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terça-feira, janeiro 02, 2024

Na solidão de Philippe Sollers

PABLO PICASSO
O Acrobata (1930)

Falecido em 2023, Sollers legou-nos uma obra em que a desmontagem da regra conduz à celebração da excepção — este texto foi publicado no Diário de Notícias (24 dezembro).

Philippe Sollers
Numa pesquisa rápida em algumas das maiores plataformas de venda de livros, procuro obras de Philippe Sollers (1936-2023) traduzidas em português. O resultado é eloquente: zero. Sinto-o como um eco incauto de muitos obituários rotineiros e indiferentes que deram conta do seu desaparecimento em meados deste ano — faleceu em Paris, no dia 5 de maio, contava 86 anos.
Se eu disser que considero Sollers um dos escritores e pensadores fundamentais da nossa contemporaneidade — o seu primeiro romance, Une Curieuse Solitude, surgiu em 1958 —, corro o risco de atrair mais um desses jogos florais “pró & contra” que todos os dias parasitam o nosso espaço (dito) de comunicação. Escusado será dizer que não tenho gosto em alimentar qualquer infantilismo do género. Além do mais, seria contrário à matéria e ao espírito da escrita de Sollers, autor sempre empenhado em denunciar a chantagem da regra, procurando escutar as razões, mesmo as menos razoáveis, da excepção.
Não por acaso, um dos seus livros de ensaios intitula-se Théorie des Exceptions (1986). Nele encontramos uma antologia de reflexões sobre as heranças de escritores, artistas e, como ele diz, algumas “insolências mais gerais”: Cervantes, Sade ou Proust; Rafael, Picasso e Bach; ou ainda “a ficção, a teologia, Freud”. São nomes que Sollers inventaria e analisa, lembrando uma “evidência” que se demarca, ponto por ponto, do aparato de consagrações que a cultura dominante vai encenando: “É falso que as obras literárias ou artísticas sejam esperadas, justificadas, normalmente produzidas no seu tempo para posterior satisfação do historiador, dos museus ou dos professores.” Porquê? Porque, no começo, no domínio temático e narrativo, tais obras nos colocam perante “a violência, a invasão, muitas vezes o escândalo.”
Discípulo de Roland Barthes (1915-1980), com ele manteve uma relação de dupla fidelidade, já que, no começo, Sollers foi editor de Barthes. Tudo isso ecoa num livro que nos ajuda a compreender que a dinâmica dos pensamentos, mesmo quando enquadrada ou enriquecida por contextos institucionais, não é estranha ao valor primordial da amizade: em L’amitié de Roland Barthes, publicado em 2015, incluindo cerca de três dezenas de cartas de Barthes para Sollers, este recorda uma lição fulcral do autor de O Prazer do Texto (tradução portuguesa disponível com chancela das Edições 70), lembrando que a linguagem é “a mais forte das transgressões.”
O desafio inerente a tal transgressão é tanto maior quanto o linguajar do nosso presente vive alimentado por uma cultura de grosseiro narcisismo, favorecendo também a ilusão (mais do que isso: a mentira) da arte como uma espécie de balanço contabilístico de uma empresa empenhada em ilustrar as virtudes do “progresso”. Numa entrevista de 1978, incluída em Théorie des Exceptions, Sollers avança mesmo com uma máxima psicanalítica sobre as nossas ilusões comunitárias: “(…) qualquer cultura é construída para nos dar a boa consciência segundo a qual nada temos que ver com o inconsciente.”
Nos últimos anos do seu labor, depois de uma autobiografia em forma de “verdadeiro romance” (Un Vrai Roman, 2007), Sollers publicou uma série de romances breves, alguns com menos de uma centena de páginas. O cruzamento de referências históricas, ainda que sempre remetendo para personagens e situações do presente, faz com que o romanesco se dilua no confessional, gerando objectos que podem ter tanto de radical especulação filosófica como de inusitada crónica jornalística.
Os títulos desses livrinhos são tanto mais sugestivos quanto, por vezes, celebram a vibração de uma única palavra, solitária e feliz: a “iluminação” (L’Éclaircie, 2012), a “beleza” (Beauté, 2017), o “desejo” (Désir, 2020). No último deles (Graal, 2022), Sollers revisita as memórias mitológicas do reino da Atlântida, em que os segredos são “ciosamente guardados”, ao contrário da nossa “pós-modernidade de indiscrição generalizada”.
São ecos de um livro razoalmente autobiográfico, habitado por um contagiante humor (Agent Secret, 2021), como se Sollers assumisse a máscara de um James Bond acrobático, ainda mais insolente que o original. Em nome do pudor, aí encontramos já a metódica exumação do nosso mal viver: “A discrição é, na verdade, qualquer coisa de delicioso, oposto a tudo aquilo que invadiu o espaço humano, agora dedicado ao jornalismo absoluto em que tudo é, por definição, indiscreto. Com a chegada da Internet, vivemos numa sociedade de indiscrição generalizada.”

sexta-feira, fevereiro 18, 2022

Isto não é 007

Nobody's perfect...

Jessica Chastain lidera um elenco apostado em refazer James Bond em tom “feminino”: não vem daí mal ao mundo, mas a imaginação cinematográfica está longe de ser brilhante — este texto foi publicado no Diário de Notícias (27 janeiro).

