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sábado, 4 de outubro de 2014
Aécio Neves pode ter conseguido passagem ao segundo turno no debate da Globo
24 horas depois do confronto da Globo na quinta-feira, 2, após refletir e lembrar, durante o dia, dos embates desse que foi o melhor debate em muito tempo (incluindo os de eleições passadas), acho que, se tiver segundo turno, Aécio Neves pode ter conseguido ultrapassar Marina no encontro da Globo.
Lembrando a velha metáfora do boxe, onde reinaram Muhammad Ali e Mike Tyson, Aécio entrou com sangue nos olhos e, apesar de sua postura ardilosa e historicamente udenista, aliado à extrema direita representada por Pastor Everaldo, ele se destacou com um discurso direto e objetivo.
Nos bastidores do PT, existe a discussão sobre quem seria o adversário mais difícil no segundo turno. Uns acham que seria Marina, mas mesmo para esses parece que vai ficando claro que Aécio vai ser mais complicado de enfrentar.
Porque Aécio é mais coerente do que Marina, tem mais estrutura político-partidária, aglutina de forma mais consistente o ideário da direita, é mais difícil de ser desconstruído, tem mais condições de estabelecer interações com as forças políticas que Marina, presa à armadilha que construiu a si própria com o mantra da "nova política", tenta agora tardiamente conquistar, além de reconquistar o eleitorado que havia ganhado e perdeu, para Dilma e Aécio, tarefa quase impossível numa eleição.
As circunstâncias desconstruíram Marina, como Michel Temer previu. Consiga ela ou não passar ao segundo turno.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
TV Globo e CBF versus Clube dos 13: a encruzilhada do futebol brasileiro
Mais importante do que os aspectos meramente esportivos, a briga pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro pela TV é prévia de uma disputa maior. Disputa que envolve a pauta da Conferência Nacional de Comunicações, realizada no fim de 2009 após as fases municipal e estadual durante o segundo semestre daquele ano. Nessa pauta, estão listados os pontos que urge discutir (em diálogo entre Executivo, Legislativo e sociedade civil) para modificar e modernizar o arcaico sistema de comunicações no Brasil.
O cerne da questão é: as TVs e rádios são concessões públicas no país. Portanto (como já escrevi em outro post neste blog) deveriam responder à determinação do artigo 220 da Constituição, que precisa ser regulamentado à luz do interesse da cidadania, e não dos interesses privados. Em seu parágrafo 5º, o artigo 220 da Constituição de 1988 diz expressamente: “Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”. Essa é a discussão de fundo do imbróglio CBF/TV Globo versus Clube dos 13.
Onde fica o consumidor/torcedor?
Vamos ponderar: se a TV Globo é, tecnicamente, a melhor opção para transmitir um evento (o Campeonato Brasileiro), e de fato é, isso não lhe pode dar a prerrogativa do monopólio. Com sua hegemonia (conquistada, lembremos, durante o regime militar no país), a Globo determina absolutamente tudo: qual jogo você vai assistir, no horário que ela estipula.
Às 16 horas do domingo (ou às 22h de quarta-feira), nenhum habitante do Estado de São Paulo, por exemplo, pode ver uma partida de futebol em canal aberto que não seja o “jogo da Globo”. A Band pode transmitir também, mas o mesmo evento da Globo. Se seu time não estiver na telinha, você pode ver o jogo do seu time, claro, desde que pague o pay-per-view, que é da Globo.
Mais tarde, no horário noturno do domingo (ou às 19h30 dos dias de semana), você tem duas opções: 1) assiste à partida na TV a cabo (Sportv, da Globo) ou, se seu time não está nessa partida, você pode ser assinante do pay-per-view (da Globo) e vibrar com seu time pela Globo.
Esse monopólio é obsceno e tem que acabar.
Copa do Brasil
A ESPN Brasil ter conquistado o direito de transmitir a Copa do Brasil via TV a cabo já é um avanço. E eu não digo em relação a direitos das empresas de comunicação, mas a direitos do consumidor mesmo. O cidadão brasileiro não pode se resignar a ser refém do que quer a Rede Globo sempre. E a cumplicidade Globo/CBF é outra obscenidade.
