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sexta-feira, 29 de maio de 2020

MANUEL TEIXEIRA GOMES


Foi disponibilizado ontem um interessante trabalho, desenvolvido pelo prof. Carlos Osório, com uma página/site inteiramente dedicada a Manuel Teixeira Gomes, assinalando o 160º aniversário do seu nascimento.

Este interessante projecto, ainda em construção, conta com uma grande variedade de separadores:
De Manuel Teixeira Gomes
- Livros
- Artigos

Sobre Manuel Teixeira Gomes:
- Bibliografia Especifica
- Estudos Biográficos

Iconografia:
- Fotografias
- Desenhos/Pinturas

Imprensa:
- Jornais
- Ficções

Arquivos:
- Fundação Mário Soares
- Biblioteca Nacional

Colecções:
- Pintura (Museu Nacional de Arte Contemporânea/Museu do Chiado)
- Peças Decorativas

Multimédia:
- Arquivos RTP
- Instituto de Cultura Ibero-Americana
- Casa Manuel Teixeira Gomes
- Museu de Portimão
- Outros videos
- Podcasts

Casa Manuel Teixeira Gomes



Na página encontra-se uma nota de abertura com a explicação sucinta do projecto agora apresentado:
A criação de um repositório digital dedicado exclusivamente a Manuel Teixeira Gomes tem como finalidade armazenar, hiperligar e disponibilizar em acesso livre conteúdos digitais sob a forma de recursos multimédia, que podem ser pesquisados e utilizados pela comunidade em geral e, mais especificamente, pela comunidade académica e científica.
 
Este projeto inscreve-se na Missão do Instituto de Cultura Ibero-Atlântica, na medida em que procura promover de forma inovadora o estudo e divulgação da história e da cultura locais, assim como a interculturalidade mediterrânica inspirada nos itinerários mediterrânicos do escritor e viajante portimonense Manuel Teixeira Gomes.

Os estudos recentes têm demonstrado que os dispositivos móveis, utilizados em contextos de aprendizagem, ampliam as dinâmicas educativas motivacionais e permitem uma experiência interativa de imersão em didácticas de aprendizagem, podendo oferecer benefícios ímpares aos alunos, aumentando a sua autonomia face à aprendizagem e à colaboração, comunicação e partilha entre os participantes.

Assim, são nossos objetivos, para além de dar um contributo tecnológico para a divulgação da obra de Manuel Teixeira Gomes, agilizar o acesso à informação dispersa na rede, orientar as pesquisas, sobretudo na comunidade escolar, e impulsionar as instituições para o desenvolvimento de novas plataformas e aplicações digitais que possam ampliar, diversificar e democratizar o acesso ao conhecimento dos contextos histórico-literários em que o nosso escritor-presidente viveu.
Concepção, produção e edição: Carlos Alberto Osório

Muitos parabéns pela iniciativa que esperemos e fazemos votos que continue a  ser enriquecida com novos contributos. Recordo por exemplo a colaboração de Manuel Teixeira Gomes, com alguns jornais, por exemplo no jornal de Manuel de Brito Camacho, A Lucta, onde existem alguns textos da sua autoria, mas há colaborações noutras publicações periódicas tanto em prosa como com alguma  poesia. No Suplemento Literário do Diário de Lisboa, disponível através da Fundação Mário Soares AQUI. Ainda no Diário Popular, dirigido por Celorico Gil (1929-1930). No jornal republicano de Coimbra, A Evolução (1881-1882), disponível AQUI. No semanário O Diabo, também disponível via Casa Comum e que pode ser consultado AQUI. Na Revista da Universidade de Coimbra, consultável AQUI.

São meras sugestões entre múltiplas outras já disponíveis e a explorar online. Haja disponibilidade e vontade.

Com os votos do maior sucesso para a iniciativa de homenagem a Manuel Teixeira Gomes.

A.A.B.M.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

CARTAS PARA HOJE – POR ANTÓNIO VALDEMAR


Cartas para hoje” – por António Valdemar, in Revista do Expresso

[Segunda edição das cartas que Manuel Teixeira Gomes mandou a João de Barros, selecionadas por Manuela de Azevedo. Fragmentos de umas memórias que não chegaram a existir] 

“As memórias de Teixeira Gomes fizeram parte de vários projetos. Memórias políticas com a militância partidária republicana, a carreira diplomática e o exercício da Presidência da República. Memórias literárias resultantes do convívio com escritores, poetas, pintores e músicos. Em Coimbra, onde fez o secundário. No Porto, onde estudou Medicina sem concluir o curso. Em Lisboa, onde frequentou as principais tertúlias do fim do século XIX e começo do século XX. Somem-se as memórias familiares do Algarve — as relações difíceis com o pai e ainda mais difíceis com a mãe, que o deserdou, por viver maritalmente e ter filhos de uma empregada; e as do comerciante de figos com meios para passar metade do ano em viagens através da Europa. Finalmente, as memórias do exílio voluntário, após a renúncia à Presidência da República em 1925, que lhe permitiu retomar com intensidade a escrita. Nunca concretizou o grande livro de memórias que prometeu, mas deixou em correspondência pessoal, política e literária reminiscências de 80 anos de existência repleta de contrastes.

