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quinta-feira, fevereiro 26, 2015

O marketing dos Oscars

Neste mundo saturado de formatações publicitárias, ainda há, apesar de tudo, mecanismos subtis e inteligentes de marketing que não degradam o "produto" nem o espectador. Estes quatro clips encomendados pela Academia de Hollywood à agência 180LA constituem um caso exemplar de gestão de memórias, celebrando a diversidade dos rostos, gestos e emoções que também fazem a história dos Oscars — that's entertainment!







segunda-feira, fevereiro 23, 2015

Lady Gaga em Hollywood

Provavelmente, a colaboração com Tony Bennett não foi um desvio na carreira de Lady Gaga, antes o reencontro com o seu talento mais visceral — o de uma cantora eminentemente clássica, a meio caminho entre o fausto do music-hall e os standards do jazz. A sua admirável performance na 87ª edição dos Oscars de Hollywood é mais um argumento nesse sentido.
Através de um medley de temas de Música no Coração — assinalando os 50 anos do clássico com Julie Andrews e Christopher Plummer, realizado por de Robert Wise —, Lady Gaga soube manter-se no sóbrio registo da homenagem, sem que isso a impedisse de consumar uma pessoalíssima performance [video], carregada de energia e poesia.
Numa afirmação arriscada, mas motivada, a revista Time considera mesmo que, com a sua actuação nos Oscars, Lady Gaga pode ter "redefinido a sua carreira". Em qualquer caso, podemos também supor que o seu impacto no coração de Hollywood contém as sementes de uma mais que possível carreira cinematográfica — e musical, em prol do lendário, e sempre adiado, relançamento do género musical.

"Birdman" vence Oscars

Numa cerimónia apresentada por Neil Patrick Harris, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood consagrou Birdman como melhor filme de 2014. O filme levou Alejandro González Iñárritu três vezes ao palco do Dolby Theatre, para receber o Oscar máximo e, antes, os das categorias de argumento original e realização; Birdman arrebatou ainda a distinção de melhor fotografia.
Sem surpresas foram os resultados nas categorias de interpretação, com Oscars atribuídos a Eddie Redmayne (actor, A Teoria de Tudo), Julianne Moore (actriz, O Meu Nome É Alice), J. K. Simmons (actor secundário, Whiplash) e Patricia Arquette (actriz secundária, Boyhood).
Grand Budapest Hotel, com quatro distinções, trouxe, finalmente, a consagração de Alexandre Desplat (melhor música), por certo um dos mais talentosos compositores de cinema da actualidade.
Fenómeno pouco comum: todos os oito títulos nomeados para melhor filme, tiveram, pelo menos, um Oscar. No site da Academia, podemos consultar a lista oficial de nomeados e vencedores nas 24 categorias em disputa.

domingo, fevereiro 22, 2015

Neil Patrick Harris & etc.

Como vai ser Neil Patrick Harris a apresentar os Oscars? É certo que experiência de outras cerimónias não lhe falta, mas há algum suspense para uma cerimónia marcada, como sempre, por fortes campanhas promocionais — este texto foi publicado no Diário de Notícias (21 Fevereiro), com o título 'Uma campanha para “melhor filme” custa cerca de 10 milhões de dólares'.

Numa investigação recente, desenvolvida pelo argumentista e produtor britânico Stephen Follows, ficamos a saber que os Oscars têm vindo a estreitar as suas próprias escolhas. Depois de analisar as datas de estreia (nos EUA) dos títulos nomeados para melhor filme do ano no período 2000-2014, Follows concluiu que mais de metade (56%) foram lançados em apenas dois meses (Novembro/Dezembro).
Escusado será dizer que esta dinâmica implica uma marginalização automática dos lançamentos dos restantes meses de cada ano, especialmente no primeiro semestre. Na mesma contabilidade, os primeiros quatro meses do ano representam apenas 2% do total: um para Janeiro e Março, zero em Fevereiro e Abril. Isto significa que a vitória de um título como O Silêncio dos Inocentes, lançado em Fevereiro de 1991, parece hoje virtualmente impossível (viria a ganhar cinco Oscars, incluindo o de melhor filme).
Na prática, instalou-se uma lógica perversa que leva os estúdios (pequenos e grandes) a fazer grandes investimentos promocionais em títulos concentrados nas últimas semanas de cada ano. E não estamos a falar de valores banais: no mesmo período, em média, o vencedor de um Oscar de melhor filme terá sido sustentado por uma campanha de 10 milhões de dólares.
Obviamente, os filmes não são “melhores” nem “piores” por causa da data em que chegam às salas. Seja como for, a situação atrás descrita implica um efeito de afunilamento das escolhas da Academia de Hollywood, de alguma maneira reforçado e, no limite, banalizado pelo modo como os outros prémios mais mediatizados (a começar pelos Globos de Ouro e BAFTA) parecem “antecipar” os Oscars. Nesse aspecto, aliás, não são necessárias grandes especulações estatísticas — basta acompanhar as notícias da temporada de prémios para verificar que nomeados e vencedores se repetem com surpreendente regularidade.
Podemos admitir que, nos EUA, a baixa regular das audiências televisivas para a cerimónia dos Oscars resulta, em parte, desse efeito de repetição. Nesta perspectiva, 2015 vai ser um teste interessante, até porque a presença de Neil Patrick Harris como apresentador permanece uma absoluta incógnita.

