Mostrando postagens com marcador Botafogo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Botafogo. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Futebol brasileiro em 2013 só valeu pela foto



Luiza já veste a camisa

Fim de ano é época de balanços. Começo uma pequena série antes do fim dos 12 meses pelo assunto que nesse período do calendário quase abandonei aqui no blog: futebol. E, nesse tema, pouca coisa realmente valeu a pena em 2013. Uma delas foi a foto que (entre outras) fiz na festa de aniversário da Luiza, minha sobrinha, filha do Alexandre. Como se vê, ela foi definitivamente conquistada para as hostes palmeirenses pelo pai, pelo tio Paulo e pelo avô. O tio santista aqui, isolado, nada poderia ter feito. Claro que na festa, dia 16/11, ela usou outras roupas (era festa!), trocou algumas vezes de figurino, o do Palmeiras foi só no fim, já à noite. Mas consta também que, dias antes de ganhar a camisa do Palmeiras de aniversário do tio, ela reclamou: "pai, minha camisa do Palmeiras já tá pequena". 

Por falar em criança e alegria, e também em Palmeiras, nasceu dia 30/11 a formosa Alice, que o pai Anselmo (do Futepoca) tem esperança de que se torne outra adepta da tradição de Ademir da Guia. Mas aí já são outros quinhentos, muita água vai rolar debaixo da ponte e o pai terá de se empenhar um pouco. A pequena sagitariana tem apenas dez dias de vida! Luiza já tem 7, tudo indica que já é palmeirense.

O Brasileiro de 2013

Bem, mas tirando as crianças e essas associações afetivas, de resto, o futebol brasileiro em 2013 deu tédio. No último fim de semana acabou o campeonato (para mim) mais chato de que me lembro. Este ano, aliás, quase não perdi tempo com futebol, e não só pelo meu time, o Santos, ter passado um ano em branco (com o perdão do trocadilho). O campeonato Brasileiro acabou como começou: com uma emoção similar à provocada por um torneio de vôlei. Sem contar com espetáculos sórdidos como o da pancadaria brutal entre torcedores de Atlético-PR e Vasco, na última rodada.

Eu, que passei um ano muito ocupado e cheio de coisas a fazer, só fiquei sabendo que o Cruzeiro tinha sido campeão dois dias depois, vendo uma notícia na Web. Meu desinteresse deve-se em boa parte a essa fórmula insossa, importada e chata de pontos corridos. A cada ano o Brasileiro fica mais e mais desinteressante, quase tanto quanto uma novela da TV Globo, que aliás é quem manda no calendário. O título virou uma coisa secundária. O que importa mesmo é a Libertadores.

Tive o privilégio de ver in loco meu time ser campeão no último Nacional disputado na antiga fórmula de mata-mata, quando o Alvinegro da Vila derrotou o Corinthians em duas partidas (2 a 0 e 3 a 2) e sagrou-se campeão brasileiro de 2002 depois de 18 anos sem um título considerado importante, na época. “Pontos corridos é mais justo”, dizem os defensores do atual sistema.

Mas quem disse que futebol tem de ser justo? Futebol é esporte e jogo, e jogo sem sorte e sem duelo, politicamente correto, só justo (e viva a justiça!), não tem graça. Quem gosta de jogo sabe disso.
Voltando a 2013, o destaque é do futebol mineiro, campeão brasileiro (Cruzeiro) e da Libertadores (Atlético). 

Paulistas decepcionantes

O futebol paulista deu vexame e, incluindo todos os torneios, não emplacou nenhum clube na Libertadores de 2014. O melhor time do estado no Brasileiro foi o Santos, em 7° lugar (57 pontos), seguido pelos medíocres São Paulo e Corinthians (7° e 8°, ambos com 50) e Portuguesa (12ª, 48). 

Para os paulistas, além do fracasso generalizado, foi um ano de lambanças. O Santos, que muitos consideravam candidato ao rebaixamento, surpreendeu muito, positivamente: ficou sete pontos à frente dos rivais da capital e, mesmo tendo perdido Neymar e passado por crise política, conseguiu 4 pontos a mais do que no ano passado com o milionário Muricy Ramalho. Mas, mesmo assim, demitiu o jovem treinador Claudinei Oliveira, oriundo da base do clube, que fez um trabalho excelente ganhando menos do que 10% do que era pago ao tosco Muricy, que tinha Neymar. Se contratar Oswaldo de Oliveira, me parecerá uma boa escolha, que eu achava (mesa de bar) que deveria vir para o Santos quando foi para o Botafogo em 2011. Mas a escolha certa por Oswaldo não apagará a injustiça (ah, a justiça) com Claudinei.

