Mostrar mensagens com a etiqueta Vanessa Pereira. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Vanessa Pereira. Mostrar todas as mensagens

domingo, 7 de dezembro de 2008

22 anos de tetraplegia, "com sorriso no rosto"

Há 22 anos (a fazer no dia 19 deste mês) que Jorge Patrício vive com a sua tetraplegia, na sequência de uma queda quando tinha 15 anos. Há 22 anos que encara a vida com a garra necessária, depois de ter visto as muitas dificuldades, de amigos o terem abandonado, de ter tido que aprender a viver de outra forma, de ter deixado para trás coisas de que gostava (como o futebol que praticava ou a oficina onde trabalhava). Para vencer, tem uma vida activa, inventa utensílios que lhe facilitam determinadas tarefas, conta com familiares e amigos, tem tido algum apoio da comunidade, acompanha intensamente o desenvolvimento da medicina nesta área. Gere a sua autonomia, conduz, convive e trabalha na Escola Secundária de Sampaio (Sesimbra).
A sua história vem contada na Magazine Reportagem deste mês (nº 5, Dezembro.2008) pela mão de Vanessa Pereira e pela visão de Rui Cunha. A revista, mensal, de uma dúzia de páginas, sob o lema “o mundo à frente das objectivas”, conta histórias que podem ter a marca local, mas que, sobretudo, são histórias de vida e, nessa medida, dizem respeito a todos.

sábado, 8 de novembro de 2008

Hoje, no "Correio de Setúbal"

Diário da Auto-Estima (89)
Magazine Reportagem – Em Sesimbra, apareceu no Verão a Magazine Reportagem, revista de uma dúzia de páginas, consagrada à reportagem fotográfica e escrita, com o lema “o mundo à frente das objectivas”. Acaba de sair o quarto número da publicação, com reportagem sobre o peixe-espada preto, depois de, nos números anteriores, terem aparecido rostos de profissões que quase estão em extinção. Os textos têm sido assinados por Vanessa Pereira e as fotografias são de Rui Cunha, que também assume a direcção da publicação. Para lá do poder da imagem – e algumas surgem bem poderosas –, vale o saber com que as personagens entrevistadas falam, numa linguagem acessível, revelando também a humanidade presente em cada figura. É caso a acompanhar, uma vez que nesta publicação fala o cidadão comum, com saber feito de experiência, que nos vai contando a sua história… ao mesmo tempo que vai fazendo história.
António Matos Fortuna – A freguesia de Quinta do Anjo tem um busto erigido em memória de António Matos Fortuna, historiador local e regional, que teve cerimónia de inauguração no dia 1 de Novembro. É um gesto para a memória (que se faz de gestos e de memórias, claro!). Mas, em torno da importância de António Matos Fortuna, mais acções vão surgir. Quase em simultâneo com a inauguração do busto, foi constituída uma comissão que patrocinará um programa de actividades tendentes à preservação da memória desta figura, que passa pela integração do seu nome na toponímia local, pela edição de um “In Memoriam” e pela criação de um fundo documental, entre outras iniciativas. António Matos Fortuna, falecido em Março deste ano, bem merece que a memória o estime, seja pelo carácter íntegro que possuía, seja pelo que de si deu enquanto cidadão (à comunidade e à paróquia de Quinta do Anjo, como dador de sangue, como professor, como promotor de iniciativas ou como defensor de causas), seja pelo que de si empenhou na investigação sobre a história local (com contributos deixados para a identidade de todas as freguesias do concelho e mesmo para a região de Setúbal).
Escola – Anda triste e preocupada a escola. Há muito tempo gasto em acções que nada têm que ver com os alunos. Há muito ruído e muito silêncio – um e outro comprometedores – em torno do ambiente que tem sido vivido nas escolas. A burocracia arrasta-se cada vez mais, com a construção de grelhas, grelhas e mais grelhas, com as reuniões que pesam no tempo das discussões e que não surgem como indispensáveis para a melhoria dos processos. Sente-se a escola como nunca se sentiu: baixo índice de motivação, muitas preocupações laterais, aparecimento de uma outra ideia do que é ser professor… Anda macambúzia a escola e é pena!
Barreiro – No ano em que passam os cem anos sobre a criação da CUF, tem havido bibliografia qb sobre o assunto. Gostaria de referir um título: Rua do Ácido Sulfúrico, de Jorge Morais (Lisboa: Editorial Bizâncio). É uma forma de contar a história do império a que Alfredo da Silva deu origem: a vida dos operários e dos patrões dentro da CUF, aquilo a que poderíamos chamar a história da cultura CUF, passando pela importância social, pela dinamização cultural, pelo poder económico, pela ideia de família que ao longo de décadas foi emergindo. Lê-se como um romance ou como uma memória. Parte-se do silêncio e da desolação e chega-se a um filme animado por rostos de heróis vários, onde se cruzam a política, a economia, a poesia, a afirmação, o poder e a vida. Jorge Morais, com vários títulos já publicados no campo da história, recebeu o Prémio Bocage em 2006 por um texto de ensaio sobre a ligação do poeta sadino ao movimento maçónico.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Profissões quase extintas na "Magazine Reportagem"

