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terça-feira, 29 de abril de 2014

HISTÓRIA DA OPOSIÇÃO À DITADURA 1926-1974, DE IRENE PIMENTEL

Amanhã, dia 30 de Maio de 2014, pelas 19 horas, no Auditório da FNAC Colombo, em Lisboa, vai ser apresentada a mais recente obra da investigadora Irene Pimentel

Vai apresentar a obra o Professor António Reis.

A extensa obra da Doutora Irene Pimentel, com 774 páginas, foi editado pela Editora Figueirinhas, inclui notas biográficas, fotografias e uma cronologia.

Sobre esta obra já é possível encontrar referências AQUI, AQUI e AQUI. Também AQUI, já se fez referência a esta obra.

A.A.B.M.

sábado, 22 de março de 2014

HISTÓRIA DA OPOSIÇÃO À DITADURA 1926-1974



AUTOR: Irene Pimentel;
EDITORA: Edições Figueirinhas, 2014, 774 p. [no prelo]

«A historiadora Irene Flunser Pimentel, autora da “História da Oposição à Ditadura 1926-1974” concluiu que, apesar da constante resistência ao regime, as várias oposições ficam marcadas por uma “cultura de derrota” que se prolongou durante décadas.
“Tratou-se de uma ‘cultura de derrota’, que foi acompanhada pelos erros aparentemente contrários do triunfalismo, do aventureirismo e da passagem voluntarista à ação”, escreve a historiadora (página 622) no livro “História da Oposição à Ditadura 1926-1974”, que vai ser lançado no final do mês.

De acordo com a autora do livro, a derrota da primeira tentativa de golpe do pós-guerra, em 1946/47, deveu-se ao facto de só uma coluna militar ter avançado de forma “voluntarista”, pensando que assim obrigaria outras unidades a acompanhá-la.

Nos casos das revoltas da Sé e de Beja (1959 e 1962 respetivamente) contribuíram de novo para o fracasso fatores como o isolamento político dos participantes, a falta de preparação e organização operacional, erros crassos de avaliação de forças, aventureirismo, deserções e desconfianças mútuas – políticas e pessoais -, nomeadamente as que ocorreram entre civis e militares que, segundo Irene Pimentel, foram incapazes de coordenarem esforços (…)

A investigadora acrescenta agora dois “grandes pilares” que ajudaram a manter o regime: a Igreja e as Forças Armadas.
“Se houve, certamente, espaços de dissidência e resistência em Portugal, a verdade é que a população, no seu conjunto, permaneceu apática e passiva, a ‘viver naturalmente’ e com ‘cada um no seu lugar’ e na sua função, como pretendia Salazar”, sublinha a historiadora»


J.M.M.

sábado, 8 de março de 2014

MASSONERIA E SOCIETÀ CIVILE IN ITALIA DALLE ORIGINI AL FASCISMO



CONFERÊNCIA: "MASSONERIA E SOCIETÀ CIVILE IN ITALIA DALLE ORIGINI AL FASCISMO
ORADOR: Fulvio Conti;
DIA: 11 de Março 2014 (18,00 horas);
LOCAL: Grémio Lusitano [Rua do Grémio Lusitano, 25,
Lisboa];

… e AINDA:

DIA: 12 de Março 2014 (18,00 horas);
CONFERÊNCIA: "MASSONERIA, INTERZIONALISMO E PACIFISMO IN EUROPA: DAL SETTECENTO ALLA GRANDE GUERRA
ORADOR: Fulvio Conti;
LOCAL: Faculdade de Letras U. Lisboa [Anf. III];


ORGANIZAÇÃO: Centro História FL | Instituto Italiano | Instituto Português de Estudos Maçónicos | FLUL

 J.M.M.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

SESSÃO DE HOMENAGEM AOS ADVOGADOS DOS PRESOS POLÍTICOS NOS TRIBUNAIS PLENÁRIOS

Promovido pelo Movimento Cívico Não Apaguem a Memória e pela Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, realiza-se amanhã, 28 de Janeiro de 2014, na Sala do Senado da Assembleia da República, pelas 9.30h, a Sessão de Homenagem aos Advogados dos Presos Políticos nos Tribunais Plenários.