Quando eu era moleque, os jogos de futebol das quartas-feiras eram às 21 horas. A gente ia ao Morumbi ou ao Pacaembu ver as partidas. O jogo acabava às 23 horas e você pegava o busão, ia pra casa. Hoje, os jogos começam quase 22h e quando acaba não tem sequer metrô. O que querem os executivos globais? Que não haja povo no futebol? Que o futebol seja uma merda de um Big Brother esportivo? Então a Globo que discuta com a sociedade, seja mais democrática, aceite fazer parte de um sistema, e não ser ela própria o sistema. E que deixe de achar que manda no mundo.
O Imbróglio
Até a quinta-feira, 24, alguns jornais garantiam que, liderados pelo Corinthians, os quatro grandes do Rio e o Coritiba haviam rompido com o Clube dos 13, ficando ao lado da CBF de Ricardo Teixeira e TV Globo. Mas a história não é bem essa, há muitas dúvidas. Os clubes que estariam por aderir à rebelião corintiana (vide Globo/CBF) seriam os quatro grandes do Rio e Coritiba, além de Grêmio, Cruzeiro, Goiás, Vitória e Palmeiras. O grupo a favor do presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, e contra CBF/Globo, seria formado por São Paulo, Internacional, Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Portuguesa, Sport e Guarani. A posição do Santos é de cautela e silêncio. Patrícia Amorim, mandatária do Flamengo, tentou ser diplomática: “Não há interesse em romper com o Clube dos 13, mas de retomar a essência”.
As questões jurídicas e financeiras estão pesando. O presidente corintiano começou a semana agressivo e irredutível. Na quinta-feira à tarde, Andrés Sanchez declarou que estava mesmo rompendo com o C 13. "Eu estive com a Record ontem (quarta-feira). Fiquei mais de duas horas com eles. Cada um vai procurar o que é melhor para si", disse o presidente do "Timão", revelando uma ignorância absoluta sobre algo maior do que ele próprio e seu clube, que é o futebol brasileiro. Já passou o tempo da pré-democracia e Sanchez nem sabe disso.
O Corinthians enviou carta pedindo a desfiliação do C13. Mas, para sair, terá de pagar uma dívida de R$ 25 milhões. Sanchez disse que isso não será problema. Não será? O clube do Parque São Jorge corre o risco de achar que manda em tudo, que não precisa de ninguém, que as associações são inúteis, e acabar isolado.
Além do São Paulo, o Atlético-MG é outro em discórdia com a CBF faz tempo. Alexandre Kalil, presidente do Galo, disse ao Terra Magazine: "A Globo não quer pagar mais, não quer negociar, quer lucro de R$ 1 bilhão todo ano e matar os clubes".
Enfim, ninguém pode prever o desfecho dessa briga. Uma briga muito maior do que parece.
Atualizado às 04:45 e 16:03
Foto: Eduardo Maretti |
O cerne da questão é: as TVs e rádios são concessões públicas no país. Portanto (como já escrevi em outro post neste blog) deveriam responder à determinação do artigo 220 da Constituição, que precisa ser regulamentado à luz do interesse da cidadania, e não dos interesses privados. Em seu parágrafo 5º, o artigo 220 da Constituição de 1988 diz expressamente: “Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”. Essa é a discussão de fundo do imbróglio CBF/TV Globo versus Clube dos 13.
Onde fica o consumidor/torcedor?
Vamos ponderar: se a TV Globo é, tecnicamente, a melhor opção para transmitir um evento (o Campeonato Brasileiro), e de fato é, isso não lhe pode dar a prerrogativa do monopólio. Com sua hegemonia (conquistada, lembremos, durante o regime militar no país), a Globo determina absolutamente tudo: qual jogo você vai assistir, no horário que ela estipula.
Às 16 horas do domingo (ou às 22h de quarta-feira), nenhum habitante do Estado de São Paulo, por exemplo, pode ver uma partida de futebol em canal aberto que não seja o “jogo da Globo”. A Band pode transmitir também, mas o mesmo evento da Globo. Se seu time não estiver na telinha, você pode ver o jogo do seu time, claro, desde que pague o pay-per-view, que é da Globo.
Mais tarde, no horário noturno do domingo (ou às 19h30 dos dias de semana), você tem duas opções: 1) assiste à partida na TV a cabo (Sportv, da Globo) ou, se seu time não está nessa partida, você pode ser assinante do pay-per-view (da Globo) e vibrar com seu time pela Globo.
