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sábado, 15 de agosto de 2015

Agustín Mario Cejas (1945-2015)



Reprodução


Cejas era um dos meus ídolos na infância. Em certo momento, para mim, o goleiro argentino era lo más grande de todos. Quando comecei a me ligar em futebol, a torcer e sofrer pelo Santos com suas camisas brancas ou listradas alvinegras, eu gostava de jogar no gol. Brincava de ser goleiro, e nessas ocasiões eu era ele. Como é bom ser criança. Apesar da beleza do manto branco ou listrado, eu "sonhava ter aquela camisa azul com detalhes em preto", como disse o amigo santista Roberto Iizuka no Facebook.

Mas Cejas também jogava com uma camisa preta, e também com uma camisa cinza. Foi ele quem me fez a partir de então ser sempre atento aos goleiros, ter sempre admiração por eles, querer ser um deles.

Agustín Mario Cejas nasceu em Buenos Aires (1945), onde morreu nesta sexta-feira, 14 de agosto de 2015, aos 70 anos, de Alzheimer. Começou a carreira no Racing de Avellaneda. Jogou no Santos de 1970 a 1974, período em que atuou no Alvinegro em 253 jogos.

Conta a lenda (que me foi passada pelo primo e amigo palmeirense Marco Ferreira, pois não vi o lance) que certa vez o lateral direito Nelinho, do Cruzeiro, ia bater um pênalti. Todos daquela época lembram da bomba de Nelinho. Ele correu para a bola e bateu. No centro do gol, de pé, sem sair do lugar, Cejas encaixou o bólido. Parece que foi assim. Ouviu-se numa fração de segundo o som surdo do pé batendo na bola e ela batendo no peito do goleiro, um som em duas sílabas: tu-du.

Cejas foi um dos grandes que fizeram a camisa do Santos reluzir e que justificam o "orgulho que nem todos podem ter", que é o orgulho de ser torcedor do Santos Futebol Clube.

Descanse em paz.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Santos ganha Paulista, primeiro título de Robinho na Vila, em decisão com Palmeiras após 56 anos



Divulgação/Santos FC
Robinho e David Braz comemoram primeiro gol na Vila

Se fosse uma luta de boxe eu diria que o Santos ganhou por pontos, mas muito merecidamente. Poderia ter nocauteado, mas nocautear o Palmeiras não é fácil. 2 a 1 pro Alvinegro e 4 a 2 nos pênaltis.Foi o 21º título paulista e o 6º em dez anos: 2006, 2007, 2010, 2011, 2012 e 2015. 

O título foi o primeiro que Robinho conquistou dentro da Vila Belmiro, na primeira final que Santos e Palmeiras fazem em mais de meio século. Em 1959 os times disputaram uma decisão em três jogos depois de um campeonato em pontos corridos que terminou empatado entre as duas equipes, e o Palmeiras ganhou o título. 

Santos e Palmeiras disputaram 3 partidas no campeonato. Duas vitórias do Santos (2 x 1 na fase de classificação e 2 x 1 hoje) e o Palmeiras ganhou uma (1 x 0 no primeiro jogo da final). Duas vitórias a uma para o Alvinegro.

Parece-me que o Peixe não matou o jogo porque o técnico Marcelo Fernandes se acovardou quando ficou com um jogador a mais no segundo tempo e não foi pra cima. Quando Robinho saiu, o treinador preferiu colocar o discretíssimo Cicinho, e não alguém que ajudasse o time a ir para cima, como Gabriel.

Acho que o título paulista de 2015 é um prêmio justo a um time que jogou com o coração quando ninguém acreditava nele.

Muitos aplausos a três campeões que se destacaram: Robinho e Renato, que estiveram em campo. E Elano, que mesmo não tendo entrado na cancha, é um santista campeão sempre. Robinho, em particular, não passa pelo Santos sem levantar taça.

Destaque para Ricardo Oliveira, matador, que fez o segundo gol, um golaço, e Vladimir, o jovem goleiro que pegou um pênalti.


Aplausos também ao Palmeiras, que como sempre foi um grande adversário que só honrou o título do Santos na Vila Belmiro.

sábado, 2 de maio de 2015

Revolta da torcida do Santos contra a TV Globo não é recente


Não é verdade que "a revolta da torcida" do Santos com a TV Globo, como diz um portal em matéria de hoje, "se iniciou nas quartas de final do Paulista [de 2015]", quando a emissora dos Marinho preferiu exibir um filminho sem-vergonha no domingo em que o Peixe disputava a partida contra o XV de Piracicaba, às 16 horas do dia 12.

A revolta da torcida do Santos com a Globo já vem de longo tempo. O grito "chupa Rede Globo, é o meu Santos campeão de novo", entre outros ouvidos no treino do time hoje, véspera da final contra o Palmeiras, já vem de longa data. O vídeo abaixo, de setembro de 2012, quando o Peixe conquistou a Recopa Sul-Americana, no Pacaembu, é só mais um exemplo entre vários, como uma busca rápida na internet pode comprovar.


A recente partida contra o XV, é bom lembrar, foi no dia 12 de abril, data em que a Globo mudou escandalosamente o horário dos jogos dos estaduais para participar das manifestações golpistas contra a presidente Dilma na tarde daquele domingo, como já fizera no dia 15 de março.

A palavra é essa mesmo: escândalo, para definir o significado de uma empresa que atua por concessão pública adotar tais práticas. 

Para não falar de seu monopólio igualmente escandaloso não só do futebol brasileiro como do próprio calendário do esporte. Quem determina tabelas e horários do futebol no país não é a CBF, mas a emissora dos Marinho, como se sabe.

Quanto ao Santos, o clube é uma das incontáveis entidades prejudicadas por esse monopólio funesto que a Constituição proíbe, mas continua a vigorar no país. A Globo (com a subserviência da CBF) marca todos os jogos do time, nos fins de semana, para o horário noturno, salvo clássicos e decisões.

Quem quiser ver as partidas do Santos ou paga pay-per-view ou, no máximo, se conforma com a transmissão pelo canal pago Sportv, que também é da Globo, quando este acha por bem incluí-las em sua grade. Os jogos na Vila Belmiro só podem ser vistos no pay-per-view. Ou seja, mesmo pagando um "pacote" da TV a cabo, os santistas têm de pagar ainda mais se quiserem ver os jogos do seu time.

É por essas e outras que deve ser saudada a entrada da Fox Sports no circuito do futebol brasileiro. É a primeira emissora que de fato ameaça o monopólio espúrio da TV dos Marinho no futebol nacional. 


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Robinho, quatro vezes campeão, volta para casa


Reprodução
Robinho volta ao Santos pela segunda vez.  Um amigo, são-paulino, disse no Facebook que é um “enganador”. Outro, palmeirense, afirmou anos atrás que “não vale nada”, e mais recentemente que é “covarde”.

Não sei por quais motivos as pessoas têm esses julgamentos. Considerando que meus amigos não conhecem Robinho pessoalmente, creio que só pode ser despeito, algo inerente ao futebol. Os santistas não temos nada a reclamar do menino das pedaladas. Robinho é sinal de títulos. Nas duas temporadas em que esteve na Vila Belmiro levantou troféus. Os campeonatos Brasileiros de 2002 e 2004, o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil de 2010. Só não ganhou a Libertadores de 2011 porque saiu antes.

Nunca perdeu do Corinthians. Se não me trai a memória, foram sete vitórias e um empate contra o rival do Parque São Jorge.

Com uma perna só, poderia ter dado um brilho à seleção do general Felipão na Copa do Mundo que todos aqueles jogadores de quinta categoria que ele levou, juntos, jamais teriam a capacidade técnica, atlética ou mental de dar. Bernard, Jô, Hulk, a meia dúzia de volantes e outros. 

Dizem que está decadente. Vamos ver.

Em sua última passagem pela Vila Belmiro, jogou muito em 2010 e foi um dos principais protagonistas (junto com Neymar e Ganso) dos títulos paulista e da Copa do Brasil, de um time que foi um dos mais espetaculares do país nos últimos 20 anos.

