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sexta-feira, 7 de maio de 2021

O LIBERAL DE GAYA. SEMANÁRIO ANTI-JESUÍTICO (1899-1900)

 


O LIBERAL DE GAYA. Semanário Anti-Jesuítico [ao ano II, nº1: Órgão da Concentração Democrática de Gaya] - Ano I, nº 1, 30 de Janeiro de 1899 até Ano II, nº 1, 1 de Janeiro de 1900; Administrador: ao nº 19 (3 Junho 1899): Abílio Azevedo; Secretário da Empresa: Ernesto Pinto; Editor-responsável: Celestino Luiz; Redacção e Administração: Rua do Marquez Sá da Bandeira (Vila Nova de Gaya); Redactor Principal: (ao nº19) A. de Pinho Ferreira; Impressão: Typ. Gutenberg (Rua dos Caldeireiros, 43, Porto; Vila Nova de Gaya, 1899-1900

Trata-se de um semanário publicado em Gaia, um dos vários periódicos [como, A Semana de Loyola. Semanário anti-jesuítico (1884-1886), O Anti-jesuíta (1894-1895) ou 0 Jesuíta (1901)] que contribuíram, no final de oitocentos, para a vigorosa campanha do antijesuitismo em Portugal. O periódico foi querelado e suspendeu a publicação ao nº 33 (9 de Setembro 1899), através de um curioso Suplemento (“Explicação aos nossos bondosos leitores”), só regressando a 1 de Janeiro de 1900 (último nº ?) como Órgão da Concentração Democrática de Gaya (curiosamente a 29 de Julho desse ano a organização ofereceu um banquete aos deputados republicanos de Gaia, tendo assistido 80 pessoas – cf. A. H. de Oliveira Marques, Correspondência política de Afonso Costa, p. 181).

 “ … O Liberal de Gaya, surgiu como synthese do sentir da alma revoltada d'este concelho contra os que, a esta hora adeantada da civilisação, se persuadiram de que, n'esta terra de trabalhadores, podia ainda fazer ninho, medrar e crescer o odioso plano de Ignacio de Loyolla contra a humanidade, concebido por esse seductor de fidalgas no dia em que se convenceu que a bala recebida no cerco de Barcellona o tinha privado para sempre de continuar a ser o militar gentil, mais conquistador de corações de mulheres que mesmo de sarracenos.

Vimos a proclamar bem alto os sentimentos liberaes dos habitantes d'esta terra; a desmascarar a chantage que se pretende aqui fazer com a religião, para fios ignóbeis, para propaganda de retrocesso, para augmentar proventos que o povo vai desviando do pé d'altar, conforme abraça outras crenças ou se resolve a passar sem ellas […]

Não vimos a commungar n'este ou n'aquelle partido; d'aqui só falíamos em nome da liberdade, e unicamente por ella vimos a combater.

Esperamos pois que em todos os campos onde a bandeira liberal pode hastear-se, os seus soldados venham a nós, para derrotarmos o inimigo commum, que pela lei em vigor do grande marquez de Pombal está expulso d'este paiz, mas cá introduzido pelos inimigos da Patria. [“A que vimos”, in nº1, 30 Janeiro 1899]

[Alguma] Colaboração/textos assinados: A. de Pinho Ferreira, A. J. Machado, Abílio Azevedo, António d’Almeida, António de Clermont, António Martins, Augusto Dias, Bruno, Campos Lima, Danton, Frei João, Gil Vaz, Gregório, Heliodoro Salgado, Henrique de Macedo, Lima Barreto, Luthero, Manuel P. dos Santos, Marte, Monteiro Borges, Oliveira Rios, Sá Gomes, P. Madeira, Platão, R. da Rocha, Robespierre, Tobias Moreno, Violeta, Voltaire.

 J.M.M

terça-feira, 27 de junho de 2017

CONFERÊNCIA – A QUESTÃO RELIGIOSA NA PRIMEIRA REPÚBLICA (1910-1926)


CONFERÊNCIA: A Questão Religiosa na Primeira República (1910-1926)

ORADOR: António Ventura (professor da FLUL);

DIA: 29 de Junho 2017 (18,30 horas);
LOCAL:
Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos, Amadora;
ORGANIZAÇÃO: BMFPS | IHC (FCSH/UNL).