O que significa Agentes 355? Digamos que quando um filme nos faz encalhar na “mensagem” do seu título algo vai mal (no original: The 355). Até porque, lá para o meio da acção, vamos deparar com uma cena, dramaticamente dispensável, em que uma das personagens vem explicar que se trata de um epíteto lendário ligado à história da espionagem no feminino…
Eis a eventual chave da questão: a possibilidade de “mudar o sexo” das histórias de espiões. Não exactamente regressando ao esplendor romântico de outros tempos — lembramo-nos, claro, de Greta Garbo em Mata Hari (1931) —, antes apostando numa derivação algo requentada de James Bond, agora com mulheres a defender a humanidade de uma arma (informática, pois claro) capaz de destruir tudo e mais alguma coisa.
Há aqui um daqueles simplismos ideológicos que, atrevo-me a pensar, os feminismos vários que têm proliferado no recente cinema americano teriam interesse em questionar — e nós com eles. A saber: porque é que um banal filme de espionagem com heróis masculinos passa a ser um manifesto artístico (e, nessa medida, um “statement” moral) quando são mulheres a protagonizar a mesma banalidade?
Enfim, esta descrição pessimista não faz justiça à excelência dos talentos envolvidos. A começar por Jessica Chastain, actualmente em destaque em duas ofertas do “streaming”: a mini-série Scenes from a Marriage (HBO) e o filme Jogo da Alta-Roda (Prime Video). Foi ela que, na dupla condição de actriz e produtora, propôs o conceito de uma variação feminina sobre 007 e a série Missão Impossível ao realizador Simon Kinberg, depois de com ele ter rodado X-Men: Fénix Negra (2019). Chastain e as protagonistas inicialmente escolhidas — Penélope Cruz, Marion Cotillard, Fan Bingbing e Lupita Nyong’o — estiveram mesmo na edição de 2018 do Festival de Cannes para promover o projecto de The 355.
Os resultados são reveladores de uma bizarra insensatez. É verdade que, tentando explorar uma lógica “intimista” que ganhou força nos mais recentes títulos de James Bond — com destaque para os que foram dirigidos por Sam Mendes: Skyfall (2012) e Spectre (2015) —, aqui encontramos alguns momentos de sofisticada vibração emocional, sobretudo a cargo de Chastain e Diane Kruger (que, entretanto, substituíra Cotillard). Mas não é menos verdade que a “obrigação” de tudo pontuar com soluções estereotipados de acção física (?) vai diminuindo as singularidades com que, apesar de tudo, as personagens femininas foram concebidas — ainda que, convenhamos, Penélope Cruz não consiga emprestar verosimilhança à sua terapeuta colombiana envolvida numa operação da CIA…
Nos momentos mais felizes, Agentes 355 faz lembrar um certo misto de drama e ironia que marcou alguns notáveis filmes de espiões feitos há cerca de meio século — penso, por exemplo, em Os Três Dias do Condor (1975), de Sydney Pollack. É pena que o projecto se vá refugiando num estilo convencional que Simon Kinberg aplica com a eficácia de um tarefeiro sem imaginação. Como se prova, é um risco confiar nos homens.

terça-feira, outubro 26, 2021

Billie Eilish em tom austero

... apenas com as teclas a cargo de Finneas. E, claro, toda a mágoa da voz de Billie Eilish. Eis a canção de 007: Sem Tempo para Morrer, agora na sua mais austera (porventura mais bela) performance — aconteceu no festival da revista The New Yorker.

segunda-feira, outubro 18, 2021

James Bond
— a morte fica-lhe tão bem

Lashana Lynch e Daniel Craig

Adiado várias vezes devido à pandemia, 007: Sem Tempo para Morrer o 25º oficial de James Bond está nas salas escuras: Daniel Craig despede-se da personagem em tom de requiem — este texto foi publicado no Diário de Notícias (30 setembro).

Neste nosso pobre mundo narrativo, a própria noção de mito foi instrumentalizada, não poucas vezes reduzindo o espectáculo a uma pornografia de excessos visuais. Em cinema, as novas gerações estão mesmo a ser mesmo ensinadas (não pela crítica de cinema, já agora) a conceber o mito como banal acumulação de efeitos especiais: quanto mais cidades destruídas, mais “mitológicos” são os super-heróis… Uma tristeza, enfim. Em qualquer caso, ainda nos resta James Bond. Com filmes melhores ou piores, o agente secreto ao serviço de Sua Majestade Britânica persiste como personagem visceral do nosso imaginário da aventura. Por isso mesmo, aguardámos com expectativa a estreia do 25º título oficial da saga. Inicialmente agendado para abril de 2020, várias vezes adiado devido à pandemia, aí está 007: Sem Tempo para Morrer.
O mito, convém lembrar, não nasce necessariamente de factos artificiosos que se “sobrepõem” aos cenários da nossa realidade. Não é um efeito especial, mas sim uma narrativa. O seu poder é tanto mais envolvente quanto, quase sempre, o mito lida com os limites da própria vida, quer dizer, a permanente e enigmática possibilidade da morte.
Assim é o novo Bond, quinto e último protagonizado por Daniel Craig. O título português nasce, aliás, de um equívoco de interpretação da própria lógica da acção: não se trata de sugerir que o herói vive “sem tempo para morrer”, mas sim de sublinhar que “este não é o tempo de morrer”.

