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quinta-feira, fevereiro 04, 2021

Little Bastards — memórias de The Kills

Em crise de produção, uma banda normal costuma lançar uma antologia de registos mais ou menos esquecidos (lados B, "demos", etc.), de modo a manter alguma presença no mercado... Mas o que há de normal em The Kills? As "sobras" de Alison Mosshart e Jamie Hince organizam-se agora em Little Bastards, uma prodigiosa colecção em que podemos descobrir admiráveis variações, sobretudo de temas dos álbuns No Wow (2005) e Midnight Boom (2008). Sem esquecer a recriação de clássicos de outros autores, incluindo Screamin' Jay Hawkins e Serge Gainsbourg. Voilà!

>>> Love Is a Deserter (No Wow), de uma sessão na rádio XFM.


>>> Site oficial de The Kills.

sábado, dezembro 02, 2017

Gainsbourg — Charlotte na casa de Serge

Reminiscências, sonhos e medos. Corpos e fantasmas. Ecrãs. Charlotte Gainsbourg apresenta mais um teledisco do seu álbum Rest. O tom é mais pessoal do que nunca, e não apenas porque ela própria assume a realização: também porque se trata de explorar os espaços da casa do pai, Serge Gainsbourg (1928-1991), preservada praticamente como quando ele a habitou — íntimo e pudico.

J'ai touché un visage de cire
Qui certainement t'a fait fuir
Tu jambe nue sortait du drap
Sans pudeur et le sang froid
Au coin de la bouche, une trainée
Tu n'aurais pas aimé
J'étais allongée contre toi
J'ai pris ce droit, sans foi

My feet are hovering above ground
Ready to follow
My mouth is whispering in raptures
Celebrating you

Laisse-moi donc imaginer
Que j'étais seule à t'aimer
D'un amour pur de fille chérie
Pauvre pantin transie
Où est parti mon baiser
Quand le coffre s'est fermé
J'entends toujours battre les clous
Toi perdu, moi éperdue

My feet are hovering above ground
Ready to follow
My mouth is whispering in raptures
Celebrating you
Shall we dream happy ever after?
Pretend we do
Playing a game of never after
Lying with you

domingo, novembro 19, 2017

Charlotte Gainsbourg, opus 5

O apelido pesa na démarche de Charlotte? Claro que sim. Mas não de acordo com a noção, afinal simplista, de que "filho(a) de peixe sabe nadar". A filha de Serge Gainsbourg e Jane Birkin soube construir um edifício musical, por certo não estranho ao misto de versatilidade e auto-ironia da respectiva herança, mas preservando sempre a singularidade de uma voz (no sentido vocal, mas também simbólico) que não abdica da ligeireza contraditória da pop.
Já conhecíamos a canção-título de Rest, quinto álbum de Charlotte Gainsbourg. O seu teledisco era, aliás, um sedutor jogo de espelhos, oscilando entre a contemplação e a irrisão que a dimensão humana pode conter. Algo de semelhante se poderá dizer a propósito desta encenação de Ring-a-ring o' roses, canção em ziguezague entre francês e inglês, evocando a verdade perdida de um amor original, em contraponto com o ritmo peculiar de uma canção infantil [nursery rhyme] — tão perto do medo da morte, tão simples como o instante de uma carícia.

Premier appel
Originel
Premier baiser
Purement maternelle
Première foulée
Effort enragé
Première ivresse
Rêve de déesse

Ring-a-ring o' roses
Pocketful of posies
We all fall down
Round and round in circle
Waiting for a miracle
Kiss the crowd
Ring-a-ring o' roses
Pocketful of posies
We all fall down
Round and round in circle
Waiting for a miracle
Kiss the crowd

Premier amour
Je jure solennel
Premiers ébats
Va au septième ciel
Premier chagrin,
Premier coup de poing
Première affaire
Premier salaire

Ring-a-ring o' roses
[...]

Premier enfant
Monstre bruyant
Premier cheveu blanc
Crâne le temps
Premier pépin
Début de la fin
Dernier soupir
Qu'il soit de plaisir

Ring-a-ring o' roses
[...]

segunda-feira, abril 21, 2014

Clássicos da Eurovisão:
France Gall (1965)


A primeira das três vezes que Serge Gainsbourg levou uma canção sua à Eurovisão valeu ao Luxemburgo a sua segunda vitória e ao festival o primeiro momento de visibilidade maior de uma emergente cultura pop/rock (onde até então o território baladeiro era predominante). Foi em 1965 que, com uma letra cheia de duplos sentidos, Gainsbourg surgiu como autor de Poupée de Cire Poupée de Son, canção com a qual France Gall defendeu as cores do Luxemburgo, que terminou assim à frente do Reino Unido e França, os três primeiros depois da votação. Entre os concorrentes desse ano surgiam nomes como os de Udo Jürgens (que venceria pela Áustria em 1966), Bobby Solo (Itália) e Simone de Oliveira (que, com Sol de Inverno, colhia o primeiro ponto na história do certame para Portugal, atribuído pelo Mónaco).