Desde sempre as cartas foram para Teixeira Gomes um modo de comunicar. Publicou em vida três livros de cartas: “Cartas Sem Moral Nenhuma”, “Cartas a Columbano” e “Miscelânea”, com relatos de viagens e reflexões literárias e estéticas. Castelo Branco Chaves também recolhera, no âmbito das edições promovidas em 1960, no centenário do nascimento, outros volumes de correspondência. Mas além da epistolografia coligida em livros existia correspondência inédita e dispersa para amigos, em especial o poeta João de Barros e que o seu filho Henrique de Barros selecionou, incumbindo Manuela de Azevedo da edição. A investigação tem prosseguido com António Barros, o neto de João de Barros, que ficou a cuidar do espolio do avô para novas edições.

Ficamos a saber, através do próprio Teixeira Gomes, o que pensava dessa literatura de testemunho que praticou com abundância: “Eu tive sempre, mais ou menos, a mania epistolar, e pouca gente terá havido que escrevesse tantas cartas como eu, no decorrer desta minha agitada, longa, e curiosa vida. (...) Talvez porque o meu temperamento se compraz no desalinho da conversação despretensiosa, e repugna às composições oratórias; seja qual for a razão o certo é que, escrever uma carta nunca me foi pesado.”

Confidenciou nas cartas a João de Barros: “Como sabe, nunca fui popular, mas a Presidência da República tornou-me detestado. Situação que abrangeu também, um pouco, os meus amigos pessoais. (…) Sem ter feito nada de bom, nem de mau, limitei-me ao estreito cumprimento das minhas obrigações de mestre de sala — levantei, no meu país, contra mim, os ódios que só costumam levantar os grandes benfeitores da Humanidade.”

Em vida e depois da morte, Teixeira Gomes foi muito criticado. Sem nunca lhe ter falado, Miguel Torga, no “Diário”, ao registar a morte de Teixeira Gomes não hesitou a chamar-lhe “manjerico”. Antes e depois do exílio, tinha inimigos de estimação, como Bernardino Machado, por incompatibilidades políticas recíprocas; João Chagas, que o insultou no “Diário”; ou Augusto de Vasconcelos, que despreza por motivos de carácter e ausência de lealdade política. Fez comentários arrasadores a Ginestal Machado, chamando-lhe “o seráfico Ginestal Machado a quem os rapazes de Santarém cognominaram o cu frouxo”. Mas um dos grandes ódios de estimação foi Cunha Leal, que lhe movera uma campanha sistemática na tribuna de São Bento ao ler, quando era Presidente da República, as passagens dos livros com referências sexuais. A divulgação provocou os efeitos desejados: Teixeira Gomes não perdoou a Cunha Leal.
 
 
Era com desdém que o antigo Presidente se pronunciava acerca de intelectuais portugueses que, em vida, o lisonjearam e depois o atacavam e de forma insultuosa. Júlio Dantas, além da ferocidade do manifesto de Almada Negreiros, não escapou à sátira de Teixeira Gomes. Chamou-lhe “merdiflor”. E acrescentava, entre outras considerações fulminantes: “Deve-se-lhe um invento genial: a aplicação dos pastéis de nata em supositórios. Uma vez na confeitaria Marques, engoliu, por ‘ali’ uma grande bandeja cheia deles.”

Augusto de Castro é outro visado, e com extrema contundência. Refere que lhe devia, quando Presidente da República, favores políticos, ao desejar interromper a direção do “Diário de Notícias” para ingressar na carreira diplomática, em Inglaterra e em Itália, junto do Papa. Outra crítica virulenta atingiu Afonso Lopes Vieira, com quem tivera, aliás, relações muito cordiais e expressas em correspondência. A opinião alterou-se quando Lopes Vieira derivou para a exaltação de Fátima, de que terá sido o primeiro poeta oficial.

A opinião de Teixeira Gomes acerca da literatura portuguesa era radical. Considerava-a “um mito” e insistia: “Nós parecemos tudo menos o que na realidade somos, isto é, plagiários inveterados, do princípio ao fim, de uma literatura de décima ordem.”

Mesmo assim, demonstrou apreço por algumas obras e escritores, como Camões — “o melhor exemplo de uma repentina e salutar renascença, de pureza de formas e claridade de ideias e de estilo”. “No entanto”, advertia, “o publico pouco se importa com o genuíno Camões, que não distingue senão pelo nome (e por ventura pelo olho de menos) dos demais poetas dos tempos idos”. Era Fernão Mendes Pinto a figura que “sempre exerceu fascinação irresistível”, sobretudo “pela graça e cristalina simplicidade do seu estilo, que parece de agora”. Eça não o satisfaz tanto como Camilo, que apontou como o maior escritor português do século XIX. Bernardes e Castilho são referências assíduas e cita Bernardim Ribeiro quando pretende justificar estados de alma.

