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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Aí estão os exames nacionais...

Começou na manhã de hoje o período dos exames nacionais, aberto com o exame de Língua Portuguesa do 9º ano. Prova acessível, equilibrada, pertinente, respeitando o programa, diversificada, culta, trabalhosa, valorizando mesmo a prática da leitura.
Tinha dito aos meus alunos que estivessem preparados para uma prova mais exigente do que nos anos anteriores, um pouco porque estava convencido desta necessidade, um pouco porque não se pode dar a ideia de facilitismo ou de menosprezo relativamente ao acto dos exames e do estudo.
Como muitos colegas, tenho estado convencido de que os resultados dos exames vão baixar, sobretudo depois de toda a onda de facilitismo nas transições e de facilidade nas provas a que a sociedade tem assistido. Veremos…
Nesta mesma manhã de exames, o jornal Público “descobriu” um eventual novo responsável pelos também eventuais maus resultados dos exames: o professor corrector. Depois do título “Resultados dos exames não dependem só do que os alunos sabem”, o lead respectivo na página do jornal (em suporte papel) adianta: “Falta de fiabilidade entre os correctores dos exames nacionais pode pôr em causa a equidade destas provas, alerta especialista em avaliação.” “Fiabilidade” em quê ou em quem?, perguntará o leitor, depois de ter sido levado a crer que será nos professores correctores.
Lê-se o texto e, afinal, qual é o problema? Carlos Barreira, universitário de Coimbra, “chama a atenção para a falta de fiabilidade entre os correctores, que considera ser um aspecto preocupante, pois também deste modo se pode questionar a equidade dos exames”. De facto, a questão está na qualidade dos critérios de correcção, ponto abordado por uma outra entrevistada ligada à área da Matemática. E na fiabilidade dos critérios de correcção. E na adequação dos critérios de correcção às provas. Recordo o exemplo dos critérios de correcção das provas de Língua Portuguesa de 9º ano do ano lectivo passado, que desfaziam o equilíbrio que a prova parecia apresentar… e os resultados foram o que se viu.
O "lead" do Público é, assim, menos correcto ou menos fiável e... verdade, verdadinha, não era necessária essa falta de cuidado. No final, o que ressalta da leitura dos comentários dos entrevistados é a necessidade de os critérios de correcção serem bem construídos e adequados. Bem pensados, é claro. Mesmo para que, depois, não se conjuguem no mesmo texto questões tão sérias (como a da qualidade dos critérios de correcção) com outras tão demagógicas como, por exemplo, quando Albino Almeida (das associações de pais) vem dizer que "os exames estão a avaliar o que as escolas não ensinam e o que os alunos não puderam aprender"... diatribe que me escuso de comentar.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Da memória e da escola

«(...) A memória parece ter andado arredada da escola. O aprender de cor adquiriu uma conotação negativa entre nós, porque foi sempre associado a aprender sem qualquer "ganho hedónico". Entendo que não há melhor forma de aprender do que de cor (de cuore ou com o coração), ou seja, com esforço. Estou certo de que este esforço se traduz na aquisição de alguns automatismos que libertam a memória para o recurso a outras estratégias mais elaboradas. Devemos por isso encorajar e ensinar as nossas crianças a usarem estratégias de memória (e.g., mnemónicas motoras, mnemónicas verbais, cantilenas, etc.).
Trazer a memória para a escola dando às crianças algumas armas cognitivas que lhes permitam usá-la sem esforço e valorizá-las por as adquirirem pode ser mais um pequeno passo no sentido da melhoria do seu desempenho escolar.»
Pedro B. Albuquerque. "É preciso levar a memória de trabalho para a escola?".
Em Causa: Aprender a Aprender. Col. "Questões-Chave da Educação".
Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos / Porto Editora, 2011, pg. 92.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Exames: Três em cada quatro alunos copiam na universidade

Este texto, que pode ser lido no Diário Digital de hoje, só surpreenderá os incautos ou quem viva num mundo tão virtual que não tenha qualquer semelhança com aquele em que vivemos. E quem diz "copianço" pode ainda dizer outras situações de favor para serem obtidos resultados positivos nos estudos, ainda que ambos comunguem da mesma característica - a fraude.
O que espanta é o ar de que tudo isto é normal. Aliás, na continuação da peça, é dito que os alunos não reconhecem o "copianço" como acto ilícito...
Há dias, tive uma prova disso: quando uma aluna tentava obter uma resposta para o teste, perguntando a solução a uma amiga, chamei-lhe a atenção. No final, veio falar comigo, dizendo: "Ó professor, vou ser sincera consigo. Só copiei a resposta X... Pode perguntar a Y..." Apenas comentei: "Porque queres ser sincera se já mentiste, pondo como tua uma resposta que não te pertence?" Ficou a olhar, embasbacada, porque nunca tinha pensado nisso... e eu fiquei a pensar que a sua prática irá continuar!...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009