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sábado, 5 de agosto de 2023

IN MEMORIAM DE MARIA FERNANDA ALVES DA VEIGA DE OLIVEIRA (FANA) 1949-2023

 


Maria Fernanda Alves da Veiga de Oliveira (1949-2023) expirou três dias antes de celebrar o seu aniversário. Partiu, deixando um mar de afeição, generosidade e carinho – tão raros nestes tempos - entre amigos, conhecidos ou simples cidadãos. A Maria Fernanda (Fana) fez um caminho repassado de luz, paixão e alegria. Bisneta do advogado, professor e publicista republicano e prestigiado maçon [Augusto Manuel] Alves da Veiga, fundador do Partido Republicano e chefe civil da gorada Revolução de 31 de Janeiro de 1891, cedo participa nas lutas pelos direitos cívicos do Portugal amordaçado, integrando no liceu o coletivo do MAEESL e na faculdade a direcção da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências de Lisboa. A seguir ao 25 de Abril de 1974 integrou a 1.ª direcção da Faculdade de Ciências de Lisboa. A Maria Fernanda era neste momento Professora de matemática Jubilada da FCT da Universidade Nova de Lisboa, assim como da Escola Naval. A Maria Fernanda (Fana) tinha a humanidade como um largo mar, onde todos os Homens navegam livremente, como cidadãos fraternos. A sua confiança na felicidade do Homem era inabalável. Ditosos de nós pela estima que nos honrou.

Ao companheiro e nosso querido amigo Fernando Castel-Branco Sacramento, bem como a toda a sua família, o nosso mais sentido pesar. RIP

► “Um grande abraço fraternal de agradecimento a todos pelas vossas palavras amigas de despedida da Fana, bisneta e neta da mais ilustre linhagem de insignes republicanos e maçons portuenses e portugueses, de quem honrosamente recebi o testemunho e a herança da fé inabalável do trabalho a bem da Grei e da esperança e certeza de que, colectivamente e em cadeia de união, seremos sempre capazes de encontrar a força, a energia e a capacidade de ultrapassar as dificuldades e os obstáculos que a vida e a nossa caminhada de homens livres e de bons costumes e de povo multissecular nos apresentem, na sempre eterna luta entre a luz e as trevas, apresentando-se, nesta circunstância, as adversidades como um desafio e uma prova que nos tempere na nossa caminhada de seres livres, mas que respeitem sempre a liberdade de crescimento plural, diverso e inclusivo do outro, na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.

[…] a Fana, minha companheira de vida, por mais de 50 anos, foi sempre um inabalável esteio onde encontrei em todas as ocasiões um firme apoio e incentivo para que não vacilasse e ultrapassasse, de uma forma cordial, cortês, afável e civilizada os inevitáveis escolhos que a caminhada maçónica, espiritual e cívica nos apresentem e que me ensinou a tratar todos como pessoas únicas com quem temos sempre algo a aprender.

Um bem hajam a todos vós”

[Fernando Castel-Branco Sacramento, 05/08/2023]

NOTA: Na 2ª feira (7 de Agosto) o féretro estará na sala Multiusos do PM do Porto, a partir das 17 horas; o funeral partirá para o Cemitério da Lapa, na 3.ª feira (8 de Agosto) à hora de almoço. 

J.M.M.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

[DIA 8 FEVEREIRO] - ALVES DA VEIGA (1849-1924). UMA PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO FEDERATIVA DA SOCIEDADE PORTUGUESA



AUTORA: Sónia Rebocho;
EDITORA: Caleidoscópio, 2017;

NOVA APRESENTAÇÃO DA OBRA:

DIA: 8 de Fevereiro de 2019 (19,00 horas);
LOCAL: Grémio Lusitano (Rua do Grémio Lusitano, 25), Lisboa;
ORGANIZAÇÃO: Museu Maçónico Português;

ORADORES: Professor Amadeu Carvalho Homem (FLUC) | Jorge Ferreira (Editor da Caleidoscópio) | Fernando Sacramento (Moderador)

► “Na chuvosa e fria madrugada do dia 31 de Janeiro de 1891, por volta das duas horas, começam a sair para a rua militares aquartelados no Porto, dando início à primeira tentativa de instaurar a República no país.

