Saiu recentemente uma Antologia de Poesia Erótica de Bocage, organizada e prefaciada por Fernando Pinto do Amaral (Lisboa: Dom Quixote, 2017). A propósito dessa novidade literária, o JL - Jornal de Letras, na sua edição de ontem (nº 1226, 2017-09-27, pg. 23), publicou curta entrevista com Pinto do Amaral, cheia de referências à importância do poeta setubalense Bocage. O entrevistado sabe do que fala e vale a pena reter e acreditar numa das suas frases: "Neste momento há uma geração de leitores que tem uma genuína curiosidade em ler os textos bocagianos." Assim seja! É mesmo importante que Bocage seja lido.
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quinta-feira, 28 de setembro de 2017
sábado, 1 de novembro de 2014
Casal das Figueiras (Setúbal) - Do projecto SAAL à memória de Gonçalo Byrne
O
Serviço Ambulatório de Apoio Local (conhecido por SAAL) está a celebrar o 40º
aniversário, desde que foi criado por iniciativa do arquitecto Nuno Portas, à
altura Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo. Está associado à arquitectura
participada e deixou marcas pelo país (Lisboa, Porto, Setúbal, Lagos), apesar
de nenhum dos projectos que então foram criados ter sido concluído.
Uma exposição em Serralves (Porto) e um colóquio em
Coimbra assinalam a efeméride e a inovação que o projecto foi. A imprensa
também não tem andado alheia ao evento e, na sua última edição (em 29 de
Outubro), o JL – Jornal de Letras, Artes
e Ideias (nº 1150) fez do assunto tema de capa. Pelo meio, um depoimento do
arquitecto Gonçalo Byrne, autor do projecto para o Casal das Figueiras, em
Setúbal, testemunho evocativo dos tempos, das aprendizagens e do que foi a
participação na arquitectura.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
"Eça agora" - nos 125 anos de "Os Maias"
A passagem dos 125 anos sobre a publicação de Os Maias, de Eça de Queirós (1ª ed.,
1888), obra cuja presença no cânone português é indiscutível, constitui o
pretexto para as releituras ecianas ou para leituras do país e da nossa
contemporaneidade, na peugada de Eça.
Exemplo é o projecto do semanário Expresso, designado “Eça agora”, constituído por sete volumes: três
deles reproduzindo a obra que se celebra; outros três apresentando ficções que
continuarão Os Maias num percurso
temporal até 1973 (em textos devidos a José Luís Peixoto, José Eduardo
Agualusa, Mário Zambujal, J. Rentes de Carvalho, Clara Ferreira Alves e Gonçalo
M. Tavares); o último divulgando esse estudo indispensável sobre a saga da
família Maia, intitulado Introdução à
leitura d’Os Maias, devido a Carlos Reis (1ª ed., 1978).
Um outro exemplo do destaque dado ao romance maior de
Eça é a edição do Jornal de Letras – JL,
de ontem (nº 1117, 24.Julho.2013), que revisita Os Maias,
através de Carlos Reis (dando a sua experiência de leitor da obra, num texto de
marcas pessoais, que o leva a considerar a sua releitura como “uma
aventura sem fim”); de Kyldes Batista Vicente (universitária brasileira que
reflecte sobre a recepção da mini-série que a TV Globo produziu a partir de
várias obras de Eça); de Maria do Rosário Cunha (investigadora ligada à edição
crítica d’Os Maias, que ajuiza sobre
esse trabalho); de José-Augusto França (revelando o fascínio pela construção de
uma personagem como Maria Eduarda); de Filomena Oliveira (analisando a versão
dramatúrgica da obra, de que foi co-autora, com Miguel Real); de Carolina Freitas
(no resultado de uma conversa com o realizador João Botelho, que vai rodar nova
película sobre esta obra); de um painel constituído por Manuel Jorge Marmelo,
Miguel Real, Nuno Camarneiro, Fernando Venâncio, Teolinda Gersão, Mário de
Carvalho e Mário Cláudio, que se aventuram no gizar do que seria o plano ou o
capítulo inicial da obra Memórias de um átomo, jamais escrita mas sempre
prometida por João da Ega; de cinco dos seis continuadores d’Os Maias (não participa Gonçalo M.
