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sexta-feira, novembro 27, 2015
Ver + ler + ouvir:
Ra Ra Riot + Rostam, Water
Os Ra Ra Riot estão de regresso e, neste cartão de visita para um novo álbum contam com a colaboração de Rostam Batmanglij, dos Vampire Weekend. A canção está todavia bem longe dos caminhos do projeto paralelo Discovery que, há uns anos, juntou Rostam ao vocalista dos Ra Ra Riot.
Novas edições: Baio
“The Names”
Glassnote
4 / 5
Longe dos ritmos de outras eras – nos sessentas lançavam-se muitas vezes dois álbuns por ano, nos setentas e oitentas o ritmo abrandou, mas manteve-se habitualmente coisa anual – os ciclos de vida dos discos fazem com que as longas temporadas de estrada e pausa afastem frequentemente por dois ou três anos entre si a edição de muitos álbuns de estúdio. E com os Vampire Weekend em pousio desde o lançamento do belíssimo Modern Vampires of The City, que os confirmou como uma das mais inspiradas bandas nova-ioquinas dos últimos dez anos, nada como estarmos atentos ao que, em nome próprio, ou entre colaborações, os seus elementos nos vão mostrando. Já encontramos o vocalista Ezra Koenig em várias parcerias, assim como vimos Rostam Batmangilj na pele de produtor ou até mesmo a dividir com Wesley Miles (dos Ra Ra Riot) a breve (mas bem estimulante) vida do projeto paralelo Discovery. Chris Baio, o baixsta do quarteto, tinha já editado alguns EPs em nome próprio. Mas é agora, com o álbum The Names que assinala a sua estreia a solo com um corpo de composições de maior fôlego.
Convém talvez lembrar que as vivências musicais de Chris Baio não se cingem ao universo revelado nos Vampire Weekend e que, antes de ter encontrado a banda entre colegas da Columbia University (onde estudou russo e matemática) tinha já integrado outras bandas e, sobretudo, trabalhado como DJ, apresentando-se como Baio. E foi por aí que começou a desenhar a sua discografia a solo em primeiros EPs editados em 2012 e 2013 onde deixava clara essa vontade em retomar uma relação mais próxima com a música de dança, terreno pouco evidente no universo Vampire Weekend.
Três anos depois dos “primeiros sintomas” revelados em Sunburn, a sua música encaminhou-se para os domínios da canção, mantendo as ferramentas electrónicas numa linha da frente do protagonismo instrumental, embora ensaiando ideias de uma pop mais luminosa, sem necessariamente procurar as soluções mais habituais nas suas experiências de música de dança. The Names é assim um ensaio de uma pop na verdade mais reflexiva que fisicamente expansiva, revelando sobretudo um gosto pela procura de uma assinatura de autor na procura dos sons e no cuidado da sua arrumação. É um disco de canções que escapam a modas e fórmulas, mas que revelam um ecletismo de quem somou experiências e vivências e agora procura entre elas fazer nascer uma voz própria. Há luzes e cores por aqui, uma voz que e molda às canções e que, mesmo sem ser coisa imponente ou nitidamente característica, encontra uma identidade no diálogo cuidado que estabelece entre a composição, a instrumentação e a produção. A leste dos ditados do hype indie e sem preocupações em seguir os sabores do momento em quaisquer outros domínios, e sem procurar uma caução nos Vampire Weekend (mas mantendo o sentido doce e leve da sua música), Baio faz deste The Names uma bela surpresa.
Glassnote
4 / 5
Longe dos ritmos de outras eras – nos sessentas lançavam-se muitas vezes dois álbuns por ano, nos setentas e oitentas o ritmo abrandou, mas manteve-se habitualmente coisa anual – os ciclos de vida dos discos fazem com que as longas temporadas de estrada e pausa afastem frequentemente por dois ou três anos entre si a edição de muitos álbuns de estúdio. E com os Vampire Weekend em pousio desde o lançamento do belíssimo Modern Vampires of The City, que os confirmou como uma das mais inspiradas bandas nova-ioquinas dos últimos dez anos, nada como estarmos atentos ao que, em nome próprio, ou entre colaborações, os seus elementos nos vão mostrando. Já encontramos o vocalista Ezra Koenig em várias parcerias, assim como vimos Rostam Batmangilj na pele de produtor ou até mesmo a dividir com Wesley Miles (dos Ra Ra Riot) a breve (mas bem estimulante) vida do projeto paralelo Discovery. Chris Baio, o baixsta do quarteto, tinha já editado alguns EPs em nome próprio. Mas é agora, com o álbum The Names que assinala a sua estreia a solo com um corpo de composições de maior fôlego.