Augusto Manuel Alves da Veiga, advogado e professor nesta cidade, paga o seu envolvimento como chefe civil desta intentona falhada com duas décadas de exílio e o afastamento da ribalta da política nacional.

Com a implantação do regime republicano, Alves da Veiga vê o seu sonho de décadas cumprido e como patriota que se afirmava, e demonstrou ser, procura dar o seu contributo para a construção de um outro Portugal, ao escrever e enviar à Assembleia Nacional Constituinte o texto Política Nova: Ideias para a reorganização da sociedade portuguesa. Nesta obra apresenta um projecto de organização federalista e municipalista do Estado Português. Muitas das ideias defendidas por Alves da Veiga neste volume, apesar de não virem a ser adotadas pelos constituintes de 1911, são emblemáticas das opções ideológicas mais expressivas e vanguardistas do movimento republicano oitocentista português

Estamos em crer que o pensamento e os temas abordados pelo Dr. Alves da Veiga no seu projeto federativo de sociedade ainda, hoje em dia, mantém o fulgor e a inquietação intelectual propício à riqueza de um proveitoso debate, nomeadamente aos modelos a adotar na União Europeia, suscitado por este livro” [Fernando Castel-Branco Sacramento - Director do Museu Maçónico Português]

A não perder. 

J.M.M.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

LEGADO DE EDMUNDO PEDRO É DOADO AO GRANDE ORIENTE LUSITANO



“No passado dia 28 de novembro, o Grande Oriente Lusitano recebeu a visita da viúva do venerado maçon Edmundo Pedro e da filha de ambos, para efetuarem uma generosa doação ao Museu Maçónico Português e à Biblioteca do GOL. O legado é constituído por paramentos dos vários graus e ofícios maçónicos de Edmundo Pedro, bem como por dezenas de livros sobre História, Política e Maçonaria, incluindo os três volumes das suas "Memórias - Um Combate pela Liberdade" e outros de sua autoria.

A cerimónia protocolar decorreu no Palácio Maçónico, tendo o Grão-Mestre Fernando Lima, Fernando Sacramento e António Ventura agradecido à Senhora D. Maria de Lurdes Pedro e a sua filha Sónia, o legado agora entregue, já que, para além do valor material e simbólico, tem um inestimável valor afetivo por ter pertencido a Edmundo Pedro, um dos grandes antifascistas que sempre lutou pela liberdade democrática.

Falecido aos 99 anos de idade, a 18 de Janeiro de 2018, Edmundo Pedro teria completado 100 anos de vida no passado dia 8 de Novembro. Há dois anos Fernando Lima, agraciou Edmundo Pedro, com a primeira medalha de ouro da Ordem Hipólito José da Costa, do GOL.

Uma justa homenagem ainda em vida, a quem conheceu quase todas as prisões do regime salazarista, incluindo o campo de concentração do Tarrafal. Ali permaneceu 10 anos, numa época em que dos 357 detidos por lá passaram, 32 morreram de doença e maus tratos. Muitos dos seus camaradas marcaram, no entanto, a formação política, cultural e profissional de Edmundo Pedro, como humanista e autodidata multifacetado.

Depois do 25 de Abril destacou-se como militante, dirigente e deputado do Partido Socialista e foi um elemento fundamental na articulação civil e militar, contra a deriva totalitária no período da revolução”. [AQUI - sublinhados nossos]

J.M.M.

quinta-feira, 30 de março de 2017

EXPOSIÇÃO – RESP.’. L.’. SIMPATIA E UNIÃO 1853-2017




DIA: 31 de Abril 2017 (19,00 horas);

LOCAL: Grémio Lusitano [Rua do Grémio Lusitano, 25, Lisboa];
ORGANIZAÇÃO: Grémio Lusitano / Museu Maçónico Português.



