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domingo, 13 de dezembro de 2015

ÁLVARO CUNHAL. UMA BIOGRAFIA POLÍTICA, VOL. 4, O SECRETÁRIO-GERAL


LIVRO: Álvaro Cunhal. Uma Biografia Política, vol.4, O Secretário-Geral;
AUTOR: José Pacheco Pereira;
EDIÇÃO: Temas e Debates, 2015, p. 480.

Álvaro Cunhal tinha saído algemado da casa clandestina do Luso em 1949. Agora, em 3 de Janeiro de 1960, estava livre mas continuava perseguido e entra de novo na clandestinidade. Tinham-se passado quase onze anos de prisão, uma das penas políticas mais longas do século XX português. Tem quarenta e seis anos, a sua vida pessoal mudaria significativamente a muito curto prazo e a sua acção política torná-lo-á de novo o dirigente máximo do PCP. Depois de uma atribulada estadia no interior de Portugal, sai para a URSS e depois para França, de onde só regressa em 1974. Na década de sessenta, terá uma afirmação indiscutível, como um dos grandes dirigentes comunistas mundiais, internacionalmente reconhecido. O seu pensamento e a sua acção nestes anos moldaram a história de Portugal e das colónias portuguesas até aos dias de hoje. O quarto volume de uma obra monumental, indispensável ao conhecimento da história de Portugal no século XX” [AQUI]

Trata-se do volume IV da estimada biografia política de Álvaro Cunhal (1913-2005), o “mítico” secretário-geral do Partido Comunista Português. O contributo de José Pacheco Pereira para a história do PCP e em particular para a biografia de Álvaro Cunhal é notável e imprescindível. Contra um Cunhal a “preto e branco”, Pacheco Pereira publica em 1999 o primeiro volume – “Daniel, O jovem revolucionário” (1913-1941) - excitando opiniosos protestatórios entre as carpideiras da paróquia.

Este quarto volume percorre a vida política e pessoal de Cunhal entre 1960-68, da sua fuga de Peniche (com outros camaradas), passando pela clandestinidade e seu exílio em Moscovo e Paris; fica-nos na memória a sua responsabilidade de dirigir o combate contra o “desvio de direita” no PCP, a permanência, em Cunhal, de uma incomodidade na dissidência de Francisco Martins Rodrigues (que formatou todos os agrupamentos dissidentes do PCP, em especial o movimento “maoista” português, via FAP/CMLP), a sua teorização da revolução democrática e nacional, o debate sobre a questão da luta armada e o conflito ideológico que esteve presente face ao republicanismo reviralhista, a sua posição tomada no conflito sino-soviético, etc; relembra-nos um Cunhal, aliás Manuel Tiago, deslumbrado pela literatura (curioso o que é referido sobre Aquilino Ribeiro), pela pintura e arte. Estamos, uma vez mais, perante um belíssimo testemunho biográfico sobre Álvaro Cunhal que não nos deixa indiferentes e que honra o investigador José Pacheco Pereira.  

J.M.M.

sexta-feira, 1 de março de 2013

AS ARMAS DE PAPEL


LIVRO: As Armas de Papel. Publicações Periódicas clandestinas e do Exílio Ligadas a Movimentos Radicais de Esquerda Cultural e Política (1963-1974), 2013, 598 pág.;
AUTOR: José Pacheco Pereira;
EDITORA: Temas e Debates.


Trabalhei neste livro de forma intermitente nos últimos vinte anos. Fazia e faz parte de um projeto mais vasto sobre a extrema-esquerda em Portugal, que podia ter tido tradução académica, mas que ganhou tais dimensões que muito dificilmente cabe numa tese, com as limitações que hoje existem. (è um trabalho individual, com recursos próprios, como agora se diz, ‘sem apoios’. E não se deu mal por isso […]

Conheci de experiência direta - de a escrever, de a fazer, de a imprimir, de a distribuir - a imprensa clandestina radical. O impulso de revolta, os riscos da ilegalidade, a vida escondida, as tensões subjetivas, morais e éticas desses anos, a política no sentido mais lato de ação cívica pelo bem comum têm a ver com dilemas que sempre estiveram associados à ação e ao pensamento. Isso fica sempre. […]

O meu gosto pessoal por aquilo que no passado era conhecido como «erudição» levou-me a complicar o meu trabalho, até ao limite da incompletude e do erro. […]. Mas tal é útil para as bibliotecas, os centros de investigação, os arquivos, que pretendem salvar todo este material, muitas vezes raríssimo, e quase sempre perecível. Uma das minhas intenções foi ajudar essa conservação, fornecendo um inventário que permita aferir coleções, e circunscrever as faltas. […].

Neste trabalho são citadas (e foram lidas, com frequência duas ou três vezes) integralmente milhares de publicações, não só as coleções de periódicos, mas também panfletos, brochuras, livros, manuscritos associados com a imprensa radical, para além de uma extensa bibliografia nacional e internacional. E, claro, os processos da PIDE, matéria que exige um peculiar cuidado na interpretação e na utilização dos seus dados. […]

Tenho consciência de que a história da imprensa clandestina esquerdista e radical nos últimos quinze anos da ditadura começa aqui, mas não acabará aqui. É o que se pretende" [Da Nota Prévia]

J.M.M.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O MAOISMO EM PORTUGAL 1964-1974


LIVRO: Margem de Certa Maneira. O Maoismo em Portugal 1964-1974;
AUTOR: Miguel Cardina;
EDITOR: Edições Tinta-da-China.