Requiem por 007

Digamos que o tempo da ironia já passou. Lembremos, a esse propósito, um momento exemplar de Dr. No/Agente Secreto 007 (1962), primeiro filme da série, obviamente com Sean Connery. Nele encontramos uma linha de diálogo que define todo um entendimento frívolo da morte, a ponto de atrair um perverso gosto caricatural; assim, a certa altura, os maus da fita perseguem Bond num carro funerário, conseguindo ele que se despistem e caiam num precipício; quando alguém lhe pergunta como é que tudo aquilo acontecera, Bond esclarece, com desconcertante objectividade: “Creio que iam a caminho de um funeral.”
Desta vez, não se trata exactamente de um funeral, mas de um requiem. Porquê? Porque Bond reaparece a viver uma frágil utopia romântica, a ponto de a sigla 007 pertencer agora à agente Nomi (Lashana Lynch). No esplendoroso cenário de Matera, no sul de Itália, a sua relação com Madeleine (Léa Seydoux), vinda do anterior Spectre (2015), parece já não pertencer ao universo Bond. É certo que, tal como Madeleine observa, ele mantém o tique de olhar constantemente por cima do ombro à procura de algo ou alguém ameaçador… Mas o tom é, por assim dizer, pós-Bond: como se fossemos assistir à crónica íntima de uma serena reforma.
Não será assim, claro. Até porque, desde muito cedo, o filme nos recorda que há labirintos por conhecer e percorrer. “Porque é que eu haveria de te trair?”, pergunta Madeleine, ao que Bond responde com a secura que, nele, é uma espécie de assinatura emocional: “Todos temos segredos. Só que ainda não chegámos aos teus.”
Na prática, 007: Sem Tempo para Morrer vai contrariando a placidez dos primeiros momentos, fazendo regressar o arqui-inimigo Blofeld (Christoph Waltz), também presente em Spectre, complementando-o com Lyustsifer Safin (Rami Malek), cérebro purista que, à maneira dos “pequenos homens” que Bond identifica na história da humanidade, tenta impor o paraíso através do triunfo do inferno. Convenhamos que, no plano narrativo, a tragédia que se pressente teria ganho se o filme realizado por Cary Joji Fukunaga tivesse arriscado mais na tensão psicológica, mostrando alguma contenção no habitual “caderno de encargos” do fogo de artifício da acção física.

Bond e as crianças

Dito isto, importa reconhecer que o confronto inicial, em Matera, entra para a galeria das melhores cenas de perseguição do universo Bond, ao mesmo tempo que, infelizmente, o essencial protagonismo de Safin se apresenta claramente prejudicado pelo desaparecimento da personagem durante todo bloco central do filme (além de que a interpretação “robotizada” de Malek não parece ser a solução mais interessante para a personagem).
Fica esse magma simbólico da morte que o filme vai preservando como potencial narrativa trágica. Não faltará, por certo, quem detecte nos “nano-robots” do programa genético de Safin — susceptíveis de contaminar os corpos humanos, demonizando todos os contactos de uma pele com outra pele — uma bizarra premonição do Covid-19… Sem qualquer fundamento, como é óbvio.
Seja como for, o que realmente nunca tínhamos visto no universo Bond são as personagens infantis. Sem qualquer decorativismo, entenda-se: Madeleine na excelente cena inicial, defendendo-se do ataque de Safin e tentando proteger a mãe alcoólica; mais tarde, a filha da própria Madeleine, agarrada à sua boneca de malha, tal como a mãe ameaçada por Safin. Uma e outra são personagens estranhas ao imaginário das histórias de espionagem protagonizadas por qualquer encarnação de 007, em qualquer época. Definem um horizonte afectivo capaz de justificar o enfrentamento da morte. Estranhos tempos, Mr. Bond — seja bem-vindo.

domingo, outubro 17, 2021

SOUND + VISION na FNAC
— James Bond & etc.

Sábado, dia 16, ao fim da tarde, estivemos na FNAC/Chiado: Bond, James Bond foi o tema central — não apenas o recente 007: Sem Tempo para Morrer, mas algumas memórias, filmes e canções de uma saga que começou em 1962, com Dr. No/Agente Secreto 007. E também outras marcas cinematográficas da vida e morte dos espiões. Aqui ficam algumas imagens e sons dessa sessão, lembrando a próxima:

SOUND+VISION Magazine
O regresso dos Beatles
FNAC/Chiado, 20 novembro 2021 (18h30)

>>> Goldfinger (1964), Shirley Bassey.
 

>>> A View to a Kill (1985), Duran Duran.
 

>>> The Conversation/O Vigilante (1974), Francis Ford Coppola.

sábado, outubro 16, 2021

007, sob o signo da Guerra Fria

007 - Ordem para Matar (1963)

Nos livros de Ian Fleming e em várias aventuras do Agente Secreto 007, a Guerra Fria funcionou como um fundamental pano de fundo geopolítico e dramático — este texto foi publicado no Diário de Notícias (26 setembro).

