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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Sebastião da Gama e as vivências de Estremoz (3)


Dedicatórias autógrafas de Sebastião da Gama para
Joaquim Vermelho, Maria Guiomar Ávila e Acilda Fragoso


Pelas crónicas estremocenses de Sebastião da Gama, vindas a público no Jornal do Barreiro, passa a paisagem, a festa de Carnaval, a cidade, o mercado, a simpatia das gentes, episódios do quotidiano do poeta, um jogo de futebol, os amigos... tudo num xadrez de observação e de contemplação enlaçadas em afecto, patente em exemplos como: a) ao referir a paisagem, diz ainda não a conhecer “senão da janela do quarto ou da Torre de Menagem — o campanário de Estremoz e o seu mirante, de onde os olhos se admiram para os olivais sem fim, para o verde que te quero verde dos trigos, para as searas onduladas”, umas pinceladas que nos remetem para outra vastidão, também ela “ondulada”, também ela podendo ser “verde”, como o mar que marca forte presença na poesia de Sebastião da Gama, assim como nos remetem para García Lorca, intertextualizando com o seu “Romance sonâmbulo”, quando diz “Verde que te quiero verde. / Verde viento. Verdes ramas.” (e sabemos bem quanto Sebastião da Gama conhecia e apreciava a poesia espanhola, como David Mourão-Ferreira testemunhou numa entrevista); b) ao olhar o Rossio estremocense, não duvida de que a cidade pode ser “uma caixinha de surpresas” e proclama, quase em jeito de provocação, que “o Rossio de Estremoz poderia tratar por tu o de Lisboa”; c) para referir a hospitalidade alentejana, inicia uma crónica em torno de uma reflexão tão cheia de simplicidade quanto “só estou bem onde estou”, reforçando não se ver como forasteiro, mas sentir-se “em casa”; d) finalmente, na última “carta”, atesta a sua identificação: “Sou de Estremoz e dos seus arredores — e aqui é verde e alegre. Este é um Alentejo de flores e pássaros, de colinas e fontes, de cantigas gárrulas no ar.” Lemos estas afirmações e mais sentido ganha a ideia de que um poeta como Sebastião da Gama não pode viver preso a uma geografia, ainda que dela se sirva para, como refere Ruy Ventura no ensaio que integra na antologia Por Mim Fora (2024), funcionar como “arquétipo simbólico, símbolo visto, criatura / pintura que torna presente, por meios misteriosos e ainda assim imperfeitos, o supremo Criador ou Pintor”.

A presença de Sebastião da Gama em Estremoz passou muito pelas amizades aqui descobertas, várias registadas em poemas — além de António Bento, já referido, mencionem-se também Maria Guiomar Ávila (1919-1992), Joaquim Vermelho (1927-2002) e Acilda Fragoso (n. 1934). À primeira foram dedicados dois poemas, “Poesia depois da chuva”, de 12 de Fevereiro de 1951, e “Crepuscular”, escrito pelo S. João de 1951, este em torno da figura da Rainha Santa; o nome de Joaquim Vermelho figura na dedicatória de um dos mais icónicos poemas de Sebastião da Gama, “Viesses tu, Poesia”, de 10 de Fevereiro de 1951; finalmente, Acilda Fragoso, que teve o poeta como professor, viu os seus 17 anos coroados com o poema “A uma rapariga”, em 7 de Março de 1951.

