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domingo, 3 de março de 2013

PORTUGAL, DIÁRIO CATÓLICO, ONLINE


A Biblioteca Nacional retomou a sua actividade de digitalização de periódicos, após alguns meses de interregno nesta área, embora tenham continuado a disponibilizar  livros antigos online.

Um dos jornais disponibilizados merece particular atenção, porque serve de contraponto à propaganda republicana, e acompanha todo o período entre 1907 e 1910. Funcionava como órgão do Partido Nacionalista.

Portugal, diário católico, iniciou publicação em 5 de Fevereiro de 1907. Tinha como director J. Fernando de Sousa (Nemo) e, a partir de Fevereiro de 1908 passa a ser dirigido pelo Padre José Lourenço de Matos.

O administrador era Alexandre do Amaral Pyrrait, depois Adriano Ferreira Pinto Basto Martins, mais tarde o padre Manuel Francisco Pessoa da Luz e, na fase final da existência do jornal, Fernando Pais de Figueiredo.

O jornal começou por pertencer à Empresa do Jornal Portugal (Limitada), posteriormente, passou para a Sociedade Veritas e, por fim passou a ter a denominação Empresa Portugal Limitada. A existência do jornal termina a 4 de Outubro de 1910, com o número 1130. Nessa altura, o jornal já deixara de sair diariamente e tornara-se trissemanário desde 6 de Janeiro de 1910.

Foram dirigentes da empresa que detinha o jornal católico Domingos Pinto Coelho, Carlos Pinto Coelho, Alberto Pinheiro Torres e o padre Manuel Francisco Pessoa da Luz, mas afastaram-se quando a posse do jornal passou para as mãos da Sociedade Veritas.

Bibliografia consultada:
LEMOS, Mário Matos e, Jornais Diários Portugueses do Século XX. Um Dicionário, Ariadne Editora/CEIS 20, Coimbra, 2006, p. 499-501

A.A.B.M.


 

sábado, 14 de março de 2009


CATÓLICOS nas VÉSPERAS da I REPÚBLICA

"Duas das muitas questões que se apresentam neste trabalho são as seguintes: Se Portugal tinha, nas vésperas da República, cerca de 99% de católicos, como foi possível toda a luta anticatólica? Como é possível que, aparentemente, menos de 1% da população tenha conseguido perseguir e escravizar uma imensa maioria? ..."

«O Novo Mensageiro do Coração de Jesus foi publicado ao longo de um período de forte conturbação social, política e ideológica. Pelo papel que desempenhou, esta revista insere-se numa linha de combate contra a modernidade1, contra a sociedade nascida da Revolução Liberal, a qual subtraía o lugar que a Igreja Católica sentia ter por direito. É na confluência das críticas que faz à Sociedade, ao Individualismo, ao Socialismo, à Secularização, à Maçonaria, ao Liberalismo, entre outros aspectos, que podemos incluir a sua atitude.

Esta postura de militância não surpreende pois tratando-se de um órgão de imprensa de uma Ordem Religiosa, pressupõe-se uma forte intervenção apostólica e piedosa, mas o curioso é que o Novo Mensageiro, como se viu, também apresenta um forte carácter de intervenção cultural e ideológica. Uma ideia-chave que perpassa ao longo de todo o periódico é que o problema não está na força dos adversários da Igreja e nos revolucionários, mas sim na fraqueza dos Católicos e que entre estes se encontram os maiores inimigos da Igreja. Deste modo, os Revolucionários seriam os adversários, e os inimigos os Católicos Liberais por um lado, e os católicos fracos por outro, que não só não combatem mas ainda servem para dividir o 'exército católico'». [ler, AQUI]

Católicos nas Vésperas da I República. Os Jesuítas e a Sociedade Portuguesa: O Novo Mensageiro do Coração de Jesus (1881-1910) - de José António Ribeiro de Carvalho, Livraria Civilização Editora, 2009

J.M.M.