Agora que se fecha o ciclo Daniel Craig, vale a pena lembrar que, muito antes do seu “reinado”, depois do lançamento de 007 -Licença para Matar, no verão de 1989, os filmes de James Bond tiveram o maior interregno de sempre. Assim, decorreram mais de seis anos até que, em novembro de 1995, surgisse GoldenEye.
Dois factores terão contribuído para essa espera invulgarmente longa — afinal de contas, Sean Connery protagonizara os primeiros cinco filmes de Bond entre 1962 e 1967. O primeiro desses factores foi a substituição do intérprete de 007: depois de apenas dois filmes, Timothy Dalton cedeu o lugar a Pierce Brosnan. O segundo factor envolvia a geopolítica: o fim da Guerra Fria, “sinalizado” pela Queda do Muro de Berlim, a 9 novembro 1989, dissipou o próprio pano de fundo dramático que alimentava as aventuras de Bond.
A estreia de Bond nas salas de cinema — em 1962, com Dr. No/Agente Secreto 007 — ocorrera cerca de um ano depois do início da construção do Muro de Berlim. A divisão do mundo em dois blocos dominados por EUA e URSS estabeleceu essa “Cortina de Ferro” que muitos filmes da época começaram de imediato a reflectir. Para nos ficarmos pelos exemplos mais directos, e também mais interessantes, lembremos duas referências clássicas: O Espião que Saíu do Frio (1965), de Martin Ritt, tendo como base o romance de John le Carré [capa], e o “thriller” Cortina Rasgada (1966), de Alfred Hitchcock, com o par Paul Newman/Julie Andrews.
Claro que os filmes de James Bond nunca foram crónicas políticas “sobre” a Guerra Fria, quanto mais não seja porque os seus assumidos artifícios dispensam qualquer abordagem realista dos respectivos conflitos. Mas é um facto que os romances de Ian Fleming foram coleccionando sinais e sintomas das tensões Este/Oeste que os filmes integraram, não necessariamente de modo linear.
Lembremos o exemplo da organização criminosa SPECTRE, obviamente apelando a alguns paralelismos simbólicos com o KGB: surge logo no filme Dr. No, baseado no romance homónimo de 1958; o certo é que Fleming apenas a introduziu em Thunderball, lançado em 1961 (e adaptado ao cinema em 1965). Isto sem esquecer, claro, que um dos seus romances tem o título irónico de From Russia with Love (à letra: “Da Rússia, com Amor”) — publicado em 1957, seria filmado em 1963 (entre nós estreado como 007 - Ordem para Matar).
Seja como for, o súbito impasse dos filmes de 007 em finais da década de 80 não poderá ser “racionalizado” através dessa decomposição da sua conjuntura política original. Acontece que a própria paisagem cinematográfica, tanto em termos industriais como comerciais, estava dominada por produtos bem diferentes. 1989 é, de facto, o ano de lançamento do brilhante Batman, de Tim Burton, filme que para o melhor e, sobretudo, para o pior deu origem à “nova era” dos super-heróis. E é também o ano de Indiana Jones e a Grande Cruzada, de Steven Spielberg, em que o aventureiro interpretado por Harrison Ford voltava a reunir-se com o seu pai [poster]. O intérprete do pai transportava memórias de outras aventuras. O seu nome? Sean Connery.

* Bond, James Bond
— SOUND + VISION Magazine, FNAC [hoje]

No sábado, dia 16, ao fim da tarde, estaremos na FNAC/Chiado.
A estreia do novo filme de James Bond, quinto e último com Daniel Craig, serve de ponto de partida para uma viagem pelo mundo de 007, sem esquecer algumas variações centradas em espiões, espionagem e outros aventuras cinematográficas — e música, claro.

* FNAC/Chiado
> 16 de outubro de 2021, 18h30

quarta-feira, junho 12, 2019

O novo fundamentalismo narrativo

Ursula Andress, DR. NO (1962)
Construir uma narrativa não é fazer uma lista de personagens com “bom comportamento”. A propósito de James Bond ou Martin Luther King, importa perguntar o que é isso de contar uma história — este texto foi publicado no Diário de Notícias (8 Junho), com o título 'Memórias das Caraíbas'.