«A legislação promulgada pelo Governo Provisório entre Outubro de 1910 e Abril de 1911 constituiu o corolário de uma extensa campanha de propaganda republicana, exercida com veemência desde os finais de Oitocentos, em prol da construção do estado laico em Portugal.
A presente palestra incide sobre as motivações, próximas e longínquas, da perspectiva anticlerical prevalecente no movimento e Partido Republicano Português em período anterior à implantação da República. Procede à análise das principais medidas legislativas assumidas pelo PRP, durante a vigência do Governo Provisório, aferindo as influências recebidas de ordenamentos jurídicos congéneres no panorama europeu. Evidencia o impacto das referidas leis, mormente as Leis de Família, Lei do Registo Civil e Lei da Separação do Estado das Igrejas no contexto nacional e no quadro das relações entre Portugal e a Santa Sé. Por fim, avalia o modo de reaproximação gradual promovido entre o Estado Português e a Santa Sé» [AQUI]

J.M.M.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A QUESTÃO RELIGIOSA


JOSÉ D’ARRIAGA. “A Questão Religiosa”, Livraria de Alfredo Barbosa de Pinho Lousada (Largo dos Loyos, 50), Porto 1905, XIV+106 p.
"Do Prefácio do autor, que, em vésperas da queda da monarquia, alerta para o verdadeiro inimigo da inteligência e do progresso:

« … Combatendo a reacção religiosa, não queremos attentar contra as crenças dos que a promovem e sustentam, mas trazer a paz e harmonia a todas as seitas por meio da tolerancia, que constitue a base fundamental das sociedades contemporaneas.
Não é este opusculo um grito de guerra, como o são as obras publicadas pelas associações catholicas: é mais um brado a favor da tranquillidade dos povos, tão perturbada n’estes ultimos tempos pela reacção religiosa [...].

A campanha das associações catholicas consiste em guerrear nos paizes catholicos todas as religiões estranhas, oppondo-se ao livre exercicio dos seus cultos, e pedindo aos governos medidas de rigor contra ellas. Pretende manter em nossos dias os antigos fóros e privilegios da igreja catholica, os quaes foram origem do antigo regimen absoluto, e da intolerancia religiosa, que produziu os autos de fé, os carceres da Inquisição e cruzadas expurgatorias, etc.
A mesma reacção religiosa préga o exterminio dos que não pensam com a igreja catholica, dos que não acceitam seus dogmas e preceitos, dos livres pensadores, e de todos os que sahiram do gremio catholico. [...]»

via FRENESI
J.M.M.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

GRUPO EXCURSIONISTA E DE PROPAGANDA ANTI-CLERICAL HELIODORO SALGADO


"Folheto anunciando a realização de uma festa de solidariedade promovida pelo Grupo Excursionista e de Propaganda Anti-Clerical Heliodoro Salgado, em homenagem a A. Bastos Flávio" [10 de Abril de 1910]

via Casa Comum

J.M.M.

domingo, 4 de agosto de 2013

O PADRE, A MULHER E O CONVENTO

 

O Padre, a Mulher e o Confessionário”, pelo ex-padre CHINIQUY [pref. de Carlos Babo]; Editado pela Livraria Triunfo, Editora, Rua Nova da Trindade, 38, Lisboa; 1935, 201 p.

… Segundo conta Plutarco – tendo sido Lysandro intimado por um padre a confessar-se, perguntou-lhe_

- É a Deus ou ao homem que eu me devo confessar?

- A Deus – respondeu o hierofante.

- Então retira-te, homem! – exclamou o general lacedemonio” [in pref. de Carlos Babo]

 
O Convento Desmascarado. Escândalos da Vida Conventual”, por EDITH 0’GORMAN [pref. de Cristina Torres]; Editado pela Livraria Triunfo, Editora, Rua Nova da Trindade, 38, Lisboa; s/d, 303 p.
 
J.M.M.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

EPÍSTOLAS AOS PADRES – CARLOS BABO


CARLOS BABO, “Epístolas aos Padres. 1ª Serie. Celibato Eclesiástico” [ao todo são vinte e seis curiosas epístolas]; Editado pela Livraria Triunfo, Editora, Rua Nova da Trindade, 38, Lisboa; Impressão: Sociedade Nacional de Tipografia, R. do Século, 50, Lisboa; 1932, 164 p.

“Todo o homem está sujeito às potestades ou forças da Natureza, pois destas não há nenhuma ‘que não venha de Deus’ – conforme deveis saber pelas palavras de Paulo aos romanos. ‘E as que há, foram por Deus ordenadas' – disse o mesmo apostolo.