Na sessão estarão presentes com intervenções:
- Irene Pimentel;
- Francisco Teixeira da Mota;
- Mário de Carvalho;
- Jorge Sampaio;
- Elina Braga;
- António Borges Coelho.

Uma sessão a acompanhar com toda a atenção.
Quem não puder estar presente pode acompanhar a sessão no Canal Parlamento que vai transmitir o evento.

A.A.B.M.

sábado, 23 de novembro de 2013

CADEIA DO ALJUBE


Entrada da Exposição "A Voz das Vítimas"
 
Fotografia da entrada da Exposição "A Voz das Vítimas", com reconstituição do gradão original da antiga cadeia do Aljube  [Quinta, 14 de Abril de 2011]

Foto de António Coelho, in Aljube/Exposição "A Voz das Vítimas"

via Casa Comum

J.M.M.

PRESOS POLÍTICOS – DOCUMENTOS DA C.N.S.P.P.




PRESOS POLÍTICOS – Documentos 1970/1971 e 1972/1974Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos

 “Publicam-se agora em livro os documentos da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos referentes aos dois primeiros anos da sua actividade: circulares, exposições, cartas e telegramas, enviados às entidades oficiais ou aos interessados, suficientemente claros para permitirem ajuizar dos ses objectivos e intenções, da sua acção e dos seus limites …”


J.M.M.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

AGORA - SEMANÁRIO DA DIREITA RADICAL NEOFASCISTA


AGORA. Semanário da Actualidade Política e Literária - Ano I, nº 1, 18 de Fevereiro de 1961 até ao nº 401, 29 de Março de 1969; Propr. e Editor: Raul de Carvalho Branco [depois (1966), Camilo da Trindade]; Director: Raul de Carvalho Branco (oficial do exército); Adm. e Redacção: R. Ferreira Lapa, 32, 4º Dto, Lisboa; Chefe da Redacção: José O’Neill [depois, Goulart Nogueira]; Impressão. Trav. das Mercês, 4 a 10, 1961-1969 

O semanário “AGORA” nasce [cf. Riccardo Marchi, Império Nação Revolução, Texto, 2009] sob o impulso de José O’Neill [antigo director do semanário “A Nação”, 1946-48] e dos jovens nacionalistas de Coimbra, Ruy Alvim, José Luís Nogueira da Brito e Francisco Abreu Lima, acompanhados por Manuel Saldida. O título retoma [cf. Marchi, ibidem] um antigo projecto de Alfredo Pimenta e tem o figurino da anterior “A Nação”. Reúne os ultras do regime de Salazar, manifestando uma radical crítica política à “classe política do Estado Novo” e de vigilância “aos traidores instalados no regime”. Promove o anti-semitismo, é claramente contra a administração norte-americana, e faz a propaganda do neofascismo europeu.

Mantém a linha editorial da revista uma série de conflitos com os interesses instalados (industriais e militares) e com a Censura, mas cede “a troco de financiamento” e protecção [cf. Marchi, ibidem]. Tal não impede que seja suspenso [Dezembro de 1964], vendo José O´Neill, nesse facto, uma “vingança” da empresa “Amoníaco Português”, pelos artigos publicados. O mesmo sucede, a 27 de Novembro de 1965 [a que se seguiram outras mais suspensões], por não terem acatado a proibição de um artigo pela censura. De novo, a direcção do semanário recorre a Salazar, referindo as “promessas” que lhe foram feitas e os compromissos e protecção assumidos. Curiosamente a própria União Nacional [vide Marchi, ibidem, p. 195] “toma inteira responsabilidade pelas despesas de composição e impressão”, nesse período. Não impede que o próprio Salazar considere [ibidem] que apesar de ser um periódico situacionista, pelos ataques “intoleráveis aos ministros do Governo”, se justificava uma “acção de vigilância da ortodoxia da Revolução”.     