Para várias gerações de espectadores, Honey Ryder foi um símbolo cândido da beleza feminina. A sua imagem que adquiriu estatuto de ícone universal está no filme Dr. No (1962), o primeiro de James Bond, entre nós intitulado Agente Secreto 007.
Interpretada pela actriz suíça Ursula Andress, Honey Ryder — bikini branco, duas conchas nas mãos, uma faca à cintura — era uma aparição nas águas das Caraíbas. Perante o olhar de Bond (Sean Connery), ela perguntava-lhe: “Que faz aqui? Anda à procura de conchas?” Ao que ele respondia: “Não, estou apenas a olhar”. Sem esquecer que a ironia erótica passa, no inglês original, pelo facto de os verbos “procurar” e “olhar” envolverem a mesma palavra de raiz (“looking for shells”, diz ela; “just looking”, responde ele).
Passado mais de meio século, há sinais de um crescente policiamento moral das relações entre homens e mulheres. Nada a ver, entenda-se, com a defesa intransigente de todas as formas de igualdade social entre géneros, a começar pelo fundamental plano financeiro. Nada que ponha em causa, sublinhe-se também, a veemente condenação de todas as formas de violência contra mulheres e, em particular, a necessidade de denunciar a estupidez machista que se imiscuiu em muitas matrizes narrativas, sobretudo através de modelos enraizados na “reality TV” (dentro e fora do espaço televisivo).
Acontece que continuamos a assistir à instalação de dispositivos de “normalização” figurativa e narrativa. Por vezes, o trabalho da ficção (em especial no cinema) é avaliado como uma ilustração de regras de “bom comportamento”... É provável que os actuais criativos de James Bond evitassem até escrever diálogos de tão festiva ambivalência como os da referida cena de Dr. No.
Tal possibilidade está longe de ser meramente especulativa. Há dias, foi noticiado o facto de a equipa de argumentistas do 25º título oficial do agente secreto 007 (a estrear em Abril de 2020) ter integrado a inglesa Phoebe Waller-Bridge. Ela própria se encarregou de atribuir especial pertinência simbólica à sua contratação, considerando-a “absolutamente relevante agora”, acrescentando que o novo filme deverá “tratar as mulheres adequadamente”, mesmo que o próprio Bond não o faça (declarações ao site Deadline, publicadas a 31 de Maio).
Há neste modelo de pensamento uma pequenez existencial que importa enfrentar. E não porque se trate de um problema “de mulheres”. Para que se compreenda que não é uma questão de géneros que está em causa, recordo um episódio de 2015, sintomático do mesmo simplismo ideológico, protagonizado pelo actor inglês David Oyelowo.
Na sequência do anúncio das nomeações para os Oscars desse ano, Oyelowo comentou o facto de não ter sido nomeado pelo sua interpretação de Martin Luther King no filme Selma (sobre a luta pelo direito de voto dos afro-americanos na América de 1965). Tal ausência foi, para ele, motivo de “incómodo” porque King é “um dos seres humanos mais significativos na vida americana” (The Guardian, 30-01-2015). Oyelowo confundia a eventual consistência artística do seu trabalho com a grandeza humana da sua personagem, sendo incapaz de conceber que se possa ter o mais radical respeito pela personagem e considerar o filme um objecto cinematograficamente banal (é, aliás, a minha opinião).
Triunfa, assim, um determinismo moral que se fundamenta numa triste ignorância das especificidades da narrativa, de qualquer narrativa. No limite, encurrala-se qualquer reflexão sobre as artes narrativas na avaliação da “justeza” das respectivas personagens.
Escusado será dizer que esse medo de lidar com as contradições do factor humano levaria (será que levará?...) a rasurar de qualquer vivência cultural tanto a obra de David Lynch como os escritos de um velho e decadente perverso polimorfo chamado William Shakespeare. A hipótese parece caricatural, mas está a ser formulada, implícita ou explicitamente, pelo novo fundamentalismo narrativo.
Phoebe Waller-Bridge vai ser a segunda mulher a trabalhar em argumentos de James Bond. No meio de tanto barulho por nada, será que ela sabe que a primeira, Johanna Harwood, se estreou, precisamente, em Dr. No? Podemos até supor que Honey Ryder foi uma personagem desenvolvida por ela (a partir do romance de Ian Fleming). Será que isso nos obriga a algum ritual de purificação?

sexta-feira, março 25, 2016

"Spectre" em Blu-ray

Tempos houve em que as edições em DVD e, em particular, em Blu-ray se apresentavam, por regra, com uma variedade imensa de extras — a promoção falava mesmo em muitas horas e discos complementares de extras. Isso passou a ser a excepção. E mesmo a edição em Blu-ray de 007 Spectre chega ao mercado com uma modesta meia hora de conteúdos adicionais. Dito isto, importa valorizar o que é proposto: um documentário sobre a execução do fantástico plano de abertura [video] do filme, mostrando em particular os bastidores em que os 1500 figurantes foram vestidos e maquilhados. E deixando uma simpática mensagem de Sam Mendes: em tudo o que podia ser encenado fisicamente, ele dispensou os artifícios digitais. 

segunda-feira, dezembro 28, 2015

007 por... Radiohead!

Pelos vistos, Writing's on the Wall, por Sam Smith, canção-tema da mais recente aventura de James Bond, Spectre, teve concorrência séria. De quem? Dos Radiohead. Como prenda natalícia, a banda de Thom Yorke divulgou o seu Spectre, rejeitado pela produção do filme — com estes votos: "Feliz Natal. Que a força esteja convosco."

sexta-feira, novembro 06, 2015

A "marca" autoral de Sam Mendes
no universo de James Bond


Escrevo hoje sobre o novo Spectre na Máquina de Escrever, onde digo:

Ficaremos a perder se Sam Mendes não der o dito por não dito. E a verdade é que, depois de uma estreia convincente em Casino Royale e de um tropeção (afinal inconsequente) em Quantum of Solace, foi ao encontrar Sam Mendes na cadeira de realização que o James Bond vestido por Daniel Craig alcançou a sua dimensão maior, criando mesmo um novo paradigma para a série, definindo caminhos de diálogo entre todas as suas heranças e um presente no qual o agente 007 continua a viver. Estreado em 2012 Skyfall foi mesmo o melhor filme de James Bond em muitos anos, representando a continuação de Sam Mendes a bordo deste universo um elemento fulcral para o solidificar, num segundo filme, de tudo o que ali começara a ganhar forma. E agora, ao vermos Spectre, compreendemos a força que este díptico acaba por ter ao garantir a James Bond um seguro de vida que lhe abre largos horizontes pela frente.

