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domingo, 7 de setembro de 2014

I CONGRESSO REGIONAL ALGARVIO: PRAIA DA ROCHA - 99 ANOS


Assinala-se hoje, 7 de Setembro de 2014, o 99º aniversário da conclusão do I Congresso Regional Algarvio, realizado no Casino da Praia da Rocha, em Portimão, entre 3 e 7 de Setembro de 1915, devido ao interesse e empenho de António Teixeira Bicker, representante local da Sociedade de Propaganda de Portugal.
















A Comissão Executiva era presidida por Tomás Cabreira (na fotografia da esquerda), secretariado por Jaime de Pádua Franco (na fotografia da direita) que contava com mais personalidades como: Fernando da Silva David, Jacinto Parreira, Martins Mateus Moreno. Além disso, contava com A. Aboim Inglês, Agostinho Lúcio da Silva, Alberto Carrasco da Guerra, Alberto Macieira, Aníbal Lúcio de Azevedo, António Júdice Magalhães Barros, João Viegas Paula Nogueira, João Vasconcelos, José Francisco da Silva e José Parreira.

Os trabalhos estruturaram-se da seguinte forma:
Secção I – Agricultura algarvia: arborização de serras e dunas; irrigação; posto agrário do Algarve; crédito agrícola; ensino agrícola, móvel e fixo; escolas femininas e agrícolas; utilização dos salgados.

Secção II – Indústria algarvia: indústria de conservas e outras indústrias; crédito industrial; ensino industrial; parques; e viveiros piscícolas.

Secção III – Meios de transporte: estradas; pontes; vias férreas; tarifas económicas e de exportação; portos e barras.

Secção IV – Comércio Algarvio: crédito comercial; tratados comerciais; alfândegas; produtos algarvios.

Secção V – Turismo: hotéis; estações termais e marítimas; zonas de turismo; regulamentação do jogo; taxa de turismo; desportos.

Secção VI – Clima algarvio: climatologia; sanatórios; estações de repouso; postos meteorológicos.

Ao longo das várias sessões de trabalho foram propostas ao congresso 25 teses a saber:
- Aproveitamento dos Salgados do Algarve, pela exploração de gado lanígero, de João Viegas Paula Nogueira;

-Arte Algarvia, por João de Mello de Falcão Trigoso;

- Assistência à Mendicidade no Algarve, por Julião Quintinha;

- Caminhos de Ferro do Algarve, por A. de Vasconcellos Correia;

- O Clima do Algarve, por João Bentes Castel-Branco;

- O Clima do Algarve e as suas indicações, por Geraldino Brites;

- Contos, Músicas, Danças (Escorço), por José Parreira;

- Crédito Comercial e Industrial, por Tomás Cabreira;

- O Ensino Elementar Industrial, por Aníbal Lúcio de Azevedo;

- Ensino Industrial, por D. Sebastião Pessanha;

- As Escolas Industriais, por A. L. de Aboim Inglês;

- Escola Primária Agrícola, por Tomás Cabreira;

- Estradas, por Agostinho Lúcio da Silva;

- Fontes para a História do Algarve, por António Baião;

- Hotéis, pela Comissão de Hotéis da Sociedade de Propaganda de Portugal;

- Indústrias do Algarve, por Luís de Mascarenhas;

- Kurtaxe, por Manuel Emídio da Silva;

- A Luta contra o Analfabetismo e o problema do Ensino no Algarve, por Mateus Martins Moreno;

- Pesca, Escolas de Pesca, por José Francisco da Silva;

- Portos e Barras do Algarve, por José Francisco da Silva;

- Posto Agrário e Ensino Móvel, por Tomás Cabreira;

- Primícias Agrícolas e Plantas Subtropicais no Algarve, por Mário Paes da Cunha Fortes;

- A Questão Corticeira, por  Tomás Cabreira;

- Tarifas Ferroviárias, por Tomás Cabreira;

- Zonas de Turismo, por Tomás Cabreira.