Tavares) do projecto do Expresso, que
respondem a inquérito a propósito do trabalho em que se envolveram – destaco o
testemunho de Clara Ferreira Alves, assumida como “queirosiana confessa,
inabalável”, que revela a sua surpresa de cada vez que relê Eça e considera as
personagens queirosianas como integrando a sua “família espiritual”.
No entanto, o título dado a este projecto, “Eça agora”,
existe já desde 2007, ano em que foi publicado o romance Eça agora – Os herdeiros d’Os Maias (Lisboa: Oficina do Livro),
obra colectiva devida a sete autores: Alice Vieira, José Jorge Letria, José Fanha,
Luísa Beltrão, Mário Zambujal, Rosa de Lobato Faria e João Aguiar.
Obra forte, que conquista o humor eciano e critica
fortemente os hábitos sociais do século XXI, nela, “herdeiros” são os autores,
que seguem a via queirosiana, seja pelos reflexos evidentes dos incidentes com
as personagens, seja pelo papel que essas mesmas personagens vão desempenhar na
obra, seja pelo ambiente em que a trama vai acontecendo; “herdeiros” são as
personagens, elas mesmas, intensamente marcadas pelos nomes, determinadas por
um Afonso e um Carlos da Maia, decalcados do original, figuras que surgem
rodeadas por outras que, pelas atitudes e pelas aproximações fonéticas aos
nomes queirosianos, nos dão a aguarela em que assenta esta narrativa – João da
Régua, Dodô Varinho, Damásio Malcede, Palma Cavalito, Além Mar, Maria Moncorvo,
Maria Hermengarda, entre outras – nomes que se cruzam com a Lisboa e o Portugal
contemporâneos, matizados nos partidos políticos, no Gambrinus, na Quinta da
Marinha, nos concertos, em organizações como a Populus Dei, no periódico 48 horas, nos clubes desportivos, numa
capital efervescente de socialite; “herdeiros” ainda pelas intenções, já que é
evidente a crítica social e política sobre o momento em que a obra foi
produzida, eivada de nomes que fazem lembrar os do “Contra-Informação”, como
são exemplos Aristides Platão, “primeiro-ministro”, ou Procónio Guterros,
Morcão Lamoso, Sanlopes Tana, Marcos Arquimendes, Luís Filipe Menelau ou o Dr.
Saulo Cortas, ou mesmo o Presidente Vassilva Caco…
No final, como “delicada alusão”, Carlos da Maia e
João da Régua vão apanhar o metropolitano e, enquanto se lamentam pelo facto de
tudo continuar na mesma e verificam que “nada vale a pena”, decidem correr na
gare rumo ao comboio que estava para partir. “Corre, que ainda o apanhamos!”,
aconselhava João da Régua. E “saltaram degraus a quatro e quatro, entraram de
roldão na carruagem de trás. O comboio pôs-se em movimento e desapareceu no
túnel.”
Os sete autores, que foram construindo os seus
capítulos na sequência do legado pelo autor anterior, em duas voltas (catorze
capítulos, sem que nenhum tivesse sido autor de dois capítulos seguidos),
juntam-se no fecho do romance (ou da telenovela), o “epílogo”, assumindo o
estatuto de personagens que, numa reunião clandestina, têm um encontro com “um
rosto humano, um rosto humano que eles conheciam de fotos antigas, de quadros e
estátuas, um rosto afilado, com um monóculo entalado num dos olhos trocistas…”,
Eça, ele mesmo. Eça, agora. Sinal de que se estava perante uma reunião de “herdeiros”
de Eça. E a obra podia terminar.
No 125º
aniversário de Os Maias, estas
adaptações caucionam a actualidade de Eça de Queirós, indo muito além da
citação em diferentes contextos e provando que a única alteração e actualização
decorre dos cenários, originários da alteração da paisagem citadina ou social,
porque o interior das personagens… ou, como o narrador de Os Maias acentuava no
derradeiro capítulo, quando Carlos regressou do seu afastamento de uma década
da capital, tudo permanece na mesma. Dê-se-lhe a voz: “Foram descendo o Chiado.
