Nos próximos dias 21, 22 e 23 de Julho de 2016, no Museu do Aljube, em Lisboa, vai realizar-se a Conferência Internacional Encarceramento Colonial no Século XX: Uma abordagem comparativa.
Ao longo de três dias vários especialistas internacionais vão analisar os vários casos de encarceramento colonial, quando é importante recordar que se assinalam os 80 anos da abertura do Campo do Tarrafal. Na nota de divulgação desta conferência internacional pode ler-se:
A historiografia sobre o encarceramento colonial no período do colonialismo europeu moderno, de finais do século 19 até às independências do século 20, tem manifestado uma vitalidade assinalável nos últimos anos, com uma explosão de estudos empíricos e novas abordagens teóricas. Um dos casos mais estudados é o da África do Sul, onde se criaram os primeiros campos de detenção de prisoneiros políticos no seguimento da guerra Anglo-Boer. A investigação sobre outros contextos coloniais europeus no império britânico, francês, holandês, belga e Italiano também revelou a utilização frequente de campos em África e Ásia para o encarceramento de membros da oposição política perseguidos em contextos metropolitanos e coloniais.
No caso do III Império Português, o encarceramento de opositores é geralmente identificado com a Ditadura Militar e o Estado Novo, que criou campos especiais de detenção para este efeito nas colónias de então. O campo de prisioneiros do Tarrafal na Ilha cabo-verdiana de Santiago é o caso mais notório, denunciado internacionalmente como o primeiro campo de concentração português. Pese embora os africanos que também aí estiveram detidos já em plena guerra colonial, é a sua ligação à política metropolitana que lhe tem conferido um maior peso simbólico e visibilidade. Se alargarmos o foco a todo o império, verificamos que, exceptuando alguns estudos recentes, a história dos campos coloniais portugueses de detenção política no século XX se encontra ainda largamente por explorar. A historiografia crescente do encarceramento colonial tem-se sobretudo focado outros impérios europeus em África e Ásia.
O Instituto de História Contemporânea (Universidade NOVA de Lisboa) e o Museu do Aljube – Resistência e Liberdade pretendem marcar o 80º aniversário da abertura do campo do Tarrafal em Cabo Verde através da organização de uma conferência sobre o encarceramento político em colónias europeias durante o século XX. São bem-vindas propostas com investigações em curso sobre prisões e prisioneiros políticos nos impérios britânico, francês, holandês, belga, alemão e português, bem como olhares transversais e transnacionais sobre o encarceramento político em situação colonial. Uma selecção das comunicações apresentadas será incluída num número especial de uma revista internacional de revisão por pares.
A Conferência terá lugar no Museu do Aljube – Resistência e Liberdade, Lisboa, Portugal
Rua Augusto Rosa, 42, 1100-059 Lisboa.
Contactos
Endereço electrónico: colonialincarceration20century@gmail.com
Telefones: (351) 218 172 400 | (351) 218 170 983
O programa detalhado pode ser consultado/descarregado AQUI.
Rua Augusto Rosa, 42, 1100-059 Lisboa.
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Endereço electrónico: colonialincarceration20century@gmail.com
Telefones: (351) 218 172 400 | (351) 218 170 983
O programa detalhado pode ser consultado/descarregado AQUI.
Entrada é livre, mas é necessária inscrição.
A página da conferência deve ser consultada AQUI.
Uma iniciativa que o Almanaque Republicano não pode deixar de divulgar e de recomendar a todos aqueles que se interessam pelo estudo da oposição ao Estado Novo, aos que combateram a Ditadura e que conheceram as terríveis consequências para a maioria daqueles que conheceram a prisão e as torturas no Campo do Tarrafal.
Para que não se apague a memória!!!
A.A.B.M.