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terça-feira, 19 de outubro de 2021

NOITE SANGRENTA - 100 ANOS

 


19 de Outubro de 1921


Morrem vilmente assassinados alguns dos nossos melhores cidadãos republicanos.

 HONRA a António Granja, Carlos da Maia, Machado dos Santos, Freitas da Silva, Botelho de Vasconcelos.


J.M.M.  | A.A.B.M.

terça-feira, 28 de maio de 2013

PARLAMENTARES DA REPÚBLICA EM LIVRO



No próximo dia 30 de Maio de 2013, pelas 18.30 h, vão ser apresentadas três obras, publicadas na colecção Parlamento, editada pela Assembleia da República. As três obras referem-se a três figuras incontornáveis da I República Portuguesa: António Granjo, Bernardino Machado e José Domingues dos Santos.


Os títulos e autores completos são os seguintes:
- Ernesto Castro Leal e Teresa Nunes, António Granjo: República e Liberdade;
- Maria Alice Samara, Bernardino Machado: Uma Vida de Luta;
- António José Queiroz, José Domingues dos Santos.

As três obras vão ser apresentadas pelo Prof. António Reis.

Uma sessão a não perder e três obras que também desejamos conhecer melhor,com os nossos votos de muito sucesso para a sessão.

A.A.B.M.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

FOTO DO SR. DR. AFONSO COSTA E OUTROS REPUBLICANOS


FOTO DO SR. DR. AFONSO COSTA E OUTROS REPUBLICANOS


[PEDIDO] - "Alguém me ajuda a identificar os restantes convivas deste repasto? — com Dr. João Soares [ao lado de Afonso Costa - 1º esquerda foto], Dr. Simão José [de pé, ao fundo na foto], Dr. António Granjo [sentado à frente de Simão José] e Dr. Afonso Costa [à frente, no topo da mesa]".


J.M.M.

quinta-feira, 3 de março de 2011

O 5 DE OUTUBRO EM VILA REAL - ANTOLOGIA



LIVRO: O 5 de Outubro em Vila Real - Antologia [Introdução e selecção de textos de Elísio Amaral Neves]
EDIÇÃO: Grémio Literário Vila-Realense (Câmara Municipal de Vila Real)
ANO: 1910 (2ª edição)

"Integrada nos Cadernos Culturais, n.º 8 da 4.ª Série, do Grémio Literário Vila-Realense, acaba de sair O 5 de Outubro em Vila Real – Antologia. Este caderno (juntamente com uma pequena exposição alusiva ao mesmo tema) foi o contributo do Grémio Literário para o programa organizado pela Câmara Municipal de Vila Real para as comemorações do Centenário da República, e foi apresentado no dia 4 de Outubro, com casa cheia, no Auditório da Biblioteca Municipal Dr. Júlio Teixeira.

Trata-se de um trabalho do investigador Elísio Amaral Neves, que, para além da organização e selecção de textos, escreveu uma bem documentada introdução ao tema...
" [ler AQUI]

FOTO: Sargentos revolucionários de Infantaria 13, "Homenagem ao Dr. António Granjo" - Vila Real, no dia 16 de Novembro de 1910, recordando a reunião do comité secreto de 11 de Julho de 1907 para a instauração da República.
LOCAL: Paiol (Arcabuzado, Vila Real);
COLECÇÃO do Prof. Doutor Eurico José Palheiros de Carvalho Figueiredo.

De pé, da esquerda para a direita: 1.º Sargento Alfredo Ferreira; Sargento-Ajudante Agostinho do Espírito Santo; 2.º Sargento António Maria Cabral de Sampaio (RI 19); Dr. António Granjo; Adelino Samardã; 1.º Sargento Manuel Ribeiro Cardona.

