Mostrar mensagens com a etiqueta Romero Magalhães. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Romero Magalhães. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

ELOGIO DO PROF. DOUTOR JOAQUIM ROMERO MAGALHÃES


Tendo sido publicado na página da Associação Portuguesa de História Económica e Social, o elogio proferido pelo Doutor Álvaro Garrido nas cerimónias fúnebres do Professor Doutor Joaquim Romero Magalhães, realizado na Capela de S. Miguel da Universidade de Coimbra, 26 de Dezembro de 2018 e que pode ser consultado/descarregado AQUI, toma-se a liberdade de o partilhar e divulgar junto dos seguidores deste espaço virtual.
A.A.B.M.
…….
Querem-se bem ponderadas as palavras que compõem este elogio, que não é só meu, mas de todos nós aqui presentes, Colegas, Amigos e Familiares de Joaquim Romero Magalhães.
Este é um elogio da FEUC, escola em que JRM sempre ensinou e que muito ajudou a construir, mas sobretudo da sua alma mater, a Universidade de Coimbra, que por vezes fustigava com o seu humor mordaz, mas que amava muito, bem o sabemos.
De uma certa forma, esta oração é um tributo da comunidade académica, em geral, a um dos grandes Professores que a Universidade portuguesa conheceu nas últimas décadas; uma homenagem a um dos melhores historiadores portugueses de sempre, não tenho dúvidas em afirmá-lo.
Para mim que ainda não tenho a sabedoria dos anciãos, é uma honra profundamente triste evocar aqui, neste dia e lugar, a perda de um Amigo e de um Mestre a quem devo tanto.

A Morte Chega Cedo, diz o poeta. Cedo demais, sempre.
Elogiar um Amigo muito querido, dizer das suas qualidades, expressar-lhe uma vez mais o nosso profundo afecto e admiração, parece um ofício redundante; um desafio daqueles que a vida nos traz, que o rito da despedida nos pede, e de cujo encargo me quero ocupar com a dignidade e a elevação que sempre nos exigiu JRM.
Fazê-lo em pleno Natal, festejando a natividade de um Redentor de cuja existência histórica e revelação o nosso Querido Amigo nunca se convenceu, parece ainda mais cruel, algo contraditório até. Mas talvez tudo isso nos faça compreender que a Vida apenas nos condena a sermos fortes. 

Neste particular momento, para estarmos mais próximos de JRM, devemos evitar dramatismos e olhar para diante, com saudades do futuro, como dizia Teixeira de Pascoaes.
A prosa dos dias belos, como a dos momentos tristes, quer-se limpa; habitada por boas palavras, rente ao sentido das coisas, dizendo-as na sua justa medida, criando com elas algo que nos anime a prosseguir o caminho. Era assim que JRM entendia essa relação difícil entre as palavras e as coisas, buscando simplificá-la pela prosa cristalina que, em tantos e tantos textos, nos ofereceu.

Todos sabemos e recordamos, já com Saudade e com um carinho sem limites, o talento quase literário de JRM, a sua ironia fina, a sua erudição histórica e a vasta cultura com que nos deliciava, a sua palavra claríssima e nunca excessiva.
Um Amigo, um Mestre, Professor de muitos de nós, também de mim, quando por ele fui deliciosamente orientado sem um único momento difícil ou de desencontro, tendo nascido aí, nessas longas horas de conversa do doutoramento, uma profunda Amizade que muito me lisonjeia e que de resto se estende aos colegas do grupo de História Económica e Social da FEUC e a todos quantos tiveram o privilégio de terem o Prof. Romero como orientador científico.
Recentemente, no seu Algarve, numa cerimónia de mão-cheia que o fez Feliz e que nos encheu de felicidade a todos, JRM confessou com excessiva modéstia que nunca pôde ser o escritor que gostaria de ter sido, talvez porque lhe faltasse talento para isso, ainda que fosse Filho de Pai... Modéstia dos grandes…, parece-me.

Não quero iludir a tristeza que todos sentimos, mas julgo que devemos encontrar na Vida e na Obra de JRM motivos de alegria e de exemplo que enformem uma vida académica em cujo quotidiano, mil vezes fragmentado e cada vez mais longe da leitura e da escrita, possamos achar novos significados e redescobrir o essencial.
JRM tinha um apurado sentido do que interessava e do que não interessava, deitando borda fora o acessório, o trivial e o efémero. Daí o seu gosto por memórias, opúsculos, história na primeira pessoa e aberta a múltiplas interpretações, sem andaimes nem artifícios teoréticos.
Quantas vezes o vi, no seu Gabinete de maravilhoso cheiro a verdadeiros livros, interromper uma conversa que entretanto seguira por trivialidades, buscando na estante um bom livro que nos recolocasse no caminho do essencial.
Livros de tudo ele tinha e tem (até uma bela colecção de policiais), fazendo jus à sua natureza de extraordinário bibliófilo, visitante regular de alfarrabistas, ainda que a visita a alguns deles, sobretudo do Porto, fosse também destinada a rever amigos da Invicta ou a fugir por horas da morna Coimbra...

Num breve excurso, vou valer-me de informações colhidas da lauda proferida pela Professora Maria Leonor Costa no doutoramento em honra de JRM realizado no Algarve, e do texto assinado pela Professora Maria Eugénia Mata e pelo Professor Nuno Valério no volume de Estudos em Homenagem publicado pela Almedina, em 2012, para sintetizar o percurso académico e cívico de JRM:

Joaquim Romero Magalhães nasceu em Loulé em 1942. 
Filho do Professor de liceu e escritor Joaquim Magalhães e de Célia Romero, Professora do Conservatório de Faro, progenitores que muito admirava.