Convém talvez lembrar que as vivências musicais de Chris Baio não se cingem ao universo revelado nos Vampire Weekend e que, antes de ter encontrado a banda entre colegas da Columbia University (onde estudou russo e matemática) tinha já integrado outras bandas e, sobretudo, trabalhado como DJ, apresentando-se como Baio. E foi por aí que começou a desenhar a sua discografia a solo em primeiros EPs editados em 2012 e 2013 onde deixava clara essa vontade em retomar uma relação mais próxima com a música de dança, terreno pouco evidente no universo Vampire Weekend.
Três anos depois dos “primeiros sintomas” revelados em Sunburn, a sua música encaminhou-se para os domínios da canção, mantendo as ferramentas electrónicas numa linha da frente do protagonismo instrumental, embora ensaiando ideias de uma pop mais luminosa, sem necessariamente procurar as soluções mais habituais nas suas experiências de música de dança. The Names é assim um ensaio de uma pop na verdade mais reflexiva que fisicamente expansiva, revelando sobretudo um gosto pela procura de uma assinatura de autor na procura dos sons e no cuidado da sua arrumação. É um disco de canções que escapam a modas e fórmulas, mas que revelam um ecletismo de quem somou experiências e vivências e agora procura entre elas fazer nascer uma voz própria. Há luzes e cores por aqui, uma voz que e molda às canções e que, mesmo sem ser coisa imponente ou nitidamente característica, encontra uma identidade no diálogo cuidado que estabelece entre a composição, a instrumentação e a produção. A leste dos ditados do hype indie e sem preocupações em seguir os sabores do momento em quaisquer outros domínios, e sem procurar uma caução nos Vampire Weekend (mas mantendo o sentido doce e leve da sua música), Baio faz deste The Names uma bela surpresa.
terça-feira, novembro 18, 2014
Ver + ouvir:
The Very Best, Hear Me
Depois de uma colaboração inesquecível com Ezra Koenig em Warm Heat of Africa, os The Very Best voltam a assinar uma parceria com um elemento dos Vampire Weekend. E desta vez apresentam-se ao lado de Chris Baio.
quinta-feira, setembro 11, 2014
Para ouvir: música de Rostam Batmanglij
para uma nova produção de teatro
Rostam Batmanglij, um dos elementos dos Vampire Weekend, criou Upper West Side, 1982, música para This is Our Youth, uma nova produção teatral da Steppenwolf. A peça, de Kenneth Lonergan, conta no elenco com Michael Cera, Tavi Gevinson, e Kieran Culkin.
Podem escutar a música aqui, via Pitchfork.
Podem escutar a música aqui, via Pitchfork.
quinta-feira, janeiro 02, 2014
Para ouvir:
Vampire Weekend, Step (remix)
Uma nova abordagem a um dos temas do álbum de 2013 Modern Vampires of The City, numa remistura que contra com novas contribuições de Danny Brown, Heems, e Despot. Diálogos nova iorquinos, entre as culturas pop e hip hop.
Podem ouvir aqui, via Pitchfork.
Podem ouvir aqui, via Pitchfork.
sábado, dezembro 28, 2013
As canções de 2013:
Major Lazer feat. Ezra Koenig, Jessica
Em 2012 tinha chegado um promissor aperitivo do que poderíamos esperar de um novo álbum do projeto de Diplo. O disco confirmou. E entre o alinhamento destacou-se esta expressão da cultura dub sob uma colaboração do vocalista dos Vampire Weekend.
quarta-feira, dezembro 11, 2013
As canções de 2013:
Vampire Weekend, Hey Ya!