Perante os seus contemporâneos, Teixeira Gomes é um clássico. Condenava o desalinho e a confusão. Rejeitava a forma rebuscada e pomposa, a frase seca e o “estilo embaçado como se fosse temperado com sumo de marmelo cru”. Para ser espontâneo teria de haver um trabalho de “ferreiro, que passa da forja à bigorna, e daí à lima”.

A Republica desiludiu-o: “Sabia muitíssimo bem que, na incapacidade de resumir os seus ideais em princípios, o nosso povo os havia encarnado em meia dúzia de figuras representativas da Republica, e avaliava o que ela sofria em desdoiro e desonra, com os insultos infâmias que esses homens, sem o menor rebuço e desbragadamente, se assacavam e lançavam uns aos outros.” O modo como foi tratado quando exerceu a Presidência da República magoou-o profundamente. Em abril de 1927, escrevia a João Barros: “É, ou parece, um país de réprobos, onde todos vociferam, ardendo em ódio, consumidos de inveja.”
De país em país encontrou, finalmente, em Bugia (Argélia francesa) o local para se instalar nos últimos dez anos de vida. Passara já os 70 anos de errância contínua. Por diversas vezes, Teixeira Gomes falou do envelhecimento, das doenças que o atingiram. Porém, manteve até ao fim uma espantosa memoria. Na reta final, não deixou de confidenciar: “Estas cartas já se vão dando ares de ‘capítulos de memórias’, que não é intenção minha escrever. (...) Eu sigo, tanto quanto possível, saboreando este resto de vida, como criança que come o seu último bolo, às migalhas.
Ao corresponder-se com João de Barros, Teixeira Gomes sabia que as cartas não seriam destruídas e, mais cedo ou mais tarde, seriam publicadas. Construiu a imagem que fazia de si próprio e que teria sido adulterada, a propósito da ação que exerceu na vida publica. Escreveu sempre para a posteridade
Cartas para hoje – por António Valdemar [Jornalista e investigador, membro da Classe de Letras da Academia das Ciências] – E revista do Expresso - 22 de Fevereiro de 2020, pp. 69 – com sublinhados nossos.com sublinhados nossos.

J.M.M.

domingo, 12 de janeiro de 2020

[FIGUEIRA DA FOZ] CARTAS DE MANUEL TEIXEIRA GOMES A JOÃO DE BARROS

LIVRO: "CARTAS DE MANUEL TEIXEIRA GOMES A JOÃO DE BARROS"

APRESENTANTE: António Valdemar

DATA: 16 de Janeiro de 2020

HORÁRIO: 18 horas

LOCAL: Auditório Municipal da Figueira da Foz - Rua Calouste Gulbenkian

Um evento que se recomenda a todos os potenciais interessados, com interesse pelas informações trocadas entre os dois intelectuais portugueses que marcaram a primeira metade do século XX.

Com os votos do maior sucesso.

A.A.B.M.

domingo, 23 de outubro de 2016

JOSÉ LIBÂNIO GOMES


Numa semana em que se falou bastante de Manuel Teixeira Gomes e se apresentou a sua mais recente biografia, elaborada por José Alberto Quaresma, vimos lembrar alguns aspectos da vida do seu pai: José Libânio Gomes. São breves apontamentos biográficos:

José Libânio Gomes
 
Era natural de Portimão, porém há algumas dúvidas quanto à naturalidade[1] e filho de Manuel Gomes e de Maria Gomes. Nasceu em 6 de Setembro de 1824. Descende de homens do Norte (Mortágua, Viseu) e de mulheres de Portimão e de Alvor. Ao contrário, sua esposa, D. Maria da Glória Teixeira, descendia de famílias de Vila Nova de Portimão e dos concelhos vizinhos (Silves, Lagoa e Monchique). Manuel Gomes Xavier de Ataíde, avô paterno de Manuel Teixeira Gomes, foi alferes da Legião Lusitana ainda antes da ordem de marcha do general Junot para combater na Europa. Decerto que a sua experiência militar nas campanhas napoleónicas lhe possibilitaram a abertura ideológica necessária à futura adesão aos ideais liberais vintistas. Com várias condecorações, era tenente de Infantaria em 1823, e comandante do destacamento de Portimão em 28 de Maio de 1828 quando foi preso por ordem de D. Miguel e encarcerado no Limoeiro onde veio a morrer.

