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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sinais de desânimo nas hostes tucanas

A frase com que Eliane Catanhêde abre sua coluna desta terça-feira, 17, na Folha de S. Paulo, é emblemática, embora pudesse até virar um gancho para o José Simão: "A esperança, inclusive a dos tucanos, é a última que morre" (leia aqui, para assinantes).

Depois das pesquisas divulgadas nos últimos dias, que mostram Dilma Rousseff (PT) com larga vantagem sobre José Serra (PSDB), nota-se claro desânimo nas hostes tucanas refletidas na mídia. Estarão reconhecendo que já era? Na sexta, o Datafolha deu 41% a 33% a favor da candidata de Lula. Na segunda, foi o Ibope a apontar 43% a 32%, ou 11 pontos percentuais de diferença.

Foto: Roberto Stuckert Filho

Dessa vez, o senador Sérgio Guerra não veio a público desqualificar as pesquisas, como fez com Sensus e Vox Populi, institutos que seu partido não leva em conta, segundo disse. Mas o nobre parlamentar tinha que reclamar, e, pode-se dizer, reclamou de um sortilégio (Dilma ter sido entrevistada pelo Jornal Nacional antes). “José Serra, com desempenho absolutamente superior, teve apenas um dia de repercussão. Entrevistada primeiro, Dilma ficou três dias em exposição”, choramingou em seu twitter, dia 13, sexta-feira, logo após a divulgação dos números do Datafolha. Já depois da pesquisa do Ibope, o senador não disse nada, só fala de sua própria campanha.

Foto: Valter Campanato/Ag Br
O generalizado desânimo contaminou até o vetusto editorial de O Estado de S. Paulo desta mesma terça-feira. Em “Duelo à sombra de Lula”, o jornal da família Mesquita também manifesta seu conformismo: “nem o mais fervoroso adepto do ex-governador paulista ousa imaginar” que ao final da campanha “ele voltará à primeira colocação” no processo eleitoral, diz o jornalão, que continua: agora, “o máximo” que Serra pode pretender é que seu “desempenho” nos debates e o horário eleitoral na TV o levem ao segundo turno. O editorial termina com uma frase que não deixa margem a dúvidas: “um governo com quase 80% de aprovação não tem motivo para perder esta eleição”, conforma-se o jornal do Bairro do Limão.

Ao contrário de Catanhêde, que maquia melhor sua decepção, a colunista política do Estadão, Dora Kramer, destila uma raiva que mal consegue disfarçar. Se a eleição está ganha (para Dilma), “para que mesmo eleição, campanha, gastos inúteis de tempo, dinheiro...”, questiona. E acaba não resistindo: “se o eleitorado cotejar os atributos do candidato ganha Serra; se resolver votar apenas referido em Lula ganha Dilma”.

Para a jornalista, “Serra é o que é” e Dilma “se presta a quaisquer construções”, explica ela, ainda alimentando alguma esperança, no texto chamado “Na frente dos bois”, título com o qual Kramer manifesta sua opinião de que a eleição ainda não está decidida. Nisso concordo com ela.

Mas o desespero na campanha tucana chegou ao ponto de mudarem o nome do candidato. Não é mais Serra. Agora é Zé, solução criticada desse modo por Eliane Catanhêde: Quem é "Zé"? Um "Zé ninguém”, escreveu. Cuidado, Catanhêde, que O Zé pode pedir tua cabeça no jornal.

PS [atualizado às 21h53]: no Vox Populi divulgado pela Band agora há pouco, Dilma tem 45% e Serra, 29%. Diferença de 16 pontos.

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