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sábado, 11 de abril de 2009

Mostra bibliográfica sobre Sebastião da Gama

Ontem, 10 de Abril, passaram os 85 anos sobre o nascimento de Sebastião da Gama, o “Poeta da Arrábida”.
Em Setúbal, essa data é, desde há dois anos, celebrada como sendo o Dia Municipal da Arrábida e de Sebastião da Gama e, neste ano, várias actividades são levadas a cabo no concelho ao longo do mês de Abril para evocar o poeta e a serra por iniciativa de diversos parceiros.
Uma delas é a exposição bibliográfica organizada pela Associação Cultural Sebastião da Gama, em mostra na Biblioteca Pública Municipal de Setúbal, até 18 deste mês, intitulada “Sobre os escritos de Sebastião da Gama (nos 60 anos do Diário)”.
A exposição surge organizada em cinco sectores: “Os 60 anos do Diário (nas diferentes capas)”, “As outras obras (em vida)”, “As outras obras (póstumas)”, “Textos nos periódicos” e “Obras que leram Sebastião da Gama”, aqui se indicando as referências bibliográficas das respectivas peças.
Os 60 anos do Diário (nas diferentes capas)
Ø Reprodução da 1ª página do manuscrito do Diário – 11 e 12 de Janeiro de 1949.
Ø GAMA, Sebastião da. Diário. 1ª ed. Pref.: Hernâni Cidade. Lisboa: Edições Ática, 1958.
Ø GAMA, Sebastião da. Diário. 3ª ed. Col. “Poesia”. Lisboa: Edições Ática, 1967.
Ø GAMA, Sebastião da. Diário. 7ª ed. Col. “Poesia”. Lisboa: Edições Ática, 1986.
Ø GAMA, Sebastião da. Diário. 12ª ed. Mem Martins: Edições Arrábida / Sebenta Editora, 1993.
Ø GAMA, Sebastião da. Diário. 13ª ed. Mem Martins: Edições Arrábida / Sebenta Editora, 2005.
Ø GAMA, Sebastião da. Diário: un metodo didattico nel Portogallo della prima metà del Novecento (tesi di Laurea in Lingua e Traduzione Portoghese, por Maria Antonietta Rossi). Viterbo: Università degli Studi della Tuscia / Facoltà di Lingue e Letterature Straniere Moderne, s/d (policopiado).
As outras obras (em vida)
Ø GAMA, Sebastião da. Serra-Mãe. 1ª ed. Lisboa: Portugália Editora, 1945.
Ø GAMA, Sebastião da; CALEIRO, Miguel. Loas a Nossa Senhora da Arrábida. [Lisboa: Imprensa Artística] 1946.
Ø GAMA, Sebastião da. Cabo da boa esperança. 1ª ed. Lisboa: Portugália Editora, 1947.
Ø GAMA, Sebastião da. A região dos três castelos. Azeitão: Transportadora Setubalense, 1949.
Ø GAMA, Sebastião da. Campo Aberto. 1ª ed. Lisboa: Portugália Editora, 1951.
As outras obras (póstumas)
Ø GAMA, Sebastião da. Pelo sonho é que vamos. 1ª ed. Lisboa: Portugália Editora, 1953.
Ø GAMA, Sebastião da. Lugar de Bocage na nossa poesia de amor. Lisboa: Faculdade de Letras, 1953 [separata da Revista da Faculdade de Letras, tomo XVIII, 2ª série, nº 1 e 3].
Ø GAMA, Sebastião da. Itinerário paralelo. 1ª ed. Lisboa: Edições Ática, 1967.
Ø GAMA, Sebastião da. O segredo é amar. 1ª ed. Lisboa: Edições Ática, 1969.
Ø GAMA, Sebastião da (poemas); ABREU, Maurício (fotografias). Itinerários da Arrábida. Setúbal: Câmara Municipal de Setúbal, 1987.
Ø GAMA, Sebastião da. Cartas I (a Joana Luísa). 1ª ed. Lisboa: Edições Ática, 1994.
Ø GAMA, Sebastião da. Não morri porque cantei… - Quadras. 1ª ed. Mem Martins: Edições Arrábida / Sebenta Editora, 2003.
Ø GAMA, Sebastião da. Estevas. 1ª ed. Mem Martins: Edições Arrábida / Sebenta Editora, 2004.
Ø GAMA, Sebastião da. A minha arca de Noé (antologia). Mem Martins: Edições Arrábida / Sebenta Editora, 2006.
Textos nos periódicos
Ø GAMA, Sebastião da. “Portugal independente”. Gazeta do Sul. Montijo: nº 518, 8.Dezembro.1940.
Ø GAMA, Sebastião da. “Remoinho”. Aqui e Além. Lisboa: nº 2, Maio-Agosto.1945.
Ø Aqui e Além. Lisboa: nº 2, Maio-Agosto.1945.
Ø GAMA, Sebastião da. “Sol posto”. Ver e Crer. Lisboa: nº 11, Março.1946.
