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terça-feira, 19 de julho de 2016

ENCARCERAMENTO COLONIAL NO SÉCULO XX: UMA ABORDAGEM COMPARATIVA - CONFERÊNCIA INTERNACIONAL

Nos próximos dias 21, 22 e 23 de Julho de 2016, no Museu do Aljube, em Lisboa, vai realizar-se a Conferência Internacional Encarceramento Colonial no Século XX: Uma abordagem comparativa.

Ao longo de três dias vários especialistas internacionais vão analisar os vários casos de encarceramento colonial, quando é importante recordar que se assinalam os 80 anos da abertura do Campo do Tarrafal. Na nota de divulgação desta conferência internacional pode ler-se:

A historiografia sobre o encarceramento colonial no período do colonialismo europeu moderno, de finais do século 19 até às independências do século 20, tem manifestado uma vitalidade assinalável nos últimos anos, com uma explosão de estudos empíricos e novas abordagens teóricas. Um dos casos mais estudados é o da África do Sul, onde se criaram os primeiros campos de detenção de prisoneiros políticos no seguimento da guerra Anglo-Boer. A investigação sobre outros contextos coloniais europeus no império britânico, francês, holandês, belga e Italiano também revelou a utilização frequente de campos em África e Ásia para o encarceramento de membros da oposição política perseguidos em contextos metropolitanos e coloniais.
No caso do III Império Português, o encarceramento de opositores é geralmente identificado com a Ditadura Militar e o Estado Novo, que criou campos especiais de detenção para este efeito nas colónias de então. O campo de prisioneiros do Tarrafal na Ilha cabo-verdiana de Santiago é o caso mais notório, denunciado internacionalmente como o primeiro campo de concentração português. Pese embora os africanos que também aí estiveram detidos já em plena guerra colonial, é a sua ligação à política metropolitana que lhe tem conferido um maior peso simbólico e visibilidade. Se alargarmos o foco a todo o império, verificamos que, exceptuando alguns estudos recentes, a história dos campos coloniais portugueses de detenção política no século XX se encontra ainda largamente por explorar. A historiografia crescente do encarceramento colonial tem-se sobretudo focado outros impérios europeus em África e Ásia.
O Instituto de História Contemporânea (Universidade NOVA de Lisboa) e o Museu do Aljube – Resistência e Liberdade pretendem marcar o 80º aniversário da abertura do campo do Tarrafal em Cabo Verde através da organização de uma conferência sobre o encarceramento político em colónias europeias durante o século XX. São bem-vindas propostas com investigações em curso sobre prisões e prisioneiros políticos nos impérios britânico, francês, holandês, belga, alemão e português, bem como olhares transversais e transnacionais sobre o encarceramento político em situação colonial. Uma selecção das comunicações apresentadas será incluída num número especial de uma revista internacional de revisão por pares.
A Conferência terá lugar no Museu do Aljube – Resistência e Liberdade, Lisboa, Portugal

Rua Augusto Rosa, 42, 1100-059 Lisboa.

Contactos

Endereço electrónico: colonialincarceration20century@gmail.com

Telefones: (351) 218 172 400 | (351) 218 170 983

O programa detalhado pode ser consultado/descarregado AQUI.

Entrada é livre, mas é necessária inscrição.

A página da conferência deve ser consultada AQUI.
Uma iniciativa que o Almanaque Republicano não pode deixar de divulgar e de recomendar a todos aqueles que se interessam pelo estudo da oposição ao Estado Novo, aos que combateram a Ditadura e que conheceram as terríveis consequências para a maioria daqueles que conheceram a prisão e as torturas no Campo do Tarrafal.

Para que não se apague a memória!!!

A.A.B.M.

domingo, 18 de janeiro de 2015

A REVOLTA DE 18 DE JANEIRO DE 1934

A REVOLTA DE 18 DE JANEIRO DE 1934
 
 
«A revolta do 18 de Janeiro de 1934 [ler AQUI] surgiu como movimento nacional de contestação à ofensiva corporativa contra os sindicatos livres, por força do recém-publicado “Estatuto do Trabalho Nacional e Organização dos Sindicatos Nacionais”, em Setembro de 1933, pelo Estado Novo.
 