Podem ler o texto completo aqui.

segunda-feira, novembro 02, 2015

À espera de James Bond

Sam Mendes e Daniel Craig
— rodagem de Spectre
A chegada ao mercado das salas de um novo filme do agente secreto 007 envolve uma estratégia quase militar — este texto foi publicado no Diário de Notícias (31 Outubro), com o título 'À espera do mais caro filme de sempre'.

O lançamento comercial de um novo filme de James Bond tem qualquer coisa de operação militar, envolvendo um segredo guardado até aos derradeiros momentos. Literalmente: entre nós, Spectre chegará às salas no dia 5 de Novembro, mas apenas terá a respectiva projecção de imprensa no dia 3 (estando em exibição no Reino Unido desde 26 de Outubro; nos EUA surgirá um dia depois de Portugal e de grande parte dos países europeus).
Tal projecção acontecerá envolvida em apertadas medidas de segurança, tendo sido solicitada a cooperação dos representantes da comunicação social no sentido de não usarem telemóveis ou quaisquer outros instrumentos de registo de imagem e som. Mais do que isso: os jornalistas foram alertados para o facto de “durante a exibição do filme estarem presentes na sala seguranças munidos de aparelhos de leitura óptica”.
Estamos a falar, afinal, de um gigantesco investimento susceptível de atrair as mais diversas formas de pirataria que, muito para além da saga do agente secreto 007, têm abalado o mercado dos filmes (em particular no continente asiático). A 15 de Março deste ano, em artigo publicado na Forbes, Benjamin Moore escrevia mesmo que a revista estava em condições de garantir que o orçamento de Spectre chegaria aos 350 milhões de dólares, tornando-o, muito provavelmente, o mais caro filme de sempre.
No contexto da economia global do cinema, isto significa que, para ser um genuíno sucesso, Spectre terá de acumular receitas astronómicas, já que, além do também enorme investimento na promoção, convém não esquecer que, em média, uns bons 50 por cento daquelas receitas ficam com os exibidores (e não vão para os produtores). Para termos uma noção desta cruel matemática, lembremos o lançamento, em 2013, pelos estúdios Disney, de O Mascarilha, com Johnny Depp. O filme conseguiu uma bilheteira global de 260 milhões (89 nos EUA), para um custo de produção de 215 millhões... Um resultado, apesar de tudo, razoável? Nada disso: é mesmo considerado um dos maiores flops de toda a história da casa do rato Mickey.
Uma coisa é certa: o realizador Sam Mendes pôde contar com meios absolutamente fora de série para concretizar Spectre, numa rodagem que passou por cenários do México, Marrocos, Itália e Áustria, para desembocar nos lendários estúdios de Pinewood, a cerca de 30 km do centro de Londres.
Curiosamente, e para além das qualidades que tiver para mostrar, o novo filme surge enquadrado por um espírito de fim de ciclo. Por um lado, porque o intérprete de Bond, Daniel Craig (é a sua quarta presença como 007), tem dado alguns sinais de poder estar a ponderar uma saída da franchise; por outro lado, porque Mendes, responsável também pelo anterior Skyfall (2012), já declarou que não fará mais nenhum Bond... Sintomaticamente ou não, a canção-tema (Writing’s on the Wall, interpretada por Sam Smith) possui um interessante e inesperado tom dramático, algo fúnebre.

sexta-feira, setembro 25, 2015

007 cantado por Sam Smith

O mínimo que se pode dizer da canção do novo filme do agente secreto 007 é que a sua revelação imediatamente gerou um forum global de prós & contras que, mesmo quando atrai confrontos pouco ou nada musicais, é bem revelador do poder simbólico da marca James Bond. Interpretada por Sam Smith (também autor, em aliança com Jimmy Napes), chama-se Writing's on the Wall — a estreia de Spectre ocorrerá a 26 de Outubro, em Londres; em Portugal, estará nos cinemas a 5 de Novembro.

sábado, março 28, 2015

Bond 24: o primeiro trailer

Será que James Bond vai ser liberto da obrigação de se confundir com um super-herói resgatado da BD, sustentado por efeitos especiais mais ou menos aparatosos e redundantes? A pergunta justifica-se em função das suas mais recentes proezas, incluindo o vistoso e monótono Skyfall (2012), assinado pelo talentoso Sam Mendes, obviamente reduzido a uma função meramente instrumental.
Mendes, precisamente, está de volta na realização de Spectre, 24º título oficial da saga cinematográfica de 007, quarto protagonizado por Daniel Craig. E o primeiro trailer (ou teaser-trailer, de acordo com a terminologia do marketing) surgiu na noite de 27 de Março, produzindo um desconcertante e interessante efeito de surpresa: a história de Spectre surge promovida, não através de uma acção "física" mais ou menos agitada, antes através de um curioso sublinhado das suas componentes dramáticas — a estreia mundial está agendada para 6 de Novembro.