Diga-se que em Janeiro de 1965 se constitui [cf. Marchi, ibidem] a "Editorial Agora SARL", com os seguintes sócios: José O’Neill, Manuel Fonseca, Rui Tato Marinho, Manuel Saldida, Camilo da Trindade, José Pinto de Aguiar, Montenegro Carneiro, António Celorico Drago, Renato Assis Borges. Colaboram então, Galamba de Oliveira, José Pinto de Aguiar, Cabral Leitão, Eduardo Rodrigues Caldeira.

Face a sucessivas suspensões, José O’Neill abandona o semanário a 28 de Maio de 1967 e a direcção do “AGORA” é assumida por Goulart Nogueira [26 de Agosto de 1967], e conta desde logo com “novas ajudas por parte do regime”.

Com a direcção de Goulart Nogueira e a chegada do grupo de jovens neofascistas oriundo da revista “Tempo Presente” (Maio de 1959- Julho de 1961) – que até então os nacionalistas conservadores do “AGORA” enjeitavam – o periódico toma uma feição declaradamente neofascista e de intervenção doutrinária. Pontifica na afirmação e propaganda do neofascismo, o pensador António José de Brito, que marca toda uma geração de nacionalistas radicais. A homenagem a José António Primo de Rivera, o elogia da política da Rodésia [a revista promove a comissão organizadora do jantar de homenagem à independência rodesiana, que era formada por: António José de Brito, Camilo da Trindade, Caetano de Melo Beirão, José Maria Alves, Ruy Alvim, Luís Fernandes, Jaime Nogueira Pinto e José Rebordão Esteves], textos sobre a “lealdade e firmeza” [como o que foi feito a Rodolfo Hess, por António José de Brito] e, principalmente, o Suplemento panegírico do Fascismo, no seu nº 329 [4 de Novembro de 1967], marcam a fase neofascista do semanário e o apelo “à área nacional-revolucionária” e de oposição ao governo do Estado Novo.  