Serge Gainsbourg regressaria duas vezes mais como autor ao Eurofestival. Em 1969 com Boum Badaboum, canção que Minouche Barelli interpretou pelo Mónaco (e que terminaria em 5º lugar). Em 1989 surgiu finalmente pela França (a sua nacionalidade), com White & Black Blues, que Joelle Ursull levou ao 2º lugar. 


Poupée de Cire Poupée de Son é uma das canções da história do Eurofestival mais vezes reinventadas em versões. Os Arcade Fire apresentaram a sua leitura desta canção na digressão que acompanhou o lançamento de Neon Bible. Os Belle & Sebastian também a interpretaram ao vivo nas suas Black Sessions.

Podem recordar aqui France Gall na versão original da canção.

segunda-feira, agosto 12, 2013

Álbuns para ouvir em dias quentes (5)


Discos para ouvir em tempo de Verão... Este texto integra a série 'Para ouvir na praia', que por estes dias tem sido publicada no DN.

Apesar do relativo impacte de alguns nomes do ska nos anos 60, um mais fluente diálogo entre a música ocidental e os sons da Jamaica só aconteceu depois do temporal levantado na Europa pela revolução punk em meados dos 70. Em 1978 Mick Jagger gravou um dueto num álbum de Peter Tosh, assinalando um encontro de primeira linha entre estes mundos. Mas foi em 1979 que um músico europeu partiu de armas e bagagens para, na Jamaica, gravar um disco de estúdio, alargando em pleno os horizontes da sua música aos espaços do reggae e arredores. Chamava-se Serge Gainsbourg e teve mesmo neste seu Aux Armes Et Caetera o seu primeiro álbum com vendas superiores a um milhão de unidades.

Essencialmente cantado em francês, o disco foi integralmente gravado em Kingston (Jamaica), contando com a colaboração de figuras de referência da cena local, entre as quais o grupo de coristas que trabalhava com Bob Marley. Mas mais que o quase inédito gesto de diálogo jamaicano que o álbum propõe de fio a pavio, o grande “caso” gerado pelo disco focou o tema-título, uma abordagem em clima reggae à ‘Marselhesa’ (o hino francês), que acendeu forte controvérsia nos media franceses da altura. Na verdade Serge Gainsbourg já vivera situações igualmente contundentes, ou não fora ele o autor de Je T’aime Moi Non Plus, esse inesquecível e sedutor hino pop de travo erótico que gravara com Jane Birkin em 1969.

terça-feira, agosto 07, 2012

Scarlett canta Gainsbourg


Scarlett Johansson regressou aos discos. Desta vez com uma versão de Bonnie and Clyde, um clássico de Serge Gainsbourg que surge no alinhamento do disco que estreia discograficamente o filho do músico, Lulu Gainsbourg: From Gainsbourg to Lulu.

Podem escutar aqui a gravação desta versão.

PS. E convenhamos que é coisa magrinha e que nada convence.

quarta-feira, outubro 19, 2011

40 anos depois...


O álbum The Ballad Of Melody Nelson, momento de referência na discografia de Serge Gainsbourg, vai ter em Novembro uma reedição com som digitalmente remasterizado e uma colecção de extras, revelou o NME. Além de uma nova edição em vinil duplo (com uma série de faixas adicionais, este disco lançado em 1971 surge em CD duplo juntando ao alinhamento original (no CD1) um segundo disco onde podemos encontrar:

Melody (take completo)
Ballade De Melody Nelson (take com voz alternativa)
Valse De Melody (take com voz alternativa)
Ah ! Melody (take com voz alternativa)
Melody Lit Babar (versão vocal)
Melody Lit Babar (versão instrumental)
L’hôtel Particulier (take completo)
En Melody (take alternativo)
Cargo Culte (versão instrumental)

Haverá ainda uma edição especial com um DVD com o álbum misturado em 5.1 e um documentário inédito sobre o disco.