Ora, se elas têm mais força e poder do que todos os ‘príncipes’, como haveis vós – ó padres – de lhes opor juramento – pois que as potestades ou forças da natureza exigem por determinação insuperável da própria vida, que é, afinal, efeito dessas mesmas forças ou potestades?!

E visto que Deus é a vontade geradora de toda a potestade, o apóstolo acrescenta (Epist. aos Romanos, C. XIII, V. 2): ‘aquele que resiste à potestade, resiste à ordenação de Deus. E os que lhe resistem, a si mesmo trazem a condenação’.

A Igreja de Roma – obrigando-vos ao voto de castidade – exige de vós, por isso mesmo, a promessa, por juramento, de que haveis de resistir às forças da natureza – às potestades superiores da criação, às potências que foram ordenadas por Deus, para a vida do homem sobre a terra, para a vida da própria Vida – pois nessas potestades, forças ou potências da Natureza do vosso corpo, da substancia da vossa carne, do calor do vosso sangue – está o renascimento constante da Vida!

Essas potestades que vos fazem estremecer tão misteriosamente a carne, são da mesma natureza daquelas que vivificam …. o grão de trigo, de que há de nascer a planta geradora de novos grãos!...

A Natureza ‘cumpra todos os vossos desejos’. E Gloria à Natureza ‘por todos os séculos e séculos’. Eu vos saúdo”.

[Carlos Babo, ibidem, p. 7.]
 
J.M.M. 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

MANUEL BORGES GRAINHA (1862-1925)



AQUI, AQUI, AQUI & [TUDO] AQUI referimos "um dos republicanos mais activos no combate ao clero português: Manuel Borges Grainha" [n. 14 Janeiro 1862 - f. 4 Abril 1925]. Apresentamos, agora, duas das suas obras:

- "O PORTUGAL JESUITA", Lisboa, 1893, Typographia e Stereotypia Moderna, 2ª ed., 514 págs.

"Publiquei ha mezes um livro intitulado Os Jesuitas e as Congregações Religiosas em Portugal nos ultimos trinta annos, o qual teve echo no paiz, principalmente nos centros jesuiticos. [...]

Do campo catholico-jesuita (pois ha tambem o catholico não jesuita) sairam immediatamente tres livros contra o meu. N’elles notei que, deixando de parte as outras Congregações, pretenderam defender quasi exclusivamente os jesuitas; e que, não percebendo a força da minha prova testemunhal, julgaram que não poderia adduzir em favor das minhas affirmações documentos e citações auctorisadas.
Visto isso, vou fazer n’este livro um estudo mais particular e detalhado dos jesuitas e dos seus defensores, que constituem o que podemos chamar o Portugal Jesuita ...
" [M. Borges Grainha - via FRENESI]

- "HISTÓRIA DO COLÉGIO DE CAMPOLIDE DA COMPANHIA DE JESUS. Escrita em Latim pelos Padres do Mesmo Colégio Onde Foi Encontrado o Manuscrito", Imprensa da Universidade, Coimbra, 1913, LXXVI+ 148 págs (20 extra-textos+11 desdobráveis).

"De altíssima importância histórica. Permite-nos, por exemplo, perceber por que expulsou o marquês de Pombal os jesuítas, ou por que os perseguiu a República.
Avulso, apenas dois títulos de capítulo esclarecedores: 'Colégios para pobres transformados em Colégios para ricos e relutância dos jesuítas em gastar dinheiro com o ensino de crianças pobres', é o IV capítulo; outro, o V: 'Antipatriotismo dos jesuítas portugueses. Algumas das suas casas colocadas sob nomes de estranjeiros e resultados pitorescos e aflitivos dessa manigância' ...
" [via FRENESI]

J.M.M.

RELIGIÃO, REPÚBLICA, EDUCAÇÃO - UMA ANTOLOGIA DE TOMÁS DA FONSECA



LIVRO: Religião, República, Educação;
AUTOR: Tomás da Fonseca [Org. e pref. de Luís Filipe Torgal;
EDITORA: Antígona.

APRESENTAÇÃO: Augusto Monteiro, Luís Filipe Torgal & Luís Oliveira (Antígona);
DATA: 14 de Abril de 2012 (15 horas);
LOCAL: Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra)

"Religião, República, Educação é uma antologia essencial para aprofundar a extensa e impressionante produção literária do republicano e visceralmente anticlerical Tomás da Fonseca. A diversidade de forma e de fundo que os seus textos ostentam coaduna-se, porém, com a emergência de três temas fundamentais e absolutamente complementares na obra do autor: a ideologia religiosa, política e educativa ..."