O movimento saiu para a rua e desenrolou-se, embora desarticulado. Contudo, a falta de apoio militar e a fraca adesão e repercussão nacional condenou-o ao fracasso.

Registaram-se greves gerais de carácter pacífico em Almada, Barreiro, Sines, Silves, e manifestações operárias, mais ou menos violentas na Marinha Grande, Seixal, Alfeite, Cacilhas e Setúbal …» [MAIS AQUI]
 
A rebelião foi duramente reprimida e a lista de presos extensa. Muitos dos operários detidos – principalmente anarquistas e comunistas -, foram inaugurar a Colónia Penal do Tarrafal, criado por Salazar ao abrigo do DL nº 23 de Abril de 1936. Os presos partiram para o Campo de Concentração do Tarrafal a 18 de Outubro de 1936. Muitos ali morreram.  
 
Eis uma lista de presos, resultante da fracassada tentativa da revolta de 18 de Janeiro de 1934 [via “Greve Geral Revolucionária de 18 de Janeiro 1934”, ed. GAPS, Tipografia Duarte, Lisboa, Agosto de 1974]
 
 
J.M.M.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

TARRAFAL - NO PATRIMÓNIO DA RESISTÊNCIA

António Valdemar publicou hoje, no jornal Público, o artigo com título em epígrafe que recomendamos aos nossos ledores.



Para debate e reflexão entre os interessados.

A.A.B.M.

domingo, 23 de setembro de 2012

IN MEMORIAM CÂNDIDO DE OLIVEIRA - TARRAFAL. O PÂNTANO DA MORTE


LIVRO: Tarrafal. O Pântano da Morte;
AUTOR: Cândido de Oliveira [pref. José Magalhães Godinho; capa com ilustração de Stuart Carvalhais];
EDITORA: Editorial "República", Lisboa, 1974, 153 p.

► "... Curvo-me, respeitoso, comovido, e com a maior saudade perante a memória do meu querido amigo e companheiro Cândido de Oliveira, homem íntegro, lutador intemerato, um dos sacrificados e uma das grande vítimas, pelo muito que sofreu, pelas brutalidades inumanas de que foi objecto, nesse negregado período do salazarismo que só por ironia, maldade e má fé, ainda há quem teime em considerar um regime meramente paternalista!

Honra e glória à memória do grande cidadão, do grande democrata que foi Cândido de Oliveira

[José Magalhães Godinho, in Nota Prévia ao “Tarrafal. O Pântano da Morte" - sublinhado nosso”

J.M.M.

CÂNDIDO DE OLIVEIRA [1896-1958]


"Comemora-se amanhã o 116º aniversário do nascimento de Cândido de Oliveira (Fronteira, 24-9-1896, Estocolmo, 23-7-1958) figura maior do Desporto Nacional” [via António Ventura Facebook]

Cândido Fernandes Plácido de Oliveira nasceu em Fronteira, a 24 de Setembro de 1896. Ficou órfão de pai, entrando para a Casa Pia de Lisboa (a 15 de Junho de 1905 – cf. Dicionário de Autores Casapianos, 1982, p.141], com o número 3466. Aluno exemplar “fez [o] Curso Comercial e praticou diversos desportos – luta greco-romana, natação e futebol” [António Ventura, ibidem]. Recebe, por essa “dupla actividade” o prémio “Januário Barreto”, ilustre casapiano, um dos primeiros jogadores de futebol, e que se formou em medicina.

Cândido de Oliveira, tirou também “o Curso de Telegrafia, empregando-se nos Correios e Telégrafos, chegando a Chefe de Divisão.

Discípulo de Cosme Damião, substituiu-o na preparação do Grupo Escolar da Casa Pia de Lisboa, [foi fundador do Casa Pia Atlético Clube, e seu capitão] e começou a jogar no Benfica [foi capitão do grupo de honra do Sport Lisboa e Benfica, 1915-1921, tendo sido um dos mais famosos jogadores portugueses do seu tempo; foi capitão da selecção nacional, nomeadamente no I Portugal-Espanha]. Iniciou a sua actividade como jornalista desportivo em 'A Vitória' [1919], passando para a revista 'Football' [depois 'Gazeta Desportiva'; era já redactor desportivo de 'O Século' – cf. Tarrafal. O Pântano da Morte, de Cândido de Oliveira, 1974].