Esse monopólio é obsceno e tem que acabar.
Copa do Brasil
A ESPN Brasil ter conquistado o direito de transmitir a Copa do Brasil via TV a cabo já é um avanço. E eu não digo em relação a direitos das empresas de comunicação, mas a direitos do consumidor mesmo. O cidadão brasileiro não pode se resignar a ser refém do que quer a Rede Globo sempre. E a cumplicidade Globo/CBF é outra obscenidade.
Quando eu era moleque, os jogos de futebol das quartas-feiras eram às 21 horas. A gente ia ao Morumbi ou ao Pacaembu ver as partidas. O jogo acabava às 23 horas e você pegava o busão, ia pra casa. Hoje, os jogos começam quase 22h e quando acaba não tem sequer metrô. O que querem os executivos globais? Que não haja povo no futebol? Que o futebol seja uma merda de um Big Brother esportivo? Então a Globo que discuta com a sociedade, seja mais democrática, aceite fazer parte de um sistema, e não ser ela própria o sistema. E que deixe de achar que manda no mundo.
O Imbróglio
Até a quinta-feira, 24, alguns jornais garantiam que, liderados pelo Corinthians, os quatro grandes do Rio e o Coritiba haviam rompido com o Clube dos 13, ficando ao lado da CBF de Ricardo Teixeira e TV Globo. Mas a história não é bem essa, há muitas dúvidas. Os clubes que estariam por aderir à rebelião corintiana (vide Globo/CBF) seriam os quatro grandes do Rio e Coritiba, além de Grêmio, Cruzeiro, Goiás, Vitória e Palmeiras. O grupo a favor do presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, e contra CBF/Globo, seria formado por São Paulo, Internacional, Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Portuguesa, Sport e Guarani. A posição do Santos é de cautela e silêncio. Patrícia Amorim, mandatária do Flamengo, tentou ser diplomática: “Não há interesse em romper com o Clube dos 13, mas de retomar a essência”.
As questões jurídicas e financeiras estão pesando. O presidente corintiano começou a semana agressivo e irredutível. Na quinta-feira à tarde, Andrés Sanchez declarou que estava mesmo rompendo com o C 13. "Eu estive com a Record ontem (quarta-feira). Fiquei mais de duas horas com eles. Cada um vai procurar o que é melhor para si", disse o presidente do "Timão", revelando uma ignorância absoluta sobre algo maior do que ele próprio e seu clube, que é o futebol brasileiro. Já passou o tempo da pré-democracia e Sanchez nem sabe disso.
O Corinthians enviou carta pedindo a desfiliação do C13. Mas, para sair, terá de pagar uma dívida de R$ 25 milhões. Sanchez disse que isso não será problema. Não será? O clube do Parque São Jorge corre o risco de achar que manda em tudo, que não precisa de ninguém, que as associações são inúteis, e acabar isolado.
Além do São Paulo, o Atlético-MG é outro em discórdia com a CBF faz tempo. Alexandre Kalil, presidente do Galo, disse ao Terra Magazine: "A Globo não quer pagar mais, não quer negociar, quer lucro de R$ 1 bilhão todo ano e matar os clubes".
Enfim, ninguém pode prever o desfecho dessa briga. Uma briga muito maior do que parece.
Atualizado às 04:45 e 16:03
sábado, 30 de outubro de 2010
Debate da Globo não vai mudar nada. Não tem bala de prata, não tem quinta onda que mude a História
O debate da Globo não mudou em nada o rumo das eleições no segundo turno. Foi um evento espetaculoso, em que William Bonner representou uma espécie de Silvio Santos pós-moderno. Jornalismo zero. Perguntas forjadas (pelo Ibope) “feitas por eleitores indecisos” que ficaram “isolados, sem internet, sem telefone, sem contato com a família ou amigos”, segundo a Globo, esse foi o tom da reportagem pós-debate. Que foi algo realmente horrível.
A única virtude do formato global foi a introdução de temas pontuais: funcionalismo, agricultura, educação, saúde etc. Mas, infelizmente, o clima de show e o cenário farsesco tiraram do debate qualquer significação política mais importante.