O Corinthians foi a maior surpresa negativa. Ninguém podia imaginar que o campeão mundial obteria míseros 50 pontos, cairia sem dar trabalho na Libertadores, não ganharia nada (a não ser o Paulistinha –dou a mão à palmatória– e ainda demitiria Tite. Vai entender.

O São Paulo passou o ano no limbo e não ganhou nem jogo de par-ou-ímpar. Foi salvo do rebaixamento por Muricy, que nunca deveria ter saído do São Paulo e poderia ficar lá para sempre, que assim não prejudicaria tanto o futebol, e de quebra poderia ajudar seu amado São Paulo, onde dá certo.

Entre os paulistas, destaque mezzo a mezzo para a Ponte Preta, rebaixada para a Segundona no Brasileiro mas que pode se sagrar campeã da Sul-Americana na quarta-feira e conquistar seu primeiro título em 113 anos, se superar o argentino Lanús no segundo jogo da final na periferia de Buenos Aires nesta quarta-feira (no jogo de ida, 1 a 1 no Pacaembu). E, se conseguir o título, rouba a vaga do Botafogo, 4° no Brasileiro, na Libertadores. E assim se completaria a urucubaca (que só o STJD, sempre essa entidade nefasta, pode amenizar, palmas à Justiça) do futebol carioca em 2013. 

E o Palmeiras... Bem, o Palmeiras já foi devidamente homenageado com a foto que ilustra este post e conseguiu seu segundo título brasileiro da segunda divisão em 2013, feito inédito entre os grandes de São Paulo. Mas os palmeirenses pelo menos tiveram o que comemorar em 2013.

Sendo assim, vai uma segunda foto, do tio Paulo-coruja, que deu a camisa para a sobrinha Luiza, com a própria.



E a Lusa...

A Portuguesa, time para o qual sempre torço para se dar bem, ou pelo menos não se dar mal, seria um destaque positivo, pois era tida e havida como certa ao rebaixamento e heroicamente se safou. Mas eis que acabo de saber que, por ter escalado um jogador suspenso, a Lusa pode ser punida com a perda de 4 pontos e aí seria rebaixada. E quem seria o beneficiado? Adivinhem? Fluminense!, que subiu em 2000 beneficiado pelo tapetão. O mesmíssimo Fluminense…

Mas, se o caso for juridicamente líquido e certo e a Lusa for punida, fica a pergunta: como um time profissional, que joga a série A do Brasileiro, poderia cometer um erro desse, digno de futebol de várzea? Francamente. Se o jogador estava mesmo irregular, onde estavam os departamentos de futebol, jurídico e técnico do clube? E onde estava o próprio jogador, Heverton? Seu pai, sua mãe, seu empresário, sei lá, alguém? Ninguém sabia da suspensão? Chega a ser estranho. Torço para que haja algum engano.

Pobre futebol carioca

Os times do Rio, Vasco, e Fluminense, caíram no campo, e assim o futebol da “Cidade Maravilhosa” foi ainda pior, mas muito pior do que o paulista. Bateu um recorde, com dois de seus “grandes” sendo degolados. O Flu, aliás, me parece ser o primeiro campeão brasileiro num ano que vem a cair no seguinte. O Flamengo, como o São Paulo, ficou no limbo. Palmas ao futebol carioca!

Menção aos gaúchos: como sempre, o Inter promete, promete, e não chega a lugar nenhum. E o Grêmio honra a tradição de um time que está sempre na disputa.

No ano que vem tem Copa do Mundo. Em termos de futebol, vai ser bem menos chato do que em 2013.

domingo, 15 de julho de 2012

Galo de Gaúcho lidera Brasileiro após um quarto do campeonato disputado


Foto: Bruno Cantini/Divulgação
Podemos criticar, mas o cara decide

Vi cerca de um jogo e meio da nona rodada do Campeonato Brasileiro. No sábado, assisti ao segundo tempo da virada espetacular do Atlético-MG sobre o Figueirense no Orlando Scarpelli, em Florianópolis. O Galo do técnico Cuca e de Ronaldinho Gaúcho perdia por 3 a 1 até os 20 min do segundo tempo, quando começou a reagir com gol de Leonardo Silva e só parou após fazer 4 a 3. Já o Figueirense, pelo menos considerando esse jogo, parece fadado a lutar para não cair, e só.