Conhecer Maria Guiomar Ávila (que, em 1953, foi uma das responsáveis pela homenagem estremocense ao poeta) significou para Sebastião da Gama uma oportunidade para conviver com quem apreciava poesia. Em várias ocasiões falou dela à ainda noiva Joana Luísa, na correspondência trocada, um registo que funcionou muitas vezes como substituto de um diário para contar à amada as suas vivências no Alentejo — em Fevereiro de 1951: “Hoje, pelo telefone, já conheci a Guiomar Ávila. Encantadora. Encontrar-nos-emos na missa das 9 e trinta, no domingo (ela é muito religiosa, portanto não cobiça o homem do próximo; e não vai à das onze porque, diz ela, é uma parada de elegâncias)”. Guiomar Ávila e Joaquim Vermelho fizeram parte do grupo a quem Sebastião da Gama leu em primeiro lugar o seu Campo Aberto, acabado de sair, uma espécie de tertúlia que se reuniu na tarde de 11 de Fevereiro de 1951. Pertence a Joaquim Vermelho um sentido testemunho sobre o amigo poeta, intitulado “O rapaz da boina”, saído no Jornal de Almada quando passava o nono aniversário da falecimento de Sebastião da Gama, afinal um retrato da sua vivacidade e sentido de humor, da referência que constituiu para quem o conheceu — “O rapaz da boina veio da Serra-Mãe, descendo ao povoado sonolento e fechado como uma fortaleza antiga receosa de inimigo invisível. Olhos brilhando do sol das alturas. A boina tombada garridamente sobre a testa, sombreando os olhos como nuvem brincalhona a querer esconder-nos o brilho intenso e estranho da alegria que deles irradia, não vá ela ferir-nos profundamente no nosso doentio viver de janelas fechadas, de costas viradas para a luz. Como é que a alegria pode vir ter connosco se lhe fecharmos todas as janelas e portas, batendo-as intempestivamente na cara do convívio? O rapaz da boina desceu ao povoado e cantou as janelas fechadas em gargalhadas de rosa encarnada, num riso de criança feliz e despreocupada.”

* João Reis Ribeiro. "500 Palavras". O Setubalense: n.º 1458, 2025-01-29, pg. 10.

 

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Arrábida e imagens da sua espiritualidade (2)

 


Em A Espiritualidade da Arrábida, as tentativas de partilhar o que a Serra sugere oscilam entre a impossibilidade da precisão descritiva — “espaço que flutua acima de todas as tentativas de o adjectivar”, escreve Salvador Peres — e esse desafio da descoberta que põe à prova e sugere outros esforços — “subir à Arrábida significa uma oportunidade para contemplar a Esperança e dinamizar a Fé e o Amor”, defende Hermínio Araújo. A aceitação deste desafio causado pelo impacto da Serra é um jogo permanente, assente sobre a simbologia que a ampara e sobre o mistério que a adorna, como descobre Casimiro Henriques: “Tu és a serra e a Serra és tu, ali perdido diante de um mundo que não consegues criar pelo teu poder.” Ou, como diria o poeta que escreveu o seu primeiro poema sobre a beleza da Arrábida aos 15 anos, Sebastião da Gama, numa recomendação ao passeante: “Vá sozinho, suba ao Convento, que é onde o espírito da Serra converge e como que ganha forma. Leve, se quiser, os versos de Agostinho e experimente como afinal é fácil estar a sós com Deus. (...) O Céu fica-lhe perto.” Uma forma de juntar o criador e a criatura, afinal... que perpassa pela descoberta da grandiosidade das coisas simples captada por Carlos Vale Rego, pelo confronto com a insuficiência da palavra para dizer a magia da terra assinalado por José-António Chocolate, pela contemplação que se exprime em oração na voz de Lourenço de Morais, pelo afago introspectivo da mãe-serra enaltecido por Isabel Melo, pela proximidade do historial franciscano trazido por Helena Mattos, pela centralidade que este espaço envolve lembrada por Joaquina Soares, pelo efeito transformador e interpelativo registado por Ruy Ventura...