J.M.M.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O JESUÍTA - EM HOMENAGEM À LEI DA SEPARAÇÃO



O JESUÍTA - EM HOMENAGEM À LEI DA SEPARAÇÃO, NO SEU 2º ANIVERSÁRIO (20/04/1913) - clicar na foto para ler

AUTOR: José d'Aquino Falcão

José d’Aquino Falcão foi professor do ensino primário e autor [cf. Dicionário dos Educadores Portugueses, A. Nóvoa, p.524] "de um método de aprendizagem rápido de leitura e da escrita", pelo que procurava fundar uma "escola especial de educação modelar" (seria uma escola modelo, que estava pensada para existir no Largo do Conde Barão). Para isso funda o periódico "O Ensino" (Lisboa, 1916), com que pretendia por em funcionamento o dito projecto. Do mesmo modo, aparece como director do periódico "O Equilíbrio Social" (Porto, 1 de Julho de 1924 a 1 de Maio de 1925), que surge na sequência da sua "Cartilha Nacional" ["Cartilha Nacional. Systema de ensino puramente prático e racional", Cabeceiras de Basto, Typ. Jornal de Cabeceiras, 1898] e onde se procurava fomentar o "mutualismo, promover a beneficência e divulgar o seu método de aprendizagem da leitura em 30 dias" [ibidem].

José d’Aquino Falcão, tem, ainda, a seguinte actividade periodista: é editor e redactor do semanário "O Cabeceirense" [1898 (nº 1, 3 de Novembro?); cf. BNP]; tem a co-direcção do diário liberal independente "O Progresso" [com José de Sousa Coutinho, em 1905] e é editor de "O Liberal" entre 1 de Fevereiro e 15 de Março de 1906; edita [1906] a "Revista - literária humorística e anunciadora", periódico continuador do semanário "Justiça" [com o subtítulo "jornal e revista para todos", Lisboa].

J.M.M.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O SÉCULO E O 7º CENTENÁRIO DE SANTO ANTÓNIO DE LISBOA


Jornal O SÉCULO: vários números do jornal republicano O Século [dias 9, 23, 26, 27, 28, 29 e 30 de Junho de 1895; e do dia 1 e 2 de Julho] com especial referência às comemorações do 7º Centenário de Santo António de Lisboa [a comissão promotora dos festejos de Santo António de Lisboa - realizada a 13 de Junho de 1895 - tem a assinatura do Marquês de Pombal (presidente), Conde de Burnay (tesoureiro), Conde d'Avila (secretário), Júlio Augusto de Oliveira Pires, Marquês de Fronteira, na qualidade de vogais, e Carlos da Silva Pessoa, escrivão - cf. Torre do Tombo]

Este conjunto de números do periódico O Século "estende por vários dias simultaneamente todo um historial do santo, do mesmo modo que vai dando notícia, pela negativa, dos festejos citadinos que rodearam as ditas comemorações.

Luís Krus a Arlindo Caldeira referem no seu livro 8.º Centenário do Nascimento de Santo António (CTT Correios, Lisboa, 1995):

'... Uma outra forma de aproveitamento político da figura de Santo António ocorreu em 1895, por ocasião das comemorações do que se convencionou chamar o sétimo centenário do seu nascimento. Os organizadores tinham claramente o propósito de fazer da efeméride, que conjugava as solenidades religiosas com aspectos culturais e festejos populares, uma resposta católica e monárquico-conservadora às comemorações dos centenários de Camões (1880) e do Marquês de Pombal (1882), que tinham tido um carácter anticlerical e republicano, constituindo manifestações de propaganda com grande impacto. A comemoração antoniana acabou, em parte, por ser um fracasso, pois militantes anarquistas e maçónicos, diz-se que com a cumplicidade de alguns sectores monárquicos, boicotaram as principais manifestações públicas, lançando a confusão no programa comemorativo e desprestigiando os seus organizadores e os seus propósitos ...'


via Livraria Frenesi, com a devida vénia.

NOTA: sobre a contestação ao Centenário Antoniano de 1895 - nomeadamente os trabalhos decorrentes do Congresso Anticlerical de 25 e 18 de Junho de 1895 - ler MAIS AQUI.