Sentados, da esquerda para a direita: 2.º Sargento Aníbal de Carvalho Figueiredo; 2.º Sargento Francisco de Carvalho Figueiredo; 2.º Sargento António Malheiro; 2.º Sargento Alexandre António Joaquim.

ver O 5 de Outubro em Vila Real (Antologia) AQUI em pdf (via Grémio Literário Vila-Realense)

J.M.M.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A NOITE SANGRENTA – 19 DE OUTUBRO DE 1921



"Depois veio a noite infame [19 de Outubro de 1921], onde, além dos actores visíveis, dos marinheiros e dos soldados, dos bonifrates que actuaram entre gritos de loucura, entrou outro actor tremendo, do qual não pudemos mais desviar os olhos – e que não devia fazer parte da peça. De tarde, aquele desgraçado [António Granjo] via os homens porem-lhe cerco como a um bicho e o seu suor era já de agonia. Via-os aproximarem-se – ouvia-os falar na escada do prédio onde se refugiara

[António Granjo residia na Rua João Crisóstomo e a sua casa confinava, pelas traseiras, com a morada de Cunha Leal, na Av. Miguel Bombarda, para onde Granjo procurou abrigo, avisado do perigo que corria por um vizinho e seu Irmão da maçonaria, Bernardino Simões, comerciante – consultar, Rocha Martins, “Vermelhos, Brancos e Azuis”, vol.2].

Veio depois a noite e eu tenho a impressão nítida de que a mesma figura de ódio – o mesmo fantasma para o qual todos concorremos – passou nas ruas e apagou todos os candeeiros. Os seres medíocres desapareceram na treva - os bonifrates desapareceram: só ficaram bonecos monstruosos, com aspectos imprevistos de loucura e de sonho, que na camioneta fantasma [nome como foi conhecida a camioneta, que transportava os assassinos (10?) que levaram a cabo os crimes perpetuados nesse dia. Entre eles estavam, Benjamim Pereira, Manuel José Carlos e Abel Olímpio (o Dente de Ouro). Pelo que é referido por Berta Maia, viúva de Carlos da Maia (um dos assassinados) a camioneta foi fornecida pelo tenente Mergulhão] procuravam as suas vítimas. Noite de chumbo. No quarto andar da Rua da Madalena, a sombra esmagava-me o coração, reduzindo-o a cisco. Na taberna em frente a mesma música reles de todas as noites não cessava de tocar num realejo a que um galego dava corda ... E a noite prolonga-se, sórdida e satânica.

A essa hora o desgraçado consumia a sua agonia no Arsenal, entre rugidos das bestas desencadeadas. – Sangrem-no como a um porco!

Outro [Carlos da Maia] é arrancado dos braços da mulher, que grita inutilmente, cheia de dor, pedindo piedade para o marido e o filho que tem nos braços. E a camioneta, onde os bonecos se agitam, percorre as ruas negras, alucinante e trágica. – Almirante [Machado dos Santos], é a sua hora: vai ser fuzilado! – E a voz daquele ingénuo, que quis ser político, jornalista e revolucionário e vai ser, de encontro a uma parede, um farrapo humano a escorrer sangue por todas as feridas, responde: Veja – diz ele para o bandido que lhe fala – que as minhas pulsações não aumentaram. (...)

Se todos nos quiséssemos ouvir, encontraríamos, talvez, dentro da nossa alma, a explicação da noite infame e compreenderíamos por que ela foi possível. Ódio, terror e o desconhecido. Andaram também metidos nisso políticos e, ao que se diz, até um padre

[referência, presume-se, ao Padre Lima (natural de Estivares ou melhor, Estevais da Vilariça ), e que juntamente com Fernando de Sousa, ambos do jornal A Voz, mais o tenente Mergulhão, Gastão de Matos, Luiz Moutinho de Carvalho, Carlos Pereira e o Conde de Tarouca, foram considerados, na época, como os principais mandantes dos assassinatos em cadeia – vidé, Berta Maia, As Minhas Entrevistas com Abel Olímpio ‘O Dente de Ouro’, Lisboa, 1929]

– nas ruas são as personagens insignificantes que entram em todas as tragédias. Quem os mandou matar? – porque estas coisas nunca são espontâneas. (...)