Robinho disputou 213 jogos e marcou 94 gols pelo Santos. Dizem que já fez um golaço no treino. Na Vila, Robinho tem prazer de jogar. Não se pode dizer que vai arrebentar de novo.

Mas para os santistas, tanto faz que o adjetivem. Na Vila, ele está em casa.

Leia tambémO Espírito do Santos

quarta-feira, 26 de março de 2014

Santos faz 4 a 0 na Ponte e chega à semifinal do Paulistão com 30 gols marcados na Vila


O Santos de Oswaldo de Oliveira eliminou a Ponte Preta no jogo único pelas quartas-de-final do Campeonato Paulista de forma categórica, por 4 a 0, na Vila Belmiro.

Veja os gols, e (que ótimo!) sem narração de nenhum locutor chato (Uh-tererê!, grita a torcida na Vila) 



Destaque para o polivalente Thiago Ribeiro, que jogou no campo todo, roubando bola na defesa como se fora um volante ou chutando a gol como se fora um meia.

O volante-meia Cícero é fundamental para dar qualidade ao meio de campo, que tem no volante Arouca um esteio e no voluntarioso meia Geuvânio a ousadia. E no atacante Gabriel a malícia, e também a ousadia. O menino Gabriel tem confiança e chuta (como fez no terceiro gol do time), enquanto o caríssimo Leandro Damião, em jogada semelhante, depois, sem a mesma autoconfiança, preferiu tentar um passe equivocado.

Mas lembremos que Damião fez uma jogada espetacular, dando um passe de bicicleta para Geuvânio entrar sozinho e fazer 2 a 0 logo no início do 2º tempo, e a partir daí o jogo ficou fácil.

O time do Santos tem sabido se defender e armar bem para anular o adversário em seu (do Santos) campo de defesa. E no contra-ataque tem sido mortal, com as assistências que podem vir dos pés de Geuvânio, Cícero, até mesmo Arouca em alguns momentos.

A defesa tem se comportado bem, com titulares ou reservas. A dupla de zaga (de reservas) Neto e David Braz, que atuaram na vitória contra o Palmeiras por 2 a 1 no domingo na Vila e nos 4 a 0 de hoje contra a Macaca, está dando conta do recado. Particularmente, Neto foi surpreendentemente seguro nos dois jogos.

O problema da equipe da Vila Belmiro são as laterais. Pela direita, Cicinho é voluntarioso e afoito, costuma levar bola nas costas e não é muito inteligente; pela esquerda, o chileno Mena é lento e dá a impressão de que nunca vai estar lá para cobrir (ou seja, também leva bola nas costas).

Seja como for, o Peixe eliminou a Ponte com mais uma das várias goleadas que aplicou no estadual deste ano, com destaque para os 5 a 1 contra o Corinthians.

O Alvinegro da Vila jogou 9 vezes em seu campo até aqui no Paulistão: foram 9 vitórias, 35 gols a favor (3,33 por partida) e 5 contra. Está na semifinal jogando um futebol bonito, parecido àquele que sua torcida gosta, que mostra em campo o espírito de Santos.

PS: duas horas e meia depois, o Penapolense do técnico Narciso eliminou o São Paulo Futebol Cube do glorioso Muricy Ramalho na disputa de pênaltis por 5 a 4, depois de um exuberante 0 a 0, digno de um Tricolor de Muricy.

Como o Santos enfrenta agora, na semifinal, o Penapolense, e tem tudo para ir à final, e o Palmeiras precisa ganhar nas quartas do Bragantino amanhã (hoje, quinta-feira 27) e depois enfrentar na semi o Ituano (que eliminou o Botafogo de Ribeirão Preto), é possível que finalmente (finalmente!) Santos e Palmeiras façam uma final depois de muitas décadas.

Ainda não consegui apurar concretamente qual foi a última vez que o prélio Palmeiras x Santos foi a final de alguma coisa. O que até agora consegui saber foi que decidiram o Paulista de 1959 numa "melhor de 4 pontos", e que o Alviverde levou a taça: link do Futepoca

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Santos, o artilheiro do mundo (ensaio sobre futebol)


Alvinegro da Vila é o time que marcou mais gols na história do futebol, 12.003, até a data de hoje. No sábado 1º de fevereiro, o menino Gabriel, agora mais um dos lendários meninos da Vila, com seus 17 anos, anotou o tento de número 12 mil da história do clube, contra o Botafogo de Ribeirão Preto na Vila Belmiro, na goleada por 5 a 1, após massacrar o Corinthians pelo mesmo placar três dias antes.


Ivan Storti/Divulgação Santos FC
O "menino da Vila" Gabriel, autor do gol 12 mil, aos 17 anos



O título do post é autoexplicativo. Nunca consegui falar de futebol de maneira muito informativa. São as minhas divagações de sempre, que às vezes fogem quase completamente do tema.

Os que me conhecem já devem estar pensando que venho dizer que o Santos é isso, que o Santos é aquilo, que é mágico, que é filho de Iemanjá, que parou uma guerra, que o Santos é o time mais glorioso de todos os tempos etc. etc. etc. Não, nada disso, não vim falar nada disso. Mesmo porque se dissesse isso diriam: "mas o Santos só tem dois títulos do Mundial de Clubes, um título da Recopa Intercontinental, três títulos da Copa Libertadores da América, um título da Recopa Sul-americana, um da Copa Conmebol, um da Supercopa Sul-americana, oito Campeonatos Brasileiros (títulos nacionais unificados), uma Copa do Brasil, cinco títulos do Torneio Rio-São Paulo, vinte do Campeonato Paulista, uma Copa Paulista etc. etc. etc." e sei lá o que mais diriam... Mas aos que diriam isso eu digo que também não vim falar disso, porque sei que há clubes no mundo com mais títulos que o Santos. Também meu objetivo não é justificar o fato de o Santos ser o único time grande do futebol brasileiro que não pertence à capital de seu Estado, pertence a uma cidade com menos de 500 mil habitantes.

Sei que o futebol é um ramo bastante poluído pelo enorme interesse que desperta. Há bilhões de dólares circulando no futebol. Seria um hipócrita se dissesse que é apenas um esporte e que os negócios pouco interferem. Porém, há motivos justos para se gostar do futebol, independentemente dos resultados, que são descaradamente manipulados, em alguns casos que todo boleiro bem informado conhece. E ainda assim há motivos para se gostar do futebol.

Os que me conhecem costumam dizer que sou santista porque meus pais são santistas. Este fato não nego, porém também não afirmo, pois não posso retroceder no tempo, alterar o destino e depois colocá-lo em andamento novamente para saber qual seria o resultado do meu presente. Mas uma coisa posso afirmar, se não fosse santista, muito provavelmente hoje em dia teria um certo desinteresse pelo futebol. Quando era criança, tive alguma empatia pelo Clube de Regatas Flamengo, mas apenas a ponto de querer que vencesse os demais times que não fossem o Santos. Hoje em dia o Mengão não passa de mais um clube dentre os tantos no mundo, com uma gigantesca torcida preta e vermelha, combinação que me agrada os olhos.

Retomando, vim aqui para dizer apenas uma coisa, todas as outras coisas que disse podem cair em argumentações sem fim e reafirmo que há outras atividades na vida além de discutir futebol.

Mas há algo que ainda vale a pena e em que dólar nenhum manda.

Há quem diga que título é o que importa. Para estes, eu diria que passem a ser fanáticos torcedores do Real Madrid (time pelo qual nutro verdadeira ojeriza), do Barcelona, do Bayern de Munique, do Milan, da Juventus etc. etc. etc. É natural que um time tenha a necessidade de ganhar títulos. O Santos não é o time com mais títulos no mundo.

Vincent Van Gogh, para os meus olhos o maior pintor de todos os tempos, vendeu apenas um quadro em sua vida, o que quer dizer que suas conquistas em termos de “títulos” beiraram o zero. Carlos Drummond de Andrade, para o meu cérebro comum, o maior poeta que já li e imenso contista, nem em dez reencarnações faria fortuna como já fez J. K. Rowling com seu Harry Potter. Esta é uma comparação desmesurada, claro, mas nem sequer posso comparar Drummond a algum poeta que tenha ficado rico apenas vendendo poesia, pois não há, a despeito de a poesia ser geralmente pioneira nas tendências da arte.