Do outro lado, os toldos das lojas estendiam no chão uma sombra forte e
dentada. E Carlos reconhecia, encostados às mesmas portas, sujeitos que lá
deixara havia dez anos, já assim encostados, já assim melancólicos. Tinham
rugas, tinham brancas. Mas lá estacionavam ainda, apagados e murchos, rente das
mesmas ombreiras, com colarinhos à moda.” Ainda por lá andam, 125 anos depois…
quinta-feira, 16 de maio de 2013
As bibliotecas, segundo Valter Hugo Mãe
No JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias de ontem (nº 1112, pg. 34), um belo texto de Valter Hugo Mãe sobre as bibliotecas. A ler.
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quarta-feira, 3 de abril de 2013
Evocação de Óscar Lopes no "JL" de hoje
O
JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias de hoje (nº 1109, pp. 14-16) destaca Óscar Lopes,
considerado “uma figura cimeira das letras portuguesas”.
No
texto de Maria Leonor Nunes, o retrato vem logo no início: “Um espírito ávido
de conhecimento, uma alma gentil, um homem de uma imensa cultura e de maior
coração, um humanista, um verdadeiro óscar
da literatura (…), o ensaísta, crítico, historiador literário e professor
jubilado da Faculdade de Letras do Porto, Óscar Lopes, morreu no passado dia 22
de Março, na sua casa, no Porto. Tinha 95 anos.”
Outra
evocação tem origem em Isabel Pires de Lima, que, também no início, esboça uma
tela que dá bem com a multiplicidade do homenageado: “Óscar Lopes na estação de
Campanhã, com bem mais de 60 anos, chegado de Lisboa, a descer o comboio ainda
em andamento para apanhar um dos escassos táxis disponíveis. Óscar Lopes
comodamente sentado de pantufas e manta nos joelhos na acolhedora saleta da sua
casa sita na rua com o simbólico nome dos
Belos Ares, envolto por pilhas de livros, jornais e flores ou vasos de
orquídeas. Óscar Lopes sempre apressado no seu passo miúdo pelos corredores da
Faculdade de Letras do Porto, vindo duma aula, regressando ao Conselho
Directivo, caminhando para uma assembleia ou para o Centro de Linguística que
ajudou a criar. Óscar Lopes na varanda traseira de sua casa, contemplando o
jardim, os gatos, as camélias.”
Uma
terceira lembrança parte de Maria Alzira Seixo, de tom mais pessoal: “Morreu o
Óscar! Morreu o Mestre. Todos foram seus discípulos, mesmo os que o não sabem.
(…) Não procurava glórias, o que lhe importava era estudar e ouvir música.
Estudava tudo, conhecia tudo.”
Recordo o
papel que teve na minha formação essa monumental História da Literatura Portuguesa que, desde 1955, tem inundado os
estudos, as leituras, as referências bibliográficas, devida também a António
José Saraiva. Bem cedo foi uma das obras que adquiri, ainda comprada com o que
de “mesada” (muito curta) ia recebendo, andava eu pelos estudos do Secundário. É
uma obra que me tem acompanhado sempre, referência superior neste domínio.
Relembro ensaios vários devidos a Óscar Lopes, estudados, alguns anotados e
sublinhados, e, sobretudo, os dois volumes há anos editados sobre literatura
portuguesa intitulados Entre Fialho e
Nemésio, obra que nos foi aconselhada por David Mourão-Ferreira, com
indicação de comentário a alguns dos textos nela contidos. Foi o
deslumbramento. Nunca a obra de Óscar Lopes esteve ausente do meu percurso de
estudante e também de professor. Talvez o que estou a dizer seja banal ou
repetição do que já muitos disseram e escreveram, mas, quando soube da notícia
do passamento de Óscar Lopes, foi-me impossível aceder a este espaço para
lembrar a sua importância para mim e, depois, achei ser fora de tempo. O gesto
do JL, onde Óscar Lopes também interveio, deu-me a “deixa”… Tenho de me sentir
grato a este homem da reflexão e do saber, que era também, como Maria Leonor
Nunes regista, “um homem da intervenção cívica e pedagógica” e uma referência
precisa para este tempo que tanto tem dado cabo das referências!
