Luiza já veste a camisa |
Fim de ano é época de balanços. Começo uma pequena série
antes do fim dos 12 meses pelo assunto que nesse período do calendário quase abandonei aqui no blog:
futebol. E, nesse tema, pouca coisa realmente valeu a pena em 2013. Uma delas
foi a foto que (entre outras) fiz na festa de aniversário da Luiza, minha sobrinha, filha do Alexandre.
Como se vê, ela foi definitivamente conquistada para as hostes palmeirenses pelo pai, pelo
tio Paulo e pelo avô. O tio santista aqui, isolado, nada poderia ter feito. Claro que na
festa, dia 16/11, ela usou outras roupas (era festa!), trocou algumas vezes de figurino, o do Palmeiras foi só no fim, já à
noite. Mas consta também que, dias antes de ganhar a camisa do Palmeiras de
aniversário do tio, ela reclamou: "pai, minha camisa do Palmeiras já tá pequena".
Por falar em criança e alegria, e também em Palmeiras, nasceu
dia 30/11 a formosa Alice, que o pai Anselmo (do Futepoca) tem esperança de que
se torne outra adepta da tradição de Ademir da Guia. Mas aí já são outros
quinhentos, muita água vai rolar debaixo da ponte e o pai terá de se empenhar
um pouco. A pequena sagitariana tem apenas dez dias de vida! Luiza já tem 7, tudo
indica que já é palmeirense.
O Brasileiro de 2013
Bem, mas tirando as crianças e essas associações afetivas, de
resto, o futebol brasileiro em 2013 deu tédio. No último fim de semana acabou o
campeonato (para mim) mais chato de que me lembro. Este ano, aliás, quase não
perdi tempo com futebol, e não só pelo meu time, o Santos, ter passado um ano
em branco (com o perdão do trocadilho). O campeonato Brasileiro acabou como começou: com uma emoção similar à provocada por um torneio de vôlei. Sem contar com espetáculos sórdidos como o da pancadaria brutal entre torcedores de Atlético-PR e Vasco, na última rodada.
Eu, que passei um ano muito ocupado e cheio de coisas a
fazer, só fiquei sabendo que o Cruzeiro tinha sido campeão dois dias depois,
vendo uma notícia na Web. Meu desinteresse deve-se em boa parte a essa fórmula
insossa, importada e chata de pontos corridos. A cada ano o Brasileiro fica
mais e mais desinteressante, quase tanto quanto uma novela da TV Globo, que aliás é quem manda no calendário. O
título virou uma coisa secundária. O que importa mesmo é a Libertadores.
Tive o privilégio de ver in loco meu time ser campeão no
último Nacional disputado na antiga fórmula de mata-mata, quando o Alvinegro da
Vila derrotou o Corinthians em duas partidas (2 a 0 e 3 a 2) e sagrou-se
campeão brasileiro de 2002 depois de 18 anos sem um título considerado
importante, na época. “Pontos corridos é mais justo”, dizem os defensores do
atual sistema.
Mas quem disse que futebol tem de ser só justo? Futebol é
esporte e jogo, e jogo sem sorte e sem duelo, politicamente correto, só
justo (e viva a justiça!), não tem graça. Quem gosta de jogo sabe disso.
Voltando a 2013, o destaque é do futebol mineiro, campeão
brasileiro (Cruzeiro) e da Libertadores (Atlético).
Paulistas decepcionantes
O futebol paulista deu vexame e, incluindo todos os torneios, não emplacou nenhum clube na Libertadores de 2014. O melhor time do estado no Brasileiro foi o Santos, em 7° lugar (57 pontos), seguido pelos medíocres São Paulo e Corinthians (7° e 8°, ambos com 50) e Portuguesa (12ª, 48).
Para os paulistas, além do fracasso generalizado, foi um ano de lambanças. O Santos, que muitos
consideravam candidato ao rebaixamento, surpreendeu muito, positivamente: ficou sete pontos à frente dos rivais
da capital e, mesmo tendo perdido Neymar e passado por crise política, conseguiu
4 pontos a mais do que no ano passado com o milionário Muricy Ramalho. Mas,
mesmo assim, demitiu o jovem treinador Claudinei Oliveira, oriundo da base do
clube, que fez um trabalho excelente ganhando menos do que 10% do que era pago
ao tosco Muricy, que tinha Neymar. Se contratar Oswaldo de Oliveira, me parecerá uma boa escolha,
que eu achava (mesa de bar) que deveria vir para o Santos quando foi para o
Botafogo em 2011. Mas a escolha certa por Oswaldo não apagará a injustiça (ah, a justiça) com Claudinei.