Sim, preciso ver arte no futebol, de outra forma teria verdadeira preguiça de assistir a jogos. Bom, cansei de dizer o que não diria. O único fato que me leva a redigir tantas letras em favor do futebol é a arte que nele há. E nisto diria que há ainda um motivo justo para se gostar de futebol, para ligar a diabólica televisão ou conectar-se à poluída internet para ver um jogo: o gol. É claro que só marcar gols não é suficiente para ganhar jogos nem títulos, mas é natural que um time que faça muitos gols ganhe muitos títulos, mesmo que não todos! O gol é a maior alegria de um torcedor. Jamais torceria para meu time ganhar um campeonato fazendo poucos gols e sofrendo menos que fazendo. Sinto verdadeiro tédio com isso.

Senti verdadeiro tédio quando, após ganhar a Libertadores com o padrão de jogo característico, Muricy Ramalho transformou o Santos em um time de futebol horroroso e retranqueiro. Para os adoradores do futebol de resultado, diria que poucas vezes me deu tanto prazer de ver futebol quanto no simples Campeonato Paulista de 2010. Há torcedores que não tiveram tanto prazer vendo seu time ganhar o Campeonato Brasileiro. Para mim, ver o Santos jogar nunca foi motivo de luta, guerra ou resultado, mas simplesmente bom futebol e acima de tudo gols!

Mas, infelizmente, não são todos os torcedores do mundo que elegem o gol e um futebol bonito de encher os olhos de leigos e troianos como as melhores características dos clubes para os quais torcem. O objetivo de um time de futebol é fazer gols. Também é não tomar, mas, como disse, sinto tédio com jogos em que o objetivo de um time é não tomar e, quem sabe, fazer. Ser um campeão invicto com um a zero, meio a zero, um décimo a zero é algo que, particularmente, não me agrada.

Estou aqui para lembrá-los de que a torcida do Santos Futebol Clube é a torcida mais feliz do mundo e que mais tem motivos para ignorar a desgraça política em que está metido o futebol. Gols, moleques que só querem saber de brincar com a bola e fazer gols. Fiquem com os seus Barcelonas (Muricy já foi embora e levou os quatro a zero com ele), Real Madrids, Milans, Palmeiras, Corinthians, São Paulos, Boca Juniors... o Santos é o artilheiro do mundo. Venham bater uma bolinha irreverente com o Peixe, e quem sabe, num dia inspirado, a poesia aconteça mais uma vez.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Santos massacra o Corinthians no primeiro clássico de 2014 - "Uh tererê", grita torcida na Vila


Veja os gols do jogo ao final desta postagem

Divulgação


"Uh tererê, Uh tererê", "olé, olé, olé", cantava a torcida alvinegra da Vila no alçapão, após o massacre no primeiro clássico do ano: Santos 5 x 1 Corinthians.

Arouca, Gabriel, Thiago Ribeiro, Bruno Peres e Thiago Ribeiro anotaram para o Peixe, em jogadas trabalhadas e rápidas, ao estilo do Santos dos bons tempos. Cinco golaços. Guilherme, num belo chute de fora da área, achou o gol corintiano ainda no primeiro tempo, que acabou 2 a 1.

Como todo mundo sabe, 2 a 0 ou 2 a 1 contra o Corinthians não é resultado. Mas o que se viu foi um Corinthians perdido, envolvido pela rapidez santista, em contra-ataques envolventes, inversões de jogo e movimentação permanente do meio de campo para a frente com Arouca, Alan Santos, Cícero, Thiago Ribeiro, Geuvânio e Gabriel (depois Stefano Yuri). Assim, o Peixe abria a defesa do Timão, já cheia de buracos e espaços a partir do meio de campo, muito longe da equipe compacta da época de Tite.

Arouca, um gigante, fez até gol, coisa rara (o terceiro em 213 jogos pelo clube). Na zaga, a que se dá pouca atenção numa goleada como essa, destaque para o zagueiro Gustavo Henrique, com grande atuação.

Um começo nada ruim para o time de Oswaldo de Oliveira, e principalmente para a torcida santista, que domingo já havia comemorado o título da Copinha diante do... Corinthians.

E Mano Menezes, nessa toada, vai ter que desligar o fogo porque senão sua batata já vai assar. "Não é mole não, tem que ser hôme pra jogar no Timão", gritava a torcida enquanto Mano falava à imprensa...

É muito cedo para comemorações, mas o Alvinegro da Vila parece caminhar num rumo interessante, investindo na base, colocando a molecada para jogar, misturada a jogadores mais experientes e também talentosos como o meia Cícero e o atacante Thiago Ribeiro.

E com um técnico que privilegia o jogo ofensivo. O Espírito do Santos está de volta?

Veja os gols:



quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Santos de Claudinei mete 3 a 0 no São Paulo de Muricy na Vila. Tá bom



Divulgação/Santos FC
Capitão Dracena sobe no terceiro andar para fazer 1 a 0

Cheguei em casa hoje disposto a ver Santos x São Paulo direto da Vila Belmiro. “E aí, seu Edu, hoje é dia!”, me recepcionou Francisco, o simpaticíssimo porteiro da noite no condomínio, são-paulino, que tem uma bela voz de radialista (se existisse o ProUni quando Francisco era menino...). Concordamos que o empate estava de bom tamanho para ambos no San-São, na atual conjuntura.

Tenho visto muito pouco o Santos jogar, seja por falta de tempo, seja porque tem passado cada vez menos na TV aberta e nos canais pagos. Quem não tem pay-per-view (que já assinei, mas cancelei, porque acho um roubo) quase não vê mais o Peixe ao vivo. O que, na boa, é discriminação. A torcida santista na capital é enorme.

Mas, hoje, passou na Globo, eu não tinha que trabalhar e assisti.

Os melhores momentos de Santos 3 x 0 São Paulo - 02/10/2013


Vi logo de cara Aranha defender uma bola de Luis Fabiano que para mim era gol. Mas vi o Peixe fazer 1 a 0 aos 22 minutos do primeiro tempo, no terceiro escanteio seguido em que a zaga são-paulina permitiu ser atacada passivamente, algo estranho no time de um treinador (Muricy Ramalho) que prima pela defesa bem postada. No terceiro corner consecutivo, gol de Dracena, o capitão.

Vi o Peixe perder dois gols feitos logo em seguida, desperdiçando a chance de aniquilar o Tricolor ainda no primeiro tempo. Pensei: isso é típico do Santos, perder gols e tomar o empate.

Depois, o volante santista Alison foi expulso por uma entrada criminosa e injustificável em Douglas. Cartão vermelho mais do que merecido.

Tensão. Se o São Paulo jogasse a partir de então como contra o Grêmio no domingo passado (quando perdeu por 1 a 0 no Morumbi, mas jogou bem), provavelmente empataria. Tinha um jogador a mais, ainda no primeiro, e todo o segundo tempo pela frente. Se não me engano, foi Douglas quem perdeu um gol feito, num rebote do goleiro Aranha, nos estertores dos primeiros 45 min.

Intervalo.

E logo aos 12 da segunda etapa, um contra-ataque fulminante acabou em cruzamento do lateral direito Cicinho (ex-Ponte Preta) e chute de primeira de Thiago Ribeiro. Golaço e 2 a 0.

Depois, o que vi foi um São Paulo apático, Muricy Ramalho com uma postura passiva, amuado, no banco de reservas. O Tricolor passou a exercer um “domínio territorial” (como se dizia antigamente) absolutamente estéril diante de um Santos bem postado, defensivo, mas ameaçador como uma cobra armando o bote.

E o bote final veio em outro contra-ataque, também com passe de Cicinho para o veterano Léo (que entrara no lugar do cansado Thiago Ribeiro) estufar as redes: 3 a 0. “Uh, tererê”, gritava a torcida alvinegra na Vila, assim como no gol de Dracena.

