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sexta-feira, 30 de junho de 2017

Filatelia evoca participação portuguesa na Grande Guerra



A participação portuguesa na Grande Guerra (1914-1918) é tema de uma emissão filatélica promovida pelos CTT com data de hoje.
Esta evocação é constituída por três selos, cada um deles homenageando um dos ramos das forças armadas que, em nome de Portugal, intervieram nas operações: um, de 0,50 €, evocando a força aérea, em que se destacam a figura do tenente Lello Portela (que participou no maior número de missões de combate e teve maior tempo de permanência no "front") e a imagem do aeroplano SPAD VII; um, de 0,63 €, lembrando a participação da marinha, mostrando o comandante Afonso de Cerqueira (que chefiou o Batalhão Expedicionário da Marinha do Sul de Angola) e o NRP Adamastor; um, de 0,85 €, destacando o exército, pondo em relevo a figura do soldado Aníbal Milhais (conhecido por "Milhões", herói do 9 de Abril) e um momento da instrução do CEP.

sábado, 12 de setembro de 2015

Bocage no seu mês - 250 anos depois (12)



Selo de correio com a figura de Bocage, com circulação em 1965,
quando passava o segundo centenário do seu nascimento, desenhado por Luís Dourdil

terça-feira, 31 de março de 2015

Bocage em selo - emissão filatélica de hoje



Quase 50 anos separam as duas emissões filatélicas em que Bocage é personagem central: a primeira, de finais de Dezembro de 1966, com desenho de Luís Dourdil, numa série de três selos com os valores de 1$00, 2$00 e 6$00, respectivamente, destinada a assinalar os 200 anos do nascimento de Bocage; a segunda, lançada hoje, com desenho assinado por Folk Design, selo destinado a cartas até 20 gr em correio azul nacional.
O selo hoje apresentado integra a série “Vultos da cultura portuguesa”, em que figuram seis personalidades cujos períodos de vida se relacionam com números redondos associados a 2015: Bocage, poeta (1765-1805); Francisco Vieira, pintor (1765-1805); Ramalho Ortigão, escritor (1836-1915); Ruy Cinatti, poeta (1915-1986); Frederico George, arquitecto (1915-1994); Agostinho Ricca, arquitecto (1915-2010). Bocage e Francisco Vieira foram contemporâneos, ambos tendo vivido pelo período de 40 anos, deles se celebrando este ano o 250º aniversário de nascimento.

[Foto inferior: série filatélica "Vultos da cultura portuguesa - 2015" - CTT, 31.Março.2015]

quarta-feira, 19 de março de 2014

Grande Guerra - O centenário em selos ingleses



O centenário da Grande Guerra já está a transitar na filatelia britânica. Cada um dos selos tem uma história que o The Telegraph evoca. A notícia pode ser lida aqui.
Espero que os Correios de Portugal reservem também espaço nas suas emissões de filatelia para a lembrança desta data. Até 2018 há tempo, mas era bom que não fosse esquecida a oportunidade!

sábado, 12 de outubro de 2013

Em 12 de Outubro de 1895, o Conde de Avilez trazia o primeiro automóvel para Portugal... e provocava o primeiro acidente automóvel