O evento contou com a elite algarvia, mesmo a que vivia em Lisboa deslocou-se a Portimão para participar e assistir ao congresso. Desde deputados, altos funcionários da administração pública, senadores, médicos, advogados, professores, engenheiros, militares, agrónomos, etc. O congresso serviu para chamar a atenção do Governo Central para alguns assuntos que eram importantes resolver com alguma celeridade, mas que as condições políticas, a conjuntura económica, a guerra mundial, a burocracia e a ineficácia das organizações acabaram por não produzir o resultado esperado.

Outra iniciativa semelhante a esta só viria a repetir-se em 1950 e depois viria a ser retomado em 1980 (9 a 11 de Maio, na Aldeia das Açoteias), por iniciativa do Racal Clube de Silves. Com esta organização realizaram-se congressos ainda em 1982 (Hotel da Balaia), 1984 (19 a 22 de Janeiro no Hotel Montechoro), 1986 (19 a 23 de Fevereiro no Hotel Montechoro), 1988 (20 a 23 de Junho no Hotel Montechoro), 1990 (14 a 17 de Fevereiro no Hotel Montechoro), 1995 (7 a 9 de Abril em Vilamoura), 1997 (7 a 9 de Março, em Vilamoura), 1999 (16 e 17 de Abril, em Vilamoura), 2004 (28 a 30 de Outubro, em Tavira) e 2007 (15 a 17 de Novembro, em Lagos). 

De todos estes congressos resultaram actas que contribuiram para discutir algumas das decisões regionais, definir prioridades e estabelecer um conjunto de temas que, mesmo que não se concorde, ajudaram a tornar a região aquilo que ela é hoje. Além do mais são um excelente repositório de conhecimentos sobre a região nos últimos 34 anos.

A.A.B.M.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

MATEUS MARTINS MORENO JÚNIOR (Parte II)

Enquanto esteve em Angola representou a Sociedade Broteriana de Coimbra, tendo procedido ao levantamento e envio de espécies botânicas para estudo dos elementos desta sociedade científica. Ainda em Lubango integrou a direcção da Casa da Metrópole e serviu como delegado da Sociedade de Geografia de Lisboa. Cria um museu militar em Lubango e funda a revista Escoteiro da Huíla, entretanto vai leccionando no Liceu Diogo Cão, em Lubango. Desenvolve acções de propaganda junto da população indígena, realizou exposições e sessões de divulgação. Foi Chefe do Serviço de Informações do Governador Geral de Angola, tendo sido o responsável pela sua organização inicial.

Regressado a Lisboa, em 1950, foi o responsável pela organização da Exposição das Bodas de Diamante da Sociedade de Geografia de Lisboa. Pertenceu à delegação do Algarve para as Comemorações do V Centenário do Infante D. Henrique. Participou também de forma activa na comissão organizada pela Sociedade de Geografia para se erguer um monumento em homenagem ao General Henrique de Carvalho, em 1941, tendo desempenhado as funções de secretário desta comissão.

Mas a sua ligação ao Algarve e à imprensa local nunca esmoreceram. Manteve-se sempre na direcção da Alma Nova e colaborou com muitos periódicos algarvios. Refira-se ainda que foi fundador da Casa do Algarve em Lisboa, à qual presidiu entre 1952 até 1961. A partir de então foi seu presidente honorário. Nessa fase, realizaram-se inúmeras conferências na Casa do Algarve em Lisboa, reuniram-se em vários volumes esses trabalhos na série Estudos Algarvios, desenvolveram-se iniciativas como a homenagem a Júlio Dantas em Lisboa e em Lagos, descerramento do epitáfio de Coelho de Carvalho em Ferragudo, construção em São Brás de Alportel do monumento a Bernardo de Passos, criação da Casa do Povo da Conceição, freguesia de onde Mateus Moreno era natural e onde tinha família, prestou a sua colaboração para que se fizesse a construção do monumento a João de Deus em São Bartolomeu de Messines, desenvolveu campanha para angariar fundos que visavam a construção em Sagres de um monumento ao Infante D. Henrique (monumento este que acabaria por ser construído em Lisboa, junto ao rio Tejo). Martins Moreno faleceu em 19 de Maio de 1970, com 77 anos de idade.