domingo, 8 de março de 2009


A GUARDA - JORNAL CATÓLICO, SOCIAL E MONÁRQUICO (I)

O primitivo boletim quinzenal "A GUARDA" [nº1 (15 de Maio 1904), Guarda], "preferencialmente dirigido ao clero diocesano" [cf. Jesué Pinharanda Gomes, 100 Anos de A Guarda, 2004], aparece no início como "semanário católico e regionalista" [ibidem] para se tornar "a ponta de lança do Partido Nacionalista (católico, social e monárquico)". Pinharanda Gomes considera-o, mesmo, como servindo de "base à imprensa católica" de antanho

[refere a esse propósito, no opúsculo já citado, os seguintes periódicos católicos surgidos: União Nacional (Braga, 1904-06, Artur Bívar); Associação Operária (Lisboa, 1905-06, posteriormente integra-se no Grito do Povo, do Porto, periódico este que sob direcção do advogado Alberto Pinheiro Torres, presidente do Circulo Católico de Operários de Vila do Conde e único deputado eleito pelo Partido Nacionalista, tem lugar de destaque na imprensa católica; cf. Filhos de Ramires, de José Manuel Quintas, 2004); União (Santarém, 1907-08, Ernesto Teixeira Guedes, ex-fundador d’A Guarda); Alerta (Bragança, 1907-08); Estrela Polar (Lamego, 1907-08, periódico fundado por Artur Bívar, que tinha como divisa "Por Deus, pela Pátria e pela Família" e que era impresso na Guarda, curiosamente na tipografia Veritas); Jornal de Lousada (1907-09); Sul da Beira (Covilhã, 1908-10); Deus e Pátria (Barcelos, 1907-10); Avante (Póvoa do Varzim, 1909-10, Josué Trocado); O Arouquense (1912)],

imprensa católica já antes impulsionada, de algum modo, pelo Conde Samodães no I Congresso dos Escritores e Oradores Católicos (Porto, 1871 – cf. AQUI), ou na singular contenda no movimento social católico entre a "legitimista" A Nação (Lisboa, 1847) e a "cartista" A Palavra (1872-1913, surgido pela Associação Católica do Porto), pela fundação da União Católica Portuguesa (1882) e o efeito dos vários Congressos Católicos realizados, na criação do Centro Católico em 1894 (concretizado por acção do jornal Correio Nacional) e na fundação dos Círculos Católicos Operários (a partir de 1898, atingindo o expressivo numero de 15, em 1903), no lançamento do CADC (Coimbra, 1901), culminando na formação do Partido Nacionalista ("Partido Católico", 1903, sob liderança de Jacinto Cândido, Jerónimo Pimentel e o conde de Bertiandos). De referir que o primeiro projecto para a criação de um "partido católico" nasce precisamente no jornal A Palavra (23 de Novembro de 1878, em artigo do Pe. José Vitorino Pinto de Carvalho – cf. Manuel Braga da Cruz, Análise Social, 1980 - AQUI).

A implantação da República fez quebrar esse movimento periodista [os ataques populares contra as associações católicas e a sua imprensa atinge um ponto alto em 1911, desde logo pelo declarado propósito que tinham de combater as organizações operárias e as suas "nefastas" influência socialistas e revolucionárias, mas acentua-se na sequência da intervenção da Igreja contra a laicização do estado - cf. Marie-Christine Volovitch, Análise Social, 1982 – AQUI], movimento que abrangia em 1900, 6 diários, 21 semanários e 10 mensários (cf. Marie-Christine Volovitch, ibidem). Até lá, há lugar para a organização do I Congresso dos Jornalistas Católicos Portugueses (Lisboa, Abril de 1905), seguindo-se o II Congresso das Agremiações Católicas Populares de Portugal no Porto (Junho de 1907), depois o III Congresso (Covilhã, Outubro de 1908), depois em Braga (1909) e o de Lisboa (1910).

[a continuar]

J.M.M.