sexta-feira, janeiro 11, 2013

Oscares: os nomeados... e os outros

Pois... “É aquela altura do ano outra vez”, como tão bem o diz o Eurico de Barros na coluna que hoje assina no DN. Chegaram as nomeações dos Oscares e, a dias dos Globos de Ouro e a meio da temporada das distinções das dezenas de associações de críticos e das várias ligas, guildas e “ajuntamentos” profissionais, lá se fazem as notícias somando números, favoritismos e por aí adiante. Poucas semanas depois das listas dos melhores do ano surgem assim outras listas, nem sempre de melhores, mas daqueles de quem se vai falar por conta de uma gala que, ao contrário do que os Grammys gostariam de fazer com os discos, de facto vende globalmente bilhetes nas salas de cinema pelas salas de todo o mundo.

Feitas as contas aos nomeados para os Oscares em 2013 eis que surge Lincoln, de Steven Spielberg na frente. Um filme falado, que nos coloca nos bastidores da votação de uma emenda à constituição americana que deixou o presidente na história pelo facto de ter sido ele o rosto da abolição da escravatura nos EUA. Um filme com ressonâncias evidentes entre aquele e o nosso tempo, particularmente num momento em que um afro-americano ocupa agora a Casa Branca e se prepara para tomar posse para um segundo mandato. Às 12 nomeações de Lincoln seguem-se, na aritmética dourada dos Oscares os 11 que recolheu A Vida de Pi, adaptação garrida de Ang Lee do livro homónimo de Yann Martel. Com oito surge Guia Para Um Final Feliz, recentemente estreado entre nós. E, com sete, uma visão chuva de estrelas de Les Miserables e o bem interessante Argo, de Ben Affleck, outro dos grandes filmes políticos do ano.

Mas ao contrário do que tem sido a norma nos últimos anos (e 2012 foi um pasto desértico e entediante de nomeações e vitórias já esperadas), as nomeações para este ano trouxeram surpresas. Uma delas na forma das cinco nomeações para Amor, de Michael Hanecke (Filme, Realizador, Argumento Original, Atriz e Filme em Língua Estrangeira), que para ser coisa mesmo justa deveria ainda ter somado uma sexta para melhor ator. A outra na expressão algo inesperada (mas justíssima) de Beasts of The Southern Wild, de Benh Zeitlin, uma das mais claras evidências do potencial da “escola” Sundance, que soma quatro merecidas nomeações (Filme, Realizador, Argumento Adaptado e Atriz, aqui fazendo da pequena Quvenzhané Wallis a mais jovem de sempre nesta categoria). Falta aqui a nomeação de Zeiltin para banda sonora, que co-assina com Dan Romer. Houve já quem notasse a reduzida representação de O Mestre, de Paul Thomas Anderson ou Django Libertado de Quentin Tarantino. Mais gritante sendo ainda a ausência de Kathryn Bigelow entre os cinco realizadores nomeados com 00.30 Hora Negra (quase certa sendo contudo a vitória de Jessica Chastain como melhor atriz). E, com Skyfall, Adele deverá levar o primeiro Oscar para a já longa e ilustre galeria de Bond Songs. Mas, aqui, será que ninguém escutou a magnífica canção que Neil Hannon escreveu para Kylie Minogue em Holy Motors?

Nem vale a pena fazer o deve e haver dos que ficaram de fora. Muitos dos grandes filmes que vimos em 2012 não passam por aqui (alguns já estavam de fora do intervalo de tempo e deviam ter surgido já no ano passado). Muito so bom cinema (elegível para este ano) que iremos ver não passa por aqui. Mas ninguém esperaria que passasse... Agora, é esperar pela madrugada do costume...

Podem ver aqui a lista completa das nomeações.

segunda-feira, dezembro 10, 2012

Imagens de 2012 (1)


Em tempo de balanços, está na hora de revisitar figuras e imagens que marcaram o ano. E começamos com uma imagem que faz um dois em um. Por um lado evoca os Jogos Olímpicos de Londres que, independentemente das cerimónias de abertura e encerramento mais vistosas que realmente interessantes (com o mérito, contudo, de celebrar o legado da cultura pop), foi um dos acontecimentos do ano, inclusivamente no plano artístico, com uma agenda de concertos complementar à competição desportiva. Por outro, através da figura de Daniel Craig, sublinham-se não só os 50 anos de James Bond no cinema mas também, pelos resultados de Skyfall, um dos melhores momentos dessa mesma aventura. Esta imagem corresponde a um pequeno filme usado durante a cerimónia de abertura dos Jogos, com a rainha Isabel II a ser escoltada pelo agente 007, a caminho do estádio...

terça-feira, dezembro 04, 2012

E o melhor filme de James Bond é...