[Alguma] Colaboração/textos: A. de Magalhães Vieira, Alexandre Vasconcelos, Alves Coelho, Américo Urbano, Ângelo César, António José de Brito [ideólogo e animador da corrente neofascista portuguesa; vinha da direcção do periódico fascista de Coimbra, “Mensagem” – liderada por Caetano de Melo Beirão -, colaborando depois na revista “Tempo Presente”, revista que foi dirigida por Fernando Guedes e sob impulso de Moreira Baptista, do SNI], António de Navarro, António Soares, Aureliano Dias Gonçalves, Aurélio de Castro, Azinhal Abelho, Bento Leite de Castro, Braamcamp Sobral, Cardoso da Cunha, Carlos Castelo-Branco, Casal Soeiro, César de Oliveira, Charles Maurras, Cunha e Costa, Duarte Caravellas, Eduíno de Jesus, Elmano Alves, Ernesto de Moura Coutinho, Ester de Lemos, Eunice Munoz, Fernando Baptista, Filipe Manuel de Morais, Francisco Bento, Francisco Ribeiro Soares, François d’Orcival, Guilherme de Barros, Goulart Nogueira [poeta e escritor, de tendência vanguardista, foi um dos mais curiosos intelectuais do nacionalismo-fascista, tendo vindo da revista “Tempo Presente], Jaime Nogueira Pinto [na juventude, milita no “Movimento Jovem Portugal” – iniciativa do neofascista Zarco Moniz Ferreira e Vasco Lourinho -, no Porto. Refira-se que a “Jovem Portugal” mantém um espaço reservado na revista “AGORA”, com o titulo “Vanguarda”, com fortes ligações aos graduados da “Mocidade Portuguesa”. A partir de 1968 autonomiza-se, muda para “Movimento Vanguardista”, publicando uma publicação, “Vanguarda”, em Março de 1969, que se reclama de “neofascista”], João Afonso, João de Albuquerque, João Ameal, João de Castro Osório, João Mendonça e Sylva, Joaquim Toscano Sampaio, Jorge Brum do Canto, José de Aguiar, José Alves, José António Ribeiro, José Augusto de Almeida, José Cavique dos Santos, José Corte-Real, José Furtado Leite, José Maria Gonçalves Dias, José Manuel de Lemos, José O’Neill [germanófilo, tinha antes dirigido o semanário “A Nação”, onde pontificava o então fascista Alfredo Pimenta; O’Neill, curiosamente, é visado pela censura no “Agora”, por ter acusado no jornal os quadros do governo de traição a Salazar; pouco depois abandona o semanário; refira-se que foi preso, quando dirigia o “Tempo Presente” por “ter desviado fundos da caixa de Previdência do pessoal da Indústria Corticeira, onde trabalhava, para cobrir dívidas de jogo – cf. Riccardo Marchi, ibidem”], José Valle de Figueiredo [que integrava o “Movimento Jovem Portugal”, de cariz neofascista, sendo colaborador da sua revista, “Ofensiva], Júlio Evola, Júlio Fraga, Lencastre da Veiga, Luís Alberto de Oliveira, Luís de Andrade Pina, Luís de Azevedo, L. F. Oliveira e Castro, Luís Fernandes, Luís Trindade [cartoonista], Manuel Anselmo, Manuel Cabral Leitão, Manuel Corrêa Botelho, Manuel Corrêa de Oliveira, Manuel Lamas, Manuel Saldida, Marcello Branca, Maria Celeste Sepulveda, Miguel Freitas da Costa, Miguel de Seabra, Mota de Vasconcelos, Natércia Freire, Nuno de Miranda, Nuno de Valverde, Otto Skorzeny, Pedro de Mendonça, Pedro Soares Martinez, Pinharanda Gomes, Robert Brasillach, Rodrigo Emílio, Rui Romano, Ruy Alvim, Sárrea de Barros, Teresa Vasconcelos, Tiago de Menezes, Tomé Vieira, Vasco de Jesus.
J.M.M.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

ESTADO NOVO (OU UNIÃO NACIONAL)


ESTADO NOVO (a caminho da União Nacional ou … a caminho da Refundação do Estado]

Documento onde o signatário declara estar “integrado na Ordem Social estabelecida pela Constituição Política de 1933, com activo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas”

Documento onde o signatário declara não pertencer nem que “jamais pertencerei a associações ou institutos secretos”.

J.M.M. 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O FASCISMO CATEDRÁTICO DE SALAZAR


Foi recentemente publicado o resultado da investigação realizada por Jorge Pais de Sousa sobre a instalação do regime salazarista. A obra foi editada pela Imprensa da Universidade de Coimbra.

Ao longo de mais de quinhentas páginas o autor analisa e procura compreender a ascensão de um conjunto de professores universitários, onde se destaca António de Oliveira Salazar, mas não só, que empreendem uma conquista do poder político num contexto de crise e falência do regime republicano. As razões dessa falência foram aproveitadas e acabaram por conduzir a um largo período de ditadura, conhecido por salazarismo ou Estado Novo.

A parte essencial do livro concentra-se nas várias razões que ao longo do tempo da República vão contribuindo para se encontrar uma resposta política para as fraquezas desse mesmo regime. A análise do processo centra-se muito na fase da 1ª República Portuguesa quando algumas das principais figuras do Estado Novo se vão afirmando, tomando posições criticas em relação ao poder político existente e estabelecendo relações de maior proximidade entre si.