As fotografias chamadas para este livro, resultantes de olhares, de momentos e de descobertas, corroboram essa onda de mistério em torno da paisagem, intensificada pela impressão digital da Natureza, pelos ângulos de visão pessoais, pela recusa do cenário imediato, pelas tonalidades em diversos graus das mesmas cores ou pela imponência do preto e branco, pela vastidão sugerida, pela luminosidade a favorecer o pormenor, pelo jogo entre luz e sombra, pela pluralidade de motivos, todas rendidas ao que mostram e rendilhadas com legendas sugestivas, por onde perpassam emoções pessoais, deslumbramentos, recriações de sentido, tudo em favor de uma arte poética da imagem, haja em vista títulos como “Escondido, mas visível”, de Nazar Kruk, “Porto seguro”, de João Completo, “In-Quietude”, de Carlos Medeiros, “Flor do cardo que eu guardo”, de José Alex Gandum, “Que serra é esta, que comigo fala e me sente?”, de Alberto Pereira, “Arrábida tranquila”, de José Canelas, “A alma do lugar”, de Carlos Sargedas, “O teu adormecer”, de António Alves da Costa, ficando apenas por intitular o surpreendente dourado sobre a serra do Risco, de João Moura.

Nos olhares fotográficos, há um outro grupo de leitura mais imediata, registo de momentos festivos e religiosos captados pelas lentes de Américo Ribeiro e de José António Carvalho, marcas de tempos diferentes neste “romariar e rezar” (como refere Luís Marques no ensaio já mencionado) em que a religiosidade popular surge aliada à Natureza.

Retratos escritos ou fotográficos, a verdade é que por todos os registos deste livro perpassam partes de um texto maior, uno, deixando adivinhar que a Arrábida impressiona sempre por aquilo que não somos capazes de dizer porque o silêncio se nos impõe para que ouçamos o concerto da cor com o restolhar segredado pelas veias da Serra. Assim percebemos que a reinvenção, a reconstrução ou a abordagem iniciática do ser da Serra serão sempre complexas, difíceis e angustiantes, na medida em que nenhuma das representações será suficientemente totalizadora de forma a desocultar o seu mistério.

É Viriato Soromenho-Marques quem assina o derradeiro texto, em tom posfacial, recapitulando momentos históricos em torno da “presença cultural e simbólica na nossa consciência” da Arrábida, lembrando as perspectivas científica, ecológica (mesmo ecocrítica) e literária e afirmando-a como uma “causa colectiva”. A motivação criada pela Arrábida a todos quantos a visitam ou aos que nela vivem mostra que ninguém fica insensível perante o que vê ou o que sente — há os textos que tentam guardar os sentimentos, há as memórias que afagam a distância do tempo, há os desenhos que são geradores de uma reconstrução, há as fotografias que se apresentam com uma mensagem muito mais intensa do que o registo lacónico de se ter estado ali... tudo porque, como Soromenho-Marques refere, “o que importa colocar em relevo é o permanente convite da Arrábida para a meditação e a viagem interior”, elementos estruturantes para aquilo que, a fechar o seu texto, defende: “A verdadeira força da espiritualidade é aquela que se funde na celebração da existência.” E a Arrábida deve ser celebração, sempre! Porque, como dizia a personagem de Agustina Bessa-Luís, “parece que o mundo foi criado daqui!”

* João Reis Ribeiro. "500 Palavras". O Setubalense: n.º 1417, 2024-11-20, pg. 9.


quinta-feira, 20 de junho de 2019

Frei Agostinho da Cruz na Arrábida: Os poemas do desassossego



Frei Agostinho da Cruz (1540-1619) está a ser tema de comemoração por passarem, em 2019, o quarto centenário da sua morte e, em 2020, os 480 anos do seu nascimento. Estando entre os poetas maiores da literatura portuguesa, a sua obra nunca mereceu um volume de conjunto durante a vida do poeta; só no século XVIII apareceria o repositório dos seus poemas. No século XX, foram os poemas de Agostinho da Cruz significativamente reunidos por Mendes dos Remédios (1918), Augusto Pires de Lima (1941), José Régio (1963) e António Gil Rafael (1994). Já mais recentemente, houve uma seleção de textos seus publicados com um prólogo de Dalila Pereira da Costa (Poemas da Montanha. Vila Viçosa: Serra d'Ossa Edições, 2010) e, no âmbito das celebrações que estão a decorrer, o poeta Ruy Ventura organizou uma Antologia Poética (Évora: Editora Licorne, 2019).