Um dos temas do álbum Modern Vampires of The City, este Hey Ya surgiu apresentado por um dos mais belos lyric videos deste ano. A canção é um bom exemplo do espaço de maturidade a que chegou a música dos Vampire Weekend.
terça-feira, novembro 05, 2013
Um vampiro (a solo) em paralelo
Chris Baio, um dos quatro elementos dos Vampire Weekend tem desenvolvido um projeto em paralelo ao qual chamou simplesmente Baio. Este Mira é o mais recente single que editou, agora contando com um teledisco.
quarta-feira, outubro 23, 2013
Em paralelo aos Vampire Weekend
Chris Baio, o baixista dos Vampire Weekend, está a desenvolver um projeto em paralelo ao do grupo com o qual acabou de editar um terceiro álbum. No próximo dia 28 vai editar, sob a designação Baio, iMira EP. Aqui fica, para escuta, Welterweight, um dos temas do alinhamento deste disco.
sexta-feira, agosto 09, 2013
Álbuns para ouvir em dias quentes (4)
Discos para ouvir em tempo de Verão... Este texto integra a série 'Para ouvir na praia', que por estes dias tem sido publicada no DN.
Ouvi-os pela primeira vez na Internet, em 2007... Entravam em cena os quatro, a bordo de um pequeno barco com a cidade de Nova Iorque pelo fundo, apresentando Mansard Roof, uma canção fresca, luminosa, ritmada e com teclados com sabor a ferro velho... Era um ponto de partida, mas sugeria um caminho. E a verdade é que, cinco anos passados (e poucos dias volvidos sobre um espantoso concerto no Optimus Alive), os Vampire Weekend deixaram de ser promessa para se afirmarem como uma das mais firmes certezas do panorama pop/rock do nosso tempo.
Mas regressemos hoje ao seu álbum de estreia (até porque o novo, e belíssimo, Modern Vampires of The City, é mais coisa urbana e, talvez, noturna). Editado em março de 2008, Vampire Weekend reforçava o tom luminoso daquela canção que assinalara a descoberta meses antes. O disco cruza uma inteligente e tranquila alma pop com ecos de duas grandes famílias de ideias: por um lado heranças da tradição clássica ocidental por outro a assimilação de ecos de África, de certa forma revisitando ali o modo como músicos como Malcolm McLaren ou Paul Simon (sobretudo este último) o haviam feito em discos que, nos oitentas, ainda antes da euforia world music, tinham transportado o calor africano para as geografias da pop anglo-americana. Há ali frescura, entusiasmo... E um otimismo que por vezes faz tanta falta nestes tempos que correm.
Ouvi-os pela primeira vez na Internet, em 2007... Entravam em cena os quatro, a bordo de um pequeno barco com a cidade de Nova Iorque pelo fundo, apresentando Mansard Roof, uma canção fresca, luminosa, ritmada e com teclados com sabor a ferro velho... Era um ponto de partida, mas sugeria um caminho. E a verdade é que, cinco anos passados (e poucos dias volvidos sobre um espantoso concerto no Optimus Alive), os Vampire Weekend deixaram de ser promessa para se afirmarem como uma das mais firmes certezas do panorama pop/rock do nosso tempo.
Mas regressemos hoje ao seu álbum de estreia (até porque o novo, e belíssimo, Modern Vampires of The City, é mais coisa urbana e, talvez, noturna). Editado em março de 2008, Vampire Weekend reforçava o tom luminoso daquela canção que assinalara a descoberta meses antes. O disco cruza uma inteligente e tranquila alma pop com ecos de duas grandes famílias de ideias: por um lado heranças da tradição clássica ocidental por outro a assimilação de ecos de África, de certa forma revisitando ali o modo como músicos como Malcolm McLaren ou Paul Simon (sobretudo este último) o haviam feito em discos que, nos oitentas, ainda antes da euforia world music, tinham transportado o calor africano para as geografias da pop anglo-americana. Há ali frescura, entusiasmo... E um otimismo que por vezes faz tanta falta nestes tempos que correm.
domingo, julho 14, 2013
'Candide' em São Carlos e vampiros em Algés
Foto: N.G. |
Pangloss / Martin / Cacambo Mário Redondo
Candide Mário João Alves
Cunegonde Lara Martins
Maximilian / Capitão Diogo Oliveira
Uma velha senhora Patrícia Quinta
Paquette Leila Moreso
Governador / Vanderdendur / Ragotski Marco Alves dos Santos
Alquimista / Sultão Achmet / Crook José Lourenço
Vendedor de Cosméticos / Charles Edward João Pedro Cabral
Vendedor ambulante / 1.º Inquisidor / Rei Hermann Augustus Christian Lujan
Domador de Ursos / 2.º Inquisidor / Rei Stanislaus / Croupier João Oliveira
Médico / 3.º Inquisidor / Czar Ivan Nuno Dias
Com a informalidade que a versão definitiva que Bernstein fixou em finais dos anos 80 do século XX, orquestra e cantores souberam aliar a uma cuidada interpretação da música de Bernstein o vincar do tom satírico e das valentes doses de humor que cruzam uma narrativa decidida a deitar por terra o otimismo, custe o que custar. Bem contextualizada na apresentação que precedeu a música, esta obra de Bernstein representa (como foi bem notado) uma das duas ocasiões em que a cidade de Lisboa surgiu retratada num palco de ópera. Neste caso durante um Auto de Fé, durante o qual o compositor integrou um elemento musical “local”: nada mais senão uma citação ao Malhão Malhão...