Pode ler-se na nota de abertura da obra:
A investigação incide sobre um período particularmente fecundo da historiografia portuguesa acerca do regime que dominou quase inteiramente a sua história do século XX. Num quadro de atenta reconstrução da vida política nacional, em cujo âmbito se tem vindo progressivamente a consolidar a afirmação de Salazar e do seu regime político, é de maneira convincente que o autor estabelece uma relação entre a afirmação do fascismo, em Portugal, e as rupturas epocais produzidas pela Grande Guerra, apesar da escolha de neutralidade feita pelas suas elites políticas. Não é, de facto, por acaso, que a elaboração teórica do futuro ditador, que o levou a assumir um papel significativo na cena política, decorreu dos seus estudos sobre a economia de guerra (...)

Para delinear as características específicas desta variante lusitana do fascismo continental, Jorge Pais de Sousa retoma e valoriza a definição de “fascismo de cátedra”, proposta nos anos trinta pelo poeta e filósofo espanhol Miguel de Unamuno para definir o Estado Novo, na tentativa de superar o dualismo interpretativo entre aqueles historiadores (Torgal, Rosas, Collotti, Loff) que colocaram a tónica sobre as características plenamente fascistas do regime português, e outros investigadores que, na senda das taxionomias elaboradas pela politologia americana sobre o totalitarismo (Costa Pinto, Payne, Nolte, Gentile), o situaram no campo do tradicional autoritarismo. A obra não se exime, pois, à questão metodológica central do actual debate historiográfico, tendo o mérito de enfrentar uma contraposição que dividiu a historiografia portuguesa, no intento de fornecer uma abordagem original capaz de a superar, para libertar a pesquisa histórica da vinculação a um debate que se arriscava arrastá-la para uma linha morta.

Alberto De Bernardi
Universidade de Bolonha


Sobre o autor pode ler-se:
Fez o Doutoramento e o Mestrado em História Contemporânea, a Especialização em Ciências Documentais, e a Licenciatura em Filosofia, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Bibliotecário de profissão, quando não é bolseiro de investigação. Membro do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20). Integra o grupo de investigação Intelectuais e Poder no Mundo Ibero-Americano, com sede na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Obteve, em 2011, uma Bolsa de Pós-Doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Publicou os livros Bissaya Barreto: Ordem e Progresso (Coimbra, 1999), que foi tese de mestrado e se encontra esgotado, e Uma Biblioteca Fascista em Portugal (Coimbra, 2007). O livro O Fascismo Catedrático de Salazar, que foi tese de doutoramento, culmina a publicação de uma constelação de estudos dedicada aos seguintes temas: A Presença de Santo Agostinho na Obra de Hannah Arendt (Coimbra, 2004); La Prima guerra mondiale e le origini ideologiche dello Estado Novo (Roma, 2006); O Estado Novo perante o 28 de Maio e o Fascismo (Coimbra, 2006); O Estado Novo de Salazar como um Fascismo de Cátedra (Bolonha, 2009); Jaime Cortesão (Coimbra, 2010); Fascismo de Cátedra, Violência e Intolerância (São Paulo, 2010) – ensaio que integra o livro de actas Tempos de Fascismo que foi no Brasil, em 2011, 2.º Prémio Jabuti de Ciências Humanas; O Estado Novo de Salazar como um Fascismo Catedrático: Fundamentação Histórica de uma Categoria Política (Ponta Delgada, 2011); e Os Futuristas e a República (Coimbra, 2011).


Uma interessante obra que recomendamos aos nossos ledores.