Nesta exposição serão relevados vultos ilustres e aspectos do percursos de funcionamento ininterrupto da mais antiga Loja do Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa, que soube ultrapassar as vicissitudes da clandestinidade a que foi votada a Maçonaria Portuguesa, com a promulgação em Maio de 1935 da chamada Lei das Sociedades Secretas.

[Fernando Castel-Branco Sacramento - Director do Museu Maçónico Português]

J.M.M.

sábado, 30 de janeiro de 2016

DR. AUGUSTO MANOEL ALVES DA VEIGA – “A VOZ QUE RIJAMENTE PROCLAMOU A REPÚBLICA EM PORTUGAL”



Alves da Veiga nasceu no dia 28 de Setembro de 1849 em Izeda (Bragança). Ainda jovem, com 15 anos, parte rumo a Coimbra, a instância de Emídio Garcia, conterrâneo e amigo da família, filho de um dos seus professores do liceu (Leonardo Emídio Garcia), para aí completar os estudos preparatórios e fazer o ingresso na Universidade de Coimbra. É acolhido na casa de Manuel Emídio Garcia (lente da Universidade de Coimbra e destacado maçon, igualmente nascido em Bragança em 1838), tornando-se seu “protegido” e estabelecendo uma amizade para a vida, como seu discípulo.

Cedo, como estudante, mostrou grande interesse pela imprensa, redigindo nos tempos liceais o periódico O Lyceu-Semanário Cientifico e Literário, colaborando sempre na imprensa da sua época. Em 1867, com 18 anos de idade, publica num semanário local de Coimbra um conjunto de artigos, sob o título genérico de “Ensaio sobre Philosophia Alemã – Kant e sua escola”. Na esteira do pensamento positivista revolucionário, filosófico e federalista de Emídio Garcia, publica em 1872, enquanto estudante do 3º ano da faculdade, as suas aulas de “Estudos de Philosophia Política”.

Nesse período da academia, em Coimbra, cimenta igualmente uma forte amizade e companheirismo no apostolado republicano com Sebastião Magalhães de Lima, que perdura ao longo de toda a sua vida, reforçada pela possível pertença de ambos à Loja Perseverança, de que igualmente fazia parte Manuel Emídio Garcia.

Em 1873, dois meses depois da implantação da República em Espanha, funda o semanário A República Portugueza (órgão do Partido Republicano de Coimbra) com os seus colegas de faculdade Magalhães de Lima, Álvaro Morais e Almeida Ribeiro.

Terminado o curso de direito em 1874, fixa residência no Porto em 1875, onde estabeleceu banca de advogado, dando igualmente aulas particulares durante algum tempo. Casa com Joana Teixeira, abandonando, entretanto, a actividade de advogado e dedica-se ao ensino liceal, a par da sua acção de propaganda republicana.

No Porto inicia um percurso de intenso labor na difusão dos ideais republicanos, quer como um dos fundadores do Partido Republicano, quer como tribuno, quer como periodista. Sampaio Bruno escreveria em 1881 que Alves da Veiga era o "elemento mais pronunciado e dominante da democracia nas províncias do norte, que ele tem percorrido como propagandista sem tréguas". Nesta sequência e em resultado de reunião realizada no Porto em 2 de Abril de 1882, presidida pelo professor catedrático Emídio Garcia, cria-se uma comissão constituída por Alves da Veiga, Júlio de Matos e Manuel J. Teixeira (seu cunhado) em representação do Porto, e Magalhães de Lima e José Falcão em representação de Coimbra, com vista à organização, em Junho de 1883, do “partido republicano”.

Emídio Garcia, em 1882, atribui a Alves da Veiga, na Galeria Republicana, o epíteto de “uma das mais distintas individualidades do partido republicano portuguez”. Foi o primeiro deputado republicano, apresentado pelo Porto, a entrar no “Parlamento da Monarquia”.