Cursou o liceu em Faro e seguiu para Coimbra em 1959. No ano seguinte preteriu o Direito em favor da História, percurso comum a diversos historiadores de renome.
Nos tempos de estudante, em plena ditadura de Salazar e guerra nas colónias africanas, participou activamente no movimento associativo estudantil de Coimbra.
Ao reprimir a crise académica de 1961-62 por meio de forças policiais e comissões administrativas, a ditadura acabou por estimular dissidências e novas dinâmicas de compromisso entre o movimento estudantil e as oposições ao Estado Novo.
Membro da República do Prakistão, onde conviveu com outras notáveis figuras da vida democrática do país, o estudante Romero Magalhães foi presidente do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra, em 1963, e presidente da Associação Académica de Coimbra, em 1964.

Defendeu a sua tese de licenciatura na FLUC em 1967, intitulada Para o Estudo do Algarve Económico durante o século XVI, publicada em 1970 pelas Edições Cosmos.
Em 1973, após um brevíssimo período como professor do ensino secundário e metodólogo, iniciou a sua carreira de docente na FEUC.
Tivera, entretanto, um longo interstício imposto pelo cumprimento do serviço militar em África, que realizou entre 1967 e 1970, assunto sobre o qual reivindicava um certo e compreensível direito ao silêncio.

Na FEUC, prestou provas de Doutoramento em 1984 ampliando o trabalho que iniciara na Faculdade de Letras. A Tese prosseguiu os estudos sobre o Algarve económico da Época Moderna; ampliou as leituras de Pierre Vilar, de Albert Silbert e do orientador Vitorino Magalhães Godinho e intitulou-se O Algarve Económico, 1600-1773. Viria a ser publicada na Editorial Estampa em 1988. Um marco da historiografia portuguesa.
Vitorino Magalhães Godinho, figura notável da cultura portuguesa, revolucionou a historiografia, enfrentou os poderes provincianos e o historicismo balofo promovido pelo Estado Novo e viu em Romero Magalhães o seu principal discípulo e herdeiro intelectual.

JRM fez provas de Agregação na FEUC em 1993, apresentando um notável relatório para uma cadeira de História da Europa, a sua oportuna paixão académica desse período.
Alcançou posição de Catedrático em 1994 e jubilou-se em 2012.

Exultante com o desfecho democrático da Revolução de 25 de Abril de 1974 e com a mudança de rumo que Portugal conheceu, JRM foi chamado a participar em decisões públicas de tremenda importância para a transformação da sociedade portuguesa e das instituições.

Portugal conheceu em 1976 uma nova Constituição política. Consolidara-se a Democracia.
Então com 34 anos, JRM deu um contributo decisivo ao país nesta fase da vida nacional, como deputado eleito pelo Partido Socialista à Assembleia Constituinte. Nessa condição, em março de 2016 recebeu o título de Deputado Honorário à Assembleia da República.

Além de deputado, Joaquim Romero Magalhães deu outros notáveis contributos para a causa pública.
Foi Secretário de Estado da Orientação Pedagógica entre 1976 e 1978 no Governo minoritário do Partido Socialista presidido por Mário Soares e cujo Ministro da Educação era Mário Sottomayor Cardia, personalidade que muito admirou.
As qualidades pessoais e académicas de JRM e a sua viva militância socialista fizeram-no ponderar as possibilidades de prosseguir a vida política. Optou, porém, por regressar plenamente à vida académica, mas teve ainda uma intervenção destacada na vida do Município de Coimbra, como Presidente da Assembleia Municipal, entre 1986 e 1998.

Joaquim Antero Romero Magalhães cedo descobriu, na sua adolescência, em Faro, os olhos finos com que observou a sociedade portuguesa, ontem como hoje marcada por vincadas desigualdades sociais e por assimetrias regionais persistentes.
O Algarve deve-lhe uma escala de observação e uma história atenta a essas desigualdades, bem como à geografia económica dos espaços, às estruturas sociais e de poder. Trouxe também um novo olhar relativamente ao papel de regiões periféricas na expansão marítima portuguesa. Outros haviam de seguir o mesmo caminho.

JRM sabia Geografia como poucos e nunca se esqueceu dela como saber aliado da História, mesmo quando muitos começaram a buscar no indefinido horizonte das “Ciências Sociais” um aparato teórico que amiúde resulta na des-historicização da própria História.

JRM tem uma vastíssima bibliografia publicada, que se traduz em análises históricas fecundas. Devemos salientar o volume terceiro da História de Portugal dirigida por José Mattoso, por si coordenado e por muitos considerado o mais equilibrado dos sete volumes desse grande empreendimento editorial.

Facilmente descobrimos na obra de JRM um apurado sentido didáctico e tão provocador como o foram alguns dos intelectuais portugueses republicanos que lia e admirava, e cujas memórias coleccionou.
Muitos dos seus trabalhos destinavam-se a incentivar discípulos e a rasgar novos horizontes. Era um Professor que fazia investigação e que nunca se quis ver na pele de um investigador que aulas não desse, ou que as achasse supérfluas para melhor escrever História.
Os largos milhares de páginas impressas que nos deixa – livros, capítulos de obras coletivas, ensaios e mais de uma centena de artigos – são o testemunho da sua fina prosa, reflectem a sua admirável erudição.
Era um notável historiador de frases curtas e escrita irónica. Conjugava rigor e qualidade literária, mesmo quando descrevia matos, gados ou sardinhas, ou quando interpretava paisagens económicas.

A análise histórica produzida por JRM, sempre preocupada em explicar narrativamente, nunca perdeu de vista as estruturas, as conjunturas, os complexos histórico-geográficos e outras categorias heurísticas difundidas pela Escola dos Annales. No entanto, essas influências nunca se mostraram contraditórias em relação a um estilo muito próprio de quem pensava e escrevia por cabeça própria. Dele nos fica um estilo inconfundível, assente na intuição explicativa do historiador, numa memória invejável e numa cultura imensa.
A história produzida por JRM evidencia um profundo conhecimento das instituições que regulam a vida social, política e económica das populações que estudou ou entreviu nas fontes. 
Alguns desses magníficos trabalhos dispersos, sobre temas tão relevantes para a História Moderna quanto os Concelhos, a Inquisição e a fiscalidade no império do Brasil, encontram-se reunidos no título genérico de Miunças, em quatro volumes publicados recentemente na Imprensa da Universidade, editor que muito prezava e a que destinou outros projectos, já em fase manuscrita.
Comuns a todos os espaços que estudou são os Concelhos, enquanto unidades de base da organização política do Reino, mas também de integração social e económica. Com Joaquim Romero Magalhães, o municipalismo tomou um novo alento e voltou a ser um tema importante para os historiadores da Época Moderna e mesmo da contemporaneidade.