No Santos, os destaques foram justamente o lateral Cicinho, que apoiou muito bem e cumpriu a função defensiva, e Arouca, um gigante, que transfigura a equipe quando joga e está em forma, e volta aos poucos de um período em que se recuperou de lesão. Com ele, existe marcação competente e cobertura tantos dos laterais que avançam quanto dos buracos centrais. Impressionante o que joga esse Arouca.

E vi, com que prazer!, Claudinei Oliveira humilhar Muricy Ramalho na Vila Belmiro.

Em 6° lugar, o Peixe está a 5 pontos do G4 (36 pontos contra 41 do Atlético-PR). O São Paulo, em 16°, pode entrar na zona do rebaixamento se o Vasco vencer o Inter hoje (quinta) no Rio.

Enfim, foi o que vi. Santos 3 x 0 São Paulo. E de quebra ganhei aposta de um companheiro são-paulino de redação. Como dizia aquele personagem de Chico Anísio, o Coalhada: “Mas hein!”

E o Ganso? Hoje, uma nulidade.

Não posso deixar de encerrar dizendo que o Brasileirão de 2013 está muito chato, e a cada ano que passa cada vez mais chato. Me convenço mais e mais de que esse negócio de título por pontos corridos é pra inglês (europeu) ver. Adotou-se aqui pra copiar o “primeiro mundo” (complexo de vira-lata), todo mundo aplaudiu (“jornalistas esportivos” principalmente) e agora ficou esse negócio morno. E chato.


domingo, 29 de setembro de 2013

Portuguesa espetacular, Corinthians em crise e medíocre Santos é o melhor paulista no Brasileiro


Se a Portuguesa já foi destaque na semana passada, ao derrotar o Internacional no Sul por 1 a 0, o que vamos dizer hoje, quando aplicou a sonora, eu diria ensurdecedora goleada de 4 a 0 no Corinthians de Tite no estádio Morenão, em Campo Grande (MS). Por que em Campo Grande? Porque o clube da zona leste da capital foi punido, junto com o Vasco da Gama, pela pancadaria protagonizada pelas torcidas dos dois times no dia 25 de agosto, no empate de 1 a 1 no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
(**Erramos: ao contrário do que eu disse acima, o jogo foi em Campo Grande porque, devido a problemas financeiros, a Portuguesa "vendeu" o mando de campo do clássico contra o Corinthians, que seria no Canindé, a um grupo de empresários. "Erramos" à parte em relação a esse jogo da Portuguesa, ressalte-se que o Corinthians foi realmente punido devido à pancadaria do jogo contra o Vasco.* Por conta disso, seu próximo jogo, que seria no Pacaembu, contra o Bahia, quarta-feira, será realizado em Mogi Mirim.)



A última vez que a Lusa goleara o rival da capital por 4 a 0 foi no longínquo 29 de maio de 1968, pelo campeonato paulista.

A Lusa dá uma boa respirada e chega a 11° lugar, com 31 pontos, ficando a 6 pontos da zona do rebaixamento, já que o Criciúma, 17°, o primeiro dos quatro que cairiam hoje, tem 25. A Portuguesa ganhou uma gordurinha oportuna, pois pega na próxima rodada o líder Cruzeiro, e pode perder sem precisar se desesperar.
  
Impressionante a Portuguesa, assim como é impressionante a espetacular queda do Alvinegro do Parque São Jorge desde maio, quando o recém-campeão mundial conquistou o Paulistão e ainda contava com o camisa 8 Paulinho no time. Só há uma explicação, que se ramifica em duas: (1) o ciclo de Tite acabou e (2) o elenco quer derrubar o treinador.

A derrota do São Paulo pro Grêmio, por 1 a 0, em pleno Morumbi, se deu graças ao goleiro Dida, que pegou até vento, e ao golaço de Vargas para os gaúchos aos 22 do segundo tempo. E o tricolor paulista volta a beirar o abismo, em 16° lugar, com 27 pontos, só 2 à frente do 17° Criciúma.

E o Santos, como era mais do que esperado, perdeu para o Atlético-MG no Independência, por 3 a 1.

Outra coisa impressionante neste Brasileirão 2013 é que o Santos, com sua campanha medíocre, hoje em 9° lugar, ainda consegue ser o melhor time paulista no campeonato. A seguir vêm Portuguesa (12°), Corinthians (13°), São Paulo (16°) e Ponte Preta (19° e penúltima colocação).

Pelo andar da carruagem, pela primeira vez em não sei quantos anos, o futebol paulista não colocará nenhum representante no G4. O Corinthians ainda disputa uma vaga à Libertadores porque está na Copa do Brasil. Mas aposto 10 contra 1 que não levantará a taça nem que a vaca tussa.

E o futebol de São Paulo terminará 2013 de maneira lamentável. Bem feito.

***

*O asterisco no primeiro parágrafo era só pra colocar esta nota lembrando que (não vou citar o nome) um dos 12 corintianos presos na Bolívia acusados de matar o jovem Kevin Espada, recentemente soltos, participou da pancadaria com torcedores do Vasco no dia 25 de agosto, no Estádio Mané Garrincha.

Quer dizer, o marginal que participou da arruaça que culminou na morte do menino na Bolívia estava fazendo nova arruaça... em Brasília! E ainda há quem defenda esse tipo de criminoso.

domingo, 22 de setembro de 2013

Lusa é destaque da 23ª rodada do Brasileiro. E o Santos (apesar da torcida) se aproxima do G4


A Lusa foi a Novo Hamburgo (RS) e lá bateu o Internacional por 1 a 0. Quem diria. Certamente o destaque da rodada. Com os 3 pontos, a Portuguesa do técnico Guto Ferreira (quem?) dá uma escapada da zona de rebaixamento e chega a 28 pontos, a uma honrosa 14ª colocação no Brasileiro. Entre os paulistas, à frente de São Paulo (15°, 27 pontos) e Ponte Preta (19°, 22), e atrás de Santos (7°, 32 pontos) e Corinthians (11°, com 31). Brava Lusa.

Veja o gol da Lusa contra o Inter:



O segundo destaque da rodada é o Santos. E, por contraste, sua insuportável torcida. Apesar de no início do campeonato ser considerado candidato ao rebaixamento, em meio a uma crise política, técnica e no meio de uma reformulação, órfão de Neymar, o time comandado por Claudinei Oliveira vem se superando, contra todas as previsões contrárias.

Disputadas 23 rodadas (60%) do campeonato, o time do jovem treinador de 44 anos, responsável pela base e pelo time campeão da Copa São Paulo de Futebol Junior de 2013, é o melhor colocado entre os paulistas. Tem ainda um jogo a menos, que será realizado quarta-feira na Vila Belmiro, contra o lanterna Náutico. Se ganhar (o que deve ocorrer), o Santos estará em 5° lugar, com 35 pontos, à beira do G-4, a apenas 4 pontos do claudicante Grêmio de Renato Gaúcho. 

E mesmo assim, vejo santistas reclamarem que Claudinei Oliveira é "técnico de time pequeno", que o time jogou "como pequeno" na Vila na vitória de 2 a 1 sobre o Criciúma hoje... 


Enfim, a torcida do Santos é muito chata. Não sei o que acontece. Sei muito bem o que é ver o Santos jogar na Vila Belmiro e portanto posso dizer sem medo de errar: o santista é aquele que aos 15 minutos do primeiro tempo, se o time enfrenta dificuldades e não agrada, já está vaiando. Vaia até quando ganha. Ao contrário de palmeirenses e corintianos, que empurram o time mesmo nas dificuldades, o santista joga contra. É um dos torcedores mais chatos que há.

Acho que Claudinei tem que ser apoiado por quem se diz santista. Ele simboliza um Santos que busca a renovação, que tem tentado colocar os meninos pra jogar, mesclando com os jogadores mais experientes que tem à disposição. Mesmo com todas as dificuldades e as cobranças, após assumir o time de Muricy Ramalho com seu salário de R$ 700 mil, Claudinei vai tocando. Está bem na tabela. Está bem na fita. E os santistas reclamando. Impressionante.