José Libânio Gomes tinha apenas nove anos de idade quando seu pai faleceu. Como ele, também rumaria a França, em 1845, não para a guerra, mas para aprender com um negociante de frutos secos, em Rouen, as artes do comércio. Em 1849 já iniciava em Portimão as bases do negócio que levaria seu filho Manuel a percorrer os mercados da Europa. A qualidade dos seus frutos secos valeu-lhe uma medalha na Exposição Internacional de Londres de 1851. Quatro anos depois é de novo premiado na Exposição Internacional de Paris, vindo a integrar a Comissão da secção Portuguesa à Exposição Universal de Anvers em 1894. Entretanto, já criara uma Parceria para a Exportação de Figos do Algarve com outros comerciantes locais. A sua dinâmica comercial facilitou as suas relações pessoais e políticas. A sua nomeação como cônsul da Bélgica em Portimão, em 1861, é o prelúdio de uma longa era de actividade diplomática que confere a esta família de comerciantes um carisma social que se prolongou durante bastante tempo.

Negociante importante em Vila Nova de Portimão, dedicando-se especialmente ao comércio dos frutos secos, tão típicos da região. Casou com Maria da Glória Teixeira Gomes em 21 de Fevereiro de 1854. Terá sido educado em França, onde assistiu à Revolução de 1848, já que o seu pai tinha estado envolvido nas campanhas napoleónicas tendo mesmo participado na Batalha de Waterloo. Tendo aí contactado com as ideias republicanas, que procurou preservar e ajudar já em Portugal. 

Em 1878, participou activamente na escolha dos elementos que deveriam compor a lista de vereadores da Câmara Municipal de Portimão, fazendo acordo com o outro influente político local, o senhor Visconde de Bivar. Em 1884, era considerado por Magalhães Lima como “o mais velho republicano do Algarve”. Fez parte do Conselho Provincial do partido que então se organizou na região, desempenhando as funções de vogal. Em 1889, era apontado como um dos mais antigos e sinceros democratas de Portimão, quando procurou dinamizar a criação de um centro republicano naquela vila. 

Em 1891, fundou o Sindicato dos Exportadores de Figo do Algarve, juntamente com Salvador Vilarinho, José Duarte de Almeida, A. J. Júdice & Irmãos e José Joaquim Serpa que visava colocar mais facilmente no exterior a produção excedentária do Algarve. Durante três anos o representante desta sociedade na Europa foi Manuel Teixeira Gomes, filho de Libânio Gomes, que percorreu nessa altura vários países europeus em busca de mercados para os figos algarvios. A partir do momento em que a sociedade se desfez, Libânio Gomes continuou as suas actividades exportadoras, mantendo o seu filho como representante da empresa no estrangeiro. Na fase final da vida exerceu também as funções de cônsul da Grécia em Portimão. Padecendo de doença grave foram frequentes as notícias sobre o agravamento do seu estado de saúde. Faleceu a 16/03/1905, com 80 anos[2].

A.A.B.M.



[1] Nuno Campos Inácio, “Apontamento Genealógico de Manuel Teixeira Gomes”, Cadernos Barão de Arêde. Revista do Centro de Genealogia e Heráldica Barão de Arêde, nº1, Julho-Setembro de 2014, p. 125 e ss. [Disponível online aqui: http://arede.eu/img/CADERNOS_BARAO_DE_AREDE_1.pdf]
Faleceu a 16/03/1905, com 81 anos[1].



[2] “José Libânio Gomes”, Diário Ilustrado, Lisboa, 20-03-1905, Ano 34, nº 11510, p. 1, col. 3.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

MANUEL, TAL E QUAL


Manuel, tal e qual” – por António Valdemar, in Público

Teixeira Gomes «boémio, negociante, melómano, viajante, escritor, diplomata, Presidente da Republica”

De Manuel Teixeira Gomes revive a memória do intelectual e do político que se afirmou como grande escritor, se impôs como notável diplomata e se distinguiu como Chefe de Estado, um dos que mais prestigiaram a República. Qualquer um destes aspectos é conhecido, na generalidade e, por vezes, com alguma polémica.
Contudo, uma biografia feita por José Alberto Quaresma, editada pela Imprensa Nacional e o Museu da Presidência da Republica, veio evidenciar muitos pormenores, até agora desconhecidos do homem rebelde, insatisfeito, frontal, aberto ao mundo, «com todos os sentidos despertos» – assim se definiu Teixeira Gomes – «para glorificar o esplendor da luz e para divinizar quantas maravilhas ela nos revela, desde o cristal das fontes, que fecundam a terra sequiosa, até ao corpo humano, carne ambulante e sensual, onde se encerra e se propaga a essência da razão e do amor»

Sete anos de investigação em arquivos públicos e privados, nacionais e internacionais, a consulta de milhares de documentos inéditos – o livro tem 560 páginas, apoiadas em 1699 notas factuais e justificativas – permitem desvendar a intimidade quotidiana do homem. Aliás o objectivo é tão visível quanto José Alberto Quaresma, para estabelecer uma aproximação com o leitor, no decurso dos sucessivos capítulos da narrativa biográfica, nomeou sempre Teixeira Gomes, apenas por Manuel.
Aprofunda as origens da família, a intervenção nas campanhas entre liberais e miguelistas, os vínculos à Maçonaria, mortes e prisões políticas; o Algarve remoto, sem estradas e transportes para vencer o isolamento; a agricultura precária e a indústria de pesca e frutos secos; um território pleno de recursos naturais, a querer despertar do marasmo e da rotina.