A Band, dia 10 de outubro, fez de fato o debate do segundo turno, jornalisticamente falando: os candidatos se engalfinharam fazendo perguntas um ao outro, e eu achei que Dilma ganhou aquela contenda por nocaute técnico.
Com vantagem de 12 a 17 pontos percentuais nas pesquisas essa semana, Dilma Rousseff jogou pelo 0 a 0 no duelo da Globo nesta sexta-feira, 29 de outubro. Na minha opinião, poderia ter sido mais agressiva nas questões segurança pública, educação e saúde, por exemplo. Conceitualmente, Dilma deixou claro seu projeto a partir do tema funcionalismo público: é preciso valorizar o professor, o funcionário do Estado. Serra defendeu a meritocracia. Sobre os professores, Dilma lembrou os cacetetes com que Serra os tratou como governador de SP, enquanto o tucano falou na meritocracia.
Quando pôde, o candidato tucano voltou a evocar a imprensa (que lhe concedeu tantas manchetes favoráveis ao longo da campanha) para respaldar seus ataques ao “nível de corrupção como nunca houve” no governo federal. Mas, pego no contrapé (linguagem futebolística), Serra simplesmente ignorou a questão do escândalo dos sanguessugas colocada por Dilma. Lembrando: deputados e prefeitos supostamente (sic) recebiam propinas para intermediar a compra de ambulâncias superfaturadas, quando José Serra era ministro da saúde de FHC.
Houve um momento patético em que (quem assistir ao tape do debate pode conferir) Serra defendeu ser necessária uma força nacional, do governo federal, para combater... as forças da natureza! (as chuvas, que causam enchentes, por exemplo). Valha-nos deus!
E houve um momento de descontração em que Dilma reclamou sobre um erro de cronometragem, que Bonner reconheceu.
Dilma foi politicamente hábil ao lembrar que o debate na Rede Globo se dava no Rio de Janeiro, onde o governo federal tem parcerias importantes com a gestão de Sérgio Cabral (o leitor bem informado sabe que são bons os resultados do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora – UPPs). Serra tentou puxar uns votinhos lembrando de Minas Gerais, onde deve perder por margem importante em votos (em MG, Aécio Neves derrotou Serra pelo silêncio).
Dilma debateu como gestora, articuladora de um governo que dotou a Casa Civil de um perfil organizacional do desenvolvimento (em contraposição ao perfil político de José Dirceu); Serra atuou no debate da Globo justamente como político, tentando convencer o eleitor com um discurso essencialmente vazio e evasivo. Alguns dos que votam em Dilma ficaram meio frustrados pelo desempenho dela, e se impressionaram, porque Serra, embora sempre mentindo, parece convincente aos incautos.
Mas isso importa pouco agora. Nenhuma bala de prata, nenhuma quinta onda, nada vai impedir que Dilma Rousseff seja nossa presidente na noite do próximo domingo.
A única virtude do formato global foi a introdução de temas pontuais: funcionalismo, agricultura, educação, saúde etc. Mas, infelizmente, o clima de show e o cenário farsesco tiraram do debate qualquer significação política mais importante.
A Band, dia 10 de outubro, fez de fato o debate do segundo turno, jornalisticamente falando: os candidatos se engalfinharam fazendo perguntas um ao outro, e eu achei que Dilma ganhou aquela contenda por nocaute técnico.
Com vantagem de 12 a 17 pontos percentuais nas pesquisas essa semana, Dilma Rousseff jogou pelo 0 a 0 no duelo da Globo nesta sexta-feira, 29 de outubro. Na minha opinião, poderia ter sido mais agressiva nas questões segurança pública, educação e saúde, por exemplo. Conceitualmente, Dilma deixou claro seu projeto a partir do tema funcionalismo público: é preciso valorizar o professor, o funcionário do Estado. Serra defendeu a meritocracia. Sobre os professores, Dilma lembrou os cacetetes com que Serra os tratou como governador de SP, enquanto o tucano falou na meritocracia.
Quando pôde, o candidato tucano voltou a evocar a imprensa (que lhe concedeu tantas manchetes favoráveis ao longo da campanha) para respaldar seus ataques ao “nível de corrupção como nunca houve” no governo federal. Mas, pego no contrapé (linguagem futebolística), Serra simplesmente ignorou a questão do escândalo dos sanguessugas colocada por Dilma. Lembrando: deputados e prefeitos supostamente (sic) recebiam propinas para intermediar a compra de ambulâncias superfaturadas, quando José Serra era ministro da saúde de FHC.