Quando, no início do século XX, surgiram os primeiros automóveis em Viana do Castelo, os cocheiros dos trens de aluguer e das diligências protestavam contra os sustos que os bólides causavam às suas parelhas, tendo mesmo aparecido uma quadra atribuída ao poeta repentista Manuel de Araújo, que era, na cidade do Lima, cônsul da França, que rimava a propósito do espanto dos animais: "Se um carro sem besta à frente / passa à frente, resfolegante, / besta de trem ou carroça / não me espanta que se espante!".
O verso vem a propósito do primeiro acidente de automóvel que houve em Portugal e que ocorreu em Palmela, tendo tido como protagonistas um automóvel e um burro.
Corria o ano de 1895, quando, em Outubro, o Conde de Avilez recebeu em Lisboa o seu automóvel encaixotado, vindo de França acompanhado por um mecânico. Jorge de Avilez era grande proprietário no Alentejo, tinha funções na Casa Real, possuía residência em Santiago de Cacém e nutria a paixão pelo desporto. O seu Panhard-Levasser, a trabalhar a gasolina depois de acender dois maçaricos e de rodar a manivela, iria tornar-se objecto de espanto e de atracção entre as pessoas que o viam passar.
No dia 14 desse mês, o carro chegou a Setúbal ao anoitecer, tendo partido, no dia seguinte, para Santiago de Cacém. O repórter do jornal O Elmano, de 16 de Outubro, contava: "o trem caminha perfeitamente e dá as voltas muito bem" e, "na Praça de Bocage, juntaram-se mais de mil e quinhentas pessoas para assistir à partida do senhor Conde". A notícia era curta de pormenores, talvez porque tivesse ainda decorrido pouco tempo entre o evento e a redacção, mas o semanário O Districto, que se publicou no domingo seguinte, 20 de Outubro, contava mais pormenores, dizendo que o Conde de Avilez, antes de partir, percorreu "algumas ruas da cidade, concorrendo muito povo a admirar este novo phaeton, primeiro em Portugal", relatando mesmo a viagem que o carro fizera desde o Barreiro até Setúbal: "Esteve na terça-feira nesta cidade o novo trem movido a petróleo. Vinham no referido trem o seu proprietário, sr. Conde de Avilez e um engenheiro francês, segundo nos consta. Veio numa hora do Barreiro a Setúbal por Palmela, onde foi enganado no trajecto a seguir, tendo de descer a calçada de Palmela, que é muito íngreme. O trem, ao chegar ao fim da calçada, involuntariamente atropelou um burro, molestando-o levemente". Tinha acontecido o primeiro acidente de automóvel em Portugal.
O que sucedeu depois? É ainda O Districto quem conta: "diversos sujeitos fizeram com que o sr. conde de Avilez depositasse quarenta mil réis, aliás não o deixariam seguir. Resolveu aquele cavalheiro depositar o referido dinheiro com a condição de trazerem o burro no dia seguinte à cidade para ser inspeccionado, o que se fez, sendo o prejuízo avaliado apenas em dois mil réis, devolvendo o dono do burro o resto do dinheiro". Assim, não ficava o proprietário do animal tão beneficiado quanto desejaria, uma vez que a soma depositada pelo conde era avultada, nem o conde era enganado na indemnização a pagar..
O Panhard-Levasser do Conde Avilez encontra-se hoje exposto na Secção Regional do Norte do Automóvel Clube de Portugal, no Porto, não podendo sair desta cidade para nenhum outro ponto, por disposição testamentária do seu último proprietário. Trata-se de um carro com motor Daimler de gasolina, com potência de 2 cavalos, podendo atingir uma velocidade máxima de 20 quilómetros por hora. A iluminação do carro, mais para ser visto do que para o condutor ver, é feita por dois cotos de vela protegidos dentro de duas lanternas, uma de cada lado do veículo. A marca do carro deve-se aos apelidos dos seus construtores, René Panhard e Émile Levasser, ambos franceses, que se associaram para a construção automóvel, tendo iniciado os motores a gasolina em 1891, à custa da patente negociada com Daimler.
Este acidente ocorrido em Palmela entre um carro e um burro não foi o único do género na história local. Em Abril de 1968, a edição do jornal O Setubalense do dia 17 noticiava que, na freguesia de Quinta do Anjo, "uma muar que se espantou provocou o choque entre uma camioneta e uma carroça", tendo os dois ocupantes da carroça ficado feridos e sido transportados para o hospital de Palmela.
O primeiro acidente de automóvel em Portugal acontecido em Palmela iniciou uma longa lista de desastres que a sociedade e o poder político têm tentado combater, mas a história dos automóveis ligada ao concelho de Palmela tem tido episódios bem mais felizes, seja pelos indicadores de industrialização e emprego, como é o caso da fábrica da Volkswagen (a Autoeuropa), localizada na freguesia de Quinta do Anjo, seja por razões de turismo e de lazer, como é o caso do Kartódromo Internacional de Palmela, situado na freguesia de Palmela, uma e outra instituições já reconhecidas pela sua qualidade e dinâmicas.
[Foto: reprodução de selo do Mali com o desenho do primeiro modelo Panhard & Levassor.]

