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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Adeus, Pacaembu


Foto: Edu Maretti



O Corinthians se despede do Pacaembu. Com uma vitória sobre o coirmão carioca Flamengo (por 2 a 0), o “bando de loucos” disse adeus ao estádio que se acostumou a chamar de casa. Tenho um grande carinho pelo Pacaembu, não somente como corintiano, mas sobretudo como amante do futebol. Creio que o Pacaembu é, ao lado do Maracanã e do Mineirão, um dos grandes templos do futebol brasileiro. Poderíamos situar junto desses templos o Morumbi, o Beira-Rio e o velho Olímpico Monumental, mas esses estádios estão por demais carregados pela imagem e história de seus donos. Não são públicos, como os três primeiros, historicamente apropriados por diversos times e diferentes comunidades de torcedores.

Particularmente, não sou um corintiano que valoriza especialmente a “construção da casa própria”. Não penso que todo time tem de ser detentor de um estádio para ser grande, ideia que, para mim, é bastante são-paulina, uma vez que o Morumbi foi por muito tempo considerado o maior estádio particular do mundo, motivo de orgulho e soberba para os torcedores do SPFC. Tenho uma certa visão de que a ideia de que o Corinthians deveria ser dono de um estádio foi de certa forma inoculada em nossa mente por nossos rivais. Creio que seria possível resistir. Conquistamos a América e o mundo sem “casa própria”.

Historicamente, uma nova fase se inicia para o Corinthians. Seus desdobramentos ainda são imprevisíveis, uma vez que o orçamento inicial (já enorme) do novo estádio explodiu durante a construção e, ao contrário do que muitos pensam, o clube terá, sim, de arcar com a maior parte dos recursos captados para erguer a arena. Neste novo contexto, poderemos sentir mais saudades do Pacaembu do que imaginamos.

Não só corintianos conhecem a energia desse charmoso estádio, inaugurado há exatos 74 anos, também num dia 27 de abril, em partida em que o Palmeiras goleou o Coritiba. Infelizmente, na noite em que eu mais desejei entrar no bom e velho Paca, a noite enluarada do dia 4 de julho de 2012, não consegui. Cheguei a clicar sobre o ingresso no site do Fiel Torcedor, mas depois o site caiu e, quando voltou, todos os ingressos estavam esgotados.

De todo modo, embora tenha assistido a uma boa quinzena de jogos do Corinthians no estádio, a memória mais emblemática que conservo dele é televisiva: o estádio inteiro agitando bandeirinhas brancas para receber o time para o segundo tempo da final da Libertadores, os 45 minutos em que o Corinthians despedaçou o poderoso Boca Juniors e conquistou a América pela primeira vez. Por isso, assisti com enorme tristeza a noite mórbida em que o time enfrentou o Millonários com portões fechados (punição justa pela tragédia de Oruro, causada por nossa torcida). Creio que esses dois episódios ilustram a intensidade da história corintiana no estádio que, na simplicidade de sua arquitetura e de suas instalações, recebeu com galhardia algumas das páginas mais significativas da história do Sport Club Corinthians Paulista. A nação corintiana deve dizer obrigado

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quinta-feira, 5 de julho de 2012

O mundo está acabando ou é impressão minha?


Minha nossa senhora do Mont Serrat, ou, como diz meu amigo Marco Ferreira, “nossa senhora da Abadia!”

Que histeria!

Enfim, o Corinthians é campeão da Libertadores. Com todos os méritos. Mas com que êxtase sobrenatural comemoram um título pelo qual tanto desdém manifestaram! Foi tanto rojão que o ar cheirava a pólvora logo após o fim do prélio em que o Corinthians venceu o Boca Juniors por 2 a 0, no Pacaembu, e levantou a Libertadores.

É muito gostoso ganhar a “Copita” (como dizia o Citadini), né? Mas é normal, minha gente, calma, acontece de vez em quando, não precisa endoidecer e gritar tanto. Credo. Já faz mais de uma hora que o jogo acabou e a histeria continua. O fundamentalismo é opressivo.

Como disse o palmeirense Alexandre em comentário a um post anterior: “Tô achando que uma Libertadores pra esses caras pode ser até bom, vai dar uma acalmada”.



