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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

REVISTA "NAÇÃO PORTUGUESA" – ÓRGÃO DO INTEGRALISMO LUSITANO


NAÇÃO PORTUGUESA. [Pola Ley e Pola Grey]. Revista de Filosofia Política [depois, Revista de Cultura Nacionalista] [Órgão do Integralismo Lusitano]; Editores: França e Arménio (Arco de Almedina, 2-4, Coimbra; Impressão: Tip. Teixeira de Mário Antunes Leitão (Rua da Cancela Velha), Porto; 1914-1938, XI Séries:

- I Série, nº 1 (8 de Abril de 1914) ao nº 12 (Novembro de 1916); Dir. Alberto de Monsaraz (Secretário, Nuno de M. Teixeira) [NOTA: A revista “Nação Portuguesa” interrompe-se, sendo substituída pelo diário integralista da tarde “A Monarquia” – 12 de Fevereiro de 1917, com Alberto de Monsaraz na direcção e redactor-chefe, João do Amaral -, reaparecendo depois em Julho de 1922, já sob a direcção de António Sardinha]; Composição: Rua Serpa Pinto, 38, 2º; Impressão Largo do Calhariz, 29 e a partir do nº 8 (Junho 1915) na Tip. Minerva, Av. Trovisqueira, Famalicão;

- II Série [subtítulo: “Revista de Cultura Nacionalista"], nº 1 (Julho de 1922) ao nº 12 (1923);Dir. António Sardinha (Secretario, Domingos de Gusmão Araújo); [NOTA: Alfredo Pimenta sai, em 1924, formando a Acção Realista Portuguesa]; Editor: J. Fernandes Júnior; Propr: a partir do nº 2, Empresa da “Nação Portuguesa” e a partir do nº5 (Novem 1922), da “Sociedade Integralista Editora, Lda”; Composição: largo do Directório, nº8, 3º; Impressão: Largo do Calhariz, 29 [no nº 9 – por dificuldades (!?) de tipografia – e no nº 12, na Typ. Tirsense, Santo Tirso];

- III Série [subtítulo: “Revista de Cultura Nacionalista"], nº 1 (1924) ao nº 12 (1926); Dir. António Sardinha [apenas nos 2 primeiros números, tendo, pela morte de A. Sardinha a 10 de Janeiro de 1925, assumido a direcção da revista Manuel Múrias e Rodrigues Cavalheiro (nº3) no lugar de secretário] (Secretário, Manuel Múrias); Editor e Propr.: J. Fernandes Júnior; Impressão: Rua da Horta Seca, 7, Lisboa [no seu nº3, na Imprensa Beleza, R. da Rosa, 99-107, Lisboa];

- IV Série [subtítulo: “Revista de Cultura Nacionalista"], de 1926 a 1928; Dir. Manuel Múrias (Secretário, Marcelo Caetano, a partir de Novembro de 1927); Editor e Propr.: J. Fernandes Júnior; Redacção: Largo do Directório, 8, 3º; Impressão: Imprensa Beleza, R. da Rosa, 99-107, Lisboa;

- V Série, nº1 (Julho de 1928) ao nº12 (Junho de 1929); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Marcelo Caetano); idem

- VI Série, nº1 (1929) ao nº12 (1931); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Marcelo Caetano);
 
DEPOIS, a revista passa a publicar-se em volumes:

- Volume VII, nº1 (1932) ao nº 12 (1933); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);

- Volume VIII, 1933 a 1934 (seis fasc.); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);

- Volume IX, 1934 (seis fasc.); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);

- Volume X, 1936 a 1937 (seis fasc.); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);

- Volume XI, 1937 a 1938 (seis fasc.); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);
 