Com 22 pontos, o Galo lidera o Brasileiro, após quase 25% (ou um quarto) da tabela cumprida (9 de 38 rodadas). Faltam três quartos, ou 75%, dos jogos. Vasco da Gama (com 20 pontos), Fluminense (19) e Botafogo (16) completam o G-4.

Uma palavra sobre Ronaldinho Gaúcho. Não é sombra do que foi, mas está sendo fundamental para o Atlético Mineiro, com jogadas cirúrgicas e decisivas (por exemplo, o que Ganso há muito tempo não é no Santos). Não sei quantos, mas se ele não estivesse lá parece óbvio que o Galo teria vários pontos a menos. Fiquem de olho. O Galo pode ir longe. Ou não. Em se tratando de Galo, pode-se esperar tudo... Felizmente não tenho a bola de cristal.

Inter e Santos desfigurados

E vi Internacional 0 x 0 Santos. Um jogo horrível no primeiro tempo (muitas faltas, pouca bola no chão, chutão pra todo lado) e bastante bom no segundo, quando pelo menos tivemos um “lá e cá” tático interessante (com um jogador a menos, o Santos jogou melhor e poderia ter vencido no Beira Rio, não fosse a inoperância do ataque com Dimba e Miralles).

Mas lembremos: Peixe x Colorado é um clássico nacional, mas hoje disputado por dois times que atualmente cedem suas estrelas para a seleção de Mano Menezes: o meia Oscar e o atacante Leandro Damião (do Inter) e o goleiro Rafael, PH Ganso e Neymar (do Santos).

(Um parêntese: o Santos não deve mais considerar Ganso como desfalque. Num post de dezembro passado, este blog já defendia o que está neste link: Está mais do que na hora do Santos negociar Paulo Henrique Ganso, em 24/dezembro/2011.)

Parêntese fechado, o Santos saiu de Porto Alegre com um ótimo resultado, o 0 a 0, embora pudesse ter sido bem melhor. Primeiro porque a arbitragem do senhor Wagner do Nascimento Magalhães (RJ) foi, para dizer o mínimo, caseira. Não gosto do lateral Juan (um dos homens de Muricy), mas hoje ele foi expulso pela arbitragem caseira, que estava louca para o Colorado de Dorival Jr. vencer.

Só que o Peixe continuou mandando no jogo mesmo após a expulsão de Juan, no comecinho do segundo tempo. Perdeu gols (tradição santista), depois sofreu pressão esperada no fim e por fim voltou da capital gaúcha com um ponto ganho, e tirou dois do Inter, um rival direto na briga por qualquer coisa, título ou G4.

Palmeiras 1 x 1 São Paulo
Reprodução
Felipão e Mazinho
Na Arena Barueri, com o triste público de 8.374 pagantes numa tarde fria na capital, o Palmeiras arrancou um bom empate (1 a 1) do São Paulo do novo técnico Ney Franco. O Alviverde perdia até os 36 da segunda etapa, quando Mazinho empatou o prélio. Lembremos que o time de Felipão estava numa semana de ressaca braba pela conquista da Copa do Brasil, o título mais importante do clube desde a Libertadores de 1999. O empate foi ruim para o Tricolor, que, se tivesse vencido, estaria em quarto, com 18 pontos, mas graças ao gol de Mazinho está em quinto, com 16. O Verdão, com meros 6 pontos, está em 19° e penúltimo lugar. Mas, como o Corinthians, é passageiro. Nem Timão nem Verdão vão cair para a segundona este ano.

O Flamengo ganhou do Bahia em Pituaçu com um pênalti inexistente (é impressionante como a arbitragem erra a favor do Flamengo).

O Corinthians, que saiu do rebaixamento ao vencer o Náutico por 2 a 1, fará um campeonato protocolar, à espera do Chelsea em dezembro, como o Santos de 2011.