Bando de loucos

Outra coisa impressionante é a revolta do "bando de loucos" contra Tite. O "fora Tite" invadiu as redes sociais. Torcida organizada entra no clube com o beneplácito da diretoria do clube para cobrar o elenco e o treinador, que há pouco mais de um ano era campeão da Libertadores e há 9 meses campeão do mundo. 

O empate contra o cada vez mais líder Cruzeiro por 0 a 0, hoje, seria um resultado normal para o time de Tite num clássico nacional como esse, mas na atual conjuntura foi um resultado ruim. 

A última vitória do Corinthians no Brasileiro foi dia 1° de setembro, 4 a 0 contra o Flamengo. Depois foram quatro derrotas e dois empates: perdeu para Inter, Botafogo, Ponte Preta (todos fora) e Goiás (no Pacaembu), e empatou com Náutico e Cruzeiro (ambos no Pacaembu). Que fase!, como diria Milton Leite.

Mas é preciso notar que o caso corintiano é diferente do santista num ponto fundamental: o time da Baixada está no início de um processo, enquanto o Timão, ao contrário, no fim de um ciclo. Ambas as torcidas estão insatisfeitas. Na minha opinião, os santistas reclamões têm bem menos razão do que os corintianos.

São Paulo de Muricy

Já Muricy Ramalho perdeu hoje sua primeira partida após a volta para seu amado São Paulo, para o Goiás, por 1 a 0, no Serra Dourada. Derrota normal, visto que o Goiás tem tradição e nunca é um adversário fácil de enfrentar. O professor Muricy vai ter que trabalhar bastante. Seu tricolor está em 15° lugar, só 3 à frente de Vasco e Criciúma, que estão dentro do Z-4, a zona da degola.

É um desafio interessante. Pois Muricy é um treinador que baseia seu jogo na defesa. Vamos ver como ele supera a dificuldade de ter de atacar, fazer gols e vencer, para não cair.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O Santos de Aranha e Claudinei, o São Paulo de Muricy, Neymar e os imbecis


Divulgação/SFC
Pegando tudo
Não vi, pois estava trabalhando, mas o que vale é que, jogando com Aranha, Cicinho, Edu Dracena, Gustavo Henrique e Emerson; Alison, Alan Santos (Renê Júnior), Cícero e Leandrinho (Renato Abreu); Giva (Everton Costa) e Thiago Ribeiro, o Santos de Claudinei Oliveira bateu o Internacional em Novo Hamburgo (RS) por 2 a 1, ontem. E a sorte está ajudando: vi os gols, e Renato Abreu, aquele, entrou no segundo tempo e, na primeira bola que tocou, batendo uma falta, fez o segundo gol do time. Aranha está pegando até pensamento e fazendo a torcida esquecer Rafael...

Nada mau para um time dado como candidato ao rebaixamento, que passou por crise recente, com queda (bem-vinda) de Muricy Ramalho, afastamento do presidente e capacidade dos jovens valores de superar as dificuldades colocada em xeque.

O primeiro turno termina com o Peixe em 7° lugar, com 28 pontos, e uma ressalva: deve ainda um jogo, adiado quando da viagem a Barcelona, contra o Náutico. Considerando que o time pernambucano está quase rebaixado faltando metade do campeonato, e que o Santos tem tudo para vencer esse jogo, o 19° e último que ainda tem de realizar para completar a tabela, o Alvinegro da Vila terminaria a primeira fase do torneio com 31 pontos, em 5° lugar, um à frente do mesmo Inter e do badalado Corinthians, que, aliás, empatou com o próprio Náutico no Pacaembu domingo passado, numa zebra que eu teria errado se jogasse na Loteria Esportiva, o que mostra que “futebol  é uma caixinha de surpresas etc.

Seja como for, o Santos vem de três vitórias e uma derrota, sendo dois triunfos fora de casa ( 2 a 0 sobre o Fluminense e 2 a 1 contra o Inter), um na Vila (1 a 0 contra o sempre perigoso Goiás) e uma derrota esperada para o Atlético-PR em Curitiba.

Nada mau, como disse acima.

Muricy volta para casa

A volta de Muricy Ramalho (“bom filho à casa torna”) ao São Paulo era a notícia mais esperada do século. Eu, que não sou nem jornalista esportivo, já previa isso, como é testemunha uma amiga são-paulina a quem, pessimista com o futuro do time (“vai cair pra segundona”)  eu disse há quase três semanas: “não se preocupe, o São Paulo vai demitir Autuori e contratar Muricy, que vai acabar salvando”. 

O futebol de Muricy é horrível, mas a levantada de que o time precisa, a injeção de ânimo, vai livrar o time do rebaixamento, acredito. Embora eu tenha ouvido de um são-paulino ao saber da contratação do treinador: "ninguém merece".


Neymar e os imbecis

E a seleção de Felipão? O que seria dela sem Neymar, que arrebentou com o jogo ontem, na vitória de 3 a 1 contra Portugal, fazendo um daqueles golaços que os santistas estávamos acostumados a comemorar? 

O lamentável foi ouvir, de jornalistas euro-subservientes e toscos cujos nomes nem vale a pena citar, que Neymar demonstrou ontem estar mais consciente, mais encorpado, ganhou até dois quilos depois que foi para o Barcelona, e por isso tudo está rendendo mais na seleção! Meu Deus, como tem imbecil neste mundo.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Luis Álvaro cai


Divulgação/Santos FC
Depois da pressão que já vinha crescendo nos bastidores e se tornou enorme com a exposição do clube a um dos maiores vexames de sua história (a derrota de 8 a 0 para o Barcelona), que foi mais um dos efeitos da falta de planejamento e/ou comando em sua segunda gestão, Luis Álvaro Ribeiro, o Laor, pediu licença de um ano da presidência, alegando motivos de saúde.

Sou dos que defendiam a renúncia ou até mesmo o impeachment, mas discordo de manifestações apaixonadas como li no Facebook: “Triste fim de um santista”, ou “Além de incompetente, é covarde”.

Primeiro, porque não me parece respeitoso. Em segundo lugar, porque, se é verdade ou não, ele alega problemas de saúde que parecem verdadeiros, haja vista as constantes internações. Não sou maniqueísta, dos que veem as coisas como a eterna oposição mal x bem, certo x errado, Lennon ou McCartney, Chico ou Caetano e por aí vai. O trabalho de Laor tem méritos inegáveis, como os seis títulos conquistados desde 2010.

Feita a ressalva, as coisas precisam mudar. Tudo na vida é assim.  A gestão estava sem rumo. Assim, a opção pela licença soa como uma espécie de renúncia branca, uma saída à francesa e, acho eu, definitiva (espero). Em resumo, uma solução diplomática para uma necessidade política.

Canso de ouvir conceituados “cronistas esportivos” dizerem, quando um treinador é demitido, avaliações como: “no Brasil é assim, o culpado é sempre o técnico”, “falta profissionalismo” e outros clichês. Tudo bobagem. Se Adilson Batista não tivesse dado lugar a Muricy Ramalho em 2011, o Santos não teria ganhado a Libertadores; mas, se Luis Álvaro tivesse usado sua autoridade de presidente ao invés de delegar tudo ao tal “comitê de gestão” e tivesse demitido Muricy quando era preciso, a era Neymar não teria sido a sucessão de dois anos de péssimo futebol e decepções, o que só desgastou o presidente desde a conquista da Libertadores em 2011. Desde então, os títulos paulista (2012) e da Recopa (2012) não chegaram a enganar os santistas mais atentos e só serviram para prolongar a malfadada permanência de Ramalho na Vila, ganhando estratosféricos R$ 700 mil por mês, ele e sua panelinha de auxiliares e assessores inúteis.

O vice Odílio Rodrigues assumirá o cargo. Resta saber se a falta de planejamento e de comando vai ser corrigida para que o clube possa retomar seu caminho vitorioso, o que é urgente nesse momento de reformulação. Por mim, caíam fora também o tal Comitê de Gestão, o próprio Odílio e se convocavam novas eleições.