[Alguma] Colaboração/Artigos: A. Botelho da Costa Veiga, Adriano Xavier Cordeiro, Afonso Lopes Vieira, Afonso Lucas, Alberto de Monsaraz, Alfredo Pimenta, Álvaro Maia, Amadeu de Vasconcelos (Mariotte), António Ferro, António Pedro, António Sardinha (António de Monforte), Ayres de Ornelas, Augusto da Costa, Avelino Soares, Bettencourt Rodrigues, Caetano Beirão, Carlos Malheiro Dias, Carlos de Passos, Castelo Branco Chaves, Cunha Saraiva, D. Luís de Castro, Domingos Garcia Pulido, Domingos de Gusmão Araújo, Eduardo Brasão, Feliciano Ramos, Fernando Amado, Fernando Campos, Fernando Pires de Lima, Ferreira Deusdado, Francisco L. Vieira de Almeida, Francisco de Sousa Gomes Veloso, Francisco Vieira de Almeida, Gonçalves Cerejeira, Gustavo Ferreira Borges, Henrique Galvão, Hipólito Raposo, J. Lúcio de Azevedo, João do Amaral, João Ameal, João de Castro, João da Rocha Páris, José de Azevedo Castelo Branco, José Osório de Oliveira, José Rebelo, Luís de Almeida Braga, Luís Cabral Moncada, Luís Chaves, Manuel Múrias, Marcelo Caetano, Mário de Albuquerque, Martinho Nobre de Melo, Mussolini, Nuno de Montemor, Pedro Teotónio Pereira, Pequito Rebelo, Rodrigo de Sá Nogueira, Rodrigues Cavalheiro, Rolão Preto, Silva Rego, Simeão Pinto Mesquita.
 
► Precedida pela revista “Alma Portuguesa” [Lovaine, 1913] - onde aparece pela primeira vez a expressão “Integralismo Lusitano” sob a pena de Luís de Almeida Braga - e pelos “Meus Cadernos” (1913-1916), de Mariotte [aliás, padre Amadeu de Vasconcelos], a revista “Nação Portuguesa” assume o projecto e a “direcção do movimento de que foi órgão” [cf. Carlos Ferrão, O Integralismo e a República, vol. I] - o “Integralismo Lusitano” [de 1914 a 1922, ano em que a sua Junta Central decreta a auto-dissolução do movimento].
 
[“O Integralismo Lusitano, como o seu nome indica, pretende reformar integralmente a vida social portuguesa (…) não somos retrógrados, nem somos conservadores – não queremos voltar atrás, nem conservar o que está -; somos, sim, reaccionários e renovadores, - reagimos contra o presente tal qual é e desejamos restabelecer, não o passado que tivemos, mas o presente que hoje teríamos, se influências não portuguesa nos não houvessem desviado do rumo natural da nossa evolução” (Alberto Monsaraz), in Raul Proença. Polémicas, org. Daniel Pires, 1988]
 
Nacionalista, doutrinariamente antiliberal e anti-parlamentar, contra a Democracia e a República, o Integralismo Lusitano decalca a “Action Française” [com evidentes conflitos com o então exilado maurrasiano Mariotte], embora muitos pretendam - em escusa do alto pensamento intelectual e filosófico evidenciado (?) pelo escol, putativamente encarnado na figura recorrente de António Sardinha ou em textos de Hipólito Raposo e outros bons espíritos da época - não ter nenhum fundamento. Como, aliás, a germanofilia assumida de António Sardinha é, de igual modo, e para os seus apaniguados, não provada.  
 
O Integralismo apoia o Sidonismo, participa na revolta de Monsanto (1919) e na Monarquia do Norte, acolhe esperançoso o “28 de Maio”. Ao mesmo tempo desvincula-se da obediência a D. Manuel II. Extingue-se em 1932, integrando-se na Causa Monárquica, se bem que o seu ideário se tenha mantido ao longo de gerações, configurando uma curiosa mixagem de teor neo-integralista.
 
Diga-se que o seu “organicismo tradicionalista” estabelece um conflito com a corrente salazarista [muitos integralistas são demitidos de cargos públicos, como Hipólito Raposo, Afonso Lucas; ou presos, caso de Hipólito Raposo, César de Oliveira; deportados, como o mesmo Hipólito Raposo e Rolão Preto; ou passado á oposição, como Rolão Preto, Pequito Rebelo ou Luís de Almeida Braga], passe o facto de muitos se terem submetido a Salazar (como Costa Leite, Marcelo Caetano, Manuel Múrias, Pedro Teotónio Pereira). Curiosamente, Pequito Rebelo considera [cf. José Manuel Quintas, Filhos de Ramires, 2004, p. 19] que “o salazarismo viria a ser um integralismo pervertido e invertido porque democratizado (embora sob a espécie da democracia cristã) e maçonizado”, contrariando a tese avançada por Braga da Cruz [idem] para quem o salazarismo era uma “democracia-cristã pervertida e invertida, porque integralizada e fascizada”.
 