Falando de futebol

Manchete online do El Clarín


É incrível como, olhando para trás, vemos que o destino desse título foi traçado por Andrés Sánchez quando manteve o técnico Tite, contra tudo e todos, após a desclassificação para o pobre Tolima na pré-Libertadores de 2011. Não fosse aquela atitude do então presidente corintiano, esse sonhado título talvez não tivesse virado realidade, não estivesse sendo comemorado agora.

De resto, o Boca Juniors de hoje esteve muito longe do grande time do início dos anos 2000, que derrotou Palmeiras (com um jovem Riquelme), Santos (com um jovem Tévez), Milan e outros. A manchete online do El Clarín logo após o jogo, reproduzida acima, diz tudo.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Santos joga com Cerro Porteño dia 25 no Pacaembu

A Conmebol confirmou hoje que o Santos fará os jogos das semifinais da Libertadores nas próximas quartas-feiras. O Peixe mandará o jogo de ida no Pacaembu, dia 25 de maio*. A outra semi, Cerro Porteño x Velez Sarsfield, será nas quintas-feiras.

Jogos de ida

25.05.2011 (quarta) - 21:50 - Santos FC (BRA) x Cerro Porteño (PAR) - Pacaembu
26.05.2011 (quinta) - 21:50 - Peñarol (URU) x Vélez Sarsfield (ARG)

Jogos de volta

01.06.2011 (quarta) - 21:50 - Cerro Porteño (PAR) x Santos FC (BRA)
02.06.2011 (quinta) - 21:50 - Vélez Sarsfield (ARG) x Peñarol (URU)

*Atualizado às 22:16

Leia também:
Santos empata com Once Caldas e está na semifinal

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ufa! Santos 1 x 1 Once Caldas. Peixe está na semifinal da Libertadores


Com empate contra os colombianos no estádio do Pacaembu, time de Muricy pega Cerro Porteño ou Jaguares na próxima fase


Foto: Divulgação/SFC
Sofrimento digno de Libertadores, diria o chavão. Foi um drama a classificação do Santos à semifinal da Libertadores com o 1 a 1 diante do fatídico Once Caldas no Pacaembu, na noite desta quarta. Drama que só o futebol pode proporcionar. Porque, a não ser quando a arbitragem erra decisivamente, no futebol não tem justiça ou injustiça. Como havia ganhado em Manizales por 1 a 0 na semana passada, o Peixe podia empatar.

Tudo indicava que o time da Vila daria um xeque-mate ainda no primeiro tempo, pois aos 12 Neymar já abria a contagem, dando o troco ao time que em 2004 eliminou o Peixe nas mesmas quartas-de-final. A esquadra de Muricy encurralou os colombianos pressionando-os em seu campo sem cessar, dominando as ações completamente. Um massacre técnico e tático. Mas perdeu Alan Patrick contundido e, aos 29 minutos, tomou um gol bobo em falta cometida na direita da defesa do Santos, note-se, por Neymar. Na bobeira, o perigoso Rentería não perdoou.

Entretanto o time continuou dominando, primeiro e segundo tempo afora. E perdendo gols. Se o Alvinegro tivesse sido desclassificado hoje no Pacaembu, a torcida já teria um eleito para crucificar: o atacante Zé Eduardo, que foi uma nulidade total. Perdeu gols, demonstrou insegurança e falta de preparo até psicológico para resolver as adversidades: quanto mais erra, mais erra, com o perdão da frase. Nisso Muricy é muito conservador: costuma dizer que quanto menos mexer, melhor. Só que há o risco de o time ficar previsível. Zé Eduardo é muito ruim. Qualquer coisa é melhor do que ele.



Drama nas arquibancadas ou na sala

Aos 40 minutos da etapa final, após o time perder várias chances de matar o jogo desde o primeiro tempo, ainda estava 1 a 1 e... Pênalti indiscutível em Neymar! Mas... o jovem craque perdeu. E o grito de gol continuou preso. Mais drama.

E, incrivelmente para os santistas nas arquibancadas ou se embriagando de nervosismo em casa, aos 44 o Once Caldas teve uma falta na entrada da área, mas Nuñes mandou para fora. Se aquela bola entra, o Once estaria na semifinal.

Não há como negar que Neymar desequilibrou mais uma vez, embora não tenha brilhado como de costume. Só o pânico que ele gera na defesa adversária quando parte pra cima já desestabiliza.