sábado, 7 de março de 2009

Vale do Neiva - coleccionismo em revista

A Associação de Filatelia e Coleccionismo do Vale do Neiva, com sede em Barroselas (Viana do Castelo), existe desde o segundo semestre de 1996. Entre as diversas iniciativas que tem promovido (exposições, publicações, divulgação), chegou agora a vez do primeiro número da revista Vale do Neiva Filatélico, publicação que pretende ser semestral e que tenciona, segundo o seu presidente, Marcial Passos, regista no “Editorial”, assumir este recurso como um “espaço aberto de informação”, que apresente “a filatelia como um elemento cultural do desenvolvimento humano numa perspectiva de partilha de conhecimento e informação”.
Por este número inaugural passam textos como “A telegrafia eléctrica em Portugal” (Pedro Vaz Pereira), “Curiosidades filatélicas – Correio-Andorinha” (Mota Leite), “Entrevista ao Jurado FIP Eduardo Sousa” (Núcleo Juvenil de Filatelia da Escola EB 2, 3/S de Barroselas), “Para a história do correio no Vale do Neiva – O correio em Balugães” (Mota Leite), “A 1ª Exposição Filatélica portuguesa” (Eduardo Sousa), “Coleccionando… Postais ilustrados” (José Manuel Pereira) e “Para a história da Associação” (Mota Leite). Há ainda lugar para diversos textos de carácter noticioso que lembram a recriação medieval do percurso a cavalo da mala-posta entre Barroselas e Viana do Castelo (que aconteceu em 28 de Outubro), a XX Exposição Filatélica Nacional e Inter-Regional “Viana 2008” (ocorrida entre 28 de Outubro e 2 de Novembro), entre outros eventos, sendo ainda antologiadas as emissões filatélicas nacionais do 2º semestre de 2008.
Neste número, é evidente a apresentação do coleccionismo – e da filatelia, em particular – como recurso alternativo para a ocupação dos jovens, quer pela intervenção de um núcleo filatélico da escola local, quer pela mensagem de um dos principais coleccionadores da região, com vários prémios já obtidos, Eduardo Sousa, que, em entrevista, recomenda aos jovens: “agarrem a filatelia como um meio instrutivo, como um meio educativo, de investigação, de estudo, que nos pode trazer novos conhecimentos.”
É uma publicação curiosa, a seguir com interesse, que apresenta outras facetas da história local e regional, não a desligando de factores identitários que a todos dizem respeito.
Com este número da revista, foram ainda distribuídos quatro postais, com fotografia de Olindo Maciel, a preto e branco, de uma série intitulada “Usos e costumes do Vale do Neiva” (“ida à feira”, “ida à fonte”, “lavadeira” e “o namoro”), que teve a colaboração do Grupo Folclórico S. Paulo de Barroselas.

sábado, 12 de julho de 2008

Farol do Cabo Espichel em selo

Os faróis voltaram a ser tema numa emissão filatélica dos CTT (em circulação desde 19 de Junho), depois de, em 1987, já o terem sido a partir de desenhos de Maluda. Desta vez, a série é constituída por doze selos, com outros tantos faróis portugueses, sendo 10 do Continente (Montedor, Leça, Penedo da Saudade, Esposende, Santa Marta, Cabo Espichel, Cabo da Roca, Bugio, Cabo Sardão e Cabo de São Vicente), um da Madeira (Ponta do Pargo) e outro dos Açores (Arnel), em desenhos do atelier Acácio Santos / Hélder Soares.
O farol do Cabo Espichel, na zona de Sesimbra, tem construção datada de 1790, com reformulações várias ao longo dos séculos XIX e XX. Com uma altura de 32 metros, o farol tem um alcance de 26 milhas. Em escrito de 1872, Francisco Maria Pereira da Silva apresentou-o desta forma: “A luz deste farol é fixa e branca produzida por dezassete candeeiros de Argand com reflectores parabólicos, distribuídos na respectiva árvore em três ordens horizontais, formando um sector iluminado de 260º, com seis candeeiros na primeira ordem, cinco na segunda e seis na terceira, tendo um alcance de 13 milhas. A lanterna que abriga o aparelho tem 6,80 m de altura com seis faces de 1,30 m cada uma de largo. A cúpula tem uma chaminé no vértice que dá suficiente tiragem ao fumo; mas faltam-lhe em roda tubos para a ventilação e não tem pára-raios. O edifício em que assenta a lanterna é uma torre hexagonal formada de três corpos construídos de grossas paredes de alvenaria (…) A altura de todo o edifício, desde a base da torre até ao vértice da lanterna, é de 30,7 metros. (…) Para o serviço deste farol há só um faroleiro, que tem um homem a quem paga para o coadjuvar, o que bem mostra a necessidade de haver ali mais outro faroleiro para se alternarem naquele serviço, principalmente de noite.”
Na pagela que acompanha esta série, escreve J. Teixeira de Aguilar [também ele autor de uma obra como Onde a terra acaba – História dos faróis portugueses (Pandora, 2005)] que, “diferentemente do que sucede com os mareantes, que neles vêem sobretudo uma ajuda à navegação, os faróis são para o observador desinteressado ou ocasional uma fonte de mistério, que facilmente convoca toda a espécie de mitos e lendas”. Com efeito, o viajante sabe que onde há um farol há uma paisagem para deslumbrar, seja por aquela noção de que se chegou ao fim de uma linha, seja porque a costa se apresenta agressiva na sua natureza, seja porque a nossa imaginação se refugia na solidão e no silêncio deste ponto em que a terra acaba… O Cabo Espichel e o seu farol já foram, de resto, cenário privilegiado para uma história de mistério destinada ao público juvenil, quando Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada resolveram escrever Uma aventura na falésia (Lisboa: Caminho, 1983). Suscitando a aventura ou o mistério ou não, continua Aguilar, “a verdade é que se trata de construções humanas, cuja vida foi desde o início votada a preservar a de quem anda no mar – ontem por necessidade apenas, hoje também por prazer.”