Retrata o boémio, o negociante, o melómano, o viajante, o escritor, o diplomata e o Presidente da Republica. Tal e qual reencontrou nos testemunhos da história. Acompanha o seminarista em Coimbra; o estudante que não conseguiu realizar o curso de Medicina em Coimbra e no Porto. Segue os passos do jovem insinuante nas principais tertúlias de escritores, poetas, músicos e artistas plásticos; o convívio, com aristocratas e republicanos, nos salões dos condes de Proença-a-Velha; e a frequência, em Lisboa e outras cidades europeias e do Norte de África, das mais famosas casas de prostitutas.
Ao publicar os primeiros livros, aos 40 anos, Teixeira Gomes destacou-se, tal como Raúl Brandão e, logo após a morte de Eça de Queiroz, entre os maiores escritores de língua portuguesa. Coleccionador de arte, apaixonado pela música, conseguiu dedicar-se simultaneamente, aos trabalhos práticos da produção, comercialização e exportação de frutos secos, na gerência de empresas familiares, em Portimão e no escritório em Antuérpia. Tais aptidões voltarão a ser exercidas, em Londres, em face da ausência de funcionários, para despachar o expediente burocrático na representação diplomática portuguesa.

Identifica-se com a realidade politica, social e cultural da transição do seculo XIX para o seculo XX, o percurso de Teixeira Gomes. Participante e espectador crítico das lutas no fim da Monarquia e dos 16 anos de Republica; dos cenários da 1ª Guerra Mundial, dos debates e conflitos nos fóruns internacionais, os bastidores e tribunas da Sociedade das Nações. Enquanto Presidente da República, de Outubro de 1923 a Dezembro de 1925, enfrentou sucessivas crises partidárias e militares que provocaram quedas e substituições de governos.
Procurou a reconciliação da classe política e das Forças Armadas. Reuniu a 5 de Dezembro de 1925, os comandantes das unidades militares para um almoço no Palácio de Belém. Ao pressentir que não havia, nem solução, nem alternativa, fez a seguinte declaração que se tornaria profética: «enquanto certos políticos da nossa terra teimarem em pensar com o estomago e digerirem com os miolos, isto não tem concerto possível. E o pior é que já é muito tarde para tê-lo, porque quer os senhores queiram, quer não (acentuou, voltando-se à direita para o General Carmona e tocando-lhe nos galões)  isto vai-lhes directamente parar às mãos».

Perante o impasse, decidiu, no dia 10 de Dezembro, apresentar a demissão. Meses depois, o Exército implantava a ditadura. Durou quase meio século. Até ao 25 de Abril de 1974.
 
Teixeira Gomes deixou Portugal. Definitivamente. Resolveu peregrinar de país em país. Foi o que chamou «a grande Primavera da Liberdade». Andava só, transformado num vulgar cidadão anónimo, através do Mediterrâneo e, por fim, do Norte de África. O Magreb passou a constituir a terra do seu refúgio e do seu afecto. Mesmo em plena velhice, «saudável, próspero e feliz como um deus que regressou do Olimpo», - ele próprio o confessa - fazia «cerca de dez quilómetros de marcha diária, caminhadas sem fim até ao salutar cansaço que prepara os sonos profundos de onde se ressurge mais rijo e satisfeito».

De 1931 a 1941 radicou-se em Bougie, actualmente denomina-se Bejaia, tem um monumento à sua memória e uma escola com o seu nome. Manteve rigorosa privacidade. Os contactos com Portugal, com a família, inclusive as duas filhas e a mãe delas, limitaram-se a mera troca de correspondência. E sem mencionar onde residia. Apenas indicava o número de uma posta-restante do correio.
Escolheu o pequeno Hotel l’Etoile para se consagrar, em tempo inteiro, à escrita. O quarto tinha (e tem) o número 13 e uma janela para o mar. A vista abrange a cordilheira de Kabila, sempre coberta de neve. Longe de tudo e de todos ali faleceu e se despediu da vida no momento que desejava: «quando desponta a aurora, em manhã luminosa e tépida, sacudir sobre o mar as cinzas dos sonhos». Foi a 18 de Outubro de 1941. Precisamente há 75 anos

Manuel, Tal e Qual – por António Valdemar, [Jornalista e investigador, membro da Classe de Letras da Academia das Ciências], jornalPúblico, 18 de Outubro de 2016 – com sublinhados nossos.

J.M.M.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

MANUEL TEIXEIRA GOMES- A SUBSTITUIÇÃO POR BERNARDINO MACHADO

Assinalando o lançamento da obra biográfica sobre Manuel Teixeira Gomes, com autoria de José Alberto Quaresma, agora editado pelo Museu da Presidência da República e pela Imprensa Nacional Casa da Moeda e a que desejamos o maior sucesso, lembramos o momento em que Manuel Teixeira Gomes foi substituído pelo Dr. Bernardino Machado nas funções de Chefe de Estado, no mês de Outubro de 1925.