Mas se eu tivesse que dar o velho Moto-Rádio pro melhor em campo, hoje, seria para Danilo. Um monstro em campo, jogando de volante ou lateral, desarmando, armando na medida do possível, atuando em larga faixa do gramado. Léo jogou muito, Adriano foi um leão e Elano, mais adiantado após a saída de Patrick, rendeu mais do que nos jogos anteriores.

E é isso. O Santos espera agora o adversário da semifinal, que sairá do confronto entre Jaguares do México e Cerro Porteño do Paraguai. Contra o Cerro, o segundo jogo seria no Paraguai; contra o Jaguares, na Vila.
Espero que na estréia do Brasileiro, sábado, contra o Internacional, na Vila, finalmente Muricy ponha um time reserva em campo.

Leia também: Santos é bicampeão paulista

Atualizado às 18:30 (19/03/2011)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Com estilo Felipão, Palmeiras deixa para o Corinthians a vaga na final

Creio que a vitória corintiana contra o Palmeiras nos pênaltis se deu por um motivo paradoxal: se o maior trunfo alviverde era Luiz Felipe Scolari contra um Tite que não convence nem os torcedores do Corinthians, foi justamente a pilha exageradamente carregada dos palmeirenses, bem ao estilo Felipão, que acabou levando o time à desclassificação.

O já normalmente pilhado Kleber entrou em campo como se tivesse tomado um choque de 220 volts, e assim foi durante todo o primeiro tempo. Até os 20 minutos, o Palmeiras fez do jogo uma guerra. Mesmo assim, jogava muito melhor – com Valdívia infernal – quando de repente tudo pareceu ir por água abaixo.

Valdívia, por ironia, teve uma lesão muscular ao dar seu famoso chute no vácuo e em seguida o zagueiro Danilo foi expulso por um carrinho de frente, violento e desnecessário, que poderia ter quebrado o atacante Liedson. Vermelho para mim indiscutível, por mais que os palmeirenses esbravejem. Uns cinco minutos depois é que os comentaristas foram “descobrir” que Liedson havia entrado de sola e também merecia o vermelho. Não merecia, porque a brutalidade da jogada não foi iniciativa sua.

Os melhores momentos do jogo (aparece por alguns segundo uns lances de Inter x Grêmio, mas é uma falha e logo ela some)



No segundo tempo, nervos mais no lugar, quando todos esperavam que o Corinthians fosse para cima, mesmo com dez jogadores foi o Palmeiras que mandou no jogo, diante de um Timão apático e desorganizado em campo. O gol de Leandro Amaro aos 7 minutos fez justiça ao jogo. Mas, mesmo sem merecer, o Corinthians achou um gol de escanteio, em falha do goleiro Deola, que ficou entre sair do gol e não sair, nem saiu, nem ficou e Willian empatou. Se Marcos está em forma, a escalação de Deola foi um erro.

O Palmeiras continuou melhor, mandando no jogo como se ele, e não o Corinthians, tivesse um a mais, ocupando os espaços e ameaçando a meta de Júlio César principalmente com Marcos Assunção. Merecia vencer. Mas o 1 a 1 se manteve e, nos pênaltis, o palmeirense João Vítor perdeu a única cobrança. Fica a nítida impressão de que, se o Palmeiras se preocupasse em apenas jogar bola, teria vencido até com certa tranqüilidade. Se o Alviverde não tivesse perdido seu melhor zagueiro ainda no primeiro tempo, se seu técnico não estivesse determinado a impor seu jogo pela força, o resultado teria sido provavelmente a vitória.

Para o Santos, o triunfo corintiano foi melhor. Jogar uma final em dois jogos contra o time de Felipão, o mais violento do futebol paulista, em meio a decisões de Libertadores, seria uma enorme temeridade.

domingo, 19 de setembro de 2010

São Paulo pragmático bate Palmeiras; quarta tem Santos x Corinthians na Vila

Pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2010, o “Choque-rei” no Pacaembu foi uma pelada no primeiro tempo, que acabou 0 a 0. Na segunda etapa, o torcedor viu mais futebol. Fechado na defesa como sempre, mas conseguindo encaixar contra-ataques fulminantes, o São Paulo bateu o Palmeiras por 2 a 0. Gols de Lucas, aos 11, e Fernandão aos 31.