APRESENTAÇÃO DO LIVRO:

DIA: 11 de Novembro de 2011 (21 horas);
LOCAL: FNAC (Chiado, Lisboa);
APRESENTAÇÃO: Fernando Rosas & José Pacheco Pereira.

"Margem de Certa Maneira. O Maoismo em Portugal 1964-1974", de Miguel Cardina, é "um estudo inédito sobre a extrema-esquerda portuguesa de inspiração Maoista nos anos que antecederam a revolução de 1974" [ler AQUI]

"No rescaldo da forte contestação ao Estado Novo verificada em 1961-62, vários opositores ao regime criticaram as acções e o rumo tomados pelo Partido Comunista Português, que acusavam de não interpretar aquele período como «pré-insurreccional» e de não agir com o vigor necessário.

Articulando essa crítica com a adesão às teses chinesas no decurso do conflito sino-soviético surgiu, pouco depois, a primeira organização portuguesa de matriz maoista, a FAP/CMLP. Nos anos seguintes, assistiu-se a uma explosão de organizações maoistas, que introduziram um novo estilo de oposição, baseado na crítica feroz ao colonialismo e ao capitalismo, numa militância mais exposta e violenta, e na opção pela deserção à guerra.

Este complexo ideológico ancorava-se no meio estudantil, mas conseguiu penetrar em alguns terrenos operários e populares. Várias centenas de activistas, entre os quais se contam figuras com posterior relevo público, iniciaram aí o seu percurso política.
Miguel Cardina conta finalmente a história desta «margem política», preenchendo uma importante lacuna no conhecimento da oposição à ditadura
" [AQUI]

consultar o Indice da Obra AQUI.

J.M.M.

sábado, 29 de novembro de 2008

O MAOISMO EM PORTUGAL (1964-1974)


Notas sobre o maoísmo em Portugal (1964-1974)

Miguel Cardina apresenta, nos Caminhos da Memória, um óptimo texto de análise aos grupos situados dentro da corrente "maoista" em Portugal, texto esse refundado a partir das suas intervenções no Colóquio "Os Comunistas em Portugal 1921-2008" [de 8 de Novembro] e no "Congresso Karl Marx" [de 15 de Novembro, último]. Enquanto a sua tese académica sobre o movimento marxista-leninista em Portugal, sobre os seus grupos e associações, não está dada como completa, e enquanto se aguarda igual desempenho de José Pacheco Pereira dentro da mesma área, o texto publicado é importante, até pela muito pouca bibliografia que se dispõe sobre essa temática.

Com a inclusão de um organigrama (clickar na foto, acima) sobre as várias organizações "marxistas-leninistas" em Portugal

[refere outro organigrama feito por Martins & Loureiro, in revista História, nº17, 1980. Mas conhece-se outros mais, como o que é apresentado na revista da O.C.M.L.P., "Foice & Martelo", nº1, Fevereiro 1975; um outro feito (presumidamente) por Álvaro Vasconcelos (PCP-ml, facção Vilar) e publicado em artigo na Seara Vermelha, nº6, Agosto de 1976; e um outro supostamente feito pela mão do próprio Ronald H. Chilcote (professor e investigador na Un. da Califórnia, que produziu para o Centro de Documentação 25 de Abril uma extensa e pormenorizada bibliografia sobre os grupos e diversa documentação das organizações políticas em Portugal de Abril, mais tarde publicada em 2 volumes), intitulada "The illegal parties before April 25th. And their evolution from 1964 to 1975"]

é possível antever a dificuldade neste particular estudo, mas ao mesmo tempo permite um melhor conhecimento e aprofundamento da questão.

A consultar o texto, AQUI.

J.M.M.

terça-feira, 1 de julho de 2008

COLECÇÃO EXTREMÓFILOS


Livros de José Pacheco Pereira na Colecção Extremófilos

Uma nova colecção da Editora AlêtheiaExtremófilos – vai surgir e será dirigida por José Pacheco Pereira. O primeiro livro a publicar será do próprio e terá o título "Um Divide-se em Dois". Diz-nos o autor que "é um estudo sobre o movimento marxista-leninista nos países ocidentais (de cultura política e instituições ‘ocidentais’, da Europa à Nova Zelândia) na sua fase genética, antes sequer de se poder falar de ‘maoísmo’ propriamente dito, antes da Revolução Cultural. Nele se analisa o modo como o conflito sino-soviético foi evoluindo para a cisão do movimento comunista mundial, a política dos chineses e albaneses face aos Partidos Comunistas, e o impacto das teses chinesas no seu interior". Trata ainda, e como seria de esperar face à essa temática histórica, "o impacto do conflito sino-soviético no PCP e a cisão que dá origem à FAP /CMLP, assim como o papel de Francisco Martins Rodrigues".

Um segundo volume a publicar, ainda da sua autoria, será um estudo bibliográfico (detalhado) sobre Publicações Clandestinas e do Exílio Ligadas a Movimentos Radicais de Esquerda Cultural e Política (1964-1974). Para o efeito e de acordo com este texto/post, faz J.P.P. um pedido de ajuda/colaboração aos leitores, que pode e deve aqui ser lido.

Fotos: retiradas, com a devida vénia, dos Estudos Sobre o Comunismo.

J.M.M.