As qualidades e o reconhecimento de historiador que JRM rapidamente alcançou, não o impediram de abraçar funções que dele exigiram decisão equilibrada, bom-senso e algum realismo. Era um reformista que acreditava nas instituições e que nunca as deixou tal como as recebera.

Entre 1985 e 1989 foi Presidente do Conselho Directivo da FEUC, cargo que voltou a exercer entre 1991 e 1993. Foi ainda Presidente do Conselho Científico da mesma Faculdade entre 1989 e 1991.
Devemos ainda salientar o seu papel na coordenação do primeiro gabinete de mobilidade de estudantes no âmbito do programa Erasmus, criado na FEUC em meados de oitenta, cujos horizontes e práticas abriram caminho a uma internacionalização pioneira da Faculdade.

A sua familiaridade com os temas do Brasil-colónia, a colaboração extensa que teve em obras dirigidas por historiadores de renome internacional, beneficiou claramente do papel e das redes que construiu na Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, onde assumiu o cargo de Comissário Geral entre 1999 e 2002.
Esta entidade comemorativa, dependente da Presidência do Conselho de Ministros, reforçou claramente o sentido da sua missão durante o comissariado de Joaquim Romero Magalhães.
Coube-lhe dirigir o programa das comemorações do Descobrimento do Brasil, procurando o envolvimento conjunto dos dois países e de outros Estados, nomeadamente das ex-colónias portuguesas.
A tarefa não era fácil. Os projetos comemoracionistas dirigidos por JRM foram um êxito reconhecido por diversos interlocutores nacionais e estrangeiros. Evidência que confirma as qualidades diplomáticas e a reputação académica que construíra, nomeadamente no meio académico e intelectual brasileiro.

A notabilidade da acção de Joaquim Romero Magalhães foi igualmente reconhecida por organismos públicos brasileiros e pelo Estado português, através de um conjunto significativo de distinções honoríficas:
Foi Comendador da Ordem do Mérito Cultural do Brasil desde 1999.
Em 2000, recebeu o grau de Grande Oficial da Ordem do Cruzeiro do Sul, o mais alto agraciamento do Estado brasileiro a cidadãos estrangeiros.
Obteve ainda a medalha de mérito da Fundação Joaquim Nabuco e foi distinguido como Grande Benemérito do Real Gabinete de Leitura do Rio de Janeiro em 2001.
Em 2002, o Estado português reconheceu a dimensão da sua obra académica e cívica, concedendo-lhe a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, uma das ordens nacionais de maior prestígio.

No caminho trilhado como cidadão e historiador, JRM adiou muitas vezes a escrita de um livro, que acabou por ver a luz do dia no momento mais certo. Discorreu sobre a República em Vem aí a República, 1906-1910, dado à estampa em 2009 na Almedina. Sabemos do prazer que a escrita deste livro lhe deu.
O momento histórico da emergência das forças republicanas falava especialmente a Joaquim Romero Magalhães dadas as suas raízes familiares. O seu próprio modelo de cidadania, os valores republicanos que subscrevia, eram uma herança desse período intenso da vida nacional.
O conhecimento histórico e a afinidade cívica que JRM tinha sobre a I República e seus antecedentes, bem como a experiência que tivera na Comissão dos Descobrimentos, foram razões óbvias para a sua integração na Comissão de Projectos para a Comemoração do 1.º Centenário da República Portuguesa, em 2005, e na Comissão Consultiva das Comemorações do Centenário da República, entre 2009 e 2011.

Nunca deixando de ser Professor, a sua reputação de Historiador e de Docente universitário conquistaram um alcance internacional.
JRM leccionou em prestigiadas Universidades estrangeiras.
Foi professor convidado da École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris (1989 e 1999); da Universidade de São Paulo (1991 e 1997) e da Yale University (2003).

Queridos Colegas, Amigos e Familiares do Professor JRM:
Por todas as razões, e sobretudo pelos nossos sentimentos de enorme admiração e afecto por JRM, creio que devemos lembrar sempre, no nosso trabalho quotidiano, hoje fragmentado em mil tarefas que pouco reflectem a Universidade que ajudou a construir, a obra ímpar e a ética de um grande historiador.
Tal como a história, a Vida é contingente; ganha-se e perde-se. Rapidamente.

Não, não vamos despedir-nos hoje, nem nunca, de Joaquim Romero Magalhães porque o seu exemplo vai perdurar e será por nós seguido e evocado na FEUC, na UC, em numerosas universidades portuguesas espalhadas pelo mundo fora, em Portugal, no Brasil, em Espanha, em França, nos EUA.
Recebi entre ontem e hoje, nestes dias esquisitos em que praticamos muitas convenções, inúmeras mensagens de colegas de diversas universidades, em especial de Lisboa e do Porto, do Brasil e de Espanha. Encontram-se muitas mensagens publicadas nas redes sociais e noutros lugares de escrita e todas as invocações vão no mesmo sentido: era o Mestre, sabia tudo de História, gostávamos muito dele, grande sentido de humor, mesmo quando mal-humorado; quero estar convosco e juntar-me a essa e a outras homenagens, disseram muitos colegas.

Há um claro denominador comum nessas mensagens quentes: o que mais importa é salientar o que JRM nos deixou, agradecer a sua amizade e o saber com que tanto nos enriqueceu.
Não sendo possível nomear todas essas afectuosas invocações, quero destacar o voto de pesar e a sentida homenagem que a Associação Portuguesa de História Económica e Social prestou, no respectivo site, a JRM, através do seu Presidente, Luciano Amaral. Foi salientado aí o seu enorme contributo de JRM como sócio fundador dessa imensa rede de historiadores e economistas criada por Vitorino Magalhães Godinho em 1980 e de cuja primeira Direcção JRM fez parte.