A.A.B.M.

terça-feira, 26 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

CRUZADA NUN’ÁLVARES – PARTE II


Inspirada e tutelada por Martinho Nobre de Melo [1891-1985, ministro da Justiça de Sidónio Pais, prof. de Direito, embaixador e director do Diário Popular], a Cruzada Nun’Álvares contará nas suas fileiras com personalidades tão diferentes entre si como os cruzados Abel de Andrade, Afonso Lopes Vieira (monárquico integralista e autor da letra da "Canção da Reconquista"), Afonso Lucas, Afonso Miranda (da Vanguarda Nacional, 1936), Alberto Pinheiro Torres (no Porto), Alfredo Pinto Sacavém (Lisboa), Almeida d’Eça, Anselmo de Andrade, Anselmo Braamcamp Freire (foi presidente da Direcção Geral em 1921), Antero de Figueiredo (no Porto), António Bivar de Sousa, António Homem de Gouveia (no Funchal), António Pereira de Matos (presidente), António Teixeira Lopes (escultor), Armindo Monteiro (Vice-presidente), Assis Gonçalves (secretário de Salazar e antigo vogal da Cruzada), Beleza dos Santos (em Coimbra), Caeiro da Mata, Canto e Castro, Carlos Malheiro Dias, Costa Lobo (foi presidente), Cunha e Costa, Egas Moniz, Farinha Beirão (general), Ferreira do Amaral, Filomeno da Câmara, Fortunato de Almeida (em Coimbra), Gomes da Costa, Gonçalves Cerejeira (em Coimbra), Henrique Trindade Coelho (fundador e um dos seus principais obreiros), Hermano José de Medeiros (Unionista), Hipólito Raposo (da sua Junta Consultiva), Jacinto Nunes, João de Barros, João de Castro Osório, João de Deus Ramos, José Alberto dos Reis, José Nunes da Ponte (no Porto), José Pereira de Sousa (nacional-sindicalista), Manuel Rodrigues (Vice-presidente), Mário Pessoa da Costa (Estremoz), Oliveira Salazar (pertenceu à distrital de Coimbra), Óscar Carmona, Pacheco de Amorim, Pequito Rebelo (presidente), Pinto Coelho, Schiappa de Azevedo, Sidónio Pais (membro honorário), Tamagnini Barbosa, Tomas de Mello Breyner, Zuzarte de Mendonça (fundador), entre muitos outros – ler uma análise detalhada da sua estrutura dirigente, e ao longo das diferentes fases da organização, AQUI]

Percorrendo diversas fases na sua expansão, a Cruzada Nun’Álvares, vai conseguindo uma ampla convergência entre republicanos e monárquicos, tornando-se numa poderosa organização elitista conservadora, em que a palavra de ordem era o velho ideário de "ressurgimento nacional" [lema muito antes enunciado pelo Congresso Nacional – incentivo à intervenção cívica das elites sociais para superar a crise. De referir que este "intervencionismo elitista" não é, como bem refere Miguel Dias Santos (“A Contra Revolução na I República”), um exclusivo do pensamento indígena, podendo encontrar-se em pensadores tão diferentes como Tocqueville, Spengler, Maurras ou Schmitt - promovido pela Liga Naval Portuguesa, em 1910, e posteriormente avançado pela União Patriótica (1913, promovida por Lino Neto, Pereira de Matos, Costa lobo, entre outros), pela Liga Nacional (1915-18, com Aires de Ornelas, Luís de Magalhães, adeptos da “democracia aristocrática” e do “governo de competências”), Liga de Acção Nacional (1918-19, onde pontificavam António Sérgio e Ezequiel de Campos), depois pela Cruzada Nuno Álvares, pelo Núcleo de Ressurgimento Nacional, pela União Cívica ou, mais tarde, pela própria União Nacional – ver Ernesto Castro Leal, ibid].