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Paulo Castilho, o património, a língua portuguesa, o inglês e o francês
O JL de hoje (Jornal de Letras, Artes e Ideias, nº 1101, 12.Dez.2012) , na sua habitual rubrica "Diário", deixa que Paulo Castilho, escritor e diplomata, nos revele alguns dos fragmentos dos seus dias, em registos ocorridos entre 20 de Outubro e 28 de Novembro. Desse diário se retiram as observações que seguem, retrato sentido e verdadeiro da cultura que vamos perdendo e da cultura que nos vai colonizando... Ou a questão linguístico-cultural no centro da discussão, no mesmo momento em que outros dizem que a língua portuguesa significa quase 20 por cento do PIB! Sinais dos tempos, em que tudo se substitui por valores, mais-valias, investimentos, economias, rendimentos... Eis, então, uma mostra das reflexões de Paulo Castilho:
«O património cultural do nosso país, que nasceu há quase 900 anos, está em grande medida votado ao esquecimento e ao desinteresse generalizado, sobretudo quando se trata de literatura. (...) Namora, alguém o lê? Tirando o Eça, alguém lê os escritores do passado? E o Pessoa está transformado em 'celebrity', uma espécie de Paris Hilton das letras lusas, famoso, festejado, mas pouco lido. Quanto à língua,, vivemos na regra do desleixo e do vale tudo - incluindo o acordo ortográfico, que entre muitas outras calamidades, faz tábua rasa da origem latina da nossa língua. Mais um fenómeno de aculturação. É irónico que tenhamos agora de ir a outras línguas, como por exemplo o inglês, que é essencialmente germânico, para encontrar muitas das raízes latinas que deitámos fora nas nossas palavras. (...)
É uma pena que actualmente em Portugal se despreze o francês e já quase ninguém o fale ou leia. Foi e é a língua de uma grande cultura, ainda hoje com um movimento editorial de um enorme vigor, em muitas áreas superior ao inglês. Agora corremos atrás da língua inglesa e de tudo o que tenha um ar de Inglaterra ou de América sem nos darmos conta de quanto nos encontramos longe da mente anglo-saxónica. Não os compreendemos plenamente e eles não nos compreendem a nós e, na verdade, tendem a tratar-nos com alguma condescendência. (...)»
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Máximas em mínimas (91) - Dos compromissos
"Não vivemos tempos de consensos, mas de compromissos. Não podemos pensar todos da mesma maneira, por isso temos de encontrar soluções para podermos viver juntos. Eis uma tarefa nem sempre fácil."
Quem isto disse foi o arquitecto Nuno Portas, no final de uma conversa com outro arquitecto, Siza Vieira, publicada na última edição do JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias (de 22 de Agosto, pp. 6-9). O tema foi a arquitectura, claro, mas há verdades que são dos homens e da intervenção cívica e não dos técnicos. E esta é uma delas, que bem podia ser o fundamental pilar da democracia... e da política!
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Aí está ele, o nº 1000 do "JL", isto é, o "Jornal de Letras"!
que hoje lhe dedica duas páginas no suplemento "P2".
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terça-feira, 27 de janeiro de 2009
"JL"! Olhó número 1000!...