Devemos ao Professor Joaquim Romero Magalhães um elogio à Vida que connosco viveu, ao seu papel inestimável na FEUC, na Universidade de Coimbra, na Universidade Portuguesa, na sociedade portuguesa em geral.
Na cerimónia do doutoramento honoris causa que teve lugar na Universidade do Algarve a 12 de Dezembro, JRM mostrou toda a sua vitalidade intelectual e o brilho invulgar do seu pensamento, apoiado numa vastíssima cultura e num fino recorte literário.
Leu-nos um texto lindíssimo, onde está quase tudo o que melhor o define. Ficámos todos encantados de o ouvir e será essa uma das melhores memórias que connosco guardaremos. Não para a arquivar, mas para fazermos uso dela, dando conta do seu exemplo aos mais novos.

Recentemente também, em Novembro de 2018, a Câmara Municipal de Loulé comemorou os 25 anos da revista Al Ulya anunciando a criação de um prémio de estudos algarvios com o nome de JRM. Sentiu essa honra com justificado orgulho.

Estes últimos reconhecimentos públicos, de grande significado não apenas sentimental, acabaram por religar as diversas escalas do trabalho historiográfico de JRM e da sua própria vida.
JRM era uma grande personalidade académica que alcançou um justíssimo reconhecimento público.
No plano cívico, era um homem interveniente e comprometido com o socialismo democrático e com a ética republicana; acreditava muito na construção europeia e nas suas instituições, inclusivamente na construção paulatina de uma Europa federal.
Acreditava no reformismo, na Razão e nas Instituições democráticas. Tinha uma personalidade emotiva, desassombrada e sempre comprometida com a causa pública. Vamos ter muitas, muitas saudades dele. 

Sabemos todos que gostava muito de Miguel Torga e de José Régio, de Eça e de Aquilino. Mas é do Cancioneiro de Pessoa que lhe quero deixar, em nome de todos nós aqui presentes e de inúmeros amigos que não puderam estar aqui, este Poema:

A morte chega cedo, 
Pois breve é toda a vida 
O instante é o arremedo 
De uma coisa perdida. 

O amor foi começado, 
O ideal não acabou, 
E quem tenha alcançado 
Não sabe o que alcançou. 

E tudo isto a morte 
Risca por não estar certo 
No caderno da sorte 
Que Deus deixou aberto. 

F. Pessoa, Cancioneiro


Muito obrigado.

Coimbra, 26 de Dezembro de 2018
Álvaro Garrido


quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

IN MEMORIAM DO PROF. DOUTOR JOAQUIM ROMERO MAGALHÃES (1942-2018) – BREVE NOTA BIOGRÁFICA



O dr. Romero Magalhães, nosso chorado e sempre lembrado Professor e Amigo, partiu nas primeiras horas do dia 24 de Dezembro, sussurrando, decerto, as últimas letras do seu fecundo labor historiográfico e em especial em torno das suas pesquisas da cultura histórico-social e económica do Algarve, assunto de que era referência máxima entre os historiadores contemporâneos. A sua incansável paixão pela história, o saber e espirito de partilha, que a todos e cada um inspirava nessa demanda, é testemunho que muito o gratifica e a todos nós enriquece.

Joaquim Romero Magalhães, que tivemos a honra de privar, como aluno, Amigo, bibliófilo e repúblico (… da Real-República da Prá-Kys-Tão, ali à Se Velha), leitor atento e crítico do Almanaque Republicano, repousa para sempre na ilustre galeria dos Homens Livres e Solidários. Deixa na memória uma imensa saudade. A sua perda é irreparável.

Até sempre, dr. Romero Magalhães 

 


Joaquim Antero Romero Magalhães nasceu em Loulé, a 18 de Abril de 1942. Era o segundo filho de Célia Vasques Formosinho  Romero, professora, e de Joaquim da Rocha Peixoto Magalhães

[Joaquim da Rocha Peixoto Magalhães (Porto, 1909 – Faro, 1999), licenciado em Filologia Românica (na FLUP), foi professor do ensino secundário em Coimbra (onde estabelece relações com o grupo presencista, publicando um poema na revista Presença, em Abril de 1933), Faro (aqui convive com José Marinho, Silva Dias), Funchal e, de novo, Faro, cidade onde se estabeleceu, tendo sido reitor (1968) do seu Liceu. Republicano, liberal e laico (integrou o grupo Renovação Democrática, em 1932), entusiasta do associativismo (Mutualidade de Faro, Socorros Mútuos da Região-Plano Sul, Santa Casa da Misericórdia, Rotary Clube de Faro), foi um dos fundadores e principal animador do Círculo Cultural do Algarve (1943), Cine Clube de Faro, Alliance Française, Associação dos Pais e Amigos das Crianças Deficientes, foi ensaiador de teatro escolar, desenvolvendo intensa actividade cultural e cívica na região do Algarve. É disso exemplo as inúmeras conferências sobre Manuel Teixeira-Gomes, João de Deus, Cândido Guerreiro, Bernardo Passos, Emiliano da Costa e António Aleixo. Colaborou em vários periódicos, como o Jornal do Algarve e o Algarve (onde foi seu director). Das animadas tertúlias que integrava, conhece António Aleixo (o café Calcinhas era local habitual), tomando o curioso lugar de seu “secretário” e editor da sua obra. A família doou (2010) o seu valioso acervo bibliográfico e documental à Biblioteca da Universidade de Faro, de muita importância para a história algarvia – ver nota biográfica in, Catálogo do Espólio Documental de Joaquim Magalhães (1909-1999)]

Joaquim Romero Magalhães fez a Escola Normal e o Liceu em Faro, partindo depois para Coimbra para cursar História na Faculdade de Letras. Em Coimbra, reside na Real República da Pra-Kys-Tão (à rua das Esteirinhas, Sé Velha), onde encontra uma geração lutadora e de resistência ao fascismo, frequenta as tertúlias culturais e intervenção política, faz se sócio do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (presidente em 1963) e, em 1963, integrando a lista eleitoral vencedora do Conselho das Republicas, pela não homologação do candidato vencedor António Correia de Campos, toma o lugar de presidente da Direcção geral da AAC.