O ódio à democracia [“essa enfermidade do século”], o esquecimento da “soberania divina” e os “deveres para com Deus”, a defesa da “tradição” [tradição providencialista] e da “raça” ou o “regionalismo” fizeram escola entre os movimentos católicos [em especial o Centro Católico], os integralistas e (neo)monárquicos [atente-se em José Fernando de Sousa (Nemo), Pacheco de Amorim, Pinheiro Torres, Pinto Coelho, Luís de Magalhães, Aires de Ornelas, Alfredo Pimenta, Cunha e Costa, António Sardinha, Almeida Braga, Caetano Beirão, Homem Cristo Filho, Vasco de Carvalho, João de Almeida, Paiva Couceiro, Azevedo Coutinho ou Sinel de Cordes – ver Miguel Dias Santos, op. cit.] e, deste modo, o pensamento antimoderno assim espargido faz ressuscitar os teóricos da contra-revolução [Marquês de Penalva, padre Agostinho de Macedo, Fortunato de S. Boaventura, José da Gama e Castro, por exemplo], trazendo consigo o reforço do autoritarismo, a opção ditatorial e a propaganda do fascismo.

A Cruzada Nun’Álvares foi, sem margem para dúvidas, um desses pólos aglutinadores da construção ideológica autoritária e fascista do Estado Novo. Dela se ocupou Raul Proença (já a partir de 1921 e até 1926), que nas páginas da revista Seara Nova antecipadamente (e solitariamente) a combate [”O Manifesto da Cruzada Nun’Álvares", de 4/5 Dezembro 1921; “O Fascismo e as suas repercussões em Portugal”, de 6 de Março 1926; “O Fascismo”, artigo de 15 de Abril 1926; ou “Uma apologia do Fascismo”, datado de 13 de Maio desse ano], polemizando com os “nacionalistas fascizantesFilomeno da Câmara, Trindade Coelho e Martinho Nobre de Melo, que lhe responderam no Diário da Manhã [Trindade Coelho, Resposta ao sr. Raul Proença, de 13 Dezembro de 1921] e na Reconquista [ver p. ex. Martinho Nobre de Melo, O sr. Raul Proença e as minhas ideias, nº1; ou O Antifascismo de Raul Proença. Crocodilos Humanitários, nº5], entrando curiosamente na polémica o inefável monárquico integralista Leão Ramos Ascensão ao publicar o opúsculo “O Fascismo e o Anti-Fascismo e a Monarquia Hereditária” (Coimbra, 1926), onde Raul Proença é apodado de “enraivecido adversário do fascismo” [ver sobre todo este assunto, João Medina, Os Primeiros Fascistas Portugueses, separata da Vértice, Coimbra, 1978].

FOTO: "Delegados da Confederação Académica e da Cruzada Nuno Álvares, com o sr. presidente da República", em 24 de Março de 1927 - viaTorre do Tombo.

[a continuar]

J.M.M.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

COLÓQUIO CORPORATIVISMO FASCISMOS E ESTADO NOVO

Vai realizar-se nos próximos dias 15 e 16 de Outubro de 2010, um importante colóquio, com um excelente leque de investigadores, para abordar e desbravar o difícil campo do corporativismo. Historiadores, economistas,sociólogos, politólogos, entre outros especialistas das Ciências Sociais vão apresentar as diferentes abordagens que se têm feito do tema: Corporativismo. Com uma comissão científica garantida pela qualidade do Professor Fernando Rosas e do Doutor Álvaro Garrido, devem passar pelo Sala Multiusos do Edifício ID, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa cerca de duas dezenas de investigadores com créditos firmados. Entre os investigadores que vão apresentar o resultado das suas pesquisas e investigações temos, para além dos acima referidos: Diogo Freitas do Amaral, António Costa Pinto, Luís Reis Torgal, José Maria Brandão de Brito, António Manuel Hespanha, Manuel Lucena, Carlos Bastien, Fátima Patriarca, Maria Fernanda Rollo, Dulce Freire, José Luís Cardoso, Fernando de Oliveira Baptista, João Paulo Avelãs Nunes, Joana Dias Pereira e José Carlos Valente. Uma oportunidade invejável para compreender melhor o funcionamento, a regulação económica, a ideologia, a doutrina, o controlo social e a organização que funcionou em Portugal durante o período da "República Corporativa" instituída pelo Estado Novo. Uma actividade a não perder. A.A.B.M.

sábado, 24 de abril de 2010

ESTADO NOVO


Comício anti-comunista, em Setúbal (11 de Setembro de 1937).