... Casino Royale! O filme que assinalou a entrada em cena de Daniel Craig como o agente 007 colheu o maior número de votos. Do mesmo ator, o novo Skyfall marca claramente terreno, surgindo em quarto lugar. De resto, Daniel Craig é, pela soma de votos nesta tabela, o mais votado dos James Bond (mas já lá iremos)... Em segundo lugar ficou o clássico de 1964 Goldfinger, seguindo-se em terceiro o filme de despedida de Roger Moore A View To a Kill (1985), a que corresponde a canção com o mesmo título dos Duran Duran, que há semanas foi aqui a mais votada das Bond Songs... Pormenor curioso: o filme On Her Majesties Secret Service (1969), o único com George Lazenby (e também o único com imagens captadas em Portugal), surge em quinto lugar.

Aqui fica a lista da votação final:

1º Casino Royal - 21%
2º Goldfinger - 12%
3º A View To A Kill - 10%
4º Skyfall - 9%
5º On Her Majesties Secret Service - 8%
6º The Spy Who Loved Me - 5%
7º Dr No - 3%
8º The Man With The Golden Gun - 3% (*)
9º You Olny Live Twice, Moonraker e Goldeneye - 2%
10º From Russia With Love e Live and Let Die - 1%
11º Octopussy e Licence to Kill - 1% (*)
12º For Your Eyes Only, The Living Daylights, Tomorrow Never Dies, Die Another Day e Quantum of Solace - 0% (**)
13º Diamonds are Forever e The World is Not Enough - 0%

(*) Apesar do arredondamento à unidade, é possível estabelecer uma diferença com o resultado imediatamente acima na tabela.
(**) Apesar dos zero no arredondamento à unidade, estes filmes tiveram votação expressa.

Uma segunda leitura possível destes dados permite verificar que os filmes de Daniel Craig (e até agora foram apenas três), são em conjunto os mais votados, com um total de 49 votos (entre os 156 contados). Seguem-se Sean Connery, com 44 e Roger Moore, com 41. Em quarto encontramos George Lazenby, com 13. E nos últimos lugares, Pierce Brosnan e Timithy Dalton, respetivamente com 5 e 3 votos. Repare-se que esta ordenação é substancialmente diferente da que resultou da votação da semana passada, quando perguntávamos aqui quem foi o melhor Bond. Ganhou então Sean Connery.


segunda-feira, novembro 26, 2012

Qual foi o melhor filme de James Bond?


Depois de termos aqui colocado a votos a melhor canção e também o melhor ator ao serviço do papel do agente 007, esta semana completamos o trio de “consultas” aos leitores do Sound + Vision perguntando qual foi o melhor dos filmes (do cânone) James Bond estreados nestes 50 anos de vida do espião no grande ecrã. As respostas, como sempre, podem ser dadas na barra lateral do blogue.

1962. Dr. No
1963. From Russia With Love
1964. Goldfinger
1965. Thunderball 
1967. You Only Live Twice
1969. On Her Majesties Secret Service
1971. Diamonds Are Forever
1973. Live and Let Die
1974. The Man With The Golden Gun 
1977. The Spy Who Loved Me
1979. Moonraker
1981. For Your Eyes Only
1983. Octopussy  1985. A View To A Kill
1987. The Living Daylights
1989. Licence To Kill
1995. Goldeneye
1997. Tomorrow Never Dies
1999. The World Is Not Enough
2002. Die Another Day
2006. Casino Royale
2008. Quantum of Solace
2012. Skyfall

domingo, novembro 25, 2012

E o melhor James Bond é...


... Sean Connery. A votação foi expressiva e não deixou margem para dúvidas, destacando assim o ator que deu pela primeira vez vida ao agente 007 no grande ecrã. Curiosamente, o segundo classificado foi Daniel Craig, o Bond em funções, classificação que não só dá conta de uma relação geracional com o presente, como pode sublinhar ainda que, pelos vistos, a série está neste momento “bem entregue”. Roger Moore, que detém o recorde de participações (sete), ficou em terceiro lugar (Sean Conney tem na verdade um sétimo filme como James Bond – Never Say Never Again, de 1983 – mas foi de produção exterior ao “cânone”). Em quarto surge lugar, Pierce Brosnan. E a fechar a tabela, o Bond de um filme só George Lazenby conseguiu mesmo assim ultrapassar Timothy Dalton, o 007 de uma etapa de crise para a série, em finais dos anos 80.


1º – Sean Connery – 45%

2º - Daniel Craig – 23%

3º - Roger Moore – 13%

4º - Pierce Brosnan – 11%

5º - George Lazenby – 3%

6º - Timothy Dalton – 2%

segunda-feira, novembro 19, 2012

Qual foi o melhor James Bond?


Já aqui perguntámos aos leitores do Sound + Vision qual era a sua ‘Bond song’ de eleição. Em breve vamos pedir-vos que nos escolham o melhor filme da série (estamos a dar tempo para que possam ver 007 Skyfall). Mas hoje lançamos outra pergunta James Bond. Desde 1962 – e nos filmes oficiais da série – qual foi o melhor ator a vestir a pele do agente 007? As respostas, como sempre, podem ser dadas na coluna lateral do blogue.

Sean Connery (1962-1971) – 6 filmes

George Lazenby (1969) – 1 filme

Roger Moore (1973-1985) – 7 filmes

Timothy Dalton (1987-1989) – 2 filmes

Pierce Brosnan (1995-2002) – 4 filmes

Daniel Craig (desde 2006) – 3 filmes