Em 1967, termina a sua tese de licenciatura, e pouco mais tarde, segue a carreira de professor do ensino secundário, até que, em 1973, enceta a carreira docente na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Ali presta as suas provas de doutoramento (1984); de Agregação (1993), sendo Catedrático, em 1994, e Catedrático Jubilado, em 2012.

No seguimento da revolução de Abril de 1974, toma parte, como deputado eleito pelo PS, nos trabalhos da Assembleia Constituinte (1975-1978). Foi secretário de Estado da Orientação Pedagógica (1976-1978), exerceu o cargo de Presidente do Conselho Diretivo da FEUC (1985- 1989 e 1991-1993), foi nomeado Comissário-Geral da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1999-2002), foi director da revista Oceanos (1999-2001), membro consultivo das Comemorações do Centenário da República (2009-2011) e dirigia a revista “Anais do Município de Faro”.  

Teve inúmeras distinções: Professor convidado da École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris (1989 e 1999); da Universidade de São Paulo (1991 e 1997); e da Yale University (2003); foi sócio correspondente estrangeiro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (2001); e a Universidade do Algarve atribuiu-lhe o título de doutor honoris causa, no passado dia 12 de Dezembro de 2018.  Em 2002 foi condecorado com a Grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique,

Da sua vasta e importante bibliografia, muita publicada em revistas da especialidade, registemos as seguintes obras: Para o Estudo do Algarve Económico durante o século XVI (1970; foi depois reed. 1993) | 1637: Motins da Fome (1976) | A Pedagogia e o Ideal Republicano em João de Barros (1979; nota introdutória) | E assim se abriu judaísmo no Algarve (1981; separata) | Alguns aspectos da produção agrícola no Algarve (1987; separata) | Alvorecer da Modernidade, vol. III da História de Portugal dirigida por José Mattoso (1993, coordenação) | Tranquilidade: história de uma companhia de seguros (1997) | Vem aí a República! 1906-1910 (2009) | Miunças (III títulos publicados entre 2001-2013) | Os combates do cidadão Manuel Ferreira Martins e Abreu (2010) | “Economia, instituições e império” (2012; livro de estudos em homenagem ao professor Romero de Magalhães) | João Chagas; a escrita como arma (2014) | Provocações: por dever de Ofício 1987-2014 (2017) |

Faleceu a 24 de Dezembro de 2018, em Coimbra

J.M.M.

domingo, 16 de setembro de 2018

ANAIS DO MUNICÍPIO DE FARO, vol. XL, 2018

No próximo dia 22 de Setembro de 2018, sábado, na Biblioteca Municipal de Faro António Ramos Rosa, pelas 15.30h, vai ser feita a apresentação do mais recente número dos Anais do Município de Faro, coordenados pelo Prof. Joaquim Romero Magalhães. 

A apresentação do presente volume vai estar a a cargo da Dra. Victória Abril Cassinello.

Neste volume colaboram vários investigadores como:
- Alexandra R. Gonçalves;
- Andreia Fidalgo;
- Carla Gameiro;
- Edite Esteves;
- Fernando Pessanha;
- Gonçalo Viegas
- João Leal;
- João Pedro Bernardes;
- José d' Encarnação;
- Lina Vedes;
- Luís Santos;
- Luísa Martins;
- Marco Sousa Santos;
- Marco Lopes;
- Marília Castro;
- Patrícia de Jesus Palma;
- Susana Paté;
- Vítor Ribeiro.

O índice da publicação é o que abaixo se apresenta: (clicar na imagem para aumentar)

Uma conjunto muito interessante de artigos, onde se descobrem muitos aspectos da História de Faro e do Algarve que continuam por investigar e conhecer.

Votos de muito sucesso para mais esta edição.

A.A.B.M.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

AL-ULYÃ, nº19


No próximo dia 26 de Julho de 2018, pelas 17.30h, vai ser apresentado mais um volume da revista Al-Ulya. Revista do Arquivo Municipal de Loulé, com um trabalho do Professor Doutor Joaquim Romero Magalhães, tendo por base a documentação do Livro das Avaliações das Fazendas de 1564.

O índice do presente número pode ser consultado na imagem abaixo:
Na apresentação pública deste número da revista serão intervenientes no evento, para além do Prof. Romero Magalhães, os Doutores João Sabóia e Laurinda Paz.

A sessão decorrerá nas instalações do Arquivo Municipal de Loulé.

Com os votos do maior sucesso.
A.A.B.M.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

ANAIS DO MUNICÍPIO DE FARO, VOL. XXXIX



No próximo dia 15 de Setembro de 2017, realiza-se a apresentação do novo número dos Anais do Município de Faro, pelas 17.30 h, 

A apresentação deste novo número da revista estará a cargo do Prof. João Pedro Bernardes. 

Assegurou a Direcção dos Anais nos últimos anos e até ao presente número o Professor Joaquim Antero Romero Magalhães, professor jubilado de História Económica e Social da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

A revista apresenta, conforme se pode constatar pelo índice que abaixo se apresenta, um conjunto de artigos muito interessante. 
Permita-se-nos o destaque para o artigo sobre o bispo D. Jerónimo Osório, o texto sobre Cândido Guerreiro, o regionalismo de Mateus Moreno, por ligações familiares e afectivas o texto sobre o canteiros de S. Brás de Alportel, a política de obras públicas na cidade de Faro, durante o Estado Novo e, por último, a questão da localização da estátua de D. Afonso III na cidade de Faro.