Como periodista colabora também no jornal O Século, fundado em 1880 pelo seu colega de curso Magalhães Lima e nos por si co-fundados A Actualidade e A Discussão, este por si financiado.
 
 

Na esteira do seu intenso labor organizativo e de tribuno em prol do republicanismo, no Porto e no norte do país, funda o Centro Republicano Democrático do Porto, através do qual publica importantes contribuições para a difusão dos ideais federalistas republicanos, cuja bandeira rubra foi arvorada no dia 31 de Janeiro de 1891 na CM do Porto. Na sequência do incêndio que deflagrou na trágica noite de 22 de Março de 1888, o Porto viveu uma terrível tragédia em que pereceram carbonizados muitos dos espectadores então presentes. Passados dois dias, depois da Matinée da Imprensa Portuense realizada no Palácio de Cristal, para angariação fundos para apoio às vítimas, D. Maria Pia percorreu durante quatro horas as casas dos parentes das vítimas, distribuindo generosamente libras de ouro. O líder do Partido republicano, Alves da Veiga, foi um dos visitados, não porque lhe tivesse morrido alguém, mas para a Rainha lhe agradecer o gesto de recolher dois órfãos de um dos mortos do Teatro Baquet. João Chagas, acompanhou a visita e deixou-nos a descrição pormenorizada desse tocante "momento de conciliação de dois princípios", que reuniu num acto solidário a possibilidade da junção da máxima representante da monarquia e do chefe da oposição republicana.

Em 1 de Abril de 1890, integra a lista de membros fundadores da “Associação Protectora do Asilo de S. João”, no Porto, que mais tarde virá a tornar-se o actual Internato de S. João.

Do seu percurso maçónico é de referir que, no Porto, integra os quadros da Loja Primavera (com o nome simbólico de Descartes) e da Loja Independência, de que foi um dos fundadores em 1887 e seu Venerável, pelo menos, em 1891. Atingiu em 1889 o grau 33 do REAA (Rito Escocês Antigo e Aceite). Em 12 de Agosto de 1891 foi abatido do quadro da Loja Independência, em virtude dos acontecimentos do 31 de Janeiro de 1891, regressando ao seu quadro em 21 de Outubro de 1891, após proposta de re-inserção votada por unanimidade das Lojas presentes na Grande Dieta realizada nos finais de Setembro de 1891, sendo nomeado seu venerável honorário em 14 de Janeiro de 1892.

Em 1890 é referido no Boletim de Procedimientos de 15 de Janeiro de 1890, como representante do Soberano Gran Consejo General Ibérico (SGCGI), a que estava agregada a sua Gran Logia Simbólica Española del Rito Antigo y Primitivo Oriental de Memphis y Mizraím. O Dr. Alves da Veiga fez parte dos quadros do SGCGI durante muitos anos, mesmo durante o seu exílio, após o 31 de Janeiro de 1891, figurando como «membro honorário» do Supremo Conselho do SGCGI.

Como refere José Augusto SeabraAugusto Manoel Alves da Veiga, ilustre advogado e professor do Porto, foi uma personalidade prestigiada, que exercia uma profunda influência na vida cívica, social e intelectual da cidade e no norte do país. Por isso ele se distinguiu no movimento que, desde a Liga Patriótica do Norte, em 1890, se ergueu contra o Ultimatum inglês, conduzindo-o depois à liderança do 31 de Janeiro, ao lado de figuras como Sampaio Bruno, Basílio Teles, João Chagas e tantos outros”.

Chefe civil da gorada Revolução de 31 de Janeiro de 1891, emigra para França, onde publica com Sampaio Bruno O Manifesto dos Emigrados Portugueses da Revolução Republicana de 31 de Janeiro de 1891, continuando sempre a sua luta pela implantação da república, a democracia e a liberdade em Portugal. Em coerência com os seus princípios, Alves da Veiga recusou sempre qualquer amnistia que não abrangesse os militares participantes no 31 de Janeiro, nomeadamente a decretada em Março de 1893.

