além de criticar a empresa terceirizada que "recebe recursos públicos para limpar o piscinão". E emendou, o nobre prefeito: "É inadmissível que uma empresa que se proponha a fazer a limpeza e manutenção dos piscinões, justamente em um período de chuvas, não esteja preparada para executar o serviço".
Pois é. Está lá, o prefeito, com pose de administrador. Mas “o Kassab percebeu a sujeira bem atrasado", constatou Júlio Cerqueira César Neto, professor aposentado de engenharia hidráulica da USP, na reportagem citada.
Atualizado às 18h36