J.M.M.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O PROLETARIO BI-SEMANÁRIO DEFENSOR DO OPERARIADO EM GERAL


O PROLETÁRIO BI-SEMANÁRIO DEFENSOR DO OPERARIADO EM GERAL – Ano I, nº 1 (1 Maio 1898) ao nº 16 (10 Julho de 1898), Lisboa; Administração e Redacção, Campo de Santa Clara, 144 A-146, Lisboa; Editor: Manoel Moreira; Director: Guedes Quinhones [a partir nº15]; Correspondência: dirigida a José Moreira do Amaral, Campo de Sta Clara, 144 A, Lisboa; Impressão: Imprensa Minerva, Campo de Santa Clara, 144 A- 146, Lisboa; publica-se aos Domingos e quintas-feiras; 1898, 16 numrs,

Colaboração/textos: António de Campos Vieira, António José Machado, Costa Goodolphim, Emílio Zola [via publicação do ‘Germinal” em folhetim, versão de Augusto José Vieira], Francisco José Pereira, Gil Ruiz, Gonçalves Viana, Guedes Quinhones, João Portugal (Tavira), João Rodrigues, Joaquim Rodrigues Lourenço, José Benedy, José Carvalho Branco (Sesimbra), Karl Marx [“Teoria da Luta de Classes”], Marques Farinha, Miguel António Lopes, Nodigal, P. A. d’Assunção, Ribeiro Gonçalves, Túlio, Vieira da Silva.


A Biblioteca Nacional disponibilizou online O PROLETÁRIO (bi-semanário defensor do operariado em geral), com o seu primeiro número saído no dia 1º de Maio de 1898. Teve curiosa colaboração operária como a do socialista heterodoxo e livre-pensador, [José Augusto] Guedes Quinhones, que foi seu director a partir do nº15;

[Guedes Quinhones (1861-1911) foi o fundador da Associação dos Carpinteiros Civis (cf. António Ventura, Anarquistas Republicanos e Socialistas em Portugal, 2000), fez parte do Partido Socialista, era um destacado militante anticlerical (colaborou na Associação de Registo Civil), foi autor dos folhetos anticlericais "Folhas que Voam" (30 de Julho 1898), participou no Congresso Anticlerical de 1900 com a tese "Federação dos Círios Civis como elemento de combate à reacção", e dirigiu os periódicos A Garlopa (1886), O Revoltado (1887), A Obra (1891) e colaborou nalguns dos mais destacados jornais operários; suicidou-se em 14 de Março de 1911 (cf. António Ventura, ibid.)]

e ainda escritos de Costa Goodolphim e Vieira da Silva.

O PROLETÁRIO AQUI digitalizado.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A SEMANA DE LOYOLA


Apresentamos hoje a capa do primeiro número, de um dos periódicos que defendia um dos pontos que os dirigentes republicanos apoiavam de forma cada vez mais radical: o anticlericalismo. Esta posição, sobretudo anti-jesuítica, era já típica da sociedade liberal, mas conquista cada vez mais adeptos com a afirmação da filosofia positivista de August Comte, que encontrou em Teófilo Braga, Magalhães Lima e Emídio Garcia grandes adeptos e divulgadores.
Ao longo dos anos setenta e oitenta do século XIX, iniciam-se grandes movimentações anticlericais que vão culminar em grandes manifestações públicas no início do século XX, como o que aconteceu no "Caso Sara de Matos" ou nas manifestações da Junta Liberal em 1909 e 1910.

A Semana de Loyola foi um dos órgãos da imprensa que não sendo declaradamente republicano, afirmava um dos pressupostos que unia quase todos os republicanos.
Local: Lisboa
Periodicidade: semanário anti-jesuítico
Dia de publicação: Domingo
Proprietário: Não refere
Director: Não refere [embora algumas fontes indiquem Silva Graça]
Tipografia: Typ. do Commercio; a partir do nº 5 passa a ser realizado na Tipografia Luso-Hespanhola; e a partir do nº 139, ano 3, 28-11-1886, passa para a Typ. Nacional, Rua Formosa, 43;
Páginas: cerca de 30 pág.
Colunas: página inteira
Surgiu em: 06-04-1884
Terminou publicação em: nº 138, de 21-11-1886
Rubricas regulares: Folhetim (As Intrigas de um Jesuíta)
Colaboradores: Gomes Leal, Alexandre da Conceição, João Monteiro, Mello Júnior, António F. Campos, José de Oliveira Gancha, Augusto José Vieira, Francisco da Silva Magalhães, José Joaquim do Ó, Luís de Judicibus, Jorge Matheus e Guerra Junqueiro (poema). Porém, a maior parte dos artigos eram publicados sob anonimato ou com pseudónimos como Desmoulins, J., Lúcifer, Calígula, Sallustius, entre muitos outros.

A.A.B.M.