O Corinthians foi a maior surpresa negativa. Ninguém podia
imaginar que o campeão mundial obteria míseros 50 pontos, cairia sem dar
trabalho na Libertadores, não ganharia nada (a não ser o Paulistinha –dou a mão
à palmatória– e ainda demitiria Tite. Vai entender.
O São Paulo passou o ano no limbo e não ganhou nem jogo de
par-ou-ímpar. Foi salvo do rebaixamento por Muricy, que nunca deveria ter saído do São Paulo e
poderia ficar lá para sempre, que assim não prejudicaria tanto o futebol, e de
quebra poderia ajudar seu amado São Paulo, onde dá certo.
Entre os paulistas, destaque mezzo a mezzo para a Ponte
Preta, rebaixada para a Segundona no Brasileiro mas que pode se sagrar campeã
da Sul-Americana na quarta-feira e conquistar seu primeiro título em 113 anos, se
superar o argentino Lanús no segundo jogo da final na periferia de Buenos Aires
nesta quarta-feira (no jogo de ida, 1 a 1 no Pacaembu). E, se conseguir o
título, rouba a vaga do Botafogo, 4° no Brasileiro, na Libertadores. E assim se
completaria a urucubaca (que só o STJD, sempre essa entidade nefasta, pode
amenizar, palmas à Justiça) do futebol carioca em 2013.
E o Palmeiras... Bem, o Palmeiras já foi devidamente
homenageado com a foto que ilustra este post e conseguiu seu segundo título
brasileiro da segunda divisão em 2013, feito inédito entre os grandes de
São Paulo. Mas os palmeirenses pelo menos tiveram o que comemorar em 2013.
Sendo assim, vai uma segunda foto, do tio Paulo-coruja, que deu a camisa para a sobrinha Luiza, com a própria.
Sendo assim, vai uma segunda foto, do tio Paulo-coruja, que deu a camisa para a sobrinha Luiza, com a própria.
E a Lusa...
A Portuguesa, time para o qual sempre torço para se dar bem,
ou pelo menos não se dar mal, seria um destaque positivo, pois era tida e
havida como certa ao rebaixamento e heroicamente se safou. Mas eis que acabo de
saber que, por ter escalado um jogador suspenso, a Lusa pode ser punida com a
perda de 4 pontos e aí seria rebaixada. E quem seria o beneficiado? Adivinhem?
Fluminense!, que subiu em 2000 beneficiado pelo tapetão. O mesmíssimo
Fluminense…
Mas, se o caso for juridicamente líquido e certo e a Lusa
for punida, fica a pergunta: como um time profissional, que joga a série A do
Brasileiro, poderia cometer um erro desse, digno de futebol de várzea? Francamente.
Se o jogador estava mesmo irregular, onde estavam os departamentos de futebol,
jurídico e técnico do clube? E onde estava o próprio jogador, Heverton? Seu pai, sua mãe, seu empresário, sei lá, alguém? Ninguém
sabia da suspensão? Chega a ser estranho. Torço para que haja algum engano.
Pobre futebol carioca
Os times do Rio, Vasco, e Fluminense, caíram no campo, e
assim o futebol da “Cidade Maravilhosa” foi ainda pior, mas muito pior do que o
paulista. Bateu um recorde, com dois de seus “grandes” sendo degolados. O
Flu, aliás, me parece ser o primeiro campeão brasileiro num ano que vem a cair
no seguinte. O Flamengo, como o São Paulo, ficou no limbo. Palmas ao futebol carioca!
Menção aos gaúchos: como sempre, o Inter promete, promete, e não chega a lugar nenhum. E o Grêmio honra a tradição de um time que está sempre na disputa.
No ano que vem tem Copa do Mundo. Em termos de futebol, vai
ser bem menos chato do que em 2013.