Na mesa, que presidiu ao comício: Gilberto Arroteia; dr. António Barreiros Cardoso; dr. Águedo de Oliveira; dr. João Pinto da Costa Leite (Lumbrales); tenente-coronel Dowens [via Torre do Tombo]

J.M.M.

O GRÉMIO MONTANHA AOS LIBERAIS




Grémio Montanha: "Aos Liberais" - via Torre do Tombo [clicar para ler]

J.M.M.

sábado, 23 de junho de 2007

ALFREDO PIMENTA E MUSSOLINI


Alfredo Pimenta e o "Testamento Político de Mussolini"

Falámos aqui de Alfredo Pimenta. Na curta nota biográfica, então feita, referimos o entusiasmo demonstrado por Alfredo Pimenta pelo fascismo italiano, salientando o prefácio feito por ele à edição portuguesa do "Testamento Político de Mussolini".

Eis, um brevíssimo registo do que prefaciou a 3 de Abril de 1949:

"... Mussolini, criador do Império italiano; Hitler, criador do Império germânico; Salazar, espírito singularmente positivo, restaurador de uma consciência nacional que naufragava a olhos vistos no cepticismo e no mais absurdo complexo de inferioridade que jamais se viu.
Concedeu-me Deus a ventura de ser contemporâneo destes três gigantes políticos (...)

Esses três homens forjaram pelas suas próprias mãos o bronze das suas estátuas que nem as forças de Nuremberga, sinistras ignominias, nem os massacres de Dongo, torpezas hediondas, nem a morte natural e distante que todos nós esperamos que seja o fim de Salazar, poderão destruir. (…)

... a guerra que as Democracias provocaram, procurando cercar, para as abafar, a Alemanha hitleriana e a Itália mussolínica.
Ao fim de cinco anos de luta, em que nem a Alemanha nem a Itália deram tudo quanto podiam dar, porque cedo começaram a sofrer as consequências da traição dos generais, na Alemanha, e da traição da Corte, na Itália, ao fim de cinco anos de luta, as Democracias venceram, morrendo Hitler sob os escombros da Chancelaria do Reich, morrendo Mussolini, assassinado às mãos de agentes da Democracia ..."

[Alfredo Pimenta, in pref. ao "Testamento Político de Mussolini. Ditado, corrigido e rubricado pelo Duce em 22 de Abril de 1945", Edições Ressurgimento (2ª ed.), trad. António Garrido Garcia, Lisboa, 1949 - sublinhados nossos]

J.M.M.

sábado, 12 de maio de 2007

O FASCISMO


Capa do panfleto de Raul Proença «O Fascismo e as suas repercussões em Portugal», separata do artigo publicado na Seara Nova, nº 77 de 6 de Março de 1926.

[foto e texto - in Alberto Pedroso, Raul Proença: panfletário e jornalista de folhas clandestinas, Lisboa, sep. do Diário de Lisboa, nº 21 453, 10/05/1984]

J.M.M.

terça-feira, 8 de maio de 2007

MARCELO CAETANO, MÁRIO DE FIGUEIREDO E LOPES DE ALMEIDA


Marcelo Caetano, Mário de Figueiredo e Lopes de Almeida

Na foto: Mário de Figueiredo (1890-1969), prof. direito da U.C, membro do CADC, da União Nacional e deputado, Ministro da Justiça (1928-29) e da Educação (1940-44), presidente da assembleia Nacional (1961) fazendo a saudação fascista; do lado esquerdo Manuel Lopes de Almeida (1900-1980), historiador e prof. da FLUC, deputado da UN (1937), Ministro da Educação (1961-62); do lado direito, fardado, Marcelo Caetano.

J.M.M.