No clássico carioca, Botafogo 1 x 1 Flu. O Fluminense de Abel Braga é candidato ao título. E o Botafogo de Oswaldo Oliveira, Renato, Seedorf (que ainda nem estreou) é um time interessante, insinuante. O Galo a mesma coisa. Contra ambos pesa a pecha de cavalos paraguaios de temporadas passadas. Vamos ver se conseguem superar esse estigma com Ronaldinho Gaúcho e Seedorf na parada.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Santos 2 x 0 Botafogo

Esta semana, alguns santistas lembraram do fatídico título brasileiro ganho pelo Botafogo em 1995, no Pacaembu (eu e outros santistas estávamos lá), quando, com um empate em 1 a 1, sob arbitragem de Márcio Rezende de Freitas, o time carioca ganhou o Brasileirão. Esses santistas não vão jamais perdoar o Botafogo de Túlio e do goleiro Wágner por aquele jogo em que o Santos tinha jogadores que mereciam ser campeões, principalmente Giovanni, Marcelo Passos e o goleiro Edinho.

Outros da nação santista, os mais anticorintianos, chegaram a sugerir esta semana a hipótese de o Alvinegro da Vila amolecer para o time de Caio Júnior, que, se ganhasse, teria chegado à liderança do Brasileirão de 2011 e estaria um ponto à frente do Corinthians, faltando oito rodadas para o fim do campeonato.

Os amigos corintianos, por outro lado, estavam na expectativa: O Santos vai jogar ou entregar?

Como santista, não me identifico definitivamente com nenhuma das duas posições acima (contra o Botafogo ou contra o Corinthians). Porque o Santos hoje (ontem) tinha que jogar. E porque:

1) a culpa do roubo de 1995 não é do Botafogo. Havia um problema político entre Santos FC e CBF, que estava determinada a não deixar o Santos ser campeão. Eu perdôo o Botafogo de Garrincha e Nilton Santos, um time que foi tão grande e ganhou tão poucos títulos nacionais: apenas a Taça Brasil de 1968 e o Brasileiro de 1995, naquelas circunstâncias;

2) eu nunca consegui torcer contra o meu time, independentemente dos interesses de qualquer rival. Não vou torcer para o Santos perder do Botafogo para o Corinthians se dar mal. O problema de Botafogo e Corinthians não tem nada a ver com o Santos. O gol de Neymar hoje (ontem, pois já passa da meia-noite) já vale o ingresso. Gol de craque, de bico.

O Botafogo que resolva seus problemas, mas não na Vila Belmiro.

Veja os gols de Santos 2 x 0 Botafogo (preste atenção ao golaço de Neymar):

domingo, 2 de outubro de 2011

Quem se deu mal e quem se deu bem na 27ª rodada do Campeonato Brasileiro

Faltam 11 jogos (dos 38 que cada time tem a fazer) para o fim do Brasileirão. Segue um balanço sucinto da 27ª rodada:

- Constatação óbvia: Fluminense e Flamengo se deram bem. O Flu porque voltou à briga pelo título ao bater o Santos em Volta Redonda por 3 a 2, numa partida para os santistas esquecerem (post aqui) e que foi a pá de cal nas pretensões do Peixe ao título. O Rubro-negro conseguiu grande vitória ante o São Paulo no Morumbi (2 a 1) e também ressurge. Como vocês podem ver na tabela de classificação, apenas seis pontos separam ambos, Fla e Flu, do líder Vasco.


Do Cartão Laranja
Ouça o gol da vitória do Flamengo na narração de Oscar Ulisses, da Rádio Globo, clicando neste link.

- O Vasco nem se deu bem, nem mal, ao empatar com o Corinthians por 2 a 2 no Rio. Mas perdeu a chance de colocar 5 pontos sobre o vice-líder, que continua sendo o Timão.

- O Alvinegro do Parque São Jorge também se deu bem na rodada, por ter segurado o líder do Brasileirão no alçapão de São Januário, mantendo uma distância segura de apenas dois pontos atrás do Vasco da Gama e jogando desfalcado dos atacantes Emerson e Liedson. Porém, os corintianos devem estar lamentando o time ter perdido a oportunidade de ter derrotado o Vasco, e teve chance para isso. Seria líder.

- O São Paulo, claro, deu-se mal. Foi a quarta derrota do Tricolor em seu campo para os rivais cariocas neste campeonato. Se tivesse batido o Flamengo, estaria na vice-liderança. Mas o time do Morumbi contou com a derrota do Botafogo para manter a terceira colocação. O time da Estrela Solitária se deu mal ao perder por 2 a 0 do bom time do Atlético-GO, em Goiás.

