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sábado, 25 de abril de 2015

VIVA O 25 DE ABRIL!


"Sobre esta página escrevo
teu nome que no peito trago escrito
laranja verde limão
amargo e doce o teu nome.

Sobre esta página escrevo
o teu nome de muitos nomes feito
água e fogo lenha vento
primavera pátria exílio.

Teu nome onde exilado habito e canto
mais do que nome: navio
onde já fui marinheiro
naufragado no teu nome.

Sobre esta página escrevo
o teu nome: tempestade.
E mais do que nome: sangue.
Amor e morte. Navio.

Esta chama ateada no meu peito
por quem morro por quem vivo
este nome rosa e cardo
por quem livre sou cativo.

Sobre esta página escrevo o
teu nome: liberdade
"
 
[Manuel Alegre, Liberdade, Praça da Canção, 1965]
J.M.M.

terça-feira, 10 de junho de 2014

PORTUGAL


«Desfralda a invicta bandeira/Á luz viva do teu ceu,/Brade a Europa á terra inteira/Portugal não pereceu!» [quadra inscrita no prato]
“Portugal
Não imaginas o tesão que sinto quando ouço o hino
nacional
(que os meus egrégios avós me perdoem)
(...)
Portugal
gostava de te beijar muito apaixonadamente
na boca”
 
[Jorge de Sousa Braga]
 
O nosso drama de portugueses,
O nosso maior drama entre os maiores
Dos dramas portugueses,
É este apego hereditário à Forma:
Ao modo de dizer, aos pontinhos nos ii,
Às vírgulas certas, às quadras perfeitas,
À estilística, à estética, à bombástica,
À chave de ouro do soneto vazio
- Que põe molezas de escravatura
Por dentro do que pensamos
Do que sentimos
Do que escrevemos
Do que fazemos
Do que mentimos
 
 [Carlos Queirós, Anti-Soneto]
 
“outro é o tempo
outra a medida
 
tão grande a página
tão curta a escrita
 
entre o achigã e a perdiz
entre chaparro e choupo
 
tanto país
e tão pouco”
 
[Manuel Alegre]
 
“Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncios e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades”
 
[Sophia de Mello Breyner]
 
 
“Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...”
 
[Fernando Pessoa]

[J.M.M.]

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

MANUEL TITO DE MORAIS - VIDAS COM SENTIDO


Realiza-se amanhã, 14 de Novembro, pelas 18 horas, na Fundação Mário Soares, em Lisboa, a quinta sessão do ciclo "Vidas Com Sentido", desta vez dedicada a Manuel Tito de Morais.

Serão intervenientes na sessão Mário Soares, Manuel Alegre e António Almeida Santos.

Pode ler-se na breve nota biográfica sobre Tito de Morais:

Manuel Alfredo Tito de Morais nasceu em Lisboa a 28 de Junho de 1910 e faleceu na mesma cidade a 14 de dezembro de 1999. Engenheiro e político. 
Filho de um dos oficiais de Marinha que se destacaram na Implantação da República, frequentou a Faculdade de Ciências de Lisboa, sendo impedido pela ditadura de ingressar na Escola Naval. Licenciou-se, em 1934, em Engenharia Electrotécnica em Gand, na Bélgica. Em 1945, integra a Comissão Central do MUD, sendo preso em 1946 e em 1948, e despedido da empresa onde trabalhava. Participa na campanha de Norton de Matos, em 1948/49. Viu-se obrigado a procurar trabalho em Angola, em 1951. Aí continuou a lutar pelos seus ideais, assumindo a direcção da Sociedade Cultural de Angola e participando na campanha de Humberto Delgado. Com o início da guerra colonial, envia a família para Lisboa, sendo preso na cadeia de Luanda, sujeito a maus-tratos e tortura. Enviado para Lisboa sob prisão, é libertado à chegada. 
Parte para o Brasil, onde participa na fundação do movimento Unidade Democrática Portuguesa. Em 1963, é um dos fundadores, em Roma, da Frente Patriótica de Libertação Nacional (FPLN), seguindo para Argel, como representante da Resistência Republicana e Socialista, sendo o primeiro responsável pelas emissões de "A Voz da Liberdade". Após a criação da ASP, estabelece-se em Roma, em 1966, preparando com Ramos da Costa e Mário Soares o ingresso na Internacional Socialista, em 1972. Lança em 1967 o jornal "Portugal Socialista". Em 19 de Abril de 1973, participa na fundação do Partido Socialista. 
Regressado a Lisboa no "comboio da Liberdade", Tito de Morais assume acrescidas responsabilidade no PS (Vocês vão para o governo, eu fico a organizar o partido). Eleito deputado às Constituintes e à Assembleia da República, de que será Presidente entre 1983 e 1984, ocupa também funções como Secretário de Estado da População e Emprego. 
Aos 80 anos foi iniciado na Loja José Estêvão do Grande Oriente Lusitano.

Uma sessão a acompanhar com todo o interesse, para se conhecer melhor algumas das facetas desta personalidade que acompanhou a luta contra o salazarismo, sofreu as prisões e perseguições movidas pelo regime, participa na fundação do Partido Socialista, deputado às constituintes e Presidente da Assembleia da República.

A.A.B.M.

terça-feira, 24 de abril de 2012

LIVROS PROIBIDOS NO REGIME FASCISTA (IV)



- Pátria, Lugar de Exílio. Poesia em Tempo de Guerra, Daniel Filipe, Edição do Autor, 1963, 80 pgs;

- O Canto e as Armas, Manuel Alegre, Lisboa, Edição do Autor (Colecção Nova Realidade), 1967 [foto de Eduardo Gajeiro], 150 pgs.

J.M.M