Neste caso com a publicação da capa do jornal O Mundo do dia 12 de Outubro de 1925.

Manuel Teixeira Gomes merecia uma biografia actualizada e consultando documentos que até há pouco tempo estavam ainda sob reserva e de difícil acesso e que agora as novas tecnologias permitem aceder e consultar com alguma facilidade.
O ilustre algarvio que chegou à Presidência da República era um conhecido apaixonado pela arte, com grandes amigos artistas e essa foi uma das vertentes analisadas.
Os presentes vão poder assistir em primeira-mão ao "trailer" do filme Zeus, uma longa-metragem de Paulo Filipe Monteiro, dedicada à vida e obra do Presidente Manuel Teixeira Gomes. Para ver com atenção.


 A não perder amanhã, dia 18 de Outubro de 2016no edifício do antigo Picadeiro Real (Museu Nacional dos Coches), às 18.30h.

Para seguir com atenção e participar no evento.

A.A.B.M.


sexta-feira, 14 de outubro de 2016

MANUEL TEIXEIRA GOMES - BIOGRAFIA



LIVRO: Manuel Teixeira Gomes - Biografia;
Autor
: José Alberto Quaresma;
EDIÇÃO: INCM e Museu da Presidência da República, 2016.

LANÇAMENTO:

DIA: 18 de Outubro (18,30 horas);
LOCAL: Museu Nacional dos Coches (Antigo Picadeiro Real);
ORADORES: António Valdemar, Nuno Júdice e Nuno Severiano Teixeira;

- CONCERTO por Paulo Gaio Lima, Suite n.º 1 em Sol Maior para Violoncelo BWV 1007, de J. S. Bach;

- Leituras de excertos de obras literárias de Manuel Teixeira Gomes por Silvina Pereira (atriz e encenadora) e Jorge Vaz de Carvalho (barítono);

- Apresentação do trailer da longa-metragem Zeus, de Paulo Filipe Monteiro.


[AQUI]

J.M.M.

terça-feira, 30 de junho de 2015

LA REPUBLIQUE PORTUGAISE

Encontra-se disponível para consulta uma publicação sobre Portugal nos meses imediatos à implantação da República, intitulada La République Portugaise, somente com um número disponível, datado de 13 de Maio de 1911.

Esta publicação semanal foi dirigida por Xavier de Carvalho (ver nota biográfica deste autor AQUI). Era publicação ilustrada, com quatro páginas, com o texto organizado em seis colunas, escrita em francês. Conta com colaborações de Camille Fróes, Marc Gaudos, A. de Lacerda e um extenso artigo sobre Antero de Quental, da autoria de Virgile Rossel, e algumas notas sobre Viriato, Camões. Além disso fornece informações sobre João Chagas, sobre a Lei de Separação do Estado e da Igreja, de Sebastião de Magalhães Lima  na União Colonial Portuguesa, Afonso Costa (ilustrado com fotografia), de  o vice-cônsul de  Portugal em Rouen (Henry Turpin), de Manuel Teixeira Gomes como novo embaixador em Inglaterra e informa quem seriam os correspondentes do jornal em diferentes localidade de Portugal e do estrangeiro. Depois aborda questões como a participação de Portugal nas festas do milénio na Normandia, do vigésimo aniversário da morte de José Elias Garcia, os estudantes portugueses em Paris e as comemorações do 1º de Maio em Lisboa.

A publicação em epígrafe pode ser consultada na Gallica AQUI.

Vale a pena a visita e a leitura desta publicação.

A.A.B.M.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

FRANCESES, MARINHEIROS E REPUBLICANOS ...


LIVRO: Franceses, Marinheiros e Republicanos …
AUTORA: Filomena Marona Beja;
EDIÇÃO: Divina Comédia, Maio 2014, p. 230.


PREFERI SEMPRE NÃO TER MORAL NENHUMA.” Não. Manuel Teixeira Gomes nunca fora de moralidades. De ética, sim. Ética republicana. Um dos valores que, a par com a Liberdade, percorreram todo o século XIX, tornando-se na grande aspiração de Portugal e do Mundo contemporâneo.


Aí está o que Filomena Marona Beja junta em Franceses, Marinheiros e Republicanos. Quatro novelas avulsas. As tropas de Junot. A Patuleia. Marinheiros a levantar ferro. E a República de 1910 largando, rumo ao exílio.

Escrita moderna, em narrativas que retomam desusos da literatura portuguesa. E contam realidades passadas, sem pôr de parte a ficção nem evitar o presente [LER AQUI]
 
J.M.M.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

MANUEL TEIXEIRA GOMES


"A 18 de Outubro de 1941 morre em Bougie, na Argélia, onde se havia exilado depois de resignar ao cargo, o 7º Presidente de Portugal, Manuel Teixeira Gomes.