- Não há perigo de errar: Vasco, Corinthians, São Paulo, Botafogo, Fluminense e Flamengo disputam o título. Daí para baixo estão todos fora (Inter e Palmeiras, como mostra a tabela acima, dez pontos atrás do líder, não têm mais gás).

Treinadores

O diferencial na reta final pode ser o treinador. É difícil imaginar Caio Júnior (Botafogo) e Adilson Batista (São Paulo) superarem Luxemburgo (Flamengo), Abel Braga (Flu) e mesmo Tite, que está fazendo um trabalho excelente no Corinthians, apesar das desconfianças generalizadas, minhas inclusive.

Cristóvão Borges, como interino do Vasco no lugar de Ricardo Gomes, que se recupera de um AVC, poderia ser uma surpresa? Poderia, pois o Vasco tem um bom time, mantém a filosofia de Gomes (interessante revelação) e é um franco-atirador, já que, campeão da Copa do Brasil, está na Libertadores de 2012 e não tem nada a perder.

Abaixo, os gols de Vasco 2 x 2 Corinthians (o primeiro gol corintiano foi uma aula de contra-ataque, que redundou em golaço de Alex):




Atualizado às 23:49

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Na reta final, Brasileirão é uma teia de incógnitas


Atlético-MG e Cruzeiro são os times grandes mais ameaçados pelo rebaixamento. Na parte de cima da tabela, após 26 rodadas, não há sequer uma ameaça de favoritismo



Internacional, Flamengo, Cruzeiro, Santos e São Paulo são os cinco únicos times grandes que nunca foram rebaixados no Campeonato Brasileiro. Em 2011, após 26 rodadas, o Cruzeiro dá sinais de que pode abandonar essa lista de privilegiados. Cada vez mais perto da zona do rebaixamento, a Raposa está apenas quatro pontos à frente do primeiro time da lista dos que hoje cairiam. E qual é esse time? Justamente o Atlético-MG.

Vai sair faísca. Raposa e Galo se enfrentam exatamente na última rodada, talvez precisando do resultado para ficar na Série A, embora a contratação de Vágner Mancini possa dar aquela levantada que costuma acontecer quando um time em declínio contrata um novo treinador. É a esperança cruzeirense.

Faltando 12 rodadas, a situação do Z 4, a zona da degola, é a seguinte:


No ano passado, na mesma 26ª rodada, o Atlético-MG também estava a bordo do barco dos náufragos, mas conseguiu escapar graças à chegada de Dorival Júnior. Dos quatro times que em 2010, faltando 12 jogos, eram os últimos, o Galo se salvou junto com o Atlético-GO. Os atléticos deram seus malfadados lugares a Vitória e Guarani. Veja as tabelas abaixo, comparando a situação da zona do desespero na 26ª e na última rodada do Brasileirão de 2010.


A luta para não cair tem sido um martírio para a fanática torcida atleticana. O Galo parece gostar do namoro e até de casar com a série B, onde jogou em 2006 após ser rebaixado com o técnico Lori Sandri no ano anterior.

Na parte de cima, emoção

Olhando para a parte de cima da tabela, vemos que após 26 rounds a coisa é a materialização do equilíbrio, mas um equilíbrio que a meu ver decorre de um nivelamento por baixo. Nenhum time tem pinta de campeão e o Santos, que é o melhor de todos, saiu muito tarde da ressaca da Libertadores. A derrota para o Figueirense na Vila por 3 a 2, embora tenha decepcionado os santistas que já apostavam em quantas rodadas o time chegaria à liderança, não é o fator determinante de o time perder o título.

Em 2010, o Fluminense foi campeão com 71 pontos (veja tabelas comparando 2010 e 2011). Este ano, dado o extremo equilíbrio e a oscilação tremenda dos times, esse número deve baixar. Suponhamos que o campeão chegue a 69 pontos. Se assim for, hipopteticamente o Peixe precisaria de mais 34. Ou, de 14 jogos que tem a fazer, onze vitórias e um empate, podendo perder ainda dois jogos (o time deve duas partidas, contra Grêmio e Botafogo).

Entre Vasco, Corinthians, São Paulo e Botafogo (um jogo a menos) é impossível prever o que vai acontecer. O Vasco da Gama, campeão da Copa do Brasil, abre a 5ª colocação para uma vaga a mais na Libertadores.