Apesar da dimensão algo tímida das legendas (e a fachada do teatro teria acolhido um ecrã maior para a sua projeção em vídeo, se necessário), Candide ganhou vida numa agradável noite ao ar livre (falo da noite de sábado, que sexta estava frente aos Vampire Weekend) e respirou as eventuais ressonâncias com o presente que são ainda mérito do texto de Voltaire que está na medula desta obra.
Há relativamente poucas temporadas o mesmo São Carlos tinha exibido Trouble in Tahiti, do mesmo Bernstein. A Gulbenkian, nos últimos tempos, passou já por duas vezes pela sua obra orquestral... Este Candide ao ar livre foi um sucesso. Que tal, pensar em trazer agora a estes lados a igualmente sublime Missa, de Bernstein?
Candide Mário João Alves
Cunegonde Lara Martins
Maximilian / Capitão Diogo Oliveira
Uma velha senhora Patrícia Quinta
Paquette Leila Moreso
Governador / Vanderdendur / Ragotski Marco Alves dos Santos
Alquimista / Sultão Achmet / Crook José Lourenço
Vendedor de Cosméticos / Charles Edward João Pedro Cabral
Vendedor ambulante / 1.º Inquisidor / Rei Hermann Augustus Christian Lujan
Domador de Ursos / 2.º Inquisidor / Rei Stanislaus / Croupier João Oliveira
Médico / 3.º Inquisidor / Czar Ivan Nuno Dias
Com a informalidade que a versão definitiva que Bernstein fixou em finais dos anos 80 do século XX, orquestra e cantores souberam aliar a uma cuidada interpretação da música de Bernstein o vincar do tom satírico e das valentes doses de humor que cruzam uma narrativa decidida a deitar por terra o otimismo, custe o que custar. Bem contextualizada na apresentação que precedeu a música, esta obra de Bernstein representa (como foi bem notado) uma das duas ocasiões em que a cidade de Lisboa surgiu retratada num palco de ópera. Neste caso durante um Auto de Fé, durante o qual o compositor integrou um elemento musical “local”: nada mais senão uma citação ao Malhão Malhão...
Apesar da dimensão algo tímida das legendas (e a fachada do teatro teria acolhido um ecrã maior para a sua projeção em vídeo, se necessário), Candide ganhou vida numa agradável noite ao ar livre (falo da noite de sábado, que sexta estava frente aos Vampire Weekend) e respirou as eventuais ressonâncias com o presente que são ainda mérito do texto de Voltaire que está na medula desta obra.
Há relativamente poucas temporadas o mesmo São Carlos tinha exibido Trouble in Tahiti, do mesmo Bernstein. A Gulbenkian, nos últimos tempos, passou já por duas vezes pela sua obra orquestral... Este Candide ao ar livre foi um sucesso. Que tal, pensar em trazer agora a estes lados a igualmente sublime Missa, de Bernstein?
Entretanto podem ler aqui sobre Candide, de Leonard Bernstein
Foto: Nuno Pinto Fernandes / DN |
Na noite de sábado passei pelo Optimus Alive, sobretudo para ver a atuação dos Vampire Weekend. Este texto foi publicado na edição online do DN com o título 'A festa sóbria, mas eficaz, dos Vampire Weekend'.
A dúvida era natural perante o cenário de mudança que o álbum editado há poucas semanas nos revelara. Mais melancólico, menos festivo (apesar de pontuais episódios de efusiva pop), Modern Vampires of The City - que até ver é um dos mais firmes candidatos à lista dos melhores discos pop/rock de 2013 - confirmou em pleno as mudanças esperadas numa banda inteligente, ciente de que uma obra não se faz apenas num mesmo patamar de ideias. Mas como seria a expressão em palco de uns Vampire Weekend sob a égide de tão mais tranquila proposta, aparentemente coisa difícil de conciliar com a vertigem de acontecimentos que caracteriza um serão de festival (sobretudo quando parte da plateia pode ter acabado de chegar de uma atuação de uns Green Day)?...