No seu exílio, por ela abrangido, declarou “emquanto as fronteiras portuguezas não se abrirem para todos, emquanto gemer no exílio ou nas prisões qualquer das victimas da generosa tentativa revolucionária, eu continuarei sendo proscripto; solidário nas idéas sel-o-hei também nos sacrifícios, embora sinta cada vez mais a nostalgia da pátria, déssa formosa terra que adoro como um filho adora sua mãe”.

Esta sua luta na vida política portuguesa em prol da implantação da república, leva-o a integrar a legação diplomática constituída por Sebastião Magalhães de Lima (Soberano Grande Comendador e Grão Mestre de 1907 a 1928) e José Relvas, desempenhando um destacado papel organizativo e de promoção de contactos para se negociar em França e Inglaterra o apoio à promoção dos ideais liberais republicanos, com vista à preparação da revolução do 5 de Outubro de 1910.

É nomeado em 24 de Janeiro de 1911 Ministro Plenipotenciário em Bruxelas. Apresenta às Constituintes de 1911 o seu estudo e projecto pioneiro federalista e municipalista “Política Nova – Ideias para a Reorganização da Nacionalidade Portuguesa”, que é vencido pela proposta de organização unitarista da Nação Portuguesa. A actualidade do projecto federalista de Alves da Veiga, inspirado no modelo da Confederação Helvética, dos cantões suíços, nas constituições dos Estados Unidos da América e na da República Federativa do Brasil, ainda está por cumprir em Portugal e mesmo na Europa, sem unidade política e dirigida por um Directório.

É proposto para os cargos de Presidente da República e Ministro dos Negócios Estrangeiros (que chega a exercer por um dia), mas não consegue apoios suficientes para uma carreira política no governo da nação, pelo que desiste e resolve permanecer em Bruxelas.

Durante a sua permanência em Bruxelas, desenvolve importante actividade política aquando da I Grande Guerra Mundial a favor dos interesses portugueses e das forças aliadas, com vista ao Armistício. Esta sua actividade política e diplomática em Bruxelas granjeia-lhe relações de amizade com o Rei da Bélgica, ao ponto de ser sua visita habitual para jantar. O espólio da sua correspondência diplomática de então aguarda estudo e investigação para uma melhor compreensão da importância do seu contributo para as relações europeias e internacionais nesse período histórico, conforme sugeriu o Embaixador José Augusto Seabra.
 
 

Faleceu em 02.12.1924, na sua casa de Paris, situada na 7, rue Bassano (XVIème Arrondissement), onde uma placa evocativa colocada no dia 31 de Janeiro de 1997 testemunha a sua memória. Passados cerca de três meses é sepultado no Porto no jazigo de família do cemitério privado da Irmandade da Lapa. O seu funeral recebe honras de Estado, com a presença do Presidente da República portuguesa Manuel Teixeira Gomes, entre muitas outras individualidades.

[por Fernando Castel-Branco Sacramento, com a devida vénia]

J.M.M.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

VISITA GUIADA À ESTAÇÃO DO ROSSIO - PAINÉIS DE LIMA DE FREITAS


VISITA GUIADA AOS PAINÉIS DE AZULEJOS DE LIMA DE FREITAS, NA ESTAÇÃO DO ROSSIO.  

