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terça-feira, abril 02, 2024

Amy por Marisa Abela

Coisa séria: Back to Black, retrato biográfico de Amy Winehouse assinado por Sam Taylor-Johnson, é uma biografia de exemplar contenção e energia, redescobrindo a cantora através das matérias contrastadas da sua música, tudo pontuado pela admirável interpretação de Marisa Abela — chega aos ecrãs portugueses no dia 11 de abril.
 

sábado, fevereiro 29, 2020

Amy Winehouse, 2003

Descobertas/redescobertas no labirinto da Net... Eis uma preciosidade do arquivo do programa de Jools Holland, Later... (BBC), com data de 2003: Amy Winehouse (1983-2011) interpretando Stronger Than Me, tema do seu álbum de estreia, Frank, também de 2003.

domingo, julho 29, 2018

Uma "outra" Amy Winehouse

A memória de Amy Winehouse (1983-2011) ficou para sempre contaminada pela exploração tablóide das suas imagens e, em particular, dos seus graves problemas de toxicodependência. Num certo sentido, a sua sobrevivência artística passa também pela demarcação dessa exploração e pela reposição de todos os contrastes da sua complexa identidade. O novo livro Amy Winehouse (Taschen), de Blake Wood, constitui um momento terno de tal processo. Wood tinha 22 anos quando conheceu a cantora, em 2008, tornando-se um amigo e assumindo o papel de figura protectora. As suas fotografias são um comovente testemunho de uma intimidade que não pode ser reduzida a clichés, sejam eles iconográficos ou moralistas: "Existe a ideia falsa de que foi tudo mau durante aqueles anos, e na verdade não foi — eu estava lá" [The Guardian].

quarta-feira, fevereiro 28, 2018

Amy Winehouse — uma gravação inédita

Segundo informação há muito divulgada pela Universal Music, as gravações não editadas de Amy Winehouse (1983-2011) foram destruídas, de modo a evitar explorações abusivas da sua herança. O certo é que, agora, surgiu na Net uma das mais antigas dessas gravações, datada de 2001, quando Winehouse tinha 17 anos. A canção, intitulada My Own Way, foi divulgada pelo músico londrino Gil Cang (que a compôs com James McMillan e Maryanne Morgan). Como revelou ao Camden New Journal, Cang encontrou a gravação nos seus arquivos, achando por bem dá-la a conhecer — uma pequena pérola de uma das figuras maiores da música popular do século XXI.

domingo, julho 26, 2015

Amy Winehouse — o filme (2/2)

O filme de Asif Kapadia sobre Amy Winehouse constitui um brilhante exercício documental, desde já com um lugar importante nas relações entre cinema e a paisagem imensa do rock — este texto foi publicado no Diário de Notícias (18 Julho), com o título 'Memórias e fantasmas da música rock'.

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Em entrevistas que deu por altura da apresentação de Amy no Festival de Cannes (extra-competição), Asif Kapadia lembrou que o seu método de trabalho foi, em parte, semelhante ao que pôs em prática em Senna (2010), o filme sobre Ayrton Senna que obteve dois prémios BAFTA (melhor documentário e melhor montagem). Que é como quem diz: encarar a produção do filme, não como a ilustração de um retrato pré-definido, antes como um processo de investigação e descoberta que começa nos materiais mais genuínos de uma vida.
De facto, a definição de Amy Winehouse como uma vítima do consumo de drogas e, em particular, de álcool não bastaria para contar os seus 27 anos de vida (morreu no dia 23 de Julho de 2011, na sua casa de Camden, Londres). Era importante não perder de vista o que se diz em Frank (2003) e Back to Black (2006), os dois únicos álbuns de estúdio que nos legou. Até porque as suas canções, não sendo auto-biográficas no mais banal plano “factual”, surgem sempre enredadas numa tocante dimensão confessional — “as minhas lágrimas secam por si”, diz ela numa canção de Back to Black.
Amy consegue essa coisa rara que é retratar alguém não como uma acumulação de “facetas” (a vida de artista, os problemas familiares, a exposição nos media, etc.), antes através de uma teia de factos e evocações em que tudo comunica com tudo. Nesta perspectiva, importa destacar, não apenas o extraordinário trabalho de recolha de elementos informativos (desde documentos pessoais até registo de performances ao vivo muito pouco vistas), mas também o modo como a sua articulação é feita através da subtil montagem assinada por Chris King (que já tinha sido responsável, com Gregers Sall, pela montagem de Senna).
Amy possui uma fundamental dimensão crítica que, infelizmente, não tem sido das mais ponderadas. Assim, através de espantosos, porque eloquentes, materiais de informação (fotos e reportagens) utilizados por alguns jornais e televisões, este é também um filme sobre a degradação moral de algumas formas contemporâneas de jornalismo.
Não se trata, entenda-se, de “culpar” os media pelas coisas mais terríveis que aconteceram na curta vida de Amy Winehouse — aliás, reduzir tudo o que acontece a uma oposição maniqueísta entre “inocentes” e “culpados” é táctica corrente desse jornalismo mais medíocre. Trata-se, isso sim, de não escamotear o facto de os altos e baixos (sobretudo os baixos...) da vida de Amy Winehouse terem sido vergonhosamente explorados através de imagens de “reportagem” que, agora, no contexto do filme de Asif Kapadia, é possível avaliar em toda a sua violência moral e afectiva.
Não há, de facto, muitos filmes assim, capazes de nos fazer compreender como uma existência individual transporta os enigmas da sua verdade global, reflectida em todos os seus instantes, desde a alegria mais cristalina ao sofrimento mais atroz. Não necessitaríamos de conhecer tais elementos para admirar o génio das canções de Amy Winehouse — o certo é que o filme de Asif Kapadia intensifica, se tal é possível, as emoções do seu universo musical.

quinta-feira, julho 23, 2015

Amy Winehouse — o filme (1/2