Quando, em 1771, são publicadas as Várias Poesias do Venerável Padre Frei Agostinho da Cruz (Lisboa: Oficina de Miguel Rodrigues), já tinham passado 150 anos sobre a morte do seu autor, que escolhera a Arrábida para passar os derradeiros anos da sua vida. Esta obra vem acompanhada do texto “Vida do Venerável Padre Fr. Agostinho da Cruz”, assinado por José Caietano de Mesquita (“professor de Retórica e Lógica do Colégio Real dos Nobres”), biografia pormenorizada que demonstra a adesão do autor ao espírito do biografado.
Relata Mesquita que Agostinho da Cruz não conseguiu a mudança de Sintra para a Arrábida com facilidade. Homem nada dado a títulos ou a cargos, apenas aos 65 anos aceitou ser guardião do convento de S. José de Ribamar, a instâncias do Provincial franciscano, explicando Mesquita que esta aceitação ocorreu porque o frade “assentou que por este meio facilitaria um despacho, que já de tanto tempo intentava, e era que se lhe desse licença para se retirar à serra da Arrábida, a viver solitário e apartado de toda a comunidade dos homens, de quem achava que nada devia esperar para si.”
A transferência não foi fácil, mas, ainda em 1605, no dia de S. José, Frei Agostinho, depois de renunciar à guardiania (cargo que ocupou por escasso tempo), conseguia a concordância superior. E comenta Mesquita: “Não cabia em si de júbilo Fr. Agostinho por ter alcançado esta felicidade por que tanto suspirava: na sua alma louvava infinitas vezes ao Senhor, dava-lhe repetidas graças de o chegar a tempo, em que só para ele e com ele havia de viver”.
A vida na Arrábida foi de recolhimento nos 14 anos que ali passou (ainda que com alguma curta interrupção), vivendo sozinho numa cela, fora da cerca do convento. Mesquita recorda que “foi visto muitas vezes derramar copiosas lágrimas, outras estar elevado e fora de si, sem dar tino de nada exterior e terreno”, em vida de oração e contemplação, associando-o aos antigos padres do deserto. Esta opção de Frei Agostinho continuou a não ser pacífica, sobretudo para os seus confrades que viviam no convento e discordavam da vida eremítica, mas a sua escolha e prática mantiveram-se inabaláveis.
Em 14 de Março de 1619, Agostinho morria na enfermaria que existia em Setúbal, com fama de santidade - “Espalhando-se pela vila a notícia da morte do servo de Deus, logo pela manhã acudiu à enfermaria grande número de pessoas não só a venerá-lo, mas a cortar-lhe pedaços do hábito, que guardavam como relíquias preciosas com que remediar os seus perigos e moléstias; e chegou nesta parte a tanto o excesso da devoção que foi necessário vestir ao santo cadáver novo hábito para decentemente se poder levar à sepultura”, narra Mesquita.
O relato assinado por Caietano de Mesquita quase decalca o perfil biográfico que, cerca de quatro décadas antes, de Frei Agostinho da Cruz fizera Frei António da Piedade na obra Espelho de Penitentes e Crónica da Província de Santa Maria da Arrábida (Lisboa: Oficina de José António da Silva, 1728-1737) ao longo de três capítulos que incluíram também uma mostra da poesia do frade franciscano (quatro sonetos, duas elegias e glosa a um mote). Relativamente à vida isolada de Agostinho da Cruz, refere Piedade: “Seguindo este varão apostólico as pisadas dos antigos Padres do Ermo, fechava as portas à sugestão dos pensamentos vãos, estando sempre ocupado.” Essas ocupações são mencionadas umas linhas adiante: “Por fugir pois a toda a ruína, que lhe podia maquinar o ócio, se a ele se entregasse, no tempo que lhe restava das suas obrigações e devotos exercícios, se divertia em fazer bordões que dava aos frades e oferecia aos Duques e Duquesas, quando o visitavam. Também pela inclinação que tinha à Poesia, compunha a vários assuntos espirituais muitos sonetos e outras variedades de versos.”