[ALGUMAS OBRAS A CONSULTAR]: António Costa Pinto, “A formação do integralismo lusitano 1907-17”, revista Análise Social, 72-73-74, 1982 | António Sardinha, “Ao Principio era o verbo”, 1939 | Carlos Ferrão, “O Integralismo e a República”, III vols, | Cecília Barreira, “Sindicalismo e integralismo: o jornal A Revolução 1922-23”, revista Análise Social, 67-68, 1981 | Cecília Barreira, “Três nótulas sobre o integralismo lusitano”, revista Análise Social, 72-73-74, 1982 | Jacinto Ferreira, “O Integralismo Lusitano. Uma doutrina política de ideias novas”, 1991 | João Medina, “Salazar e os Fascistas”, 1978 | José Manuel Quintas, "Filhos de Ramires. As origens do Integralismo Lusitano”, 2004 | Manuel Braga da Cruz, “As origens da Democracia Cristã e o Salazarismo””, 1980 | Manuel Braga da Cruz, “Monárquicos e Republicanos no Estado Novo”, 1986 | Mariotte (Amadeu de Vasconcelos), “O Nacionalismo Rácico do Integralismo Lusitano”, 1917 | Miguel Dias Santos, “A Contra-Revolução na I República (1910-1919)", Impr. U. Coimbra, 2010“ | “Raul Proença, “Obra Política de Raul Proença”, Seara Nova, 1972 | Raul Proença, “Polémicas”, D. Quixote, 1988 | ...| ...|]
 
J.M.M.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A NAÇÃO PORTUGUESA (1914-1938) E O INTEGRALISMO LUSITANO


CICLO de CONFERÊNCIAS: Das Revistas Políticas e Literárias na I República

CONFERÊNCIA: A Nação Portuguesa (1914-1938) e o Integralismo Lusitano;
ORADOR: Pedro Serranito (investigador);
DIA: 10 de Abril (18 horas);
LOCAL: Biblioteca-Museu República e Resistência / Cidade Universitária, Lisboa);
ORGANIZAÇÃO: Biblioteca-Museu República e Resistência & Hemeroteca Municipal de Lisboa.

J.M.M.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

[AINDA] A MONARQUIA (1917-1922)

A Monarquia (1917-1922)- Subtítulo: Diário Integralista da Tarde.

Director: Conde de Monsaraz; António Sardinha (entre 15 de Maio de 1922 e 26 de Outubro de 1923); Hipólito Raposo (a partir de 10 de Fevereiro de 1925). Redactor-em-Chefe: João do Amaral (até 9 de Agosto de 1917). Redactor Principal: António Sardinha (entre 10 de Agosto de 1917 e 1 de Setembro de 1921). Subdirector: Ayala Monteiro (entre 27 de Janeiro e 15 de Maio de 1922)

Propriedade: Sociedade Integralista Editora, Lda. Escritórios e Tipografia: Rua de S. Paulo, 20; a partir de 1 de Agosto de 1919: Rua Serpa Pinto, nº 39; nºs 1196, 1197 e 1198: Largo do Directório, 8 - 3º.

Colaboradores: G. de Ayala Monteiro, Alfredo de Freitas Branco, João Froes, Caetano Beirão, A. Campos Figueira, R. de Bettencourt, Júlio de Melo Matos, João do Amaral, Rui Enes Ulrich, M. Vieira da Silva, César de Oliveira, José Pequito Rebelo, Félix Correia, Cabral do Nascimento, Pires de Lima da Fonseca, Francisco Veloso, Rolão Preto, Afonso Lucas, Augusto da Costa, Luís de Almeida Braga.

O primeiro número foi publicado a 12 de Fevereiro de 1917. Sucedeu à revista Nação Portuguesa, cuja a acção pretendia continuar a divulgar mais amplamente. Tinha 4 páginas a 6 colunas. Fazendo a sua apresentação, em artigo de fundo intitulado "Pela Lei e Pela Grei" (...)