Aí está o segundo número de Magazine Reportagem, a revista mensal que teve número inaugural em Agosto, devida ao fotógrafo sesimbrense Rui Cunha. O tema desta segunda edição é “Rostos do ofício – Retratos de uma vida de trabalho”, que alinha com fotografias de Rui Cunha e textos de Vanessa Pereira.
Por estas objectivas passam as experiências e as vidas de quatro pessoas: de Maria Emília Pinhal e Domingos Marçal Caiado, agricultores, em Caixas; de José Guilherme Páscoa Simões, barbeiro; de Abílio Caetano Carvalho, relojoeiro (falecido enquanto era preparado este número da revista).
Os textos – pequenas reportagens – descrevem as profissões respectivas e dão a palavra aos actores, excepto no último caso em que a fala é de Rita Carvalho, a viúva. Qualquer um deles constitui um bom pretexto para a identidade local e para a memória e o facto de usarem uma linguagem acessível pode mesmo possibilitar que entrem na sala de aula para estudar um género jornalístico como a reportagem ou o retrato ou para conhecer as profissões (ainda que quase em extinção) e a sociedade local, mesmo porque todos os retratados são também interessantes figuras humanas pelo seu exemplo.
Um pouco do “mundo à frente das objectivas”, pois. Que se vê com prazer, claro.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

"Magazine Reportagem" (nº 1) com a "chincha" em Sesimbra

“Chincha – A arte xávega sesimbrense”, com fotografias de Rui Cunha e texto de Vanessa Pereira, é o trabalho que dá corpo ao primeiro número de Magazine Reportagem, datado deste mês de Agosto. A revista tem 12 páginas, é ocupada apenas pelo texto referido e, na sua capa, apresenta a periodicidade como mensal e um subtítulo que diz muito das intenções que lhe presidem: “O mundo à frente das objectivas”.
«S. Pedro arrastava da terra para o mar e só apanhava banhistas. Um dia Deus desceu à terra e disse-lhe: ‘S. Pedro, experimenta fazer ao contrário. Lança a rede ao mar e puxa-a para terra se queres ver o que é peixe!’» Assim começa a reportagem escrita, numa história contada por um dos mestres sesimbrenses, Serafim Painho, em jeito de explicação para a origem da arte xávega local. Forma de pesca artesanal, a chincha é assim apresentada: «Numa aiola (pequena embarcação típica de Sesimbra), três homens fazem-se ao mar para lançar uma rede em forma de saco, onde se acumula o peixe, que, no areal, os restantes pescadores puxam para terra através de dois cabos (as asas do saco), à força de braços.” Depois, fotografias e texto completam-se – umas, porque mostram expressões, ilustram e levam o leitor até lá; o outro, porque conta a história de pessoas, deixa perpassar o sentimento e apresenta homens que enfrentam a sorte e o mar com as suas mãos, a sua teimosia, a sua força, não faltando a marca da fé no patrono, Senhor Jesus das Chagas.
A publicação é dirigida por Rui Cunha, fotógrafo de Sesimbra. Algumas das fotografias e uma outra versão do texto tinham já sido publicados na blogosfera.