DIA: 4 de Julho 2014 (9,30 horas);
GUIA: Arq. João Cruz Alves;

LOCAL DO ENCONTRO: Átrio de acesso às plataformas de embarque da Estação do Rossio (último piso)
ORGANIZAÇÃO: Museu Maçónico Português [Ciclo “Viagens entre o Esquadro e o Compasso”]

“No dia 4 de Julho de 2015, sábado, pelas 10.00H, Museu Maçónico Português leva a efeito, no âmbito do ciclo Viagens Entre o Esquadro e o Compasso, a visita aos Painéis de Azulejos da Estação do Rossio, alusiva aos Mitos e Figuras Lendárias de Lisboa, da autoria do Mestre Lima de Freitas, a conduzir pelo Arq. João Cruz Alves”.
[Mitos e Figuras Lendárias de Lisboa]

“Os painéis de azulejos, da autoria do Mestre Lima de Freitas, que ornam, desde 1996, a Estação de Caminhos de Ferro do Rossio, ‘ilustram’ a “outra” história de Lisboa, menos conhecida porventura, esclarecendo e iluminando os mitos da cidade de Ulisses».

 
Estes painéis procuram traduzir e identificar a essência e o ”espírito do lugar” de Lisboa, como cidade e capital da universalidade lusa, num momento em que a «vida moderna quase faz perder a alma das cidades e das gentes».

Como refere o Mestre Lima de Freitas, ‘importará tentar desvendar e revelar os tesouros do imaginário de Lisboa’, desse tecido de fábulas, tradições e mitos que se foi tecendo entre a sua vocação e a sua história, visível nas lendas e narrativa do passado e guardadas na memória e no fundo do inconsciente colectivo’ e que caracterizam a sua identidade. Estas ‘representações míticas projectam-se no presente e no futuro, definindo alguns dos grandes arquétipos da vivência de um povo ou de uma cidade’.

 
Refere igualmente Lima de Freitas, que, ‘segundo Nietzsche’, ‘o que a história ensina é na realidade o contrário daquilo que o espírito ‘histórico’ nela projecta, não uma progressão cada vez mais consciente do homem, mas o regresso ininterrupto das mesmas disposições, que jamais se esgotam ao longo das sucessivas gerações’. Na verdade, o regresso cíclico dos mesmos motivos universais, longe de ser o produto de um estreitamento do imaginário que se vai esvaziando no repetitivo e perdendo actualidade, gera uma riqueza sempre renovada de configurações fascinantes, à maneira das iterações fractais que desabrocham numa infinidade inesgotável de formas e se revelam, todas elas, de elevada intensidade estética».

Como lembra, ‘o inconsciente lusitano e lisboeta guarda ainda, oculto nos estratos profundos da memória ancestral, os vestígios de um saber antiquíssimo (um saber que abre sobre o ser), sementes de novas e cíclicas ressurreições. Nesse fundo subsistem, mineralizados, os tótemes primordiais do luso e humano imaginar; falo não do “manto diáfano da fantasia’, mas da magia da imagem, das encarnações sucessivas da imago intemporal. De lá nos chegam visões misteriosas e, quando escutamos atentamente, velhas palavras cheias de um estranho poder, que amamos rememorar porque, como disse um poeta, ‘hão-de volver a soar’.
Com estes painéis pretendeu, ‘antes de tudo, definir um temário do imaginário urbano, ou, melhor dizendo, decidir quais os temas universais e as constantes míticas que mais se iluminam e reverberam no ‘espaço’ que é o da alma, da saudade e dos sonhos de Lisboa e da sua memória colectiva, subliminal e arquetípica’.

As inscrições deverão ser feitas de preferência através do e-mail do Museu Maçónico Português.
Contando com a vossa participação, apresento os meus cumprimentos.”
[Fernando Castel-Branco Sacramento - Director doMuseu Maçónico Português]

J.M.M.

sábado, 6 de junho de 2015

VISITA GUIADA – REAL EDIFÍCIO DE MAFRA


VISITA GUIADA: Real Edifício de Mafra. Projecto do Milenarismo Joaquimita Franciscano

GUIA: Prof. José Eduardo Medeiros;

DATA: 7 de Junho 2015 (10,00 horas);
LOCAL: Palácio Nacional de Mafra (Porta da Basílica);
ORGANIZAÇÃO: Museu Maçónico Português [Ciclo “Visitas entre o Esquadro e o Compasso]

“No dia 7 de Junho de 2015, domingo, pelas 10.00H, o Museu Maçónico Português leva a efeito, no âmbito do ciclo ‘Viagens Entre o Esquadro e o Compasso’, a visita ao Real Edifício de Mafra, orientada pelo Prof.  José Medeiros.
O número máximo de participantes aceites nesta visita é de 30 pessoas. O custo de inscrição é de 15€ (…).