Em 1950, no aniversário da sua morte o corpo é trasladado para a cidade de Portimão de onde era natural, numa cerimónia a que assistiram as suas duas filhas".

via Museu da Presidência da República Facebook

J.M.M.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

VIVA A REPÚBLICA!




VIVA A REPÚBLICA!

in "5 de Outubro", Ano I, nº1, 5 de Outubro de 1925, Capa e p.2 [clicar para ler]

J.M.M.

domingo, 5 de dezembro de 2010

ENCRUZILHADAS - MANUEL TEIXEIRA GOMES, LUZ E SOMBRA NO HORIZONTE INCERTO

Na próxima sexta-feira, dia 10 de Dezembro, no Auditório do Museu de Portimão, vai realizar-se o colóquio Encruzilhas - Manuel Teixeira Gomes: Luz e Sombra no Horizonte Incerto, que conta com a coordenação científica do Prof. José Manuel Tengarrinha. Afirma-se na nota informativa deste colóquio: O Colóquio Manuel Teixeira Gomes, Luz e Sombra no Horizonte Incerto, é um importante encontro científico que vai juntar alguns dos melhores investigadores em História Contemporânea e que contribuirá para lançar luz sobre a participação de Manuel Teixeira Gomes neste período crucial para o nosso país que cobre os últimos anos da Monarquia, a implantação da República, a participação de Portugal na Grande Guerra e as complexas negociações que levaram à Paz; e igualmente a instabilidade política e as vicissitudes dos governos da Primeira República, nomeadamente os do mandato presidencial do escritor e diplomata portimonense. Participam no colóquio: - Fernando Rosas: Teixeira Gomes e a Nova República do pós-guerra - Maria João Raminhos Duarte: Teixeira Gomes e a Oposição ao Estado Novo - António Ventura: A Maçonaria e a I República - Duarte Ivo Cruz: Manuel Teixeira Gomes e as negociações do Tratado de Versalhes (1919) - Isabel Nobre Vargues: O jornalista Norberto Lopes e o cidadão de Bougie, Teixeira Gomes: um encontro no exílio e um estudo para a história e memória política e cultural da República - Fernanda Rollo: A República e o Desenvolvimento - Mostafa Zekri: Mediterrâneo e Mediterraneidade - António Valdemar: Temporalidade e Intemporalidade de Manuel Teixeira Gomes No final do colóquio, proceder-se-á à apresentação da obra Portimão e a Revolução Republicana, coordenada pelo Prof. José Tengarrinha. A.A.B.M.

sábado, 27 de novembro de 2010

COLÓQUIO ENCRUZILHADAS: MANUEL TEIXEIRA GOMES, LUZ E SOMBRA NO HORIZONTE INCERTO

No próximo dia 10 de Dezembro, em Portimão, vai realizar-se o Colóquio Encruzilhadas: Manuel Teixeira Gomes, Luz e Sombra no Horizonte Incerto, com coordenação científica do Professor Doutor José Tengarrinha, professor jubilado da Universidade de Lisboa. Uma iniciativa realizada pela Câmara Municipal de Portimão, que vai decorrer nas instalações do Museu Municipal de Portimão. Serve o presente colóquio para assinalar os 150 anos do nascimento de Manuel Teixeira Gomes, para assinalar o Centenário da República e realiza-se no dia em que Portimão foi elevada à categoria de cidade em 1924. Uma actividade a acompanhar com todo o interesse. A.A.B.M.

domingo, 14 de novembro de 2010

MANUEL TEIXEIRA GOMES



A propósito da inauguração amanhã, da Exposição acerca de Manuel Teixeira Gomes, encontramos no Arquivo Republicano, de Fevereiro de 1911, uma fotografia do escritor, comerciante e Presidente da República, natural de Portimão e que nos primeiros tempos da República desempenhou algumas missões bastante complexas.

A personalidade de Teixeira Gomes era encarada por alguns dos seus correligionários da forma que apresentamos abaixo.


Um artigo de Francisco da Silva Passos (F.S.P.), que era na época redactor principal na revista Arquivo Republicano.

A.A.B.M.

EXPOSIÇÃO: TEIXEIRA GOMES, OS ANOS DO PORTO


Vai ser inaugurada amanhã, no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, a Exposição Teixeira Gomes, Os Anos do Porto.

Esta exposição recorda o período da vida de Manuel Teixeira Gomes, no início dos anos oitenta do século XIX, quando se instala na cidade do Porto e contacta algumas figuras marcantes na vida da cidade invicta. Destacam-se as relações de amizade que estabeleceu com Soares dos Reis e Marques de Oliveira, mas também com Basílio Teles, Júlio de Matos, Maximiano de Lemos, Joaquim de Araújo, Queirós Veloso, Emídio de Oliveira, João Chagas, Xavier de Carvalho, Ricardo Malheiro, entre outros, que se reuniam na padaria que pertencia ao pai de José Pereira de Sampaio (Bruno) situada na Rua do Bonjardim [Gama, Manuel, O Pensamento de Sampaio Bruno, INCM, Lisboa,1994, p. 37]. Por vezes acompanhados por Silva Pinto, mas sobretudo com orientação de Bettencourt Rodrigues, de um cidadão espanhol Fernando Garrido e de um cirúrgião indiano de nome Colasso que funcionaram como mestres para este grupo de intelectuais portuenses do final dos século XIX e início do século XX.