Ø Ver e Crer. Lisboa: nº 11, Março.1946.
Ø GAMA, Sebastião da. “Moça jeitosa do Minho”. Correio do Minho. Braga: 28.Novembro.1946.
Ø GAMA, Sebastião da. “Carruagem de terceira”. Jornal de Sintra. Sintra: nº 728, 7.Janeiro.1948.
Ø GAMA, Sebastião da. “O Cais”, “A companheira”, “Apolo”. Távola Redonda. Lisboa: nº 1, 15.Janeiro.1950.
Ø Távola Redonda. Lisboa: nº 1, 15.Janeiro.1950.
Ø GAMA, Sebastião da. “Sábado em Estremoz”. Brados do Alentejo. Estremoz: 22.Julho.1951.
Ø GAMA, Sebastião da. “Carta de Estremoz”. Jornal do Barreiro. Barreiro: nº 63, 2.Agosto.1951.
Ø GAMA, Sebastião da. “Largo do Espirito Santo, 2 – 2º”. Árvore. Lisboa: nº 1, Outono de 1951.
Ø Árvore. Lisboa: nº 1, Outono de 1951.
Obras que leram Sebastião da Gama
Ø A Ilha (à memória de Sebastião da Gama). Setúbal: 1957.
Ø BELCHIOR, Maria de Lourdes. Sebastião da Gama: poesia e vida. Castelo Branco: Câmara Municipal de Castelo Branco, 1961.
Ø HERRERO, Jesús. Pedagogia de Sebastião da Gama – O ‘Diário’ à luz da psicopedagogia. 2ª ed. Lisboa: Editorial O Livro, 198[?].
Ø MALPIQUE, Cruz. Sebastião da Gama – Poeta de primeira água. Guimarães: 1967 [separata da revista Gil Vicente].
Ø MOURÃO-FERREIRA, David. “Sebastião da Gama – O papel da morte na sua poesia”, “Na publicação de Pelo sonho é que vamos” e “Convívio com Sebastião da Gama”. Vinte poetas contemporâneos. 2ª ed. Lisboa: Edições Ática, 1980, pp. 217-222. 223-226 e 227-237.
Ø MOURÃO-FERREIRA, David. “Sebastião da Gama: música, poesia, Arrábida”. Os ócios do ofício. Lisboa: Guimarães Editores, 1989, pp. 122-125.
Ø MOURÃO-FERREIRA, David. Evocação de Sebastião da Gama. Lisboa: Edições Ática, 1993.
Ø GASPAR, Regina Faria Januário Cabrita. A poesia de Sebastião da Gama: da escrita egocêntrica à escrita do diálogo (dissertação de Mestrado em Literatura Portuguesa). Lisboa: Universidade de Lisboa / Faculdade de Letras, 1999 (policopiado).
Ø GODINHO, José Luís. Sebastião da Gama – Poeta pedagogo / Pedagogo poeta (trabalho de candidatura ao 8º escalão). Sintra: Escola Preparatória D. Fernando II, s/d (policopado).
Ø GUERREIRO, Maria Antónia Leitão Marques. Solidão e solidariedade em Sebastião da Gama (dissertação de Licenciatura em Filologia Românica). Lisboa: Universidade de Lisboa / Faculdade de Letras, 1969 (policopiado).
Ø LIMA, Maria Luísa Loureiro Costa. Breve estudo sobre a obra poética de Sebastião da Gama (dissertação de Licenciatura em Filologia Românica). Lisboa: Universidade de Lisboa / Faculdade de Letras, 1961 (policopiado).
Ø MOREIRA, Cacilda; SAMPAIO, Maria Jorge; PORTELA, Margarida; CALDEIRA, Otília. A pedagogia do amor e da criatividade em Sebastião da Gama. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 1994 [?] (policopiado)
Ø RIBEIRO, João Reis (sel.). Sebastião da Gama – ‘Meu caminho é por mim fora…’. Azeitão: Associação Cultural Sebastião da Gama, 2007.
Ø RIBEIRO, João Reis. “Sebastião da Gama: Nos 60 anos do Diário”. Brotéria. Lisboa: vol. 168, nº 1, Janeiro.2009, pp. 57-72.
Ø SANTOS, Alexandre Ferreira. Sebastião da Gama – Milagre de vida em busca do Eterno. Lisboa: Edições Roma, 2008.
Ø Sebastião da Gama – 50 anos de poesia - Exposição. Setúbal: Câmara Municipal de Setúbal / Biblioteca Pública Municipal de Setúbal, 1998.
Ø Sebastião da Gama – Biblioteca-Museu Sebastião da Gama. Setúbal: Câmara Municipal de Setúbal, 2001.
Ø VÁRIOS. Sebastião da Gama – O poeta e o professor (Estudos e perspectivas). Azeitão: Associação Cultural Sebastião da Gama, 2007.
Ø VIANA, António Manuel Couto. “Sebastião da Gama”. Coração arquivista. Lisboa: Verbo, 1977, pp. 264-274.
Ø VIANA, António Manuel Couto. “Sebastião da Gama”. Ler, escrever e contar. Lisboa: Universitária Editora, 1999, pp. 129-142.