Houve um momento patético em que (quem assistir ao tape do debate pode conferir) Serra defendeu ser necessária uma força nacional, do governo federal, para combater... as forças da natureza! (as chuvas, que causam enchentes, por exemplo). Valha-nos deus!
E houve um momento de descontração em que Dilma reclamou sobre um erro de cronometragem, que Bonner reconheceu.
Dilma foi politicamente hábil ao lembrar que o debate na Rede Globo se dava no Rio de Janeiro, onde o governo federal tem parcerias importantes com a gestão de Sérgio Cabral (o leitor bem informado sabe que são bons os resultados do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora – UPPs). Serra tentou puxar uns votinhos lembrando de Minas Gerais, onde deve perder por margem importante em votos (em MG, Aécio Neves derrotou Serra pelo silêncio).
Dilma debateu como gestora, articuladora de um governo que dotou a Casa Civil de um perfil organizacional do desenvolvimento (em contraposição ao perfil político de José Dirceu); Serra atuou no debate da Globo justamente como político, tentando convencer o eleitor com um discurso essencialmente vazio e evasivo. Alguns dos que votam em Dilma ficaram meio frustrados pelo desempenho dela, e se impressionaram, porque Serra, embora sempre mentindo, parece convincente aos incautos.
Mas isso importa pouco agora. Nenhuma bala de prata, nenhuma quinta onda, nada vai impedir que Dilma Rousseff seja nossa presidente na noite do próximo domingo.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Bento XVI, Rede Globo, aborto e fascismo
Chega a ser chocante que o Papa tenha resolvido se meter na eleição Brasileira? Para mim, é. Faz 120 anos que Estado e Igreja se separaram e o Brasil é um país laico. No entanto, bispos brasileiros, em reunião com o papa Bento XVI, conseguiram do “sumo pontífice” – transformado num vulgar cabo eleitoral da campanha mais suja da história do Brasil – a declaração: "Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático, que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade da pessoa, é traído em suas bases".
Junte-se a exploração do fato pela Rede Globo, a volta do tema aborto, e está cristalizada mais uma de (literalmente) incontáveis tentativas de golpe contra a candidata Dilma, escolhida para dar continuidade ao melhor governo que o Brasil já teve, o do presidente Lula. Não custa lembrar, porém, que quem fez aborto, e até a Folha de S. Paulo noticiou, foi a mulher de José Serra, Mônica (leia ou releia aqui)
Ora, se uma pessoa sensível olha o rosto dessa personagem funesta, chamada Joseph Ratzinger, nome de batismo de Bento XVI, pode pensar duas coisas: se acredita realmente em deus, não há como não associá-lo às trevas; se a pessoa não acredita em deus, o pensamento é claro: trata-se de um fascista.
Um fascista que prega a um bilhão de fiéis humildes que não usem camisinha, pois é melhor morrer de AIDS e em Cristo do que praticar sexo seguro. É melhor freqüentar a Daslu e praticar aborto em clínicas caríssimas do que ser uma pobre coitada que o destino leva à morte num desses quintais chamados “clínicas”, sem assistência do Estado ou de deus.
Não se pode esquecer, também, que o papa é o chefe de um Estado (não esqueçamos que o Vaticano é um Estado) forrado a ouro, fornecido pela mãos de povos usurpados durante séculos. É por isso que nunca é demais repetir: a igreja católica defende a vida... dos ricos e poderosos do mundo.
Vamos ver o que sairá amanhã do esgoto contra Dilma e Lula.
Vamos ver o que sairá amanhã do esgoto contra Dilma e Lula.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Debate da Globo encerra campanha sem nada mudar. Dilma será nossa presidente
O debate da TV Globo encerrando a campanha presidencial de 2010 não mudou nada. Se nada acontecer de anormal, a eleição está decidida. Nenhuma pergunta de José Serra a Dilma Rousseff, nem vice-versa. Dilma começou muito bem, falando do tema trabalho, grande conquista do governo Lula.
Atacar a tudo e a todos (com o chavão "todos são iguais"), como faz Plínio de Arruda Sampaio, igual aos adolescentes de seu PSOL, é um discurso subliminarmente de direita. Os membros do PSOL são ressentidos. Eles atacam mais o PT do que o PSDB, dizendo-se de “esquerda”.