Esta visita é  promovida em parceria com a Associação dos Amigos do Convento de Mafra - Guardiães do Convento, que pretende dinamizar a ‘conservação do Convento de Mafra’, divulgando e promovendo o Palácio, ‘na convicção de que só se ama o que se conhece’ e que os portugueses têm razões de sobra para amarem e ‘namorarem’ o Palácio de Mafra». Esta Associação, através das iniciativas e parcerias que realiza, pretende angariar meios financeiros para a conservação do Convento de Mafra. Neste sentido, os meios arrecadados com esta visita reverterão para os 'Guardiães do Convento' concretizarem as mais urgentes obras de conservação.
O preço da visita inclui o acesso a todos os locais antes referenciados, disponibilização de auriculares e seguro dos participantes (Almoço não incluído).

 


REAL EDIFÍCIO DE MAFRA

"O Complexo do Real Edifício de Mafra (Palácio, Convento, Basílica, Jardim do Cerco e Tapadas) é um monumento notável a vários títulos.
Todo o Convento de Mafra foi planeado por D. João V como replicação dos cânones da Jerusalém Celeste em Mafra, concebido e projectado para este local, do ponto de vista da sua localização geográfica, simbólica e astrológica.

A Biblioteca Nacional de Mafra é uma das mais belas do mundo, recentemente distinguida pelo jornal britânico “The Telegraph” (a par da Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra).
A importância do Real Edifício de Mafra manifesta-se, desde logo, pela magnificência da sua construção e apetrechos:

- único no Mundo com Seis Órgãos de época,
- os maiores Carrilhões do Mundo,

- a Biblioteca universalmente considerada como das melhores e mais belas da Europa de então,

mas também pelas muitas peculiaridades relacionadas com a sua concepção, nomeadamente:

·   a construção "ali", naquele sítio e só naquele sítio, a um 1Km a Ocidente da Vila de Mafra (Vila Velha), obrigando a arrasar toda uma colina;
·   a configuração arquitectónica do Convento com os seus Torreões e o zimbório da sua Basílica, com a pomba do Espírito Santo;

·   a escolha do arquitecto Ludovice, um "simples" ourives de prata alemão, com oficina no Rossio de Lisboa; 
·    a curiosa e inusitada bula papal permitindo que a Biblioteca de Mafra tivesse e pudesse adquirir livros proibidos pelo Índex oficial da Igreja de então,

Esta Viagem, será uma oportunidade única para uma visita a locais que não são normalmente de acesso público, tendo lugar:
·        da parte da manhã, das 10h00 às 13h00, a visita ao Palácio, Biblioteca, Basílica e Sacristia do Sacramento, mecanismos dos Carrilhões e terraços do Zimbório;

·        da parte da tarde, das 15h00 às 17h30, a visita à zona militar da Escola de Armas - Capela da antiga Enfermaria, Sala dos Actos, dupla escadaria, Sala das Colunas, Museu, etc.”

Contando com a vossa participação, apresento os meus cumprimentos.”

[Fernando Castel-Branco Sacramento - Director do Museu Maçónico Português]

J.M.M.

terça-feira, 2 de junho de 2015

CONFERÊNCIA – O RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO




ORADOR: Dr. António Lopes

DATA: 4 de Junho 2015 (19,00 horas);
LOCAL: Escola Oficina nº1 [Largo da Graça, nº 58, Lisboa];
ORGANIZAÇÃO: Museu Maçónico Português [CicloGrandes Ritos Maçónicos]

“No universo simbólico da Maçonaria sobressaem palavras que escapam, por vezes, à semântica comum revestindo-se, no seio das Lojas ou, do discurso maçónico, de sentidos específicos.
Tal é o caso da palavra rito a qual, em Maçonaria, tanto pode designar uma certa forma de prática ritual, assente num conjunto de ideias que lhe são inerentes, como a sequência e natureza específica dos graus, que compõem um dado sistema maçónico.

