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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Para a agenda - Edição em Portugal nos anos de Salazar


"Os livros, os editores e os livreiros nos anos da ditadura de Salazar" é o título da conferência de Nuno Medeiros, estudioso na área da edição em Portugal, com trabalho publicado e premiado. Organização do Centro de Estudos Bocageanos, na Casa da Cultura, em Setúbal, em 29 de Novembro. Para a agenda.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Para a agenda: a poesia de Resendes Ventura



A poesia de Resendes Ventura, pseudónimo de Manuel Medeiros, o livreiro açoriano de Setúbal, que também assinou como Manuel Pereira.
Do seu primeiro livro, Passos de viagem (Ponta Delgada, 1963), o poema "Quando chover":

Quando chover
Apanha na mão as gotas do beiral

E fica-te
Olhando o ruído abstracto
Das gotas pelo chão.

Fica-te apenas
- Não digas nada -
Encostado ao umbral
Da tua porta aberta.

Em iniciativa da UNISETI. Para a agenda.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Memória: Jorge Figueira de Sousa (1931-2012)



Não conheci Jorge Figueira de Sousa pessoalmente. Conheci a obra dele, no âmbito do que é ser livreiro, através de pessoas amigas. Participei na “Carta de Gentes do Livro”, em Novembro passado, quando o blogue Encontro Livreiro promoveu uma homenagem ao livreiro madeirense, por dever de leitor, assinando a homenagem e levando outros a que o fizessem também.
Esperava tê-lo visto homenageado neste 10 de Junho, mesmo porque a carta assinada em Novembro apelava a instâncias e a figuras como o Presidente da República e o Primeiro-Ministro. Essa distinção no Dia de Portugal não aconteceu. Agora, o livreiro partiu. Qualquer homenagem póstuma será oportuna, mas podia ter tido mais oportunidade há uns tempos atrás. De resto, a revista Ler (Lisboa: Fundação Círculo de Leitores), no seu último número, de Julho (nº 115), que não sei se ainda chegou ao conhecimento de Figueira de Sousa, lamentava a falta cometida no seu barómetro “Sobe & Desce” – “Homenagem – Apesar do abaixo-assinado, o livreiro da Esperança não foi distinguido no 10 de Junho. Devia.”
Umas páginas adiante, na mesma edição, Sara Figueiredo Costa faz reportagem sobre o livreiro do Funchal em pouco mais de duas páginas sob o título “O negócio dos Figueira de Sousa”, chamando a atenção para a “maior livraria de Portugal”, na rua dos Ferreiros, fundada em 1886, que redescobriu a originalidade de expor os livros mostrando-lhes a capa, não só das novidades, mas também das existências nos fundos bibliográficos, o que permite aos leitores (re)descobertas importantes.
Conheço várias pessoas que por esta livraria passa(ra)m, que ali começaram a formar as suas bibliotecas, que ali acorrem sempre que se deslocam ao Funchal. Todas me falam desse poder mágico, dessa energia que brota dos livros e que arrebata e faz leitores. Um sucesso devido também a Jorge Figueira de Sousa.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Nos 80 anos de Jorge Figueira de Sousa, o livreiro

O livreiro funchalense Jorge Figueira de Sousa completa hoje 80 anos de idade. De livreiro tem 65 anos, acrescidos dos genes e da história da livraria que mantém – “Tenho 165 anos de prática de livraria – 50 do meu avô, 50 do meu pai e 65 meus.” Parabéns!
Um caso. Sobretudo num tempo em que os livreiros escasseiam. Um caso. Que vale a pena partilhar e testemunhar. Em duas semanas, o blogue Encontro Livreiro promoveu uma exposição, dirigida a individualidades políticas várias reclamando a homenagem merecida para Jorge Figueira de Sousa, subscrita por leitores, livreiros, editores, tradutores, professores, etc. Entre os signatários, estão Marcelo Rebelo de Sousa, Viriato Soromenho-Marques, Miguel Real, Onésimo Teotónio de Almeida, José Agostinho Baptista, Maria do Rosário Pedreira, Pedro Tamen, Ernesto Rodrigues, José Tolentino Mendonça, Urbano Bettencourt e muitos outros. E dois nomes a não esquecer, pois foram eles o motor da iniciativa: Luís Guerra e Manuel Medeiros, um e outro com vidas dedicadas aos livros.
Até à meia-noite de hoje, ainda pode integrar este grupo… e ser mais um a felicitar Jorge Figueira de Sousa e o projecto da Livraria Esperança, no Funchal. Vale a pena participar nas homenagens das boas causas!