Plínio, como bobo da corte, começou o debate atacando o PT, como sempre. Como eu não canso de dizer, o PSOL é de direita.
A certa altura, o repórter Leandro, na redação do jornal, comenta sobre Marina Silva: “Essa mulher tem uma habilidade tremenda para dizer, dizer e não dizer nada”.
O segundo bloco começou com Dilma escolhendo Marina, para falar sobre infra-estrutura. Marina, com seu blábláblá, discorreu sobre um plano “aonde” (sic) prevaleça a sustentabilidade, a melhoria de qualidade de vida, priorizando-se a ferrovia. Com isso concordo. Dilma propõe integração entre rodovia, ferrovia e hidrovias.
No terceiro bloco, Marina Silva e Serra fazem tabelinha, embora Marina tenha elogiado o programa “Minha Casa Minha Vida”, “um bom programa”, segundo ela, “mas insuficiente”.
De repente, Marina ataca Serra: “não se fazem as coisas em passe de mágica e não vi você resolver os problemas de habitação em seu governo”, disparou contra o tucano. Ela citou o Capão Redondo, na Zona Sul de São Paulo, como exemplo de descaso com a população.
Marina pergunta a Dilma sobre segurança: Dilma cita as UPP’s, no Rio de Janeiro, como exemplo de combate à violência junto com ação social. Marina elogia de novo mais um programa do governo de que participou. A essa altura, se Marina tirava votos de alguém, sem dúvida eram de Serra.
Plínio diz que resolve “facilmente” a falta de saneamento. Como? Não pagando a dívida externa. Risível. Está no século passado. E, para variar, ataca Dilma de novo. Ressentido.
No quarto bloco, perguntada pelo sempre disposto a atacá-la Plínio Sampaio sobre por que, entre outras coisas, não defende a redução da jornada de trabalho para 40h, Dilma escorregou, deu uma resposta burocrática sobre a manutenção da legalidade e acabou não respondendo.
Depois, cutucada, a petista alfinetou Marina: não adianta teoria, tem que fazer. “Quando a gente é governo, a gente não acha, a gente tem que fazer. O Brasil foi o último a entrar na crise e o primeiro a sair”, disse Dilma, referindo-se à crise financeira internacional que começou no fim de 2008 e atravessou boa parte de 2009. Mandou bem, aí.
Sobre o Bolsa Família, diz Serra: “Vou fortalecer, amplificá-lo e planejá-lo melhor”. Pura falácia. “Até esse programa o Alckmin começou em 2001 em SP”, completa. Área social é muito mais que isso, disse. Falácia.
Para surpresa de muitos (minha também) Marina ataca Serra, que diz que ela é igual a Dilma, foram do mesmo governo “do mensalão”. Marina conseguiu o que Dilma não tentou, por jogar na defesa. A verde provocou Serra, ele perdeu a calma e mostrou por um momento sua face truculenta. Ponto para Marina.
Considerações finais
Marina encerrou tentando tirar mais alguns votinhos do tucano: “Que fiquem as duas mulheres para o segundo turno, para debater em tempo igual”.
Serra: “apresentei as minhas idéias para o Brasil”. Que idéias? É porque o povo não viu idéia nenhuma que Serra chafurda na derrota, que deve vir já no domingo, mas senão, virá com certeza no segundo turno. “Vou ao domingo com verde e amarelo no peito”, disse o patriota para seus apoiadores no Clube Militar.
Mães de família usando o Bolsa Família para vestir seus filhos, o pequeno agricultor, o trabalhador, falou Dilma para o povo que não quer saber de falácias, e sim de emprego, feijão com arroz na mesa e dignidade. “Estou preparada para ser a primeira presidente.” O Brasil só será desenvolvido quando erradicar a pobreza, terminou a petista.
E Plínio: “estou falando do futuro”. Creio que não, Plínio, creio que não. Foi Lula quem falou de futuro durante oito anos.
Quem está com a palavra, agora, é a futura presidente do Brasil, Dilma Rousseff, do PT.