A resposta chegou num concerto de pouco mais de uma hora em que, com alinhamento sabiamente concebido, o grupo nova-iorquino encontrou forma de, a partir dos ecos das memórias (ainda recentes) dos seus dois primeiros álbuns e de uma primeira visita a episódios mais garridos deste novo disco, sugerir um momento de pura elegância pop gourmet sem que o sentido de festa (e o apelo à dança) alguma vez se perdesse. Afinal a luz de um certo otimismo sempre caracterizou a alma do grupo desde que em 2008 se revelou ao som de Mansard Roof (estranhamente ausente do alinhamento). E foi recuperando canções pop irresistíveis como Cousins, White Sky e Cape Cod Kwassa Kwassa que deram boas vindas à multidão que transbordava da tenda em volta do palco Heineken e que fez questão de os acompanhar de fio a pavio. Só ao quarto tempo, e ao som de Diane Young, entraram no seu repertório de canções de 2013, doseando algumas mais entre um concerto que escutou sobretudo temas de Contra (2010) e momentos-chave do álbum de estreia, aqui e ali notando-se o prazer da introdução de mais vincada (mas pontual) presença de eletrónicas e sugestões de música de dança, como quem diz que, na hora da celebração, podemos contar com eles.
Do novo álbum escutou-se Unbelievers (tema para o qual rodaram um teledisco na lezíria ribatejana), Step, Hananh Hunt, Everlasting Arms e o belíssimo Ha Hey, o ambiente de facto não sendo o propício para a entrega mais silenciosa de uma plateia a alguns dos temas de um disco que pede outra disposição, outra paz, outra entrega. O concerto optou assim por adaptar o grupo ao contexto, a comunicabilidade afável de Ezra Koenig e Rostam Batmanglij assegurando uma ligação permanente com a plateia, as suas escolhas de repertório confirmando que nos Vampire Weekend continuamos a ter uma das mais recomendáveis (e interessantes) entre as bandas nascidas na pop indie do nosso século.
A resposta chegou num concerto de pouco mais de uma hora em que, com alinhamento sabiamente concebido, o grupo nova-iorquino encontrou forma de, a partir dos ecos das memórias (ainda recentes) dos seus dois primeiros álbuns e de uma primeira visita a episódios mais garridos deste novo disco, sugerir um momento de pura elegância pop gourmet sem que o sentido de festa (e o apelo à dança) alguma vez se perdesse. Afinal a luz de um certo otimismo sempre caracterizou a alma do grupo desde que em 2008 se revelou ao som de Mansard Roof (estranhamente ausente do alinhamento). E foi recuperando canções pop irresistíveis como Cousins, White Sky e Cape Cod Kwassa Kwassa que deram boas vindas à multidão que transbordava da tenda em volta do palco Heineken e que fez questão de os acompanhar de fio a pavio. Só ao quarto tempo, e ao som de Diane Young, entraram no seu repertório de canções de 2013, doseando algumas mais entre um concerto que escutou sobretudo temas de Contra (2010) e momentos-chave do álbum de estreia, aqui e ali notando-se o prazer da introdução de mais vincada (mas pontual) presença de eletrónicas e sugestões de música de dança, como quem diz que, na hora da celebração, podemos contar com eles.
Do novo álbum escutou-se Unbelievers (tema para o qual rodaram um teledisco na lezíria ribatejana), Step, Hananh Hunt, Everlasting Arms e o belíssimo Ha Hey, o ambiente de facto não sendo o propício para a entrega mais silenciosa de uma plateia a alguns dos temas de um disco que pede outra disposição, outra paz, outra entrega. O concerto optou assim por adaptar o grupo ao contexto, a comunicabilidade afável de Ezra Koenig e Rostam Batmanglij assegurando uma ligação permanente com a plateia, as suas escolhas de repertório confirmando que nos Vampire Weekend continuamos a ter uma das mais recomendáveis (e interessantes) entre as bandas nascidas na pop indie do nosso século.
