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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Vocês conhecem O Teatro Mágico?

Foto: Vinicius Campos
É talvez o maior fenômeno musical dos tempos atuais, se a autenticidade for um critério para a crítica. Só no site da Trama e do Palco.mp3 já foram feitos mais de 1 milhão de downloads de suas músicas, disse Fernando Anitelli, líder do Teatro Mágico, vocalista e compositor, em entrevista a Renato Rovai, da revista Fórum, que está nas bancas. A banda se recusa a atuar sob a lógica do mercado e seu trabalho é sucesso por meio da internet.

Eles comemoram seus seis anos com um show na Academia Brasileira de Circo (avenida Nicolas Boer, 120, Pompéia – São Paulo), nos dias 11 e 12 de dezembro de 2009, às 21h. O espetáculo terá a participação de outros artistas circenses. De acordo com a banda, "esse acontecimento irá conjugar a trupe d'o Teatro Mágico com o maior circo da América Latina, a Academia Brasileira de Circo".

A trupe, que é de Osasco, não tem show programado para a cidade. Ela tem dificuldades de encontrar um espaço em que caiba uma platéia de nada menos do que 4 mil pessoas, segundo me disse o assessor de imprensa Everton.

"Dentro do possível, o movimento MPB, Música Pra Baixar, é o movimento mais político que o Teatro Mágico conseguiu trazer à tona para o seu público e de maneira acessível. Mas não pode ficar só na nossa mão. A gente resolveu construir esse movimento para poder cada vez mais politizar nosso público e potencializar essa discussão para além do Teatro Mágico", afirmou Anitelli à Fórum, explicando o MPB, que discute a política de direitos autorais e a prática do jabá, entre outras questões.

Contou também sobre sua amarga experiência com uma gravadora, no fim dos anos 90. "Naquela época, assinamos um contrato com a Cascatas Records. Eles mandaram a gente para um estúdio e gravamos nove músicas. Quando estávamos gravando a décima, o dono ligou e falou que gostaria que tocássemos as canções em formato de forró universitário e ska. Respondi que aquilo não tinha nada a ver com nosso trabalho, mas ele insistiu que deveríamos refazer as gravações. Discutimos e nossas músicas foram engavetadas. Tínhamos um contrato e durante três anos não pudemos soltar nenhuma música pela internet, nos apresentar, distribuir e vender nada. Ao mesmo tempo não recebemos nada por isso também".

"Como fomos engavetados, não tínhamos material para divulgar e nem como divulgar. Estávamos presos a eles e não tínhamos recursos pra gravar outro CD e colocar na praça. Mas aí, o seo Odácio, o meu pai, indignado vem um dia e me diz: 'Meu filho, é um absurdo saber que um trabalho que você vem buscando a sua vida toda, desde sua adolescência, não pode ser divulgado por causa do contrato. Por isso, coloquei todas suas músicas na internet para que as pessoas possam conhecê-las'. Esse gesto de amor de um pai, querendo que as músicas do filho fossem livres pro público conhecer, de certa forma, deu a essência de todo nosso trabalho futuro".

Sobre as mídias comerciais tradicionais: "vivem querendo criar novos talentos, novos sucessos. Por isso, um monte de gente se tranca em uma casa ou num sítio e sai de lá artista, achando que é uma pessoa representativa. É porra nenhuma!"

Atualizado às 18h51