Pelos poemas de Agostinho da Cruz passa o seu desassossego. Não configurando um registo diário, ressalta, contudo, dos seus poemas terem eles sido escritos ao ritmo da vida, dos problemas, das reflexões, da oração. Bem terá ele dito na hora da morte, em jeito de recomendação, segundo Frei António da Piedade: “Não deixo contudo de lembrar aos mortais as angústias desta hora e lhes peço não guardem para ela o ajuste das suas contas, porque se expõem a perigo de as errarem pelo desassossego que padece a alma.” Vítor Aguiar e Silva, nessa obra incontornável que é Maneirismo e Barroco na Poesia Lírica Portuguesa (Coimbra: Centro de Estudos Românicos, 1971), bem considera que, na produção literária de Frei Agostinho da Cruz (como na de Camões, Diogo Bernardes ou Vasco Mouzinho de Quevedo), surge “uma poesia reflexiva, de análise psicológica ou de substância moral, dilacerada por dúvidas, congeminações e conflitos íntimos, que contrasta com a poesia sensorial, grandiloquente, teatral e patética, de teor descritivo e narrativo, que surge com frequência nos autores barrocos”...
Desprezando a vida palaciana, apesar de ter uma amizade forte com nobres, Agostinho exarou numa elegia a razão que o aproximava da Arrábida que o acolhera, aí deixando também, em jeito de testamento, o registo da sua derradeira vontade: “Agora, que de todo despedido / nesta Serra d’Arrábida me vejo, / de tudo quanto mal tinha entendido. // Com mais quietação livre me desejo / nela eu próprio cavar a sepultura, / que não junto do Lima, nem do Tejo. // Aqui, com mais suave compostura, / menos contradição, mais clara vista, / verei o Criador na criatura.” A ideia de para sempre permanecer na serra é retomada no final do poema: “Oh Serra das Estrelas tão vizinha, / quem nunca de ti, Serra, se apartara, / ou quando se partira esta alma minha / da terra, nesta tua me enterrara!” Ainda neste poema, a questão do desassossego sentido pontua num terceto: “Discorrendo dum noutro fundamento, / uma vez me perturbo, outra me indigno, / outra de mágoa pura arrebento.”
A Arrábida, em Frei Agostinho da Cruz, é um encontro último, final, que permite a união com o sagrado, num gesto de absoluta comunhão com o Criador, razão por que nunca desistiu de ver a serra como o seu refúgio, a única via que lhe permitiria chegar às estrelas.
Tão intensa ligação à Arrábida transformaria Frei Agostinho da Cruz no iniciador da tradição literária que tem tomado esta serra como motivo, num percurso que se estende até à actualidade, destacando-se, obviamente, mesmo por razões de proximidade e inserção geográfica, o nome de Sebastião da Gama (1924-1952), que não hesitou em convocar Agostinho da Cruz para os seus poemas em diversas ocasiões, como não duvidou sobre a necessidade de personificar a “serra-mãe”, trazendo-a para tema maior da sua produção poética. A Arrábida afigura-se, assim, como bem disse Teixeira de Pascoaes em conversa com o poeta azeitonense (Jornal do Barreiro: 11.Outubro.1951), como algo de essencial - “A Arrábida é que é o altar da Saudade. Eu pu-lo no Marão porque sou do Norte.” E, quanto a Frei Agostinho, responde Sebastião da Gama: “Esse adivinhou-lhe a essência, que foi como quem diz aos vindouros: Cantem agora. (Ele tinha tanto que falar de si mesmo, tanta amargura, tanta luta a contar!...)”
A Arrábida pinta(va)-se, pois, com as cores do desassossego, tornando-o questão essencial para a existência humana e para o sentir do(s) poeta(s)...