Era casado com Rosária Fernandes Salgado Moreno. Pertenceu a diferentes organismos como a Cruz Vermelha Portuguesa, sócio do Instituto de Socorros a Náufragos, da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Sociedade Cultural de Angola, da Casa da Metrópole em Luanda, onde foi director desde 1945, foi membro da União Nacional e da Liga dos Combatentes da Grande Guerra. Recebeu também as seguintes condecorações: Medalha Militar de Prata de Comportamento Exemplar, medalha Comemorativa da Guerra (1914/18), medalha da Vitória e o grau de Oficial da Ordem Militar de Aviz, entre outros reconhecimentos públicos.

Colaborou em múltiplos órgãos de imprensa regional, nacional e das colónias, onde se destacam as colaborações nas seguintes publicações: A Mocidade, Alma Nova, Correio do Sul, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Boletim da Casa do Algarve, Panorama, Portugal Colonial, Revista de Artilharia, Revista Militar, Vida Algarvia, entre muitas outras publicações periódicas regionais e nacionais.

Bibliografia Activa:
- A Luta contra o Analfabetismo e o Problema do Ensino no Algarve, Congresso do Algarve, 1915;
- Prece ao vento (poemeto), 1915;
- De Portugal à Flandres -  Cinco cartas de guerra e Cinco Companheiros de Luta, 1918;
- Pátria e Exército : oração da bandeira, Lisboa, Ressurgimento, 1922.
- Minha Pátria (poema), 1923;
- A Sinfonia Macabra (Máximas de Kultur), 1920.
- O Valido (drama histórico publicado em folhetins no periódico Folha de Arte).
- Sangue d’Epopeia. A Artilharia Portuguesa na Flandres, 1921.
- A Carta (peça em verso, num acto), 1928.
- A Nova Guerra e a Artilharia, 1928;

- “Semana de Lisboa”, Vida Algarvia, Faro, 07-07-1929, Ano I, nº 2, p. 4, col. 1.
- “Semana de Lisboa: A Crise Ministerial e a sua solução”, Vida Algarvia, Faro, 14-07-1929, Ano I, nº 3, p. 6, col. 1 e 2.
- “Semana de Lisboa: A tentação do mar…”, Vida Algarvia, Faro, 28-07-1929, Ano I, nº 5, p. 4, col. 2 a 4.
- “A «Vida» em Lisboa”, Vida Algarvia, Faro, 04-08-1929, Ano I, nº 6, p. 4, col. 3 a 5.
- “A «Vida» em Lisboa”, Vida Algarvia, Faro, 11-08-1929, Ano I, nº 7, p. 4, col. 2 a 4.
- “A «Vida» em Lisboa”, Vida Algarvia, Faro, 18-08-1929, Ano I, nº 8, p. 4, col. 2 a 4.
- “A «Vida» em Lisboa”, Vida Algarvia, Faro, 01-09-1929, Ano I, nº 10, p. 4, col. 2.
- “A «Vida» em Lisboa: Crónica da Semana”, Vida Algarvia, Faro, 08-09-1929, Ano I, nº 11, p. 4, col. 2 e 3.

- Os Algarvios no Movimento da Expansão Portuguesa, 1931;