Veja os gols de Palmeiras 0 x 2 São Paulo:



A vitória tricolor, conquistada com um plano de jogo defensivo, taticamente pragmático (e bem executado), foi incontestável. Sem criatividade alguma no meio campo, o Palmeiras viveu de esperanças. Esperança de Valdívia resolver, em uma jogada pessoal; ou de Marcos Assunção decidir numa bola parada. Mas Valdívia prova a cada jogo ser um jogador apenas mediano: a chance aparece, mas ele não decide (e o que esperar de um reserva da medíocre seleção chilena?); Assunção não teve sorte; e o fraco elenco alviverde (com o esforçado volante Márcio Araújo e no ataque os inoperantes Tadeu e Éwerthon, este substituído por Tinga) não conseguiu sair vivo da teia bem armada pelo São Paulo de Sérgio Baresi.

No São Paulo, o destaque do jogo: Lucas, aquele que era Marcelinho, desequilibrou. Fez o primeiro gol em jogada que, do pé de Rogério Ceni até o chute a gol, teve quatro toques na bola: Ceni-Fernandão-Jorge Wagner-Lucas e gol. Um contra-ataque espetacular, num momento em que o Palmeiras estava melhor na partida. No segundo tento, também em contra-ataque, Lucas colocou Fernandão na cara do gol e 2 a 0.

Santos e Corinthians
Em Campinas, sem Neymar em campo (mas no estádio, assistindo ao duelo das tribunas), o Santos não saiu do 0 a 0 com o Guarani. Não vi o jogo, mas, pelos comentários, foi uma partidinha de várzea. O Santos (6° colocado, 35 pontos) recebe o Corinthians na Vila Belmiro, quarta-feira. Corinthians que, óbvio, não tomou conhecimento do lanterna Grêmio Prudente no sábado, fez 3 a 0 e lidera o Brasileiro com 44 pontos, dois a mais que o Fluminense. O jogo na Baixada Santista é imprevisível. Uma vitória contra o Peixe será talvez decisiva para o Timão no caminho do título: sair vitorioso da Vila Belmiro sempre dá moral. Mas, se ganhar, o Santos volta à briga pelo título e o campeonato fica mais aberto (o Cruzeiro joga em Sete lagoas -MG- contra o Ceará. Se ganhar, a Raposa chega aos 44 pontos). Na Vila, a expectativa sobre qual será o final da novela Dorival Júnior vs Neymar.

No Rio, Flamengo 3 x 3 Fluminense neste domingo. Deve ter sido um jogaço. Não vi. O Flu de Muricy Ramalho fez dois gols (primeiro e terceiro) de bola parada, Conca batendo escanteio em ambos. Com esse jeito Muricy de ser, jeito muito manjado, o Tricolor carioca vai lentamente perdendo terreno. Se bobear, ficará fora da Libertadores.

Os times do G-6 continuam sendo os mesmos. Abaixo:

1. Corinthians* 44 pontos
2. Fluminense 42
3. Cruzeiro 41
4. Inter* 38
5. Botafogo 38
6. Santos* 35
*Times com um jogo a menos

A próxima rodada (para os times do G-6):

24ª RODADA
quarta-feira - 22/09
19h30 - Cruzeiro x Ceará
21h00 - Vasco x Botafogo
22h - Santos x Corinthians
22h - Atlético-PR x Internacional

quinta-feira - 23/09
21h - Fluminense x Atlético-MG

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Paulo Henrique Ganso leva o Santos
ao 18° título paulista

O Santos é campeão paulista de 2010. Não podia ser diferente, mas ninguém esperava uma parada tão dura, uma final tão espetacular [após o primeiro jogo, vencido pelo Santos por 3 a 2]. Meio minuto, 1 a 0 para o Santo André. O empate, gol de Neymar, foi um gol “de Pelé”, mas só que foi de Neymar. Aí é que está. Chega de falar de Pelé! O Santos já está em Neymar, já passou por Robinho. E foi campeão liderado por Paulo Henrique Ganso. [Foi o sexto título do clube conquistado no Pacaembu - veja PS abaixo do post]

Infelizmente, a arbitragem foi protagonista do jogo. Primeiro, ao perder o comando, deixar o confronto virar confronto. O Santo André fez um grande jogo, mas catimbado, tentando conturbar. E conseguiu, bem ao estilo barraco de time pequeno.