Veja entrevista coletiva de Dilma após o debate
Atacar a tudo e a todos (com o chavão "todos são iguais"), como faz Plínio de Arruda Sampaio, igual aos adolescentes de seu PSOL, é um discurso subliminarmente de direita. Os membros do PSOL são ressentidos. Eles atacam mais o PT do que o PSDB, dizendo-se de “esquerda”.
Plínio, como bobo da corte, começou o debate atacando o PT, como sempre. Como eu não canso de dizer, o PSOL é de direita.
A certa altura, o repórter Leandro, na redação do jornal, comenta sobre Marina Silva: “Essa mulher tem uma habilidade tremenda para dizer, dizer e não dizer nada”.
O segundo bloco começou com Dilma escolhendo Marina, para falar sobre infra-estrutura. Marina, com seu blábláblá, discorreu sobre um plano “aonde” (sic) prevaleça a sustentabilidade, a melhoria de qualidade de vida, priorizando-se a ferrovia. Com isso concordo. Dilma propõe integração entre rodovia, ferrovia e hidrovias.
No terceiro bloco, Marina Silva e Serra fazem tabelinha, embora Marina tenha elogiado o programa “Minha Casa Minha Vida”, “um bom programa”, segundo ela, “mas insuficiente”.
De repente, Marina ataca Serra: “não se fazem as coisas em passe de mágica e não vi você resolver os problemas de habitação em seu governo”, disparou contra o tucano. Ela citou o Capão Redondo, na Zona Sul de São Paulo, como exemplo de descaso com a população.
Marina pergunta a Dilma sobre segurança: Dilma cita as UPP’s, no Rio de Janeiro, como exemplo de combate à violência junto com ação social. Marina elogia de novo mais um programa do governo de que participou. A essa altura, se Marina tirava votos de alguém, sem dúvida eram de Serra.
Plínio diz que resolve “facilmente” a falta de saneamento. Como? Não pagando a dívida externa. Risível. Está no século passado. E, para variar, ataca Dilma de novo. Ressentido.
No quarto bloco, perguntada pelo sempre disposto a atacá-la Plínio Sampaio sobre por que, entre outras coisas, não defende a redução da jornada de trabalho para 40h, Dilma escorregou, deu uma resposta burocrática sobre a manutenção da legalidade e acabou não respondendo.
Depois, cutucada, a petista alfinetou Marina: não adianta teoria, tem que fazer. “Quando a gente é governo, a gente não acha, a gente tem que fazer. O Brasil foi o último a entrar na crise e o primeiro a sair”, disse Dilma, referindo-se à crise financeira internacional que começou no fim de 2008 e atravessou boa parte de 2009. Mandou bem, aí.
Sobre o Bolsa Família, diz Serra: “Vou fortalecer, amplificá-lo e planejá-lo melhor”. Pura falácia. “Até esse programa o Alckmin começou em 2001 em SP”, completa. Área social é muito mais que isso, disse. Falácia.
Para surpresa de muitos (minha também) Marina ataca Serra, que diz que ela é igual a Dilma, foram do mesmo governo “do mensalão”. Marina conseguiu o que Dilma não tentou, por jogar na defesa. A verde provocou Serra, ele perdeu a calma e mostrou por um momento sua face truculenta. Ponto para Marina.
Considerações finais
Marina encerrou tentando tirar mais alguns votinhos do tucano: “Que fiquem as duas mulheres para o segundo turno, para debater em tempo igual”.
Serra: “apresentei as minhas idéias para o Brasil”. Que idéias? É porque o povo não viu idéia nenhuma que Serra chafurda na derrota, que deve vir já no domingo, mas senão, virá com certeza no segundo turno. “Vou ao domingo com verde e amarelo no peito”, disse o patriota para seus apoiadores no Clube Militar.
Mães de família usando o Bolsa Família para vestir seus filhos, o pequeno agricultor, o trabalhador, falou Dilma para o povo que não quer saber de falácias, e sim de emprego, feijão com arroz na mesa e dignidade. “Estou preparada para ser a primeira presidente.” O Brasil só será desenvolvido quando erradicar a pobreza, terminou a petista.
E Plínio: “estou falando do futuro”. Creio que não, Plínio, creio que não. Foi Lula quem falou de futuro durante oito anos.
Quem está com a palavra, agora, é a futura presidente do Brasil, Dilma Rousseff, do PT.
Veja entrevista coletiva de Dilma após o debate
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