segunda-feira, fevereiro 09, 2015

Últimos prémios antes dos Oscars

Richard Linklater
Alejandro González Iñárritu ou Richard Linklater? Birdman ou Boyhood? Ou talvez Grand Budapest Hotel?
Na temporada dos prémios, esses são os nomes e os títulos mais em evidência — e tudo indica que, no dia 22 de Fevereiro, os Oscars principais se vão repartir entre eles. Neste fim de semana, Iñárritu foi o eleito pela associação de realizadores dos EUA, enquanto os BAFTA, em Inglaterra, consagravam Boyhood e Linklater.
Na clubite mediática que tende a contaminar estas coisas, não há muito espaço para pensar a própria (falta de) dinâmica a que tudo isto chegou. Porque, repare-se, não se trata tanto de discutir escolhas — sempre relativas, sabemo-lo bem — como de reconhecer que a saturação de distinções e recompensas gerou, já há alguns anos, um afunilamento dos prémios que poderá fazer pensar que não há mais que meia dúzia de filmes para condensar a excelência de um ano cinematográfico... Além disso, mais semana menos semana, estrearam todos no último trimestre. De tal modo que os Oscars correm o risco de serem vistos como a entediante "confirmação" de tudo o que já foi decidido...
Nos actores, por exemplo, repare-se neste quarteto: Eddie Redmayne (actor), Julianne Moore (actriz), J. K. Simmons (actor secundário), Patricia Arquette (actriz secundário). Quem ainda duvida que os Oscars de representação serão para eles? Insisto: não é o seu talento que está em causa, mas sim a estranha homogeneização dos prémios das mais diversas origens, com raríssimas excepções — quem se lembra, por exemplo, que Um Ano Muito Violento foi eleito melhor filme do ano, em Nova Iorque, pela National Board Review?
Enfim, só nos resta esperar que os Oscars baralhem todas as contas e, por uma vez, resistam a qualquer forma de seguidismo.

domingo, fevereiro 01, 2015

Oscars & actores

A Teoria de Tudo
A corrida dos Oscars recorda-nos, pelo menos, que ainda há actores... Importa estimá-los — este texto foi publicado no Diário de Notícias (27 Janeiro), com o título 'A educação do olhar'.

Num plano meramente subjectivo, não considero a interpretação de Eddie Redmayne, na personagem de Stephen Hawking, em A Teoria de Tudo, como a “melhor” do ano.
Se fosse esse o caso, por mim escolheria Bradley Cooper, como protagonista de Sniper Americano, ou até mesmo Oscar Isaac (que nem sequer está nomeado para os Oscars) pela sua composição de suaves convulsões emocionais no admirável Um Ano Muito Violento (estreia dia 5).
Em todo o caso, gostaria que o meu ponto de vista não fosse confundido com o cinismo cultural daqueles que, dentro ou fora do jornalismo, proclamam que as personagens com “deformações” físicas são sempre favorecidas pela Academia de Hollywood (lamento se a observação pode arrastar algum efeito ofensivo, mas estou apenas a utilizar o vocabulário de muita gente séria que, desse modo, considera exprimir um ponto de vista natural e um argumento legítimo). Aliás, faço questão em sublinhar a minha admiração pela complexidade do trabalho de Redmayne, resultante de uma profunda disciplina profissional e também de uma inegável entrega humana.
O que gostaria de enaltecer é o facto de, nem que seja apenas durante a temporada dos prémios do cinema americano (e, em particular, sob o efeito promocional dos Oscars), se voltar a valorizar o labor específico de actores e actrizes. Porque, de facto, a proliferação de aventuras mais ou menos digitais, com super-heróis que destroem cidades cena sim, cena não, tem deseducado muitos olhares, afastando-os das infinitas nuances que podem nascer de um corpo humano face a uma câmara de filmar. Quando, um dia destes, a maior parte dos espectadores olhar para Marlon Brando, em Há Lodo no Cais (1954), sem sentir o mais discreto abalo emocional, aí, podem crer, o cinema morreu.

sábado, dezembro 20, 2014

Revelados os pré-nomeados ao Oscar
para Melhor Filme em Língua Estrangeira


Esta noite foi divulgada a lista dos nove filmes dos quais serão escolhidos os cinco que serão assim oficialmente nomeados para o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. A lista é esta:

Argentina, "Wild Tales," de Damián Szifrón
Estónia, "Tangerines," de Zaza Urushadze
Georgia, "Corn Island," de George Ovashvili
Holanda, "Accused," de Paula van der Oest
Mauritânia, "Timbuktu," de Abderrahmane Sissako 
Poland, "Ida," de Paweł Pawlikowski
Russia, "Leviathan," de Andrey Zvyagintsev
Sweden, "Force Majeure," de Ruben Östlund
Venezuela, "The Liberator," de Alberto Arvelo

Na cerimónia deste ano sagrou-se vencedor A Grande Beleza, de Paolo Sorrentino, que representou a 14ª vez que a estatueta foi parar a uma mão italiana nesta categoria.

A submissão portuguesa a esta categoria foi feita com o filme E Agora?... Lembra-me, de Joaquim Pinto. Entre os títulos já exibidos entre nós (em festivais ou em estreia comercial) e que ficaram também fora da short list agora anunciada conta-se Três dias duas noites, dos irmãos Dardenne (Bélgica), Hoje eu Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro (Brasil), Mommy, de Xavier Dolan (Canadá), Saint Laurent, de Bertrand Bonello (França) e Sono de Inverno, de Nuri Bilge Ceylan (Turquia).