sábado, 12 de novembro de 2011

Jorge Figueira de Sousa, a homenagem para o livreiro

O Luís Guerra e o Manuel Medeiros arrancaram com a ideia. Que rapidamente alastrou. É uma “carta aberta” das gentes do livro, dirigida a personalidades da vida política portuguesa, chamando a atenção para a necessidade de ser homenageado o livreiro Jorge Figueira de Sousa, da Livraria Esperança (do Funchal), nos seus 80 anos, a acontecerem em 21 deste mês. O início da mensagem é a justificação desta lembrança:
«No próximo dia 21 de Novembro de 2011 o livreiro Jorge Figueira de Sousa, da Livraria Esperança - 'primeiro estabelecimento comercial no Funchal e na Madeira a vender exclusivamente livros' - completa 80 anos de vida.
Continuador de um sonho e de um projecto iniciado pelo seu avô, Jacintho Figueira de Sousa [1860-1932], e mantido pelo seu pai, José Figueira de Sousa [1899-1960], Jorge Figueira de Sousa, nascido no Funchal no dia 21 de Novembro de 1931, continua firmemente no seu posto e é para todos nós, 'gentes do livro', um exemplo de vida e uma figura que muito honra a classe profissional dos livreiros portugueses, por vezes tão esquecida, não obstante o lugar central que ocupa no que deveria ser um fundamental desígnio nacional: a promoção do livro e da leitura como alicerce de um País mais culto, logo mais justo, mais livre e mais feliz.»
Num tempo em que se deve defender o livro – porque assim se defendem muitas outras coisas – é pertinente que se valorize a dedicação a uma profissão em extinção (infelizmente!), é pertinente que se homenageie uma forma de exercer cultura.
Venha daí e associe-se à lista, que, no espaço de uma semana, já congregou uma centena de nomes, dos mais diversos sectores e do país inteiro! Jorge Figueira de Sousa, o livro e a cultura portuguesa merecem! Passe pelo Encontro Livreiro e torne-se mais um(a) do grupo!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Manuel Medeiros, "honoris causa"

A Manuel Medeiros foi atribuído, na tarde de hoje, o título de “doutor honoris causa” pela UNISETI de Setúbal. Por razões profissionais, não pude estar presente e não sei o que lá foi dito. Não é já a primeira vez que Manuel Medeiros tem homenagem em Setúbal, felizmente. Mas, para lá das homenagens de pompa e circunstância que as instituições lhe vão promovendo, creio que o melhor reconhecimento devido a este açoriano é o da visita ao seu recanto de trabalho, ninho de saber(es), ponto de encontro com o universo, a livraria Culsete, em Setúbal.
Se digo isto, é porque, já antes de ter vindo viver para Setúbal, frequentava o recanto deste livreiro, que agora teima em ser o Livreiro Velho. Por lá tenho continuado a passar e a descobrir. Pessoas, livros, ideias, momentos de revelação. Porquê? Porque o Manuel Medeiros faz de cada livro uma festa, porque ele nos leva pelo meio dos livros como quem passeia numa biblioteca e não como quem poderia vender salsichas ou automóveis. Porque na Culsete conheci muita gente, convivi com muita outra, mantive conversas com amigos, participei em debates, assisti a apresentações, aprendi. Porque tanto me posso cruzar com a poesia como com o ensaio, com a ficção como com a divulgação, com as enciclopédias como com os fait-divers. Porque o Manuel Medeiros vai cumprimentando os livros como quem se cruza com as palavras pelo passeio, vai falando dos autores como se estivéssemos em tertúlia no café mais próximo, vai levando os visitantes pelas teias dos conteúdos, muito mais do que pelos fascínios do material, vai separando aquilo que é papel do que é um livro, vai escrevendo a sua história e vai abrindo as portas das inscrições e da memória. Já lá levei outros, já lá levei alunos. Continuo a sentir o fascínio da entrada pelos livros a partir de uma livraria como a do Manuel Medeiros, em grande parte devido ao cicerone que ele teima ser.
É excesso isto? Não, de todo. Apenas reconhecimento por um trabalho criterioso, por uma prestação cultural que muito dignifica Setúbal.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

De chapéu e de bengala, eis que Manuel Medeiros chega...

Fiquei contente quando recebi a notícia dada pela Fátima de que à blogosfera tinha chegado o "chapéu e bengala". Logo antevi um auto-retrato do Manuel Medeiros, livreiro respeitado e sábio que em Setúbal insiste na leitura, na leitura, na leitura. Um exemplo: há dias, na Culsete - a livraria e o canto do Medeiros -, estava um prospecto a anunciar um desses livrecos "light", do momento, com história de amor e de maledicência entre personagens da nossa praça, uma história daquelas que se alimenta da invasão ou da exposição da privacidade. E qual foi a reacção do Medeiros? "Não vou ter. Estou farto de ver papel... Quero é livros!" Entende-se...
Mas dizia que fiquei contente com esta entrada de chapéu e bengala. Fui logo até lá, a esta praça bloguística, à procura. E lá estava a graça, a seriedade, a acutilância e o riso do Medeiros. O "velho livreiro" (assim assina) passa a partilhar a tertúlia e a discussão. E quer que outros lá cheguem. Vale mesmo a pena!