sábado, 19 de abril de 2008

Hoje, no "Correio de Setúbal"

Diário da auto-estima– 79
Rio Lys – No dia 9 de Abril, passaram 90 anos sobre o ataque que os alemães fizeram na frente ocidental, no sector protegido por portugueses, na zona de Armentières, nas margens do Lys, em (ainda) plena Primeira Grande Guerra, e de que resultaram sete mil baixas do lado português (com 400 mortos e 6600 prisioneiros, dos quais 230 faleceriam no cativeiro) e 1500 feridos. Provavelmente, não estaremos em tempos de efemérides; mas a atenção que se dedicou a esta data foi curta. Estamos longe do que sentiriam (e sentem) os franceses relativamente ao conflito de 1914-1918; mas a memória não pode ser apagada. Há uma década, em França, num inquérito que pretendia assinalar os mais importantes acontecimentos do século XX, a 1ª Grande Guerra ficou em quarto lugar, antes da construção europeia, do choque petrolífero ou da revolução russa; nesse mesmo inquérito, os jovens na faixa entre os 15 e os 19 anos puseram a Primeira Grande Guerra em segundo lugar. Obviamente, os inquéritos valem o que valem. Mas os resultados foram estes. Em Portugal, onde já não há sobreviventes dessa guerra, rapidamente se esqueceram os homens que deram a vida e o esforço a esse conflito. O mesmo risco se corria relativamente à Guerra Colonial, bem mais recente e de que há (ainda) muitos sobreviventes… Felizmente, os relatos sobre a Guerra Colonial estão a surgir, feitos pelos seus participantes, assim se pondo fim a um tempo de quase silêncio. Estes sofrimentos não podem ser esquecidos.
Arrábida – O Dia Municipal da Arrábida, em 10 de Abril, teve a sua primeira realização neste ano. Aprovada pela Câmara Municipal de Setúbal a sua criação em 2006, a data para o assinalar viria a ser fixada em finais de Abril de 2007. Razão para a escolha: o dia de nascimento de Sebastião da Gama, poeta azeitonense, que, no curto período de vida que teve (27 anos), manteve a Arrábida como tópico da literatura portuguesa, assumiu publicamente a preservação do ambiente da serra, deu-a a conhecer nos seus segredos de beleza. Veremos por quanto tempo se vai poder sentir a Arrábida como lugar de eleição, como motivo estético, como fundamento de espiritualidade… É ela o sítio onde “o mato cheira como dantes… Fala / comigo como dantes, reza, escuta…/ E o perfil da Montanha, como dantes, / adoça-se no escuro…”; é ela a “catedral / onde o órgão-Silêncio salmodia”; é ela, onde “a Primavera, quando chega, / já se encontra a si própria a esperar-se!” Assim o dizia o Poeta da Arrábida, Sebastião da Gama de seu nome.
(Des)acordos – Depois da manifestação em Lisboa que reuniu os 100 mil professores, ficaram as perguntas: e agora? que fazer com esta adesão? Era um pouco à maneira do que aconteceu com os votos no candidato Manuel Alegre, nas últimas eleições presidenciais, uns e outros números surpreendentes pelo que demonstravam de descontentamento, de união, de vozes de indignação. O discurso do poder parece ter amaciado no que respeita à educação; um entendimento parece ter surgido entre Ministério e Plataforma sindical; nas escolas, quem quis votou quanto à adesão a esse entendimento; a Plataforma veio dizer que os votos na concordância quanto ao entendimento foram “esmagadores” (e voltou-se à linguagem bélica da separação e da oposição entre frentes, questão sub-reptícia talvez, mas implícita). Ainda que dando o desconto do tempo (talvez curto ou a ser encurtado), fica a dúvida: eram estas as expectativas dos 100 mil que se manifestaram e de todos os outros que, não tendo estado lá fisicamente, se solidarizaram à distância das suas vidas?