O jornal interrompe a publicação entre o nº 502 e 503, isto é, entre 25 de Outubro de 1918 e 21 de Dezembro de 1818. Volta a interromper a publicação no nº 524, de 18 de Janeiro de 1919. Regressa a 18 de Agosto de 1919 e comunica que o Conde de Monsaraz condenado em tribunal pela sua participação no movimento monárquico de Monsanto e com António Sardinha fora do país, as funções de redactor-principal seriam entregues a Hipólito Raposo e Augusto da Costa, respectivamente, embora os nomes de Monsaraz e Sardinha não tivessem sido substituídos do cabeçalho. (...)

O ultimo nº parece ter sido o 1194, de 5 de Maio de 1922, onde se fez uma grande notícia com a declaração da Junta Central do Integralismo Lusitano, na sequência do acordo dinástico celebrado entre os representantes de D. Manuel II e de D. Duarte Nuno, tendo suspendido a publicação e a actividade de organização política. Neste número o Conde de Monsaraz publicou a sua carta de demissão do lugar de director da 'Monarquia', por este jornal não ter aceite o pacto dinástico celebrado em Paris.

Publicou-se um suplemento a este número a 15 de Maio, com duas páginas e tendo como Director António Sardinha.

Publicaram-se ainda os nº1195, de Dezembro de 1922; 1196, de 5 de Abril de 1923, com 6 pág.; 1197, de 26 de Outubro de 1923, com 8 páginas;1198, de 5 de Abril, dirigido por Hipólito Raposo.

[Fonte: Jornais Diários Portugueses do séc. XX, de Mário Matos e Lemos, Ariadne Editora, Coimbra, 2006, p.432-435. Foto: Luís Almeida Braga e Hipólito Raposo, Tadim, 1933, retirada da "Unica Semper Avis", com a devida vénia.

J.M.M.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

A MONARQUIA - DIÁRIO INTEGRALISTA DA TARDE


«... apareceu em Lisboa [nº 1, 12 Fevereiro de 1917] e foi durante alguns anos órgão do movimento integralista (...)

'Em 1916, conta Hipólito Raposo, reconhecemos a necessidade de editar um jornal, porta-voz que diariamente difundisse a doutrina e por ele se aferisse a actuação da política e da administração republicana. Seriam as melhores lições de propaganda da realeza. Dados os passos que tal empreendimento exigia e reunidos os poucos capitais de alguns subscritores, foi possível começar a publicação do diário em 12 de Fevereiro de 1917. Fizeram-se anúncios e afixaram-se cartazes, que a muitos pareciam bandeirolas de rapaziada literária. O director era Alberto Monsaraz e o redactor principal António Sardinha' ('Folhas do meu cadastro'). Escrevendo certamente de memória, Hipólito Raposo equivocou-se nesta citação. No primeiro numero de 'A Monarquia', além do nome de Alberto Monsaraz (Conde de Monsaraz) como director, figura o de João do Amaral como redactor em chefe (...)

... tecnicamente 'A Monarquia' era um decalque da 'Action Française', estando a rubrica da Política, nesta confiada a Maurras, e no jornal português a Sardinha depois de João do Amaral, nele publicando a primeira parte dos seus trabalhos, mais tarde reunidos em volumes (...)

O primeiro número desse diário, ao contrário das promessas feitas na altura do seu aparecimento, foi um modelo de virulência e incompreensão: com a primeira visava adversários e correligionários, indistintamente, desde que não aceitassem como verdades reveladas as divagações dos chefes do Integralismo; com a segunda lamentavelmente exibida numa hora de perigo para a sobrevivência da Nação, reeditava a súmula das aspirações do movimento, aparecida na 'Nação Portuguesa' com o titulo 'O que nos queremos' e a rubrica genérica que englobava os seus objectivos teóricos: 'monarquia orgânica, tradicionalista e anti-parlamentar' ...»

[Carlos Ferrão, in O Integralismo e a Republica autopsia de um mito, Inquérito, vol. 2, 1964 - sublinhados, nossos]

J.M.M.