Índice:
07 ANAIS: UMA REVISTA QUE SE RENOVA E QUE INOVA  Rogério Conceição Bacalhau Coelho  
09 APRESENTAÇÃO DOS ANAIS 2017  Joaquim Romero Magalhães  
13 A CERÂMICA PÚNICO-TURDETANA DE FARO NO PERÍODO ROMANO  João de Deus Gomes  
43 NUNO FERNANDES DE ATAÍDE, “O QUE NUNCA ESTÁ QUEDO”  DE ALCAIDE DE ALVOR A CAPITÃO E GOVERNADOR DE SAFIM  Fernando Pessanha  
61 BREVES NOTAS SOBRE D. JERÓNIMO OSÓRIO, BISPO DO ALGARVE  Joaquim Romero Magalhães  
71 O CULTO DA CAPELA DE NOSSA SENHORA DO REPOUSO DE FARO:  DE LIMITADO NICHO A CAPELA SETECENTISTA  Marco Lopes  
83 A DESCOBERTA DE UM “TESOURO” NUMISMÁTICO NA CIDADE DE FARO  Francisco Rosa Correia e Eliana Goufa  
97 O ÓRGÃO DA SÉ CATEDRAL DE FARO E O ÓRGÃO DA SÉ CATEDRAL DE MARIANA:    UMA NARRATIVA CONVERGENTE  Aziz José de Oliveira Pedrosa 
113 PINTURA ANTIGA NO MUSEU MUNICIPAL DE FARO  Patrícia Moreira Félix 
137 ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA  Fernanda Zacarias 
151 CÂNDIDO GUERREIRO, O POETA QUE FARO SOUBE AMAR  Luísa Fernanda Guerreiro Martins 
163 MATEUS MORENO (1892-1970) E O REGIONALISMO ALGARVIO  A. Paulo Dias Oliveira 181 CANTEIROS DE S. BRÁS DE ALPORTEL  José d'Encarnação 
197 O ARQUITECTO JORGE OLIVEIRA E A POLÍTICA DE  OBRAS PÚBLICAS DO ESTADO NOVO NA CIDADE DE FARO  Isabel Cruz 
229 FARO: A ESTÁTUA DE D. AFONSO III E A QUESTÃO DA SUA LOCALIZAÇÃO  Marco Sousa Santos  
VISTOS E VISTAS 
241 DESPEDIDA  Marília Estêvão de Castro 
251 FARO, TEMPOS IDOS  João Leal 
261 O BAILE  José Matos Guita

Uma revista que vai persistindo apesar das dificuldades, com alguns textos de pesquisa muito interessantes e vão chamar a atenção dos leitores.

Com os votos do maior sucesso para o evento.

A.A.B.M.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

UMA ESCRITA NA PRIMEIRA PESSOA: JOAQUIM MAGALHÃES

Hoje, sexta-feira, dia 16 de Dezembro de 2016, o Clube Farense e a Âncora Editora procedem à apresentação pública da obra Joaquim Magalhães, Uma Escrita na Primeira Pessoa, recolha e anotações de Joaquim Romero Magalhães.

A apresentação da obra será feita pela Dra. Marília Castro, pelas 18.30h, na sede do Clube Farense, situada na Rua de Santo António, em Faro.

Uma iniciativa que se recomenda e se divulga junto de todos os potenciais interessados.

A.A.B.M.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

JAIME CORTESÃO - EXPOSIÇÃO E PALESTRA

O Professor Doutor Joaquim Romero Magalhães foi o convidado para a evocação que o Museu do Aljube, sob a direcção do Prof. Luís Farinha, está a preparar para este mês de Novembro, dedicada ao historiador, escritor e resistente antifascista Jaime Cortesão.

Com início no próximo dia 3 de Novembro de 2016, pelas 18 horas, em que se fará a apresentação crítica da obra de Jaime Cortesão sendo de seguida feita a inauguração da exposição Jaime Cortesão. Patriota, Intelectual Anti-fascista, que estará patente até 15 de Dezembro de 2016.



A propósito de Jaime Cortesão convém lembrar algumas das notas que já fomos disponibilizando neste espaço ao longo do tempo AQUI, ou a nota biográfica que o convidado para este evento dedica no Dicionário de Historiadores Portugueses AQUI.

Uma sessão a não perder por todos que puderem estar presentes ou que ajudem a divulgar o evento.

A.A.B.M.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

ANAIS DO MUNICÍPIO DE FARO, VOL. XXXVIII, 2016

Na próxima sexta-feira, 23 de Setembro de 2016, vai ser apresentado o novo volume da revista Anais do Município de Faro, com a coord. do Prof. Joaquim Romero Magalhães.

A sessão de apresentação vai ter lugar na Biblioteca Municipal de Faro, António Ramos Rosa, pelas 17.30 h e contará com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Faro, Rogério Bacalhau e do Director da revista.

Depois de vários anos em que não se publicou devido às dificuldades económicas, este volume regressa e com um conjunto de trabalhos muito aliciantes para se conhecer melhor a História de Faro e do Algarve abarcando temas desde a Idade Média ao século XX. 

Colaboram neste volume: José Eduardo Horta Correia, António Ventura, Joaquim Romero de Magalhães, Isabel Cruz, Luís Filipe Oliveira, Daniel Santana, Luís Cardoso de Meneses, Dália Paulo, Marco Sousa Santos, Marco Lopes, Nuno Teixeira, Lina Vedes e José Matos Guita.