Estávamos a 3 de Março de 1981. Quase há 28 anos. Às bancas dos periódicos chegava mais um título. “Quinzenalmente, às terças-feiras”. Por 25$00, algo como 0,125 € (a assinatura anual, para o continente e ilhas, custava 520$00, algo como 2,60 €, o preço de cada edição hoje). Duas iniciais ocupavam quase metade do cabeçalho: JL, início de Jornal de Letras, sempre assim conhecido, apesar de o seu nome de baptismo ser um pouco mais comprido – Jornal de letras, artes e ideias. Assim mesmo. E, logo na página 2, José Carlos Vasconcelos, o director, justificava o nascimento e o nome: “Queremos ser um quinzenário de cultura potencialmente para toda a gente. (…) Se a literatura e as artes são o nosso primeiro campo operatório, não é por acaso que no cabeçalho também aparecem as ideias. Queremos que nas nossas páginas também possam ter o seu lugar, por exemplo, questões relacionadas com o urbanismo ou a informação, a ecologia ou a antropologia, a história ou a psicologia, mesmo com a política, embora não na sua visão imediatista e conjuntural”. Pertencia ao grupo Projornal e associava-se aos irmãos O Jornal, Jornal da Educação, História e Se7e.
Os nomes da ficha técnica eram (são) de peso: Augusto Abelaira, Eduardo Prado Coelho e Fernando Assis Pacheco, como coordenadores; João Abel Manta, como responsável artístico. Entre os colaboradores, uma plêiade quase, como se pode ver pelos que intervieram logo no número inaugural: Agustina Bessa Luís (“Cura na montanha e corrupção”, a partir de Dostoievski), Fernando Assis Pacheco (a entrevistar José Cardoso Pires), Francisco Bélard (sobre cinema português), Eduardo Prado Coelho (sobre cinema húngaro e sobre o primeiro volume de Conta-Corrente, de Vergílio Ferreira, de quem eram publicadas algumas páginas já do segundo volume), José Vaz Pereira (sobre televisão), Maria Estrela Serrano e José Manuel Nunes (sobre rádio), Eduardo Lourenço (evocando encontros com Jorge de Sena, de quem também eram publicados três poemas inéditos), Augusto Abelaira (“Ao pé das letras”), David Mourão-Ferreira (sobre o Arquipoeta de Colónia), Fernando Belo (“A crise dos cristãos de esquerda”), José Sesinando (sobre música), Alexandre Pinheiro Torres e Nuno Bragança (cronistas), Manuel Maria Carrilho (sobre livro de José Gil), Paula Morão (sobre vários livros e a propósito do número inicial de Nova Renascença), Urbano Tavares Rodrigues (sobre Fernando Namora), Miguel Serras Pereira, José Palla e Carmo e Fernando Pereira Marques (crítica literária), João Mário Grilo e Guilherme Ismael (sobre cinema), J. Nuno Martins e João de Freitas Branco (sobre música), Maria João Brilhante (sobre teatro), Sílvia Chico (sobre exposições). E notícias, entre outras: Poesia Toda, de Herberto Hélder; 40 anos de vida literária de Óscar Lopes; prémio "Montaigne" para Miguel Torga; morte de António de Sousa; exposição e livro de Júlio Pomar. E os anúncios: top livro da Bertrand; nº 4 da Persona; livrarias ("Leitura", "A Bibliófila", "O Mundo do Livro", "Portugal"); TAP; Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa; obras de Sena e de Cardoso Pires na Moraes; O dia dos prodígios, de Lídia Jorge; editoras ("O Oiro do Dia", "Presença", "Assírio e Alvim", "Valentim de Carvalho", "Multinova"); espectáculos (Pasolini na "Casa da Comédia").
36 páginas de novidades. 30 mil exemplares. Até ao número seguinte. Que sairia a 17 de Março e em que o director se regozijava com a recepção: a primeira edição estava praticamente esgotada e, em simultâneo com o nº 2, sucedia a reimpressão do número anterior, assim elevando a tiragem para 40 mil exemplares.
Cerca de dois anos e meio depois, em Novembro de 1983, passou a ser semanal (nº 72). Mas o andar dos tempos levou-o de regresso à sua periodicidade de origem. Em Fevereiro de 1992, saía o nº 500. Há duas semanas, em 14 de Janeiro, era o fim dos três dígitos, com o número 999. O título mantinha-se; o director também; as memórias também (provado pela evocação de Rodrigues da Silva); a riqueza e diversidade da cultura de língua portuguesa também.