A arbitragem anulou um gol legítimo do Santo André, quando ainda estava 1 a 1. Mas o Ramalhão logo em seguida fez 2 a 1 com justiça. A partida seguiu catimbada, por parte dos andreenses. O juiz Sálvio Spinola, depois de duas confusões seguidas, expulsou o atacante Nunes do Santo André e o lateral Léo, do Santos. A expulsão de Léo foi para compensar, porque Nunes deveria ter sido expulso sozinho. Sinceramente.

O Santos empatou, mas caiu na armadilha do time do ABC, e Marquinhos (peça importante, o bispo do jogo) fez uma falta grotesca. Foi expulso com justiça. Fim do primeiro tempo: Santo André 3 x 2 Santos. O Peixe com 9 jogadores contra 10.

Veja os gols do jogo:



No segundo tempo, o Santos administrou. Uma espécie de jogo de xadrez ficou claro no campo do Pacaembu. Paulo Henrique foi a rainha do título, se estamos falando de xadrez. Conseguiu inclusive evitar o erro final de Dorival Júnior, que já havia tirado Robinho e Neymar para pôr André e Roberto Brum, respectivamente. (Já pensou, você tirar Robinho e Neymar do seu time numa final?).

Enfim, Neymar saiu, Brum entrou e foi expulso, e o Santos ficou com oito contra dez.

Mas foi campeão mesmo assim. E ponto final. O futebol venceu.

FICHA TÉCNICA
Santos 2 x 3 Santo André
2/05/2010 – Pacaembu – São Paulo

Gols: Nunes, aos 30s, Neymar, aos 7 min e aos 32min, Alê, aos 20min, Branquinho, aos 44 minutos do primeiro tempo.

Santos
Felipe; Pará, Edu Dracena, Durval e Léo; Rodrigo Mancha, Arouca, Marquinhos e Paulo Henrique; Neymar (Roberto Brum) e Robinho (André) (Bruno Aguiar)
Técnico: Dorival Júnior

Santo André
Júlio César; Cicinho (Rômulo), Cesinha, Halisson e Carlinhos; Ale (Edson Pio), Gil, Branquinho (Rodrigão) e Bruno César; Rodriguinho e Nunes
Técnico: Sérgio Soares

Árbitro: Sálvio Spinola Fagundes (SP)
Assistentes: Maria Eliza Barbosa e Daniel Paulo Ziolli
Público pagante: 35.001
Renda: R$ 2.349.455,00

Cartões amarelos: Júlio Cesar, Rodriguinho, Carlinhos, Cicinho, Ale, Rômulo e Halisson (SAD); Pará, Neymar e Paulo Henrique Ganso e Edu Dracena (SAN)
Cartão vermelho: Nunes (SAD); Léo, Marquinhos e Roberto Brum (SAN)

PS [atualizado às 16h39]: este foi o sexto título do Santos no estádio do Pacaembu. Desde 1967, o clube não gritava "É campeão" nesse campo. Mais um tabu derrubado.

No Pacaembu

Títulos conquistados
1956 – Santos 4 x 2 São Paulo – Paulista
1959 – Santos 3 x 0 Vasco da Gama – Rio-São Paulo
1962 – Santos 5 x 2 São Paulo – Paulista
1966 – Santos 0 x 0 Corinthians – Rio-São Paulo
1967 – Santos 2 x 1 São Paulo – Paulista
2010 - Santos 2 x 3 Santo André – Paulista

Títulos perdidos
1959 – Santos 1 x 2 Palmeiras – Paulista
1966 – Santos 2 x 3 Cruzeiro – Taça Brasil
1995 – Santos 1 x 1 Botafogo – Brasileiro
2009 –Santos 1 x 1 Corinthians – Paulista

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Santos 2 x 1 Rio Claro: pra guardar na memória

Nem precisa dizer que Santos 2 x 1 Rio Claro, neste domingo, no Pacaembu, foi um jogo histórico. Mas digo. Pela primeira vez, as três gerações se encontraram em campo: Giovanni, Robinho e Neymar. Tive o privilégio de assistir (onde gosto, na arquibancada) a essa página futebolística com Carmem, sob um sol escaldante, regados a protetor solar e água, no mais agradável estádio para se ver uma partida de futebol no estado de São Paulo, tirando a Vila Belmiro. Carmem é de Rio Claro, santista desde pequena, mas na sua cidade natal torce pelo Velo Clube (é bom que se diga).