O Fluminense pode comer pelas beiradas e beliscar o bi, mas acho improvável. Na próxima rodada, no sábado, o Flu recebe o Santos. Será quase um mata-mata. Jogão será Vasco x Corinthians em São Januário. São Paulo x Flamengo no Morumbi também promete. E o Botafogo vai a Goiás pegar o desesperado Atlético-GO.

Preparem as trombetas.

Clique na imagem para ampliar

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Corinthians ganha fôlego com triunfo convincente ante o Flamengo

Três rodadas atrás, ao final do primeiro turno, vaticinava eu: “Taça está entre Corinthians,Vasco, Botafogo e Flamengo”. Terminada a 22ª rodada, o Flamengo já saiu da lista, enquanto o São Paulo (41 pontos) está no calcanhar do líder Corinthians (43 pontos). Vasco (41, saldo de gols menor que o Tricolor) e Botafogo (40) formam o embolado G-4. Lembre-se que o Botafogo tem uma partida a menos (contra o Santos no mês de outubro) e seria líder hoje com uma hipotética vitória.

Idário Café/Vipcomm
Renato Abreu e Alessandro: batalha renhida
O convincente triunfo do Corinthians contra o Flamengo por 2 a 1 no Pacaembu deu novo fôlego e moral à equipe, e fez a roda girar de um extremo a outro: se tivesse perdido, o time de Tite estaria amargando o quarto lugar (atrás do Botafogo no saldo de gols) e de malas prontas rumo à crise. O que não faz uma vitória. Com ela, o Alvinegro lidera a competição na terceira rodada do returno. Mas tem uma sequência difícil pela frente: Fluminense (Engenhão), Santos (Pacaembu) e São Paulo (Morumbi).

Antes de continuar, para os amigos corintianos se deleitarem com  minha imparcialidade, veja os gols de Corinthians 2 x 1 Flamengo (esse Liedson entende do negócio. Mas, convenhamos, o primeiro gol dele foi uma lambança do volante Willians e da zaga flamenguista como um todo, um verdadeiro presente de mãe).



Os próximos adversários do Botafogo serão Coritiba (Couto Pereira), Flamengo (Engenhão) e Grêmio (Olímpico).

O surpreendente Vasco da Gama terá Figueirense (f), Grêmio (c) e Atlético-GO (c).

E o imprevisível São Paulo encara nas próximas três rodadas o Grêmio (f), e na sequência dois alvinegros no Morumbi: Ceará e Corinthians.

Impressionante o mergulho do Flamengo de Vanderlei Luxemburgo: uma sequência de oito jogos (três empates e cinco derrotas) sem vitória. De 24 pontos disputados, apenas três ganhos e o adeus ao título. Os depoimentos flamenguistas ao final no jogo foram o gesto conhecido no boxe como "jogar a toalha".

domingo, 28 de agosto de 2011

Corinthians termina primeiro turno como líder. Mas faltam 19 rodadas


Após a rodada de encerramento do primeiro turno, com vários clássicos estaduais, Timão perde o derby mas é líder. Santos e São Paulo ficam no empate. Grêmio bate o Inter e o Galo ruma para o abismo. Veja os gols de Santos 1 x 1 São Paulo e Palmeiras 2 x 1 Corinthians abaixo.


Clique na tabela para ampliar
Print do Cartão Laranja
Pronto, terminou o primeiro turno do Campeonato Brasileiro no superdomingo de clássicos. O Alvinegro do Parque São Jorge mantém a liderança, embora nesta segunda-feira os corintianos tenham que encarar as gozações inerentes ao fato mais marcante do domingo para a Fiel, a derrota no derby de São Paulo: Palmeiras 2 x 1 Corinthians. O time comandado por Tite continua em sua trajetória descendente, mas para sua sorte o Flamengo estacionou. Mas o Botafogo vem subindo, o São Paulo e o Vasco estão apenas dois pontos atrás.

Santos 1 x 1 São Paulo foi um jogo (o que vi no domingo) menos empolgante do que pareceu que seria no início. Mas isso porque jogar com o São Paulo não é fácil. A tática do time do Jardim Leonor na primeira metade do primeiro tempo foi bater, uma tática de timinho. Tanto que aos 15 minutos do primeiro tempo já tinha dois cartões amarelos, embora merecesse mais. Aos 29, Carlinhos Paraíba já era expulso, por jogo violento (dois amarelos). Mesmo com um jogador a mais a partir daí, o Santos não conseguiu impor o fator casa e, graças ao talento de Lucas, terminou a primeira etapa perdendo  de 1 a 0.