A perspectiva da lusofonia tem sido, aliás, condimento forte, fortíssimo, nas páginas do JL e fácil é concluir que qualquer estudo da cultura lusófona a partir do início da década de 80 do século passado não poderá passar sem a consulta deste jornal. Obrigatoriamente.
Os nomes da ficha técnica eram (são) de peso: Augusto Abelaira, Eduardo Prado Coelho e Fernando Assis Pacheco, como coordenadores; João Abel Manta, como responsável artístico. Entre os colaboradores, uma plêiade quase, como se pode ver pelos que intervieram logo no número inaugural: Agustina Bessa Luís (“Cura na montanha e corrupção”, a partir de Dostoievski), Fernando Assis Pacheco (a entrevistar José Cardoso Pires), Francisco Bélard (sobre cinema português), Eduardo Prado Coelho (sobre cinema húngaro e sobre o primeiro volume de Conta-Corrente, de Vergílio Ferreira, de quem eram publicadas algumas páginas já do segundo volume), José Vaz Pereira (sobre televisão), Maria Estrela Serrano e José Manuel Nunes (sobre rádio), Eduardo Lourenço (evocando encontros com Jorge de Sena, de quem também eram publicados três poemas inéditos), Augusto Abelaira (“Ao pé das letras”), David Mourão-Ferreira (sobre o Arquipoeta de Colónia), Fernando Belo (“A crise dos cristãos de esquerda”), José Sesinando (sobre música), Alexandre Pinheiro Torres e Nuno Bragança (cronistas), Manuel Maria Carrilho (sobre livro de José Gil), Paula Morão (sobre vários livros e a propósito do número inicial de Nova Renascença), Urbano Tavares Rodrigues (sobre Fernando Namora), Miguel Serras Pereira, José Palla e Carmo e Fernando Pereira Marques (crítica literária), João Mário Grilo e Guilherme Ismael (sobre cinema), J. Nuno Martins e João de Freitas Branco (sobre música), Maria João Brilhante (sobre teatro), Sílvia Chico (sobre exposições). E notícias, entre outras: Poesia Toda, de Herberto Hélder; 40 anos de vida literária de Óscar Lopes; prémio "Montaigne" para Miguel Torga; morte de António de Sousa; exposição e livro de Júlio Pomar. E os anúncios: top livro da Bertrand; nº 4 da Persona; livrarias ("Leitura", "A Bibliófila", "O Mundo do Livro", "Portugal"); TAP; Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa; obras de Sena e de Cardoso Pires na Moraes; O dia dos prodígios, de Lídia Jorge; editoras ("O Oiro do Dia", "Presença", "Assírio e Alvim", "Valentim de Carvalho", "Multinova"); espectáculos (Pasolini na "Casa da Comédia").
36 páginas de novidades. 30 mil exemplares. Até ao número seguinte. Que sairia a 17 de Março e em que o director se regozijava com a recepção: a primeira edição estava praticamente esgotada e, em simultâneo com o nº 2, sucedia a reimpressão do número anterior, assim elevando a tiragem para 40 mil exemplares.
Cerca de dois anos e meio depois, em Novembro de 1983, passou a ser semanal (nº 72). Mas o andar dos tempos levou-o de regresso à sua periodicidade de origem. Em Fevereiro de 1992, saía o nº 500. Há duas semanas, em 14 de Janeiro, era o fim dos três dígitos, com o número 999. O título mantinha-se; o director também; as memórias também (provado pela evocação de Rodrigues da Silva); a riqueza e diversidade da cultura de língua portuguesa também.
A perspectiva da lusofonia tem sido, aliás, condimento forte, fortíssimo, nas páginas do JL e fácil é concluir que qualquer estudo da cultura lusófona a partir do início da década de 80 do século passado não poderá passar sem a consulta deste jornal. Obrigatoriamente.
Amanhã, 28 de Janeiro, sai o nº 1000. Olhó "JL"! Olhó número 1000!
Venha o nº 1000, pois! Venham muitos mais!
Venha o nº 1000, pois! Venham muitos mais!
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