- Os quatro pontos cardeais do regionalismo algarvio, Parceria António Maria Pereira, 1934.
- Figuras coloniais / Mateus Moreno. - Sá da Bandeira, [1937]: Vouga. - 20 p.
Livro de Homenagem ao Prof. Fernando Frade: por ocasião de 70º aniversário. - Lisboa : Junta de Investigações do Ultramar, p. 383-419.
- Figuras coloniais : General Henrique de Carvalho, benemérito da pátria / Mateus Moreno. - [S.I. : s.n.], 1937 (Sá da Bandeira : Tip.Vouga. - 20 p. ; 23 cm. - Obra que referencia o General Henrique de Carvalho em África.
- A acção do exército no movimento colonizador de Portugal, Portugal Colonial. - Nº 45 (1934), p. 17.
- Fastos militares da ocupação do Sul de Angola [Ilustrado], Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa. - Série. - 58, 1-2 (1940), p. 30-65.
- Aspectos da defesa militar de Angola / Mateus Moreno. - [S.I. : s.n.], 1940 (Lisboa : L.C.G.G.. - 13 p. ; 23 cm. - Obra que se debruça sobre o sistema militar, as forças armadas e a segurança assegurada pela mesma em Angola.
- “Aspectos de defesa militar de Angola”, Revista Militar, Outubro de 1940.
- A missão nacionalizadora do exército no ultramar, O Mundo Português. - Vol. 9, 106 (1942), p. 441-444
- Construtores do Império / Mateus Moreno. - Lisboa : [s.n.], 1943. - 15 p. ; 22 cm. - Revista de Artilharia. Obra que referencia o General Henrique de Carvalho em África.
- O Colégio Militar (Esboço monográfico), Lisboa, 1944;
- Fastos militares da ocupação do sul de Angola - Lisboa : Agência Geral das Colónias, 1945. - 54 p. : il. - Pelo Império ; 108)
- A juventude de Angola lições de patriotismo, Casa da Metropole, 1946;
- Possibilidades de Angola para as indústrias do saco e do papel, Luanda : Casa da Metrópole, 1947. - 55 p. : il. ; 23 cm. - Cadernos coloniais de propaganda e informação, n.º 13.
- Corporativismo e propaganda colonial / Mateus Moreno. - Luanda : Casa da Metrópole, 1947. - 32, [3] p. ; 22 cm. - O corporativismo e a propaganda colonial em Luanda, Angola.
- Subsídios para estudo das regiões de além-Cunene, Mensário administrativo : publicação de assuntos de interesse ultramarino / direcção dos Serviços de Administração. - Nº6 (1948), p. 31-33
- Exposição comemorativa das Bodas de Diamante – Ilustrado, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa. - Série 68, 11-12 (1950), p. 633-686
- O Algarve rende homenagem a Trás-os Montes na evocação de um dos seus filhos mais ilustres feita por um insigne escritor militar algarvio e heróico combatente das campanhas de Angola - Publicado no «Jornal de Benguela», Angola, de 3-1-1955.
O Coronel Bento Roma (1884-1953) : homenagens e consagrações em 1954 e 1955 / pref. Ferreira Martins. - Lisboa : [S.N.], [1955?]. - P. 155-158.
- Hino de Sagres [ Música impressa] : prémio "Libânio Correia" do concurso musical promovido pela Casa do Algarve, Lisboa, 1957 / Elvira de Freitas, Letra de Mateus Moreno. [S.l. : s.n.. 1957.
- Sob os signos de Ossónoba e do turismo, Panorama, IV série, nº 3 (1962)- Páginas não numeradas.
- In Memoriam – General José Paulo Fernandes;

Colaborou regularmente com o semanário algarvio Correio do Sul onde publicou alguns trabalhos que merecem particular menção: um conjunto de artigos publicados entre 22 de Junho a 3 de Agosto de 1941, sob o título “Artilharia e Artilheiros do Algarve” e ainda uma série de mais de duas dezenas de artigos subordinada ao título “Medalhões Algarvios”, onde esboçava traços biográficos e biobibliográficos detalhados sobre algumas das mais personalidades algarvias mais em evidência e que merecem consulta dos estudiosos.

O corpo do Major Mateus Martins Moreno foi sepultado no talhão dos Combatentes, no cemitério do Alto de S. João em Lisboa, a 20 de Maio de 1970.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
- Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Coord. Eugénio Lisboa, Org. Instituto da Biblioteca e do Livro, Publicações Europa América, Mem Martins, 1994.