No segundo tempo, quando tudo parecia indicar a vitória são-paulina, Paulo Henrique Ganso – que não jogara rigorosamente nada até então – empatou o jogo num petardo que entrou no ângulo de Rogério Ceni. O 1 a 1 final foi justo.

Grande jogo foi Fluminense 1 x 2 Botafogo, no sábado, que vi. Quinto colocado, apenas três pontos atrás do Corinthians, o time de General Severiano é uma boa surpresa, principalmente porque está não apenas ganhando como jogando um futebol insinuante, rápido e inteligente, com Renato organizando o meio campo e Loco Abreu comandando a linha de frente. Vasco e Flamengo ficaram no 0 a 0, em partida marcada pelo grave problema sofrido por Ricardo Gomes.

Grêmio 2 x 1 Internacional, nenhuma surpresa. Diziam que o Inter era favorito, o que é um equívoco, pois nem mesmo o maior rival do Grêmio pode ser considerado favorito no Olímpico. Deu a lógica.

E Atlético-MG 1 x 2 Cruzeiro também foi lógico, e só mostrou que o Galo caminha a passos largos e resolutos para a segunda divisão.

No clássico catarinense, Figueirense 2 x 3 Avaí. E no clássico nordestino, Ceará 3 x 0 Bahia.

Sobre a liderança do Corinthians ao fim do primeiro turno, uma palavra. Desde que o Brasileiro passou a ser disputado por pontos corridos, em 2003, foram oito campeonatos. Em seis deles os “campeões” da primeira fase garantiram a taça no final: Cruzeiro (2003), Santos (2004), Corinthians (2005), São Paulo (2006 e 2007) e Fluminense (2010).  Apenas São Paulo e Flamengo, campeões em 2008 e 2009, não terminaram o primeiro turno na liderança. Grêmio e Internacional, respectivamente, eram os líderes ao fim da metade inicial naquelas temporadas.

Veja os gols de Santos 1 x 1 São Paulo




Os gols de Palmeiras 2 x 1 Corinthians

Atualizado à 01:00

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A unificação dos títulos do futebol brasileiro: justiça seja feita

Segundo a TV Globo (que parece ter readquirido a exclusividade de informações em primeira mão) e o site Globoesporte.com, a CBF vai oficialmente unificar os títulos brasileiros de 1959 (início da Taça Brasil) a 1970, ano em que o Fluminense sagrou-se campeão nacional ganhando o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Robertão), antes da criação do Campeonato Brasileiro em 1971, conquistado pelo Atlético-MG.

Santos F. C. campeão da Taça Brasil/1965

Santos, Palmeiras, Fluminense, Bahia, Botafogo e Cruzeiro reivindicavam a unificação. O Alvinegro da Vila Belmiro e o Alviverde de Palestra Itália passarão a ser os clubes mais vezes campeões brasileiros (oito cada). São Paulo e Flamengo, com seis títulos, vêem em seguida, e depois Corinthians e Vasco da Gama, com quatro.

Na minha opinião, se a informação for confirmada, será feita justiça. Afinal, é inadmissível concordar que a história do “melhor futebol do mundo” tenha começado em 1971! Lembro de um comentário do Antero Greco às vésperas da final do Brasileiro de 2002 (Santos x Corinthians), quando ele disse que, se ganhasse, o Santos seria naquele ano campeão nacional pela sétima vez. “É preciso acabar com essa bobagem de ignorar os títulos nacionais antes de 1971”, disse Antero na época, com palavras que, se não são exatamente essas, são quase as mesmas. 

Palmeiras levantou taças Brasil e de Prata em 67

Como a informação ainda não é oficial, faltam alguns esclarecimentos. Por exemplo, nos anos de 1967 e 1968, quando a Taça Brasil e o Robertão coexistiram, vão ser considerados os dois títulos (como se fossem o Clausura e o Apertura na Argentina)? Em 67 o Palmeiras ganhou a Taça Brasil e o Robertão (Taça de Prata); em 1968, o Botafogo foi campeão da primeira e o Santos do segundo.

Taça Brasil – foi criada pela CBD (antiga CBF) em 1959 com o objetivo de indicar os representantes brasileiros para a Copa Libertadores da América. Participavam os campeões estaduais de todo o país. Mas os times mais tradicionais só entravam nas fases finais.