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Frei Agostinho da Cruz no Barreiro


Quando passa o 4º Centenário da morte de Frei Agostinho da Cruz (1540-1619), o Barreiro vai receber a apresentação da sua Antologia Poética, organizada pelo poeta Ruy Ventura (Évora: Licorne, 2019), numa sessão em que também se ouvirá a voz de Teresa Salgueiro.
Marque na agenda: 14 de Junho, às 21h30, no Convento da Madre de Deus da Verderena, numa iniciativa organizada em parceria pela Comissão IV Centenário da Morte de Frei Agostinho da Cruz e pelas Paróquias do Barreiro-Moita, com a colaboração da Câmara Municipal do Barreiro.
Convidados! 


quarta-feira, 24 de maio de 2017

Para a agenda: Ruy Ventura escreve sobre Sebastião da Gama



O mais recente estudo sobre a obra poética de Sebastião da Gama, da autoria de Ruy Ventura, vai ser apresentado na noite de sexta-feira, em Azeitão, na Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, iniciativa que, com o concerto do grupo e-Vox, encerrará a "Jornada Internacional Sebastião da Gama - Pelo Sonho é que Vamos".
A Chave de Sebastião da Gama, com todo o segredo e simbologia que podem dominar o objecto que a chave é, constitui bem uma porta de entrada no rico mundo da poesia do autor de Serra-Mãe. Uma obra de Ruy Ventura indispensável para quem goste do poeta de Azeitão, para quem aprecie um ensaio sério e com leituras novas e pertinentes.
Para a agenda!

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Como Ruy Ventura nos leva a ler Sebastião da Gama...



Ruy Ventura escreveu A Chave de Sebastião da Gama, um conjunto de textos que já tive a oportunidade de ler (graças a uma prova de amizade do autor) e que será publicado em co-edição pela Editora Licorne e pela Associação Cultural Sebastião da Gama, com apresentação pública anunciada para 26 de Maio, à noite, em Azeitão, na Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, a encerrar a "Jornada Internacional Sebastião da Gama - Pelo Sonho é que Vamos". 
A capa do livro muito fica a dever a uma fotografia captada por Nuno Matos Duarte nos meandros da Arrábida. Uma capa de que gosto muito, diga-se.
Sobre o livro, Ruy Ventura deu-me a oportunidade de escrever, outra prova de amizade. E, não revelando aqui tudo o que registei, deixo, no entanto, um excerto que pode servir como pretexto para convite para a apresentação em Azeitão: "Lemos este conjunto de textos e sentimos a alegria de redescobrir Sebastião da Gama, numa mais consolidada visão sobre a força arrabidina, numa respeitadíssima tradição literária e cultural, numa autêntica fundamentação dos princípios que ajudam ao desvendar dos códigos que povoam a sua poesia, numa aproximação da palavra a um projecto de vida e de fé, que acabou por ser a marca que de Sebastião da Gama se impôs."
O leitor de Sebastião da Gama vai gostar de o ver através de Ruy Ventura, ele próprio também poeta. Vale a pena!
  

terça-feira, 16 de maio de 2017

Jornada Internacional Sebastião da Gama - Livro de Ruy Ventura já tem capa



O livro A Chave de Sebastião da Gama, do poeta e investigador Ruy Ventura que vai ser apresentado na noite de 26 de Maio, na Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, em acção integrada na Jornada Internacional Sebastião da Gama, já tem capa, que aqui se divulga.
Quanto ao conteúdo, será uma descoberta para os leitores. Obviamente, se se explorar a simbologia da palavra "chave" lá se chegará. Será um livro imprescindível para a leitura de Sebastião da Gama, um género de arqueologia da sua poesia.
A edição é Editora Licorne e da Associação Cultural Sebastião da Gama e tem o apoio da Câmara Municipal de Setúbal e da Junta de Freguesia de Azeitão.