O presente volume conta com os seguintes trabalhos:
- Luis Filipe Oliveira - A Ordem de Santiago em Portugal;
- Marco Lopes - Francisco Camacho e a homossexualidade no séc. XVI;
- Nuno Teixeira - Fragmentos do quotidiano do Convento de Nª Sª Assunção;
- Marco Sousa Santos - Entalhadores farenses : o retábulo de Nossa Senhora "A Franca";
Daniel Santana - A reconstrução barroca da Ermida de Santo António do Alto;
José Eduardo Horta Correia - Palácio de Estoi - obra de Manuel Caetano de Sousa?
- Luis Cardoso Menezes - Edifícios Notáveis de Faro;
Dália Paulo - O Museu Municipal de Faro;
António Pires Ventura - Pró Pátria em Faro;
- Isabel Cruz - À Volta de João de Deus e o Algarve;

Na secção vistos e vistas conta com textos de:
a) Lina Vedes - Vistos Crónicas: Fev. 2016; Ago. 1950; Ser farense; Amores Liceu; No meio termo… 
b) José de Matos Guita -  Doenças e Mézinhas 
c) Joaquim Romero Magalhães - Vistas Faro (Memórias - 1949 - 1959).

Na nota de divulgação do presente número da revista Anais do Município de Faro pode ler-se também:
A revista Anais do Município de Faro, conta já perto de 50 anos, ao longo dos quais tem procurado dar o devido destaque à história, ao património e à cultura da cidade e do concelho, preservando a sua Memória.
De salientar a importância de uma publicação regular como esta, não só para o Concelho, como para o Algarve, por ali se encontrarem gravadas as mais recentes investigações e testemunhos de um passado mais ou menos longínquo. Por outro lado, a revista permite aos investigadores cumprirem a sua função social de divulgação alargada dos seus trabalhos.
Os anais apresentam-nos um mosaico de factos e memórias de Faro e das suas gentes, ou como refere no seu texto de abertura o Presidente da Câmara: um fresco de Faro para os leitores de hoje e de amanhã.
Contamos com a presença de todos neste evento que, recorda-se, abre o programa das Jornadas Europeias do Património.

Com os votos do maior sucesso para mais este volume da revista que conta com um excelente conjunto de colaboradores de diferentes gerações e abarcando diferentes temas do memorialismo ao património, da Maçonaria à religião, da homossexualidade à vida quotidiana, da Idade Média até ao século XX.

A ler com toda a atenção.

A.A.B.M.





quarta-feira, 20 de abril de 2016

A RUPTURA REPUBLICANA: CICLO DE CONFERÊNCIAS NA FUNDAÇÃO MÁRIO SOARES

A Fundação Mário Soares, no âmbito de mais um ciclo de conferências subordinada ao tema Rupturas, com a coordenação do Professor Fernando Rosas vai levar a efeito esta conferência, para a qual chamamos a atenção de todos os que nos seguem:

Título da conferênciaA Ruptura Republicana (1910-1914)

Conferencista: Joaquim Romero Magalhães

Local: Auditório José Gomes Mota
Rua de S. Bento, 160 - Lisboa
Entrada Livre

Data: 21 de Abril de 2016

Horário: 18:00 h

Uma iniciativa a divulgar e a que desejamos o maior sucesso.

A.A.B.M.

domingo, 4 de outubro de 2015

COMEMORAÇÕES DO 5 DE OUTUBRO EM LISBOA


DIA: 5 de Outubro 2015 (10 horas)
Colocação de uma coroa de Flores na Estátua de António José de Almeida
(Av. António José de Almeida - Lisboa)

Sessão Evocativa: VALORES REPUBLICANOS 
 
DIA: 5 de Outubro 2015 (18,30 horas);
LOCAL: Escola Oficina nº1 - Largo da Graça, nº 58;
ORGANIZAÇÃO: Grémio Lusitano - Lisboa;

[TEMAS /ORADORES]:

 Joaquim Romero Magalhães;

 José Luís Pinto Ramalho;

A acompanhar com todo o interesse.

A.A.B.M.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

VIDAS COM SENTIDO: JAIME CORTESÃO (1884-1960), POR JOAQUIM ROMERO MAGALHÃES E MÁRIO SOARES

CONFERÊNCIA: "JAIME CORTESÃO” (1884-1960) [do ciclo “Vidas com Sentido"];
DIA: 29 de Janeiro 2015 (18,00 horas);
LOCALAuditório da Fundação Mário Soares (Rua de S. Bento, 160, Lisboa);
ORGANIZAÇÃO: Fundação Mário Soares;
ORADORESMário Soares | JOAQUIM ROMERO MAGALHÃES

Uma sessão a acompanhar com toda a atenção e que não podemos deixar de recomendar a todos os que gostariam de conhecer um pouco mais e melhor a personalidade de Jaime Cortesão, como intelectual, político e historiador.

A.A.B.M.

domingo, 11 de janeiro de 2015

ESCRITA DE COMBATE NO FIM DA MONARQUIA: CONFERÊNCIA POR JOAQUIM ROMERO MAGALHÃES


CONFERÊNCIAESCRITA DE COMBATE NO FIM DA MONARQUIA;

DATA12 de Janeiro de 2015 (14,00 horas);
ORADORJoaquim Romero Magalhães [FEUC];

LOCAL: Sala de Seminários do CEIS 20 (Coimbra)
ORGANIZAÇÃO: Curso do 3º Ciclo em Estudos Contemporâneos.

Uma excelente iniciativa para relembrar toda a panóplia de autores, hoje quase todos muito esquecidos porque colaboraram na chamada imprensa de combate e que depois da implantação da República se afastaram algo desiludidos com o rumo da situação política. 


Foram centenas de jornais e revistas de combate em prol da República que se publicaram em Portugal durante a fase da propaganda. Além disso, os livros produzidos por autores republicanos cuja finalidade era atacar o regime monárquico foram-se perdendo ao longo do tempo. Os folhetos mais ou menos clandestinos que circularam pelo País abordando desde as questões locais até aos grandes temas da propaganda republicana como: o ensino e o combate ao analfabetismo; as reivindicações sociais; a influência da Igreja na sociedade portuguesa; o sufragismo, entre muitos outros assuntos foram ficando gradualmente abandonados.

Uma actividade que divulgamos junto de todos os potenciais interessados.