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Hoje, o primeiro Dia Municipal da Arrábida


Em 28 de Fevereiro de 2007, a Câmara Municipal de Setúbal escolheu a data de 10 de Abril para a celebração do Dia Municipal da Arrábida, que pela primeira vez se assinala em 2008.
Em período de crítica à então anunciada co-incineração a ter lugar na Arrábida, nas instalações cimenteiras da Secil, a autarquia sadina aprovara em Maio de 2006 a criação do Dia Municipal da Arrábida, propondo como data o dia 5 de Junho, por ser aquele em que também é assinalado o Dia Mundial do Ambiente.
Poucos dias após esta decisão camarária, a Associação Cultural Sebastião da Gama apresentou proposta ao executivo no sentido de se congratular com a criação do Dia Municipal da Arrábida, mas propondo como alternativa a data de 10 de Abril, dia em que, no ano de 1924, nasceu em Azeitão o poeta Sebastião da Gama.
Entre os motivos então apresentados, a Associação insistiu nos seguintes:
a) O primeiro livro de poesia de Sebastião da Gama, publicado em 1945,intitulou-se Serra-Mãe, em homenagem à Arrábida, inserindo-se o poeta na linhagem dos que trouxeram a serra para temática da literatura portuguesa;
b) Sebastião da Gama foi o primeiro defensor público da autenticidade e preservação da serra da Arrábida, numa altura em que ainda não havia associações ambientais para o fazerem (1947), chamando a atenção para a destruição iminente da Mata do Solitário por causa de um forno de cal existente em Alportuche, alerta que movimentou várias entidades a nível nacional, que teve repercussão na imprensa diária e que levou, no ano seguinte, à criação da Liga para a Protecção da Natureza (LPN).
A proposta da Associação Cultural Sebastião da Gama considerava num dos seus pontos, quase a rematar: “Assim, salvo mais consistente opinião, a melhor data que pode ser associada ao Dia Municipal da Arrábida é, em nosso entender, a de 10 de Abril, dia do nascimento de Sebastião da Gama, por ter sido ele que, em primeiro lugar, levantou a voz para a preservação da Arrábida, por se tratar de uma figura da região, por se poder valorizar a data do poeta e ser possível falar do ambiente e da serra da Arrábida em duas datas diferentes do ano (na data que se propõe e no Dia Mundial do Ambiente), por assim se poder acentuar o cunho municipal, local e regional da iniciativa.”
Na proposta que a Câmara Municipal aprovou em 28 de Fevereiro de 2007 (Proposta 34/DCED/DICUL/07), a instituir a data de 10 de Abril para celebração do Dia Municipal da Arrábida, foram usados os vários argumentos que a Associação apresentou, mas houve um silêncio total quanto à participação da Associação neste processo.
Entretanto, apesar de a data ter sido aprovada em Fevereiro de 2007, o Dia Municipal da Arrábida é assinalado pela primeira vez apenas neste ano, embora, em 2007, tenha havido uma sessão evocativa da Arrábida levada a efeito na Escola Secundária Sebastião da Gama, em Setúbal.
[em cima: reprodução da carta de Sebastião da Gama que despoletou a protecção da Arrábida e esteve na origem da criação da LPN]