sábado, 6 de maio de 2017

Sebastião da Gama vai ter Jornada Internacional em Setúbal



A "Jornada Internacional Sebastião da Gama - Pelo Sonho é que Vamos" vai acontecer em 26 de Maio, em Setúbal e Azeitão: durante o dia, na cidade do Sado, o auditório da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal vai ser o palco das conferências; à noite, em Azeitão, na sede da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, será a apresentação da obra A Chave de Sebastião da Gama, de Ruy Ventura, e o concerto "Pelo Sonho é que Vamos" pelo grupo e-Vox, músicas sobre letras do poeta azeitonense.
A organização desta Jornada, motivada pela necessidade de divulgação do poeta e pela passagem do 70º aniversário da primeira edição do segundo livro de Sebastião da Gama (Cabo da Boa Esperança), está a cargo da Associação Cultural Sebastião da Gama, do CLEPUL (Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, da Câmara Municipal de Setúbal e da Junta de Freguesia de Azeitão.
Mais informações podem ser obtidas através do blogue dedicado à iniciativa.

A inscrição na Jornada é gratuita, mas é obrigatória. Faça-a já através do endereço: acsgama@sapo.pt

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Para a agenda: Maio intenso


6 DE MAIO
Palmela
Comemorações do Centenário da Morte de Hermenegildo Capelo

6 DE MAIO
Jantar de angariação de fundos para a Igreja da Azeda (Setúbal)

12 DE MAIO
Casa da Baía
Apresentação do livro Médico Unicista: Ensaio sobre a Arte de Cuidar, de Cristina Pinho

17 DE MAIO
Biblioteca Pública Municipal de Setúbal
Universidade Sénior de Setúbal (CIMM) partilha aula sob o tema “Almeida Carvalho: notas biográficas”, por Carlos Mouro

19 DE MAIO
Associação de Socorros Mútuos Setubalense
Conferência “Almeida Carvalho e o pioneiro mutualismo local”, por Carlos Mouro

20 DE MAIO
Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal
Seminário “Adobe de Setúbal”, com apresentação do livro O Adobe

21 DE MAIO
Casa da Baía
Apresentação do livro O Fantasma do Convento da Soledade, de António dos Santos

25 a 28 DE MAIO
Em vários locais
Festival da Música de Setúbal (7ª edição)

26 DE MAIO
Antigo Quartel do 11
Jornada Internacional Sebastião da Gama “Pelo Sonho é que Vamos” (ao longo de todo o dia), com apresentação do livro A Chave de Sebastião da Gama, de Ruy Ventura, e concerto pelo grupo e-Vox, ao final do dia, na Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense

sexta-feira, 17 de março de 2017

Para a agenda: revista "Devir" e obra de Ruy Ventura



Duas apresentações numa só: o nº 4 da revista Devir e o livro Detergente, de Ruy Ventura, escritor com boa obra já publicada e professor em Setúbal. Em 23 de Março, nas vizinhanças do Dia da Poesia, na Biblioteca da Escola Secundária Sebastião da Gama, em Setúbal, pelas 18h00.
Para motivar: "Não fotografo ruínas nem sombras, mas retratos de uma ausência crescendo no lintel dos edifícios." Assim diz Ruy Ventura neste seu novo livro (Évora: Editora Licorne, 2016). Para a agenda!

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Para a agenda: a religiosidade da Arrábida, por Ruy Ventura



O religioso e a espiritualidade da Arrábida, dimensões nem sempre mostradas, mas presentes na história cultural da serra. Ruy Ventura, há muito tendo enveredado por esse estudo, vai abordar o tema "A criatura e o Criador na religiosidade da Arrábida", por onde passarão Frei Agostinho da Cruz e Sebastião da Gama. Em 26 de Abril, no Seminário de S. Paulo de Almada. Para a agenda.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Para a agenda: Dos poetas da Arrábida



Onde se vai falar da Arrábida e dos seus poetas. Uma perspectiva cultural sobre a Arrábida. Com temas interessantes a cargo de quem deles sabe. Em 22 de Janeiro, na Casa da Cultura, em Setúbal. Para a agenda.