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sexta-feira, novembro 21, 2014

Reedições:
Tears For Fears

“Songs From The Big Chair” 
(Deluxe Edition)
Mercury / Universal
5 / 5

Editado em 1983 The Hurting assinalou não apenas o momento da estreia em álbum dos Tears For Fears mas também um dos momentos mais altos de uma forma de pensar a canção pop que caracterizou alguma da produção britânica de inícios dos anos 80, conciliando os anseios de modernidade (e alguma esperança) que a chegada das electrónicas a um novo patamar de familiaridade haviam sugerido, ao mesmo tempo não ignorando as angústias e tensões de vidas urbanas onde a cor muitas vezes acabava a medir forças, nem sempre vencendo, com a carga das sombras que faziam as verdades do quotidiano. Longe de um certo hedonismo escapista que conheceu então paradigma nos Duran Duran os Tears For Fears procuravam, num espaço estético com algumas afinidades, caminhos diferentes. Caminhos que os levariam a aprofundar, depois de traduzir ecos do mundo ao seu redor nesse álbum de 1983, olhares interiores para, no que pode ser entendido como uma nova expressão das técnicas “primal scream” (que com o álbum de 1970 de Lennon e a Plastic Ono Band fizera escola na canção popular). E depois de The Way We Are, um single (ainda em 1983) que deixava claro que procuravam outros olhares – sem que se tenha de facto indicado o caminho para um segundo álbum – encontraram após Mothers’s Talk (já em 1984) uma relação com técnicas da psicoterapia e um desejo em trazer o dentro para fora (gritando, se fosse preciso – e eis que surgiu Shout), definindo assim rumos que os conduziram a um álbum que instrumentalmente se afastou do predomínio partilhado com as electrónicas de The Hurting, ensaiando uma ideia de pop sofisticada que acabaria por definir um paradigma do som em meados dos anos 80. Com o título Songs From The Big Chair o segundo álbum dos Tears For Fears é um espaço de ensaio de ideias onde canções que conquistaram multidões partilham o alinhamento com episódios de ensaio de ambição maior, por vezes quase sugerindo o que poderia ser uma ideia de prog pop (há mesmo uma suite no lado B do disco, traduzindo o seu espaço narrativo algo que lembra também a lógica do álbum conceptual). O sucesso global de Shout ou Everybody Wants To Rule The World (hinos pop do seu tempo) ofuscou por vezes a memória de um álbum que tem na verdade momentos igualmente inesquecíveis em Head Over Heels, The Working Hour ou o belíssimo e cenicamente muito elaborado Listen, que encerra o alinhamento. O carácter mais experimental que haviam sugerido em The Way You Are (single não incluído no álbum, mas recuperado – com todo o sentido – nesta edição especial) não dominou a escrita do álbum, mas manteve abertas outras possibilidades que bem exploraram nos vários lados B editados na altura, todos eles agora reunidos no final do CD1 desta reedição. A caminho de celebrar os seus 30 anos de vida, o álbum de maior impacte na obra dos Tears For Fears regressa assim num lançamento que junta ainda como extras as versões alternativas que na altura surgiram em formatos de 45 rotações. Há ainda uma versão super-deluxe, com as versões máxi, sessões gravadas para rádios, maquetes e registos ao vivo da época. Um clássico desta dimensão merece ser assim devidamente evocado.

sexta-feira, janeiro 03, 2014

Ver + ouvir:
Tears For Fears, My Girls



Enquanto preparam o regresso, os Tears For Fears vão apresentando leituras suas para canções de outros. Desta vez mostram-nos uma bela abordagem ao tema My Girls, uma das melhores canções dos Animal Collective. Bela surpresa!

sábado, outubro 26, 2013

Tears For Fears, 1983



Depois de termos revisitado ao longo da semana os singles que fizeram a história do álbum de estreia dos Tears For Fears, hoje recordamos um outro que lhe foi contemporâneo, apesar de não incluído no alinhamento original do disco em vinil. The Way You Are, editado em 1983, é um dos temas de que o grupo menos gosta, tanto que os deixou cientes de que era chegada a hora de mudar de direção. Mas agora integra a edição revista de The Hurting.

sexta-feira, outubro 25, 2013

Reedições:
Tears For Fears, The Hurting

Tears For Fears
“The Hurting - 30th Aniversary Edition”
Mercury / Universal
4 / 5 