Raul Proença, in Memórias, vol. III

J.M.M.

sexta-feira, 16 de março de 2007

FUNERAL DE ANTÓNIO GRANJO



Cunha Leal discursando no funeral de António Granjo, assassinado na chamada Noite Sangrenta.

Foto in Arquivo Fotográfico.

J.M.M.

quinta-feira, 15 de março de 2007

ANTÓNIO GRANJO


Disse Consiglieri Sá Pereira na sua obra A Noite Sangrenta, Aillaud & Bertrand, Lisboa,1924, p. 9, afirmava: Era franco, rude, generoso e exagerado. Tinha todos as virtudes e todos os defeitos do montanhês e quem atentasse no seu tórax herculeo, julgaria admirar um pedaço de granito arrancado lá de cima, das serranias de Trás-os-Montes e afeiçoado pelo cinzel de qualquer escultor amigo de fortes plásticas.

António Joaquim Granjo nasceu em Chaves, em 27 de Dezembro de 1881, e veio a falecer a 19 de Outubro de 1921. Era filho de Domingos Pires Granjo, um curtidor e vendedor de peles e de Maria Joaquina Granjo. Obteve,em 1907, o bacharelato em Direito pela Universidade de Coimbra, para onde se deslocou em 1899, tivera formação religiosa, frequentando o Seminário de Braga, entre 1893 e 1898, e cursando Teologia no Porto, no ano seguinte.

Assentou praça em 1899 no Regimento de Cavalaria nº 6, mas a 15 de Outubro desse mesmo ano pediu baixa da vida militar, experiência a que dará continuidade mais tarde, quando liderar um grupo de voluntários contra as invasões monárquicas de 1911 e 1912 e integrar o Corpo Expedicionário Português na qualidade de alferes miliciano. Depois de concluir os estudos superiores em Coimbra, regressa à sua terra natal, onde se dedicará à advocacia até se fixar em Lisboa, no ano de 1919.

Quando estudante em Coimbra convive com Cândido Guerreiro, José Lobo de Ávila Lima, Fernando Emídio da Silva, António Abranches Ferrão, sendo António Granjo um dos alunos melhor classificados do seu curso. Casou ainda estudante, em 8 de Outubro de 1906, com Cândida Lamelas. Funda o Centro Republicano de Chaves, que se torna uma verdadeira "sociedade revolucionária" (Rocha Martins, Vermelhos, Brancos e Azuis, vol. II).

A sua actividade política começa no contexto das greves estudantis em Coimbra - quando, em 1907, integra o Comité Revolucionário Académico – e consolida-se, logo a seguir, por via da organização de um núcleo revolucionário em Chaves e da participação no Comité Revolucionário de Trás-os-Montes,onde tem um importante papel na propaganda republicana.

Participou na tentativa revolucionária de 28 de Janeiro de 1908, tendo desenvolvido contactos na cidade do Porto, onde vivia o irmão Manuel Augusto Granjo. A sua acção, durante esta tentativa revolucionária republicana que fracassou, seria tomar o forte S. Neutel, em Chaves, para apoderar-se das munições e armas ali existentes.

A 8 de Outubro de 1910, foi proclamada a República em Chaves, com a sua presença na Câmara Municipal. Faziam parte do núcleo revolucionário de Chaves juntamente com o nosso biografado: Antão Fernandes de Carvalho, Vitor Macedo Pinto, Adelino Samardã (jornalista e organizador da Carbonária na região transmontana), José Mendes Guerra e António da Silva Correia.

A 6 de Outubro de 1911 partiu para Vinhais, para enfrentar as invasões monárquicas comandadas por Paiva Couceiro, levando com ele António Cachapuz, Joaquim Monteiro, Vitorino Vidago e António Luis Pereira. Nesse mesmo ano, dá início à sua carreira de deputado, eleito e reeleito por Chaves até 1921, em que se destaca, logo em 1912, por defender a amnistia para os inimigos do novo regime.

