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domingo, 16 de janeiro de 2011

Máximas em mínimas (66)

A velhice e o firmamento
"Os mais velhos sabiam coisas incríveis - até os nomes das estrelas, que eram mais do que todos os antepassados da tribo juntos."

A pena
"Normalmente, as penas ficam cá dentro de nós. Só saem se alguém nos ajudar a deitá-las para fora, o que nem sempre é fácil."

Ideias
"As ideias não precisam de ter pés nem cabeça. Basta que sejam boas!"

História
"Todas as histórias têm um fim, menos a história da nossa vida - essa está escrita num livro muito grande (o maios do Universo), que só existe na biblioteca que há no Céu. Cá na Terra, ninguém teria tempo de o ler."

Saber
"Se a vida te dá um limão azedo, junta-lhe água e açúcar e tens uma limonada."

Maria Teresa Maia Gonzalez. A História dos Brincos de Penas. Lisboa: Editorial Presença, 2006.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Fim de ano com as estrelas

Cada qual em sua mesa, os dois idosos conversavam depois do almoço num gastar das horas a recordar. Eram tempos de juventude, de serviço militar, com recordações de idas ao quartel da Graça e de vidas em Lisboa, à mistura com observações sobre o fado e sobre o agitar da noite. Mas era, sobretudo, o prazer de recordar, à compita, para ver qual deles tinha mais e melhores lembranças, conversa revivida e partilhada com os outros frequentadores daquele restaurante em Palmela.
E o fim de ano? Onde o ia ele passar? Era a pergunta de um para o outro.
- Ah, eu vou a Setúbal, ao Largo onde era a Feira de Santiago. Sabes como se chama? Tem o nome do José Afonso... Há ali um restaurante de frango assado... Não é o Isidro. É o... é o...
O outro não sabia. Ou não se recordava. Se calhar, já estava mais para ouvir.
- Duarte dos Frangos! - disse eu, numa ajuda de memória.
- Isso, isso. O Isidro é lá em cima... Mas vou ali, porque há lá festa de fim de ano.
Silêncio por momentos.
- É que eu gosto de ar livre. E de festa ao ar livre. Vou lá... respirar aquele ar, ver a noite, ver o tempo, ver as estrelas, ver os anjos... tudo isso é que nos guia e eu gosto...
O outro ouvia. Todos ouvíamos. Não sei se o homem estava a partilhar, se estava a sonhar. De repente, parecia que ele se transformava, se soltava dali e todos o víamos a contemplar o universo, falando com as estrelas, dirigindo-se ao firmamento.
- Ah, assim é que é bom! - antegozava no seu espairecer. - É mesmo lá que eu vou, ainda que chova... Gosto muito de lá ir...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Máximas em mínimas (37)

Tendo deixado de ver as estrelas, os homens perderam a humildade, e com a humildade perderam a razão.
José Eduardo Agualusa. “Dos perigos do riso”. Fronteiras perdidas (1999)
[foto a partir de www.evanog.com]