De resto, de minha parte, desejo sorte a Luis Álvaro e que recupere sua saúde. 

sábado, 3 de agosto de 2013

Conselheiro quer a renúncia de Luis Álvaro. Eu e muitos santistas também



Celso Leite, conselheiro do Santos há 12 anos, está fazendo uma mobilização para pedir a renúncia do presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, e do Comitê de Gestão do clube, que, pelo visto, está destruindo a imagem do Alvinegro.

Eu apoio. A vexatória, humilhante e histórica derrota por 8 a 0 para o Barcelona não pode ficar por isso mesmo.

“Foi um vexame mundial. Envergonhou o futebol brasileiro e maculou a história do clube. O sentimento é de revolta com quem dirige o clube. Colocaram os meninos em uma situação adversa. Um negócio estapafúrdio e sem nexo. Se o Barcelona ficou com a renda do jogo e também com o que arrecadou com a venda dos direitos de TV, não entendi porque o Santos fez isso”, disse o conselheiro, segundo o Globoesporte.com. Concordo.

Fora Comitê de Gestão. Fora Laor.

Vexame


Santos de Laor e São Paulo de Juvenal Juvêncio passam por dificuldades

O verbete Vexame, no dicionário Houaiss online: 1. ato ou efeito de vexar; vexação (...) 3. tudo o que causa vergonha ou afronta.

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Não quero parecer corneteiro, mas o Santos hoje conseguiu passar por um dos maiores vexames de sua história. Como dizia minha avó, “quem procura acha”. A humilhação já era esperada, mas foi demais para um time chamado grande. A impressão que se tinha é que era um time profissional contra um time de amadores.

Os gols do jogo estão abaixo.


Mas o que se podia esperar de uma equipe jovem, totalmente inexperiente, em reformulação, diante do poderoso Barcelona de Messi, Iniesta, Fábregas e... Neymar? A atual gestão do respeitável senhor Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro faz o Santos Futebol Clube se comportar muito aquém de sua história em alguns momentos, embora tenha sido vencedor no primeiro biênio, reconheça-se. A partir do segundo mandato, entretanto, a falta de planejamento ficou visível.

Bonachão, autointitulado modernizador, simpático santista de quatro costados, infelizmente Laor, como é conhecido, “governa” o clube entre uma internação e outra para cuidar de sua saúde. Em meio a uma visita e outra ao hospital, o mandatário ou seus subordinados venderam Neymar (ok, precisava vender mesmo, por motivos conhecidos) e marcaram a partida de hoje como parte das negociações. Resultado no Camp Nou, em Barcelona: 8 a 0, “fora o frete”, como diz um amigo. 

"Talvez não tenha sido o melhor momento para enfrentar uma equipe do nível técnico do Barcelona", disse o técnico do Santos, Claudinei Oliveira. Bingo!

Claudinei não tem culpa de nada, mas a torcida santista (e ele próprio) continua sem saber se o atual treinador é efetivo ou interino, dois meses após a saída da farsa que atende pelo nome de Muricy Ramalho e infelizmente consumiu dois anos da era Neymar com aquele futebol de quinta categoria, responsável, aliás, pelo primeiro vexame contra o Barcelona, em 2011, e, em certa medida, pior do que hoje, já que era uma partida oficial, valendo o título mundial. O time, então campeão da América do Sul, mostrou que não tinha comando e nem proposta tática aceitável.

O Santos hoje, de certo modo, também deu azar, pois pagou o pato pela acachapante derrota da seleção da Espanha na final da Copa das Confederações, em julho, quando o Brasil fez 3 a 0, fácil. O Barcelona é a base da seleção espanhola. Logo, hoje, precisava dar o troco. E deu. Com a ajuda da falta de planejamento da atual diretoria do Santos F.C.

O episódio serve para mostrar que Luis Alvaro Ribeiro, o simpático bonachão, já deu sua contribuição. O Santos não pode se apequenar como se apequenou hoje.


O Tricolor do Morumbi

O papelão do time da Vila Belmiro superou em muito o do São Paulo, que esta semana perdeu de 2 a 0 do Bayern Munique e de 1 a 0 do Milan, ficando na lanterna de um torneio de verão europeu. Perto dos 8 a 0 que o Santos levou, o pesadelo do Tricolor acabou como um pesadelo cor-de-rosa, digamos assim, com o perdão do trocadilho, que foi sem intenção. Mas o fato é que o pesadelo do Peixe foi mais tenebroso...

O problema do São Paulo é que está mergulhado em uma crise política que se reflete em campo, sem precedentes talvez em 30 anos. A crise política se dá em função da sucessão do todo poderoso Juvenal Juvêncio (que lembra os eternos Mustafá Contursi, Alberto Dualib e Marcelo Teixeira), Juvêncio com sua arrogância típica e apegado ao poder; e, dentro das quatro linhas, o retrospecto Tricolor, com Ney Franco ou Auturori, nos últimos dois meses, é uma catástrofe: pelas minhas contas, foram 14 jogos desde 2 de junho, resultando em 11 derrotas e 3 empates.

A última vitória do time de Rogério Ceni foi em 29 de maio, quando goleou o Vasco da Gama, no Morumbi, por 5 a 1, pela 2ª rodada do Brasileiro.

O time do Morumbi já disputou 11 dos 38 jogos (29%) de sua tabela no Brasileirão. Em 18° lugar, à frente apenas de Portuguesa e Náutico, já fez um ou dois jogos a mais do que todos os seus concorrentes, pois adiantou dois jogos por conta de sua viagem à Europa, onde perdeu do Milan e do Bayern.

Se a crise política persistir e o time não reagir, o rebaixamento “está logo ali”, como se diz nas Minas Gerais.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Muricy caiu. Até que enfim uma notícia boa no Santos


O Comitê de Gestão decidiu que Muricy Ramalho não é mais técnico do time profissional do Santos FC. A decisão foi comunicada ao treinador nesta quinta-feira (30/5).

“Muricy Ramalho assumiu como técnico do Santos FC em abril de 2011. Na ocasião, ajudou o Clube a sagrar-se bicampeão paulista, tri da Libertadores e vice-campeão mundial (...).             

Foto: Divulgação/Santos FC
“(...) O Santos FC inicia um processo de reformulação após um dos períodos mais vencedores da história de 101 anos do Clube, com seis títulos conquistados e dois vice-campeonatos em um período de 40 meses.”

Com essa nota oficial, termina o sofrido período Muricy Ramalho no Santos, com seu futebol feio, sem padrão tático e sem futuro, dois anos e um mês após o treinador assumir o comando da equipe. Na nota, o Comitê Gestor se refere a 40 meses como o período em que o clube é comandado pelo presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro. O treinador ficou no Santos por 25 meses, e ganhou a Libertadores (2011), dois Paulistas (2011 e 1012) e a Recopa de 2012, a taça que reúne uma disputa em ida-e-volta entre os campeões da Libertadores e da Sul Americana do ano anterior.

Sou dos que há muito tempo defendem a saída de Muricy do Santos. Ao dizer que, entre outras coisas, o treinador “ajudou o clube a sagrar-se vice-campeão mundial” em dezembro de 2011, o comitê parece estar zombando de quem não só viu aquele jogo com o Barcelona como acompanhou a semana que o antecedeu. O discurso derrotista do treinador e a falta de qualquer proposta de jogo convincente ajudaram, isso sim, o Santos dar um dos maiores vexames de sua história recente. 

Perder do Barcelona era esperado, mas não daquela forma vergonhosa. No ano seguinte, com um  futebol covarde e totalmente incongruente com o futebol que os santistas aprenderam a amar, e um time que tinha Neymar, o Peixe novamente teve postura indigna e caiu diante do Corinthians na Libertadores jogando como time pequeno. Incapaz de jogar com a base do clube, e portanto de entender o espírito do Santos, Muricy estava sempre culpando algo, de preferência os jovens jogadores, como Felipe Ânderson, principalmente, pela sua incompetência tática.