Conclusão: há poucos fins-de-semana assim!
terça-feira, junho 04, 2013
A última ceia, segundo os Vampire Weekend
Os Vampire Weekend acabam de apresentar um teledisco para acompanhar o tema Diane Young, do seu terceiro álbum Modern Vampires of The City.As imagens recriam a ideia de uma "última ceia", contando com figurações de figuras como as de Santigold, Sky Ferreira, Chromeo, Hamilton Leithauser (dos Walkmen) ou Dave Longstreth, dos Dirty Projectors.
quarta-feira, maio 15, 2013
Novas edições:
Vampire Weekend, Modern Vampires of The City
Vampire Weekend
“Modern Vampires of The City”
XL Recordings / Popstock
5 / 5
Sem querer transformar os percursos de cada obra na expressão de uma certa agenda de acontecimentos, a verdade é que é muitas vezes entre o segundo e o terceiro álbum que começamos a ter noção da capacidade de haver ali uma carreira que vá para lá dos ecos naturais do eventual grande impacte de um disco de estreia e de um sucessor imediato que eventualmente tenha sabido manter aceso o estatuto e clima alcançados... Foi assim com Parklife para os Blur ou com OK Computer para os Radiohead, o “difícil terceiro álbum” mesmo não sendo uma regra geométrica representando contudo uma noção de barreira a vencer se o desejo é o de encarar os horizontes a longo prazo. É quase certo que a consciência desta “barreira” estava na mente dos Vampire Weekend quando, depois da digressão que se seguiu a Contra, resolveram encarar a criação do terceiro álbum como uma necessária expressão desse desejo em continuar. Pelo que já se leu em artigos publicados consta que terão sucessivamente deixado de lado as canções que iam surgindo no comprimento de onda semelhante às que haviam feito o tutano da linguagem indie pop, com pontuais temperos barrocos e luminosidade africana que foram marcando os dois primeiros álbuns. Ao mesmo tempo, e a concluir pelo alinhamento de 12 novas canções que nos apresentam em Modern Vampires of The City, optaram igualmente por não “contaminar” o som da banda com os ecos das experiências mais electrónicas ensaiadas pelo teclista Rostam Batmanglij no seu projeto paralelo Discovery e que se tinham feito sentir (embora discretamente) em alguns instantes de Contra. Ao mesmo tempo os quatro músicos nova iorquinos tinham pela frente um outro desafio: o de enfrentar uma imprensa “musical” frequentemente hostil a casos de sucesso maior nascido de berço indie, sobretudo se envolvendo músicos com look “betinho”, cabelos penteados e barbas feitas. Optando por agir no som e não na imagem (e pela primeira vez deixaram entrar um produtor entrar em cena), apresentam agora em Modern Vampires of The City um disco que os confirma como uma das bandas mais interessantes entre as que nasceram na década dos zeros e garante que podem mesmo ter pela frente uma carreira longa, frutuosa e marcante. Apesar da abertura de frestas aos ecos de vivências mais próximas de heranças rock’n’roll (como em Diane Young) ou de pontuais expressões de demandas experimentadas nos dois discos anteriores (como em Stay), o alinhamento do novo disco mostra uma banda mais tranquila, decidida a experimentar novas formas e ambientes e liricamente mais madura sem contudo perder as características de uma linguagem pop elegante e inteligente. Longe de ser um disco imediato, o álbum é contudo um pequeno mundo de canções capazes de seduzir e nos assegurar de que estamos perante algo que evoluiu para um patamar de maior segurança e, sobretudo, perenidade. Pode não jogar no terreno das paixões-à-primeira-escuta de um A-Punk, Mansard Roof ou Holiday, mas há aqui um lote de uma dúzia de canções que definem um conjunto coeso, consistente e consequente. Talvez menos luminosas no seu todo (e certamente mais melancólicas), mas não menos cativantes e igualmente expressão de uma relação com a sua cidade (na capa recorda-se mesmo uma imagem do dia em que o smog atingira valores sem precedente na paisagem nova iorquina). O tempo nos dirá sobre o modo como nos relacionaremos (nós ouvintes e a própria discografia do grupo) com este álbum (recordemo-nos que, seguindo o exemplo dos já citados Radiohead, depois de OK Computer chegaram os menos “populares”, mas decididamente mais pungentes Kid A e Amnesiac que haveriam de ditar os caminhos futuros da banda). O certo é que, depois da “revelação” de Vampire Weekend (2008), que podemos recordar como um dos maiores discos indie pop dos anos 00, e na sequência de Contra (2010) que tão bem soube dar conta de uma noção de continuidade, cabe a este terceiro álbum a transformação definitiva dos Vampire Weekend num dos casos mais sérios da música popular do nosso tempo. Um caso que alia sageza na construção musical e lírica (expressões naturais não só de vivências atentas e educadas) a uma inteligência no modo de pensar os próprios universos em volta desta música. De resto, basta ver a espantosa coleção de pequenos vídeos que criaram com Steve Buscemi (encenando a ideia da banda mais uncool do mundo) para reconhecer que há aqui mais que apenas quatro tipos que souberam juntar umas canções. Não são ainda uma instituição. Mas o novo disco deixa claro que têm tudo para continuar a construir uma obra maior.
sexta-feira, maio 10, 2013
Num estúdio de televisão...