Vamos ao jogo: Neymar e Ganso brilham
O mais esperado e ovacionado antes da partida pelos 32 mil santistas, quando o time foi anunciado pelo alto-falante, Robinho não fez uma partida tão boa quanto Neymar, que correu mais, apresentou-se mais ao jogo, procurou mais espaços, apanhou mais. Tudo mais. Superlativo. De chutes seus saíram os rebotes dos dois gols do Santos (veja abaixo). Em ambos, fez duas grandes jogadas, principalmente no segundo gol, quando deu uma finta desconcertante no zagueiro para chutar e o bom goleiro Sidney espalmar, antes da bola sobrar para Giovanni só cutucar de cabeça.

Não estou menosprezando Robinho. Com o calor sufocante, pode-se até entender que ele (vindo da gelada Inglaterra) não tivesse condições físicas como os outros atores desse prélio no qual o Rio Claro foi um bravo coadjuvante, vendendo caro a derrota. Como eu sempre digo, o futebol faz a gente ser sempre criança, e na arquibancada somos todos crianças de alguma forma. Por isso não se pode menosprezar Robinho, que (junto com Fábio Costa, Elano, Renato, Léo e companhia) me fez chorar de alegria, em 15 de dezembro de 2002.

Desfalcado nas duas laterais, o Santos de Dorival Júnior improvisou Pará na direita e Wesley Santos, outro jovem da base, na esquerda. Pará, aguerrido como sempre, não comprometeu, embora o primeiro gol tenha saído pelo seu lado, após Robinho perder a bola no meio campo, e o rio-clarense Avelar dar um chutão que por sorte encontrou Maicon Souza, que passou por Pará e cruzou para Jackson fazer 1 a 0 aos 39 minutos [falha do goleiro Felipe, que deixou a bola passar por ele no meio da pequena área].

A entrada de André – no lugar do meia Marquinhos, com um corte na cabeça – deixou o meio campo santista mais vulnerável, o que foi compensado pela garra de Germano e o altruísmo de Paulo Henrique Ganso, de quem a torcida na arquibancada injustamente já reclamava. O meia marcou e criou, se movimentou muito e ajudou a suprir a ausência de Marquinhos. Ele e Neymar foram os melhores em campo nos 90 minutos.

No segundo tempo, o Alvinegro voltou mais ligado. Mas o gol não saía. Eis que o treinador saca o incansável Germano para colocar o quase quarentão Giovanni, que na primeira bola caiu de maduro. “Pronto – pensei – perdemos o meio campo e o jogo.” Que nada. Depois de, ainda na defesa, tabelar e receber de volta a bola de Ganso, o vovô deu um passe açucarado para Neymar no lance do gol de empate (23 do segundo) e fez o da vitória (aos 40), fora alguns lampejos do velho craque, como um calcanhar que deixou André livre pela direita, mas o gol não saiu. É pena: visivelmente, Giovanni não tem mais condições de jogar 90 minutos.

A entrada de Mádson no lugar do lateral Wesley Santos (muito, mas muito mal no jogo) abriu ainda mais o time do Santos, que levou alguns contra-ataques perigosos pelo setor esquerdo. Mádson, que parece estar sendo meio esnobado pelo clube, é fundamental. Um time sem um bom banco não ganha, e o baixinho deu vida à ala esquerda, até então morta com o assustado
Wesley Santos.

O ainda vulnerável Santos é, porém, um time que promete. E mais do que o time, é bonito ver tantas crianças num Pacaembu lotado com 32 mil pessoas irmanando-se em torno de uma história. Ao contrário do que dizem uns tolos torcedores adversários (“a torcida do Santos é formada de tiozinhos”), a torcida do Santos é formada por muita gente, como esse gurizinho aí da foto, parecido com muitos que freqüentam os estádios para ver o time de Pelé, de Giovanni, de Robinho, de Neymar e de quem mais vier por aí.


Veja os gols de Santos 2 x 1 Rio Claro