Pode ler-se na nota de apresentação desta exposição:

É evocado o Republicano, o Escritor e o Coleccionador que ofereceu ao Museu o seu Retrato pintado pelo amigo Marques de Oliveira e o da filha do Visconde de Meneses, a quem o ligaram sentimentos cuja memória não quis deixar apagar.

Em 1924 passa de novo na cidade, agora como Presidente da República. A sua visita é pretexto para, na exposição, se evocar a cidade desses novos anos.

Esta exposição que conta com a colaboração do Museu de Portimão, estará aberta até Março do próximo ano e ao longo deste tempo serão editados quatro números mensais do jornal da exposição.


Uma exposição que recomendamos a todos os nossos ledores, em particular os da cidade do Porto.

A.A.B.M.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA EM LOULÉ


Nesta cidade têm vindo a decorrer um conunto de iniciativas, que se vão intensificar nos próximos dias, tendo em vista as Comemorações do Centenário da República.

Loulé vai continuar a desenvolver um assinalável número de actividades conforme se pode observar no folheto que nos foi enviado para divulgação. Permitam-nos destacar a representação teatral sobre Manuel Teixeira Gomes, pela ACTA, já no próximo dia 5 de Outubro, pelas 21.30 h, no Pavilhão do NERA, e a conferência do Professor António Reis, sobre As Associações Secretas e a República, a levar a efeito no próximo dia 16 de Outubro, no salão nobre da Câmara Municipal.

A acompanhar com todo o interesse.
A.A.B.M.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

FOTOBIOGRAFIA DE JOSÉ RELVAS - NA CASA MANUEL TEIXEIRA GOMES (PORTIMÃO)



LIVRO: "Fotobiografia de José Relvas 1858-1929", de José Raimnundo Noras
DATA: 19 de Agosto 2010 (19 horas)
LOCAL: Casa Manuel Teixeira Gomes (Portimão)
APRESENTAÇÃO: por José Alberto Quaresma [comissário para as comemorações nacionais do 150º aniversário do nascimento de Manuel Teixeira Gomes]

"A apresentação estará a cargo de José Alberto Quaresma, comissário para as comemorações nacionais do 150º aniversário do nascimento de Manuel Teixeira Gomes, e conta com a presença do autor, o historiador José Raimundo Noras.

Durante a sessão, José Alberto Quaresma irá estabelecer a relação entre Manuel Teixeira Gomes e José Relvas, duas figuras incontornáveis da I República.

A obra, cuja edição pertence à Imagens&Letras, está inserida nas comemorações do centenário da República, e pretende ser um contributo para a compreensão do que se vivia nos primeiros dias de Outubro de 1910, em particular através do relato das 33 horas da revolução feito pelo próprio José Relvas e incluído nesta fotobiografia, onde se conta como o plano estava delineado e se narram os percalços entretanto surgidos.

Professor de história e investigador, José Raimundo Noras, natural de Santarém, é licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e abordará o percurso de vida de José Relvas, centrando-se no seu papel fulcral como republicano de corpo e alma.

“Se voltar a desfalecer, gritem-me ao ouvido: Viva a República! Se não responder, é porque morri” – terão sido estas as últimas palavras do homem que às 9h00 da manhã de dia 5 de Outubro de 1910 proclamou a República Portuguesa
" [via Observatório do Algarve - sublinhados, nossos]

J.M.M.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

COLÓQUIO CARNAVAL LITERÁRIO - A MUNDIVIDÊNCIA DE TEIXEIRA GOMES NA LITERATURA E NA ARTE



Vai realizar-se em Portimão, nos próximos dias 16 de 17 de Abril, em Portimão, este colóquio dedicado a Manuel Teixeira Gomes, enquanto homem de cultura e apreciador de arte.

Do interessante programa que nos é apresentado, destacamos, as presenças de Eugénio Lisboa, Nuno Júdice, Helder Macedo, Miguel Real, Casimiro de Brito, Cristina de Almeida Ribeiro, Cristina Robalo Cordeiro, Vitor Wladimiro Ferreira e José Augusto França, conforme se pode observar no programa acima.

As inscrições devem ser efectuadas até ao próximo dia 13 de Abril através de telefone 282 458 061, fax 282 470 791, email: comemoracoesmtgomes@cm-portimao.pt.

Uma iniciativa louvável da Câmara Municipal de Portimão, que o Almanaque Republicano não pode deixar de saudar e divulgar junto dos seus ledores.

A não perder.

[Clicar na imagem do programa para aumentar.]

A.A.B.M.