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O autoritário e o rebelde |
Quase um semestre depois, a interminável crise do clube chegou a seu ápice com a covarde agressão ao volante João Vítor por marginais travestidos de torcedores. A pífia resposta do presidente Arnaldo Tirone e do clube se resumiu a uma nota oficial neutra – que só contribui para aumentar a revolta do elenco – em que afirma: “A direção do Palmeiras vai aguardar as investigações policiais para se pronunciar novamente sobre o caso”.
Como vários comentaristas já disseram, uma hora dessas vai acontecer um homicídio e aí talvez alguém tome uma providência. Vágner Love foi agredido por marginais em uma agência bancária e saiu do Palestra. Hostilizado, Diego Souza deixou o clube e hoje brilha no Vasco. Quem vai querer jogar no Palmeiras?
Veja a agressão a João Vítor:
Contratado em junho de 2010, Felipão não conseguiu nada no Palmeiras a não ser rachar o elenco, provocar revoltas com sua posição autoritária de eterno acusador e, diz-se, hoje, a maioria do elenco o detesta.
Após o episódio João Vítor, Kléber e o treinador teriam batido boca em tom elevado. Segundo o iG, o atleta “levantou a voz contra o técnico, que chamou os jogadores de covardes por não enfrentarem a torcida. ‘Vocês estão em 25 aqui e eles estão em 15 lá’”, teria dito o treinador. "Eles tentaram te agredir? Eles tentaram queimar sua casa? Esses caras andam armados", teria devolvido o atacante. "Não é possível que tudo aqui sobre para os jogadores. Sempre a culpa é nossa”, disse Kléber. Que está, nesse caso, coberto de razão. Scolari teria dito à direção que ou sai Kléber ou ele. O atacante foi cortado da delegação que viajou ao Rio para enfrentar o Flamengo.
Ainda de acordo com o iG, “a frase ‘rezem para não cair’ é ouvida nos corredores do clube”. Acho improvável que, com 40 pontos, o Palmeiras seja rebaixado, pois o time tem 13 a mais que o primeiro clube na zona da degola. Mas a pergunta que fica continua sendo a mesma: para onde vai o Palmeiras?