“Para além de jogador, foi um dos maiores treinadores e seleccionadores portugueses de sempre, deixando o seu nome ligado à selecção nacional, nos jogos Olímpicos de Amesterdão, mas também [treinou] nos clubes Académica de Coimbra, Sporting Clube de Portugal [1948-1949], Belenenses, Futebol Clube do Porto e até no Brasil [Clube de Regatas do Vasco da Gama]. Depois da experiência fracassada da 'Gazeta Desportiva', e de ter passado pela 'Stadium' e por outros jornais, fundou com Ribeiro dos Reis e Vicente de Meio o jornal 'A Bola'.

Quando era Inspector dos CTT, em plena II Guerra Mundial, Cândido de Oliveira, que foi sempre um republicano e defensor dos ideais de liberdade e de progresso, trabalhou como agente secreto para a Inglaterra. Era o agente H. 204 e H. 700, da rede clandestina Pax, do Special Operations Executive (SOE), que tinha como principal missão organizar a resistência em Portugal em caso de invasão nazi.

Foi preso [brutalizado e torturado pela PVDE] a 1 de Março de 1942 no forte de Caxias, e deportado para o campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, para onde foi enviado a 20 de Junho do mesmo ano. Só regressou a Portugal 1 de Janeiro de 1944; ficou detido de novo em Caxias, depois no Aljube e novamente em Caxias, sendo libertado a 27 de Maio do mesmo ano.

Impossibilitado de continuar no seu anterior emprego, do qual foi demitido, lançou-se no projecto de 'A Bola' [fundado a 19 de Janeiro de 1945].

Sobre sua experiência em Cabo Verde escreveu o livro 'Tarrafal, o Pântano da Morte', que só foi publicado em 1974 [pela Editorial República, com prefácio de José Magalhães Godinho e capa de Stuart Carvalhais].

Em 1946 ainda teve ligações ao levantamento chefiado pelo capitão Queiroga, conhecido como ‘Revolta da Mealhada’ [10 de Outubro de 1946]. A Federação Portuguesa de Futebol deu o nome de Cândido de Oliveira ao troféu que anualmente se disputa no início das temporadas de futebol entre os vencedores do campeonato nacional da 1ª Divisão e da Taça de Portugal.

Mas o que geralmente se desconhece é a sua filiação maçónica. Cândido de Oliveira foi iniciado [com o n.s. Sócrates] na Loja Luz e Liberdade [nº393], de Braga, em 1 de Dezembro de 1930, quando era Chefe dos Correios naquela cidade”. [foi-lhe passado o “atestado de quite a 31 de Dezembro de 1933, por a loja ter cessado os seus trabalhos” – cf. Revista Grémio Lusitano, nº17]

Faleceu [dirigia na data a Académica de Coimbra e era, ao mesmo tempo, presidente do Conselho Técnico da Federação de Futebol – ver Diário de Lisboa] a 23 de Junho de 1958, “quando efectuava a cobertura jornalística do campeonato do Mundo de Futebol” [Dicionário …, ibidem]

FOTO e texto - com sublinhados e aditamentos nossos - via António Ventura Facebook.

J.M.M.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

TARRAFAL


Colóquio Internacional: TARRAFAL uma prisão, dois continentes – 29 Outubro

No Auditório da Assembleia da República, amanhã pelas 9.30h, decorre o Colóquio Internacional: "Tarrafal uma prisão, dois continentes", pretendendo evocar a “prisão politica de resistentes anti-fascistas portugueses e, entre 1961 e 1974, de militantes anti-colonialistas de Angola, Cabo Verde e Guiné Bissau".

Organizado pela Associação-Movimento Cívico Não Apaguem a Memória, o evento será transmitido em directo AQUI e AQUI.

Programa detalhado – ler aqui.

J.M.M.