Em 1912, trava-se de razões contra os denominados jovens turcos: Álvaro de Castro, Sá Cardoso, Álvaro Pope, Américo Olavo, que defendiam as opiniões de Afonso Costa, enquanto António Granjo se perfilava ao lado de António José de Almeida.

Em Maio de 1917, ingressa como alferes miliciano no Regimento de Infantaria nº 19, de Chaves, após ter concluido o curso de alferes no Regimento de Infantaria nº18, no Porto. Antes de partir manda elaborar o seu testamento antes de partir incorporado no Corpo Expedicionário Português em direccção à Flandres.

Quando regressa envolve-se nas conspirações e revoltas de 12 de Outubro de 1918 e de 10 de Janeiro de 1919, contra Sidónio Pais. A primeira das tentativas restringiu-se às cidades de Coimbra, Évora e Vila Real. A segunda, deflarou somente em Santarém.


[Acima: Fotografia do Governo de António Granjo em 1921, com ele ao centro da imagem]

Proclamada a República, torna-se administrador do concelho de Chaves e, em 1911, é iniciado na Maçonaria, no triângulo 187, de Santa Marta de Penaguião, adoptando o nome simbólico deBuffon. Pertenceu depois à Loja Cavalheiros da Paz e Concórdia, em Lisboa. Manteve ligações a esta sociedade até ao final da sua vida, quando pertencendo à Loja Liberdade e Justiça, nº 373, de Lisboa, foi alertado por uma prancha datada de 15 de Outubro de 1921, que referia os problemas causados pela "questão dos eléctricos" e a necessidade de "meter na ordem obrigando a cumprir as leis nacionais e estrangeiras" (Rocha Martins, ob. cit.).

Depois de deixar o Partido Republicano Português e de se tornar membro do Partido Evolucionista, integra ainda o Partido Liberal, de que foi líder entre 1919 e a cujo directório pertenceu até 1921. Estreia-se como ministro entre 30 de Março e 28 de Junho de 1919, à frente da pasta da Justiça num governo liderado por Domingos Pereira.

Em 15 de Janeiro de 1920, sendo já membro do Partido Liberal, a cujo Directório pertenceu desde os finais de 1919 a 1921, é nomeado ministro do Interior, mas não chega a tomar posse.Quando voltou a ser nomeado para cargos governativos, assumiu a pasta da Agricultura e chefiou o próprio Executivo, ambas as funções decorrendo entre 19 de Junho e 20 de Novembro de 1920, além de se ter encarregado da pasta das Finanças, a título interino, entre 14 de Setembro e 18 de Outubro de 1920. Será, ainda, ministro do Comércio, de 24 de Maio a Agosto de 1921, até acumular, pela última vez, a chefia do Executivo com uma pasta ministerial, desta feita, a do Interior, no período de 30 de Agosto até à Noite Sangrenta de 19 de Outubro de 1921, que ditou a queda do Governo e a sua própria morte.


[Acima: Fotografia do funeral de António Granjo em Lisboa]

Da sua participação na Grande Guerra, escreveu um livro de impressões, que intitulou A Grande Aventura (Cenas de Guerra), além de ter publicado poesia e dirigido o jornal A República a partir de 9 de Março a 19 de Julho de 1920, em virtude de António José de Almeida ter sido eleito presidente da República. Volta a assumir esta função entre 20 de Novembro de 1920 e 9 de Junho de 1921. Colaborou ainda na revista Livre Pensamento de Coimbra, em 1905. Foi ainda colaborador de O Norte, Porto, 1918-1920.

Escreveu: Carta à Rainha D. Amélia (1909) e Águas obras em verso; Vitória de Uma Mocidade, 1907; A Grande Aventura (cenas de Guerra), 1919, dedicado ao Regimento de Infantaria nº 19(prosa).

A.A.B.M.