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domingo, 2 de outubro de 2011

Verdades de Rui Zink

A propósito da publicação do seu mais recente romance, O amante é sempre o último a saber, Rui Zink é entrevistado na edição deste mês de Os Meus Livros (Antanhol: CELivrarias, nº 103), em conversa conduzida por João Morales. É daí que reproduzo os seguintes excertos:
Espaço Virtual e Misticismo – “Quantas pessoas há na igreja e quantas estão online? Outro inquietante sinal dos tempos: começo a ver mais taxistas ao telemóvel do que com emblemas do Benfica.”
Vida e Realidade Virtual – “Cada vez mais, cabeças e corações vão estar mais separados do corpo, como não se via desde a corte de Henrique VIII. O lado bom é que o índice de doenças venéreas vai diminuir entre os jovens. O lado mau é que os vírus de computador vão passar a provocar herpes.”
Futuro – “Somos uma espécie tramada. Pelo menos os homens, que são quem mais tem mandado nisto tudo. Pessoalmente, acho que não somos bons para ninguém excepto quando estamos a ler um livro. E mesmo assim, depende do livro. Por alguma razão hoje quem mais lê são as mulheres. Benditas mulheres. Deus existe? Sim, mas existiria ainda mais se fosse no feminino. Não seria tão bom podermos dizer que, mais do que amor, Deus é amora?”
Ironia e Humor – “Acho apenas que há muito pouca coisa verdadeiramente grave, e devemos guardar os nós na garganta para essas ocasiões. Entre outras coisas, o humor é uma força moral, no triplo sentido da palavra: traduz uma ética, dá ânimo, desmascara hipocrisias. Mais económico e mais limpo não há.”

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Urbano Tavares Rodrigues em "Os Meus Livros"

O mais recente livro de Urbano Tavares Rodrigues – Os Terraços de Junho (Publicações Dom Quixote) – constituiu pretexto para entrevista com João Morales na revista Os Meus Livros (nº 99, Junho.2011), em que o escritor fala da sua obra, de algumas memórias que o tempo de 88 anos permite acalentar. Sempre igual a si mesmo, eis algumas respostas:
Fernando Pessoa – «Ah, caramba!... Ele vai ao fundo, fundo, da mentalidade portuguesa. ‘A Tabacaria’, a ‘Ode Marítima’ são textos fantásticos sobre a nossa realidade. Ou o Bernardo Soares, com ‘O Livro do Desassossego’…»
Universidade – «As faculdades estão em grave crise e há a vontade de as tornar em serviços de fornecimento de quadros para empresas, como se só assim pudessem sobreviver. A cultura humanística está em grave crise, em parte pelo Capitalismo neo-liberal que produz subprodutos e lixo literário. A literatura de qualidade sobrevive com dificuldade… mas isso vai mudar! Não vai ficar sempre assim! Até porque tudo isso está em grande crise.»
Ficção – «Fala-se mais verdade através das máscaras. Eu tenho muitas máscaras nos meus romances e nos meus contos. E acho que dessa forma consigo contar melhor a realidade.»
Público – «Não se escreve para o público, mas não se pode esquecê-lo. Assim como a ideia estruturalista de evacuar o escritor da sua obra também era uma parvoíce, o escritor tem de lá estar.»