Continuamos a descobrir aos poucos as canções do novo álbum dos Vampire Weekend. Há poucos dias o grupo passou pelos estúdios da BBC para atuar no programa de Jools Holland. Aqui fica um momento, ao som de Diane Young.
segunda-feira, maio 06, 2013
Num telhado em Nova Iorque
Com a edição do seu terceiro álbum já na linha do horizonte, os Vampire Weekend lançam um "lyric video" para mais um dos temas do novo Modern Vampires of The City. Aqui ficam as imagens (e as palavras) que acompanham Ya Hey.
sexta-feira, maio 03, 2013
A hora do regresso dos Vampire Weekend
Foi no passado fim de semana, sob realização de Steve Buscemi. O concerto Unstaged, este ano protagonizado pelos Vampire Weekend, apresentou alguns temas do novo álbum (a lançar brevemente). Aqui ficam as imagens do momento em que apresentaram Everlasting Arms.
terça-feira, abril 23, 2013
A banda, o realizador e o candidato...
Mais um vídeo a promover a atuação de sábado dos Vampire
Weekend na série anual de concertos Unstaged que liga habitualmente uma banda a
um realizador. Steve Buscemi será assim o responsável pelas imagens da transmissão
online e eis que nos apresenta mais um “episódio” de uma pequena ficção (porque
já ninguém duvida disso) que nos mostra a história de um ator/realizador
“famoso” a tentar convencer uma banda tímida e calada a fazer auto-promoção.
Neste episódio contam com uma presença de Bill de Blasio, do Partido
Democrático, que anunciou em janeiro a sua candidatura a Mayor da cidade de
Nova Iorque.
quinta-feira, abril 18, 2013
Steve Buscemi visita os Vampire Weekend
Há algum tempo, num site de genealogias, Chris Baio, um dos elementos dos Vampire Weekend, descobriu que tinha um parentesco com o ator Steve Buscemi. Nasceu assim a ideia de o desafiar para que fosse ele o realizador da edição deste ano dos concertos Unstaged (organizados pela American Express), que em anos anteriores juntaram os Duran Duran a David Lynch ou os Arcade Fire a Terry Gilliam. Este ano, no próximo dia 28, os Vampire Weekend são assim o nome de quem se vai falar (e ouvir). Steve Buscemi estará por detrás das câmaras. E neste vídeo podemos ver o primeiro encontro entre o ator/realizador e a banda. O encontro mais deliciosamente uncool que se possa imaginar...
terça-feira, abril 02, 2013
Os vampiros de Nova Iorque
Os Vampire Weeekend estão já em contagem decrescente para o lançamento do seu terceiro álbum de originais (muito esperado por estes lados). Entre os aperitivos que já deram a conhecer conta-se um lyric video para a canção Step. Palavras e imagens de Nova Iorque...
terça-feira, março 12, 2013
Post de escuta:
Novo álbum de Timberlake
Ezra Koenig no projeto Major Lazer
Dois discos para escutar hoje. Um deles na totalidade do alinhamento. O outro através de mais um “aperitivo”. O álbum que já podemos escutar na íntegra é 20/20, o novo disco a solo de Justin Timberlake. O outro “aperitivo” não é senão mais uma das faixas daquele que em breve será Free The Universe, o novo disco do projeto Major Lazer, de Diplo, a editar em finais de abril. Depois de termos já descoberto Get Free, com a contribuição vocal de Amber Coffman, dos Dirty Projectors, este novo Jessie apresenta uma colaboração com Ezra Koenig, dos Vampire Weekend.
O disco de Justin Timberlake está disponível para audição integral em streaming gratuito no iTunes. Basta aceder à loja online da Apple e um dos banners dá acesso direto ao disco.
A nova canção do projeto Major Lazer pode ser ouvida aqui, em gravação captada numa emissão de rádio.
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