Em meados dos anos 80 seriam protagonistas de um fenómeno de popularidade global lançado pelo impacte dos singles Shout e Everybody Wants To Rule The World e pelo sucesso do álbum Songs From The Big Chair. No final da mesma década surgiriam reiventando heranças clássicas da pop e do rhythm'n'blues num álbum afogado em excessos de detalhe e produção que lhes fizeram mais mal que bem. Mas quando se estrearam em inícios dos oitentas, os Tears For Fears eram uma banda com uma visão pop muito pessoal, algo minimalista nos recursos, mas cheia de canções absolutamente brilhantes. Editado depois de três singles que muito prometiam – Suffer The Children (1981), Pale Shelter (1982) e Mad World (1982) – o álbum de estreia The Hurting podia ter ficado na história como sendo “apenas” um grande momento na história de uma pop made in UK diretamente nascida das heranças do universo new wave. Mas o sucesso inesperadamente obtido por canções como Mad World e Change colocaram o grupo num patamar de grande visibilidade. The Hurting é todavia um disco invulgarmente povoado por ideias que não são necessariamente as que constroem êxitos. Não só as meditações e reflexões pessoais que habitam as letras como as abordagens à composição espelhavam marcas de autor que fazem deste o mais interessante dos títulos da discografia do duo. É que, mesmo tendo o álbum de 1985 conhecido opções formais algo ousadas para moradores de terreno mainstream, The Hurting revela um alinhamento que transcendia o espaço da pop dominada pelos sintetizadores de um Mad World para ensaiar caminhos mais experimentais em Ideas as Opiates (originalmente um lado B) ou uma noção de cenografia mais complexa em Memories Fade num quadro melodista de alma pop que gerou ainda pérolas como as que escutamos em Pale Shelter, Changes ou no tema-título. Nos 30 anos da edição do álbum o grupo lança uma versão cheia de extras que junta um disco com remisturas e lados B dos singles, um terceiro disco com gravações ao vivo e sessões em estúdios de rádio e um DVD com o registo de uma atuação em dezembro de 1993 no Hammersmith Odeon, em Londres. Justa coleção de memórias para celebrar as três décadas de um clássico da pop dos oitentas.

quinta-feira, outubro 24, 2013

Tears For Fears: o álbum de estreia (4)

O quarto single com uma canção do álbum de estreia dos Tears For Fears foi na verdade o primeiro a ser lançado como fruto das sessões de gravação das quais nasceu The Hurting. Change foi a primeira canção do grupo a dar-lhes visibilidade nos Estados Unidos.

quarta-feira, outubro 23, 2013

Tears For Fears: o álbum de estreia (3)

Parece que Mad World esteve para ser originalmente o lado B de Pale Shelter, aquele que em 1982 foi o segundo single dos Tears For Fears. Mas cedo repararam no potencial da canção, que guardaram para editar alguns meses depois, ainda em 1982, como o seu terceiro single. Boa opção, uma vez que, entre a data do lançamento do single no Reino Unido e os primeiros meses de 1983 este revelar-se-ia o primeiro êxito internacional do duo, chamando atenções para o álbum The Hurting. Quase 20 anos depois, a mesma canção conheceu uma versão assinada por Gary Jules que, usada na banda sonora do filme Donnie Darko, gerou então um caso de popularidade em terreno indie.

terça-feira, outubro 22, 2013

Tears For Fears: o álbum de estreia (2)


Em contagem decrescente para a chegada de uma reedição do álbum de estreia dos Tears For Fears, esta semana recordamos algumas das canções do seu alinhamento.

Originalmente lançado em 1982, Pale Shelter passou a leste das atenções na sua forma inicial. Uma das primeiras canções dos Tears For Fears (integrava a sua maquete de apresentação), Pale Shelter conheceu nova mistura e teve segunda edição em single em 1983, já perto do lançamento do álbum. O título da canção é uma referência a Pale Shelter Scene, um desenho do escultor Henry Moore.

segunda-feira, outubro 21, 2013

Tears For Fears: o álbum de estreia (1)

Uma das grandes reedições desta reta final do ano vai devolver aos escaparates, com uma multidão de extras, o álbum de estreia dos Tears For Fears. Editado há 30 anos o disco é um dos mais interessantes exemplos de uma pop nascida das heranças pós-punk, capaz de criar canções para grandes plateias mas, ao mesmo tempo, firme na exploração de uma linguagem pessoal e um sentido de desafio que, mesmo presente nos dois álbuns seguintes do duo britânico, não igualaram nunca a belíssima coleção de canções pop que ali apresentavam. Esta semana, e antes de falarmos da reedição de The Hurting, recordamos aqui algumas das canções do alinhamento do disco. E começamos com aquele que, editado em 1981, foi o single de estreia dos Tears For Fears e que, depois, conheceu nova leitura para ser incluído no alinhamento do álbum. Suffer The Children é uma canção em sintonia com os sinais dos tempos (pop) que se viviam na alvorada dos oitentas, sob clara vontade em usar as potencialidades dos sintetizadores que então definiam o que era novo em alguma da música que se escutava.