Roberto Gomes Pedrosa (Robertão/Taça de Prata): é o antigo "Torneio Rio-São Paulo", criado em 1954. Em 1967, foi ampliado, virou Taça de Prata e incorporou os principais times brasileiros, considerados os de Rio-SP mais Internacional e Grêmio (RS), Cruzeiro e Atlético (MG) e Ferroviário (PR). Em 1968, entraram Bahia, Náutico (PE) e Atlético Paranaense.

Títulos a serem unificados

Taça Brasil
1959 – Bahia
1960 – Palmeiras
1961 – Santos
1962 – Santos
1963 – Santos
1964 – Santos
1965 – Santos
1966 – Cruzeiro
1967 – Palmeiras
1968 – Botafogo

Torneio Roberto Gomes Pedrosa / Taça de Prata
1967 – Palmeiras
1968 – Santos
1969 – Palmeiras
1970 – Fluminense

Publicado originalmente segunda-feira, 13 de dezembro de 2010 - às 23:08

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O Brasil é flamenguista


Parece que, com exceção dos são-paulinos, os torcedores do país inteiro viraram Flamengo na reta final do Campeonato Brasileiro. A três rodadas do fim da competição, o Mengo demonstra ser o único time capaz de acabar com a já enfadonha hegemonia do time do Morumbi, que pode chegar ao quarto título nacional seguido.

A espetacular arrancada do Rubro-negro na reta final (sete vitórias, dois empates e uma derrota nos últimos dez jogos) e o futebol solidário e eficiente, com o comando de Petkovic e Adriano, credenciam o time.

Como em 2008, quando o Grêmio deixou escapar um título que parecia ganho, este ano foi o Palmeiras que amarelou, talvez pressionado por não ganhar um Brasileiro desde 1994 e nenhum grande título desde 1999, quando levantou a Libertadores sob a batuta de Felipão. Além disso, parece cada vez mais claro que a contratação de Muricy Ramalho, com seu futebol previsível e feio, foi um erro fatal da cúpula palmeirense. O Flamengo do humilde Andrade é o contraponto perfeito à solução oposta adotada pelo Verdão quando resolveu colocar Muricy no lugar de Jorginho. Em termos de ânimo, futebol bonito e união do elenco, o time de Jorginho parecia muito ao Flamengo de Andrade. Mas Jorginho deu lugar a Muricy e deu no que deu.

O empate do time do Palestra diante do lanterna Sport desanimou até o palmeirense mais otimista. Mas, se vencer o Grêmio em Porto Alegre nesta quarta, o time de Muricy volta à briga e o campeonato embola de novo. O São Paulo tem 62 pontos e 17 vitórias. O Flamengo, 60 e 17. O Palmeiras, 59 e 16. Internacional (56), Atlético-MG (56) e Cruzeiro (55) só disputam vaga à Libertadores. E o Palmeiras, se bobear, nem no G-4 vai ficar.

O Verdão tem uma tabela difícil. O Grêmio não perdeu nenhum jogo no Olímpico neste campeonato. Como o Tricolor gaúcho jogará bastante desfalcado, o Palmeiras ainda pode surpreender. O que não dá ânimo à sua torcida, porém, é o péssimo futebol que o time vem jogando e o moral do time, que está abaixo do solo. Em Porto alegre, o Alviverde joga sua última cartada nesta quarta-feira, em mais um jogo antecipado de maneira absurda pela Rede Globo com o beneplácito da CBF. Se passar pelo Grêmio, o time de Muricy terá ânimo para buscar o título, mas terá duas pedreiras: o Atlético-MG (c) e Botafogo (f).

O Flamengo tem pela frente o Goiás (no Rio), o Corinthians (f) e o Grêmio novamente no Maracanã. O São Paulo pega o Botafogo no Engenhão, o Goiás em Goiânia e o Sport Recife em casa (não se sabe se no Morumbi devido à punição do STJD).

Os não são-paulinos devem apostar suas fichas no desesperado Botafogo, que precisa ganhar de qualquer maneira do time do Morumbi, pois está apenas dois pontos à frente do Fluminense, o primeiro na zona do rebaixamento, e que vem conseguindo uma reação épica. Mas, se o Tricolor empatar com o Bota neste fim de semana e o Flamengo bater o Goiás no Maracanã, o time carioca assume a liderança com uma vitória a mais. Aí, vai ser difícil segurar o time do Imperador.