- “Da Vida que Passa: Major Mateus Moreno”, Correio do Sul, 28-05-1970, Ano 51, nº 2707, p. 1, col. 2 e 3, p. 4, col. 2 e 3.

- Marreiros, Glória Maria , Quem Foi Quem? 200 algarvios do século XX, Edições Colibri, Lisboa, 2000.

- Mesquita, José Carlos Vilhena, “A Imprensa Republicana no Algarve”, José Mendes Cabeçadas Júnior e a Primeira República no Algarve [Catálogo da Exposição], Coord. Luís M. Guerreiro e Diogo Gaspar, Comissários Científicos: Elsa Santos Alípio/Artur Barracosa Mendonça, Câmara Municipal de Loulé. Divisão de Cultura e Museus, Loulé, 2010.

- Quem é Alguém, Portugália Editora, Lisboa, 1947.

A.A.B.M.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

MATEUS MARTINS MORENO JÚNIOR (Parte I)


Militar. Combatente na Grande Guerra.
Escritor e jornalista.
Mateus Martins Moreno Júnior nasceu em Faro a 27 de Setembro de 1892. A paixão pela cidade que o viu crescer e pelo Algarve revelaram-se logo na sua mocidade, através da participação na imprensa e no movimento associativo locais, e fizeram dele um fervoroso regionalista. Presidiu à Academia do Liceu de Faro, onde fez estudos preparatórios. Fundou, em Outubro 1911, o quinzenário académico A Mocidade, sendo da sua lavra a rubrica «Horas líricas», onde publicou muita poesia. A revista manteve-se até Abril de 1913 e com ela colaboraram muitos dos autores que, mais tarde, estarão presentes na Alma Nova: José Guerreiro de Murta, José Dias Sancho, C. A. Lister Franco, entre muitos outros. Ainda enquanto estudante no Liceu de Faro escreveu a sua primeira peça de teatro A Carta.

Em finais de 1914, Martins Moreno veio para Lisboa, para frequentar o curso de Matemáticas, da Faculdade de Ciências. Terá sido essa a razão da transição da redacção, administração e impressão da Alma Nova para a capital. Não obstante os deveres académicos, Martins Moreno manteve uma intensa relação com a vida algarvia, como dá testemunho a organização do I Congresso Regional do Algarve, a direcção da revista Alma Nova, a publicação dos primeiros livros e outras actividades.


Em 1917, foi mobilizado com ordem de marcha para França, incorporado no C.E.P., como alferes miliciano de artilharia de campanha, conseguiram interromper a actividade como escritor e como director da Alma Nova. No entanto, não é de excluir que as dificuldades que a revista registou no cumprimento da periodicidade, no final de 1916 e início do ano seguinte, se ficassem a dever à ausência de Martins Moreno. Na frente, redigiu e publicou alguns livros sobre o conflito militar e estudos técnicos sobre a sua arma, que foram apreciados pela hierarquia do exército. Na Alma Nova foram publicadas 5 cartas com as suas impressões da viagem e da chegada a França (N.º 21-24, pp. 73-79).

Terminada a guerra Martins Moreno optou pela carreira militar, frequentando a Escola de Guerra. Também fez o Curso Superior Colonial, em resultado do qual obteve algumas missões em Angola e desempenhou altos cargos. Atingiu o posto de Major, em 1942. Recebeu condecorações como o Grau de Oficial, com Decreto de 7 de Fevereiro de 1941 e Grau de Comendador, com Decreto de 10 de Maio de 1957. Mateus Moreno foi igualmente promotor exposições, instituiu prémios, cunhou medalhas, recordou o notável algarvio Álvaro Botelho, festejou o centenário da cidade de Lubango, elaborou o projecto de novo Regulamento de Continência e Honras Militares, integrou como oficial de justiça o Conselho Superior de Disciplina Militar, em cujo cargo de fundador da instituição, impulsionou a construção de edifícios e delegações. Exerceu a docência no Colégio Militar de 1942 a 1944, em Lisboa. Foi ainda também docente na Escola Superior Colonial.

[em continuação].
A.A.B.M.