De uma exuberante variedade de ritos maçónicos, gerada no decurso do século XVIII, praticam-se na actualidade, principalmente, os Ritos Franceses, o RER, o REAA, os Ritos Egípcios e os Ritos Anglo-Saxónicos.
O Rito Escocês Antigo e Aceito resultou de um processo de sistematização, decorrendo o mesmo numa primeira fase em Santo Domingo, entre 1763 e 1767, por iniciativa de Etienne Morin e de Henry Andrew Francken, que compilaram e ordenaram um conjunto de 25 altos graus, praticados à época em França, dando origem a um sistema denominado de Ordem do Real Segredo.

A este Rito, em 25 graus, foram acrescentados, em Charleston, nos Estados Unidos da América, mais 8 graus, por Maçons Americanos e Franceses, de modo a que o sistema resultante perfizesse o número simbólico de 33 graus.
Assim, em 1801, foi constituído o primeiro Supremo Conselho do Mundo, sendo no ano seguinte difundida a ‘Circular aos Dois Hemisférios’, por iniciativa de John Mitchell e de Frederik Dalcho, respectivamente Soberano Grande Comendador e Lugar Tenente desta Câmara.

O Rito resultante, que congrega mitos e símbolos de proveniências diversas, desenvolve-se com base em duas grandes vertentes, uma de racionalidade e outra de espiritualidade.
São estes os temas que se pretendem desenvolver na presente conferência, discutindo-se a História, a base filosófica e o sistema do Rito Escocês Antigo e Aceito”

Contando com a vossa participação, apresento os meus cumprimentos.”

[Fernando Castel-Branco Sacramento - Director do Museu Maçónico Português]
 
J.M.M.

terça-feira, 26 de maio de 2015

CONFERÊNCIA – 0 28 DE MAIO, A DITADURA MILITAR E A MAÇONARIA



ORADOR: Prof. dr. Luís Bigotte Chorão;
 
DATA: 29 de Maio 2015 (19,00 horas);
LOCAL: Grémio Lusitano [Rua do Grémio Lusitano, nº 25, Lisboa];
ORGANIZAÇÃO: Museu Maçónico Português [Ciclo “Sextas da Arte Real”]

 “Tendo sido recorrente o fenómeno da interrupção da normalidade constitucional ao longo da História Contemporânea portuguesa, o Movimento de Maio de 1926 podia estar hoje exclusivamente registado nos anais pátrios como mais um desses momentos.

Certo é que as características genéticas desse Movimento acabaram por conferir-lhe excepcionais condições de sobrevivência.

A Ditadura Militar, nem sempre devidamente valorizada no plano historiográfico, inaugurada pelo Movimento de Maio de 1926, é essencial à compreensão do Estado Novo com o qual, porém, não deve ser confundida.

Decorridos 89 anos sobre o 28 de Maio, tem toda a pertinência assinalar esta data histórica, convocando a reflexão (sempre inacabada) sobre os factores de crise da I República, que estiveram na origem do Movimento que, iniciado naquela data, se desenvolveu até 9 de Julho seguinte através de uma sucessão de golpes de Estado e de decisões de autoridade, diferenciados pelas suas lideranças, processos e objectivos.

Para uma melhor compreensão dos anos da Ditadura Militar – que haveria de estabelecer-se em momento constituinte do Estado Novo – importará igualmente apurar a presença da maçonaria portuguesa no âmbito daquele complexo quadro histórico de então.

Contando com a vossa participação, apresento os meus cumprimentos.”

[Fernando Castel-Branco Sacramento - Director do Museu Maçónico Português]

J.M.M.