A.A.B.M.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

JOÃO CHAGAS: ESCRITA COMO ARMA

Foi há alguns meses colocada à disposição dos leitores pela Imprensa da Universidade de Coimbra a nova obra do Professor Doutor Joaquim Romero Magalhães, João Chagas: A escrita como arma, onde o distinto historiador, mais reconhecido pelos seus trabalhos sobre os Descobrimentos, se dedica à investigação da República e das suas figuras.

Depois de ter publicado em 2009, Vem Aí A República, o historiador aborda a figura de João Chagas e o seu papel como propagandista da causa republicana sobretudo através da imprensa e das obras de propaganda que publicou.

Nos dias que avizinham a data da implantação da República, este pequeno opúsculo de 90 páginas permite conhecer um pouco melhor as questões e os grandes momentos do combate dos republicanos para conquistar o poder, bem como os mecanismos que foram utilizando no tempo.


Podemos ver na sinopse da obra que a seguir se transcreve

No dia 5 de Outubro de 1910 a monarquia portuguesa caía sem quase haver quem a defendesse. E não porque as forças revolucionárias fossem tão poderosas que a derrocada se tivesse mostrado impossível de deter. Porém, poucos e pouco empenhados foram os defensores. Porque era geral o sentimento de que a monarquia já não servia o País. Fora esse o trabalho dos propagandistas, divulgando as ideias democráticas e convencendo os cidadãos da bondade das propostas republicanas. Muitos foram os que se empenharam na propaganda, não apenas pela palavra oral mas sobretudo pela escrita.
Entre eles o mais notável terá sido João Chagas – como escritor e como divulgador de ideias destrutivas arremessadas contra a monarquia. Através de toda a sua obra, desde A Republica Portugueza jornal publicado no Porto em 1890-1891 até às Cartas Politicas saídas em Lisboa em 1908-1910, foi a escrita usada como arma contra a dinastia e contra o que o regime representava de atraso para o País.
Escrita de alta qualidade, empregando modos de expressar muito vibrantes e directos, mas ao mesmo tempo caprichando em elegância formal e usando a ironia e a boa disposição de um modo destruidor para os visados. A escrita de João Chagas é por si mesma a lição de um modo de fazer política. Transformando a prosa num como que projéctil. Que resultou eficaz, multiplicando o apoio popular que o regime republicano já tinha no momento da queda da monarquia. Pelo que João Chagas tem de ser tido como um dos principais agentes da revolução do 5 de Outubro.

Este trabalho acompanha os escritos de João Chagas desde o Ultimato inglês até à queda da Monarquia Constitucional analisando as diversas obras que este autor publicou sobre os temas desde a prisão e deportação após o 31 de Janeiro de 1891, passando pelo exílio em Paris, pelo regresso a Portugal, pela Ditadura de João Franco e pelos tempos difíceis nas vésperas da República.

Uma obra que se recomenda aos nossos ledores que se interessam pelo estudo e análise da I República e das suas personalidades fundamentais e João Chagas é uma dessas personalidades.

A.A.B.M.

sábado, 19 de outubro de 2013

JOAQUIM DA ROCHA PEIXOTO MAGALHÃES (1909-1999): CATÁLOGO DO ESPÓLIO DOCUMENTAL




Realiza-se no próximo dia 22 de Outubro de 2013, em Faro, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Algarve, a sessão de encerramento do ciclo de homenagem ao Prof. Joaquim Magalhães.

Depois da várias sessões que decorreram entre os meses de Março a Maio, com várias sessões que tivemos oportunidade de ir divulgando, resultou agora na publicação do Catálogo do Espólio Documental de Joaquim Magalhães (1909-1999), que será apresentado pelas 16 horas, na sala 2.35.

O evento conta com a presença do Professor Doutor Joaquim Romero Magalhães, professor aposentado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e filho do homenageado.

Com os nossos votos do maior sucesso para o evento e para as pessoas envolvidas neste projecto.

A.A.B.M.

terça-feira, 19 de março de 2013

NO PORTUGAL MODERNO – ESPAÇOS, TRATOS E DINHEIROS


LIVRO: No Portugal Moderno – Espaços, tratos e dinheiros;
AUTOR: Joaquim Romero de Magalhães;
EDIÇÃO: Imprensa da Universidade de Coimbra.



LANÇAMENTO EM COIMBRA:

DIA: 20 de Março (18 horas);
LOCAL: Almedina Estádio (Coimbra);
APRESENTAÇÃO: Profª Leonor Freire Costa (I.S.E.G.).
Obra miúda, recebeu a designação de miunças. Aqui vem mais uma compilação de artigos reunidos pela proximidade temática, agora a economia. Escritos entre 1994 e 2010 dentro da linha da história económica tal como a concebo, a procuro escrever – e como afinal a ensinei de 1973 a 2012.
A partir da construção dos espaços, apreciar os homens que neles vivem nas suas motivações, dinâmicas e expectativas materiais. Espaços, tratos e dinheiros convergem para ajudar à explicação do Portugal Moderno (séculos XVI a XVIII). Quase todos os escritos atingem também uma amplitude maior do que o cantinho português no continente europeu. A história da expansão e a vida além-mar está soldada à das gentes que labutaram e foram resistindo neste rectângulo continental e nas ilhas próximas.
Nestas Miunças 3 destaque cabe à história da fiscalidade indispensável à explicação do passado. Que lições dá quando se observa o efeito a que pode conduzir os excessos ou o desregramento do Estado, como que orientado contra a sociedade. A igualdade tributária tem sido várias vezes proposta e mesmo aprovada, sem êxito na sua aplicação. Porque contra os propósitos niveladores se erguem sempre os poderosos, que se furtam ou minimizam o que pagam. Assim com as décimas da Restauração... Encerra esta compilação a Oração de Sapiência que me coube proferir na abertura solene do ano lectivo de 2009 (16 de Setembro) na Universidade de Coimbra. Supõe-se útil como visão panorâmica da historiografia do século XX – e não apenas da que respeita aos aspectos económicos. Assim se juntam mais umas miunças" [Ler AQUI]
J.M.M.