O título da Libertadores de 2011 foi conquistado graças a um elenco que tinha Rafael, Danilo, Edu Dracena, Durval, Léo, Arouca, Elano, Ganso e Neymar, o qual Muricy organizou ao suceder Adilson Batista, que com o elenco que tinha fazia um trabalho horrível e o time estava à beira da desclassificação da Libertadores na fase de grupos. Um treinador ganhando R$ 500 mil por mês como Muricy tem que apresentar alguma coisa, afinal.

Nos campeonatos brasileiros de 2011 e 2012, o Santos fez campanhas muito ruins para um time que entrou nas disputas candidato “no mínimo” ao G-4.  Ficou em ambos com 53 pontos, em 10° em 2011 e 8° em 2012.

De maneira que, após a notícia ruim da saída de Neymar, finalmente os santistas receberam uma notícia boa e o #foraMuricy foi vencedor.

PS: Triste é pensar que dois anos da era Neymar, na minha opinião o maior jogador do Santos pós-Pelé, foram perdidos com esse treinador que nunca vou cansar de chamar de farsa. Não por culpa dele, mas de quem o contrata por fortunas absurdas e da mídia que, fora raras exceções, acha o Muricy "um dos melhores do Brasil". Enfim, não adianta chorar pelo vinho derramado.

*Atualizado às 21:13

domingo, 26 de maio de 2013

Valeu, Rey


Reprodução



"Galera !!
Tô aqui reunido com amigos e familiares e eles me ajudaram a escrever algumas coisas aqui...
É que não vou aguentar até segunda-feira...
Minha família e meus amigos já sabem a minha decisão. 
Segunda-feira assino contrato com o Barcelona. Quero agradecer aos torcedores do Santos por esses 9 anos incríveis. Meu sentimento pelo clube e pela torcida nunca mudará.
É eterno !!
Só um clube como o Santos FC poderia me proporcionar tudo o que vivi dentro e fora de campo.
Sou grato a maravilhosa torcida do peixe que me apoiou mesmo nos momentos mais difíceis.
Títulos, gols, dribles, comemorações e as canções que a torcida criou pra mim estarão pra sempre em meu coração...
Fiz questão de jogar a partida amanhã em Brasília. Quero ter a oportunidade de mais uma vez entrar em campo com o "manto" e ouvir a torcida gritar meu nome... como diz o hino, "é um orgulho que nem todos podem ter..."
É um momento diferente pra mim, triste (despedida) e alegre (novo desafio). 
Que Deus me abençoe nas minhas escolhas...
E estarei sempre em Santos !!"



sábado, 25 de maio de 2013

Era Neymar acaba melancolicamente



Reprodução
Home do jornal  espanhol Marca na internet hoje

E eis que chega ao fim a era Neymar.

O maior ídolo do Santos desde Pelé (pelo menos para mim) atuou 228 vezes com a camisa alvinegra e marcou 138 gols, sendo o 13º artilheiro da história do clube e o primeiro da era pós-Pelé. Esses números podem ser ligeiramente alterados, já que amanhã tem a estreia no Campeonato Brasileiro, Flamengo x Santos em Brasília, e o craque está escalado. Depois tem a apresentação na seleção brasileira para a Copa das Confederações, terça-feira (28), e adeus.

Foram quatro anos, de 2009 a 2013, em que o craque honrou a gloriosa camisa branca com dedicação, alegria, ousadia e profissionalismo. Conquistou uma Libertadores (2011), três paulistas (2010, 2011, 2012), uma Copa do Brasil (2010) e uma Recopa (2012). Desses quatro anos, infelizmente dois foram sob a "batuta" do farsante Muricy Ramalho. Muitos dizem: ora, mas ele ganhou a Libertadores para o Santos. Ora, quem ganhou a Libertadores foram Rafael, Danilo, Edu Dracena, Durval, Léo, Elano, Ganso e Neymar. Eles é que conquistaram a América para Muricy colocar em seu currículo, como eu e muitos santistas achamos.

Às 20h49 de ontem o clube postou em sua página na internet a informação de que tinha decidido vender Neymar:

"O Santos FC informa que recebeu duas propostas pelo atleta Neymar da Silva Santos Junior. Diante das proposições e das condições do contrato do jogador, o Comitê de Gestão do Clube decidiu negociar o craque.
Neymar Jr e seu pai são esperados na Vila Belmiro para escolher qual proposta irá (sic) aceitar."

Os valores da negociação não estão claros ainda. Nem, pelo menos até o momento, qual clube, Barcelona ou Real Madrid, ele irá defender. Tudo indica ser o time catalão.

Como outras (Pelé, Diego-Robinho) que incorporam o espírito do Santos, a era Neymar termina melancolicamente e sem que o torcedor do Santos tenha perspectivas claras de um futuro digno da história do clube. O presidente Luis Álvaro Ribeiro, sensível e com sérios problemas de saúde, delegou o comando ao vice Odílio Rodrigues. As decisões são tomadas pelo tal Comitê Gestor, formado por empresários. Paulo Henrique Ganso rendeu R$ 24 milhões aos cofres do clube, que usou 70% d esse dinheiro para contratar o sofrível Montillo, por cerca de R$ 17 milhões. Montillo está no Santos há 4 meses e até hoje não fez uma partida decente sequer. Por aí pode-se ver a miopia dos atuais dirigentes, que sucederam Marcelo Teixeira dizendo que inaugurariam uma nova era de profissionalismo no clube, prometeram a criação de um fundo de investimentos de R$ 40 milhões e outras coisas que nunca se tornaram realidade.

O que mudou? Não defendo Teixeira nem quero que volte. Ele, aliás, foi quem amarrou Ganso e Neymar à DIS, tirando do Santos porcentagem enorme do valor dos "passes" dos atletas. O que quero dizer é que as raposas não abandonam o Santos.

E o fato é que a segunda gestão de Luis Álavaro vai até o fim de 2014, um tempo preocupante e interminável, considerando que, hoje, ninguém sabe por quanto tempo o time continuará mergulhado no verdadeiro fim de feira em que está. Olhando o medonho futebol que tem apresentado, a ressaca da saída de Neymar e a pavorosa "gestão" de Muricy Ramalho no comando técnico, não é exagero dizer que o time da Vila Belmiro começa o Brasileiro com chances de conseguir uma "façanha" inédita em sua história: cair para a segunda divisão.

Assim, eu pergunto: o Santos está vendendo Neymar. Mas quando vai se livrar de Muricy, Luis Álvaro e esses negociantes que compõem o tal comitê gestor?


domingo, 14 de abril de 2013

Os 101 anos do Santos Futebol Clube



Fotos: Reprodução/ Ricardo Saibun: Divulgação Santos FC


O Santos Futebol Clube completa 101 anos neste domingo. O querido time da Vila Belmiro entra em seu segundo século de existência como um dos mais gloriosos do mundo, com histórias, conquistas e lendas suficientes para encher muitos livros.

Sempre quando tem – em redações, mesas de bar, arquibancada etc – aquele velho papo de “qual a camisa mais bonita?”, citam-se as do Grêmio, do Cruzeiro, a tradicional do Palmeiras, a do Juventus, todas merecedoras de registro, com destaque para as dos times de Porto Alegre e, principalmente, da Mooca.

Mas sempre achei, realmente, o uniforme branco do Santos o mais bonito (o listrado vestido por Pelé na foto acima o clube não usa mais, o que é uma pena: tenho memória de grandes jogos com essa camisa, mas o regulamento que proíbe os times de jogarem com calções da mesma cor e a obsessão do presidente Laor pelo comemorativo mas já insuportável uniforme azul parece que relegaram a bela combinação ao esquecimento).

(Hoje em dia a gente vê muita gente andar vestida com uniformes de times estrangeiros. Daí, alguém poderia dizer que o uniforme do Real Madrid também é branco. Mas não é a mesma coisa, porque no uniforme se estampa algo essencial: o escudo do clube. O escudo do Real lembra a realeza – no sentido político, não metafórico: o Real é o clube dos reis de Espanha. Ponto. Entre as de times não brasileiros, gosto da camisa da Inter de Milão. E por aqui encerro os parênteses.)

Não obstante, a palavra realeza, no sentido futebolístico e metafórico, tem a ver com o Santos de Pelé e de Neymar, dois símbolos da coroa, embora haja tantos nomes que seria cansativo enumerar... Feitiço, Dorval, Mengálvio, Pagão, Coutinho, Pepe, Edu, Mauro Ramos de Oliveira, Ramos Delgado, Cejas, Clodoaldo, Serginho Chulapa, Elano, Diego, Robinho, figuras que encarnam o espírito do Santos, entre muitas outras.

Com algumas horas de antecedência da data (14 de abril) do aniversário, o Peixe, mais do que classificado para a próxima fase do estadual, presenteou sua torcida com uma goleada de 4 a 0 diante da pobre equipe da União Barbarense, no interior paulista. Registre-se que Neymar fez os quatro gols, e ainda teve um anulado. Apesar da insignificância do jogo em si (num campeonato já por si só inexpressivo), é digno de nota, pois não é todo dia que um atacante faz 4 gols num jogo. E também porque é bom para calar a boca da torcida do Santos – uma das mais chatas do mundo, que chegou até a vaiar Neymar recentemente.



O clube hoje

Outra nota a registrar é que, por ocasião de seus 101 anos, o time da Vila está é dando desgosto à torcida. O futebol que vem apresentando (apesar dos 4 a 0 no time de Santa Bárbara) é muito ruim, fruto dos conceitos de Muricy Ramalho, um treinador covarde taticamente e também no trato com seus comandados, além de grosso e arrogante; e o clube vem sendo administrado por um grupo de neoliberais tucanóides, investidores e banqueiros cuja propalada modernidade está dando com os burro n’água.

Após uma auspiciosa gestão entre 2010 e 2011, quando conquistou a Copa do Brasil, a Libertadores (Muricy apenas organizou um baita time que o lamentável Adilson Batista tinha desconstruído) e dois Paulistas, o time não dá sinais de sair do marasmo em que se encontra. As performances nos campeonatos brasileiros de 2011 e 2012 foram lamentáveis. No Mundial contra o Barcelona e na Libertadores de 2011 diante do Corinthians, o time caiu de modo pusilânime. Perder para o Barça era natural; para o Corinthians, normal, já que clássico é clássico. Mas não da forma como perdeu ambos os duelos.

E, por fim, o fato é que o presidente do clube, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, com seu nome de barão do café, infelizmente está sempre no hospital e ninguém sabe quem comanda.

E a era Neymar está chegando ao fim, sob o comando tosco de Muricy Ramalho, um treinador que definitivamente não me representa.


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Morre o velho Chico Formiga

Divulgação
O lendário comandante dos Meninos da Vila em 1978/79 morreu nesta terça-feira, de infarto, em sua casa, em São Vicente (litoral sul de São Paulo). Segundo o Santos Futebol Clube, ele chegou à Vila Belmiro “há exatos 62 anos” (em 22/05/1950), contratado junto ao Cruzeiro. Mineiro de Araxá, era de escorpião: nasceu no dia 11 de novembro de 1930.

Como jogador, foi zagueiro e, ainda segundo a assessoria do Peixe, “sempre apresentou soberania e muita classe, quando estava com a bola nos pés” e “não era do tipo de dar chutão”. Foi convocado para a seleção brasileira na Copa de 1958, mas foi cortado por uma contusão na virilha no período de preparação das equipes. Jogando no Santos, Formiga disputou 15 partidas pela seleção.

Em 1957, foi para o Palmeiras em troca por Jair da Rosa Pinto e do goleiro Laércio Milani e voltou à Vila em 1959, ficando até 1963.

Marcou três gols pelo Santos em 412 jogos. Estava no elenco campeão mundial em 1962, da Taça Libertadores da América (1962), da Taça Brasil de 1961 e 1962 e dos Paulistas de 1955, 1956, 1960, 1961 e 1962.

Como treinador, “inventou” o time dos Meninos da Vila campeão paulista na temporada 1978/79 (relembre aqui, na terceira parte de O Espírito do Santos). Ele foi o sexto técnico que mais vezes comandou o Alvinegro: 250 partidas, com 114 vitórias, 80 empates e 56 derrotas nos períodos de 1962/1978-1979/1982-1984/1986-1987.

Atualizado às 03:01 de 24/05/2012

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Mais uma vez com arte e magia, agora quem dá bola é o Santos, tricampeão paulista


A bem da verdade, o título paulista já tinha dono antes de começar a final Santos x Guarani nesta tarde, no Morumbi, onde mais uma vez o time da Vila deu a volta olímpica após bater o Bugre por 4 a 2, com dois gols de Neymar e dois de Alan Kardec (na partida de ida, 3 a 0 no mesmo estádio).

Como já disse várias vezes aqui, o Morumbi é um estádio onde o Alvinegro está acostumado a triunfar. Neymar não cansa de brilhar – e nem minhas retinas, tão fatigadas, de vê-lo brilhar com a camisa preto&branca, e, por vezes, azul. Além dos dois gols na tarde deste domingo, ele participou decisivamente dos outros dois, como se pode ver nos lances abaixo.



Desta vez, o título é especialmente significativo. Pois é um título duplo: o de campeão de 2012 e o de tricampeão paulista, façanha poucas vezes conseguida na história. No ano do centenário. A última vez em que um clube conquistara três vezes seguidas o Campeonato Paulista havia sido o mesmo Santos, mas o de Pelé, em 1967/68/69, que também foi tri de 1960 a 62. Os outros times que levantaram o tricampeonato foram o Palestra Itália (1932 a 34) e três vezes o Corinthians (1922-24, 1928-30 e 1937-39 – quando meu avô era jovem). Depois da Libertadores de 2011, com o tricampeonato paulista de 2012 o Santos de Neymar continua avançando e igualando marcas.

E o “craque da camisa número 11”, como diria Silvio Luiz, foi o artilheiro do Paulistão com 20 gols. Ele anotou ainda sete tentos pela Libertadores, até agora. Em 24 partidas este ano (16 pelo o estadual e 8 no torneio continental), o craque mandou a bola às redes 27 vezes, média impressionante de 1,125 gol por jogo. Neymar chegou na final do Paulistão a 108 gols com a camisa do Santos, sendo aos 20 anos o maior artilheiro da era pós-Pelé e o 16° da história do clube. O 15° é Vasconcelos, que tem 111.

Foto: Bruno Giufrida - Divulgação/ Santos FC
Neymar comemora o tri na Vila

Considerando o século XXI, o Alvinegro Praiano tem um cartel de títulos invejável. Depois da fila de 17 anos sem títulos (importantes*), em 2002 o Peixe inaugurou uma era vencedora. Desde então, foram dois Brasileiros (2002 e 2004), cinco Paulistas (2006/07/10/11/12), uma Copa do Brasil (2010) e uma Libertadores (2011). O tricampeonato paulista conquistado neste domingo é um galardão à parte. É um tricampeonato. Mais uma vez com arte e magia, agora quem dá bola é o Santos.

Ficha Técnica

Santos 4 x 2 Guarani
Morumbi, São Paulo (13 de maio de 2012)

Gols: Alan Kardec, a 1min; Fabinho, aos 4min; Neymar, aos 8min; Bruno Mendes aos 16min do 1º tempo. Neymar, aos 26min e Alan Kardec aos 47min do 2º tempo

Ricardo Saibun / Divulgação Santos FC 
Muricy já está à vontade na Vila Belmiro
Santos
Rafael; Henrique, Edu Dracena, Durval e Juan (Léo); Arouca, Elano (Felipe Anderson) e Ibson; Ganso; Alan Kardec e Neymar. Técnico: Muricy Ramalho

Guarani
Emerson; Bruno Peres, Domingos, André Leone e Bruno Recife; Éwerton Páscoa (Thiaguinho), Fábio Bahia e Danilo Sacramento; Medina (Max Pardalzinho); Bruno Mendes (Ronaldo) e Fabinho. Técnico: Vadão

Árbitro : Paulo César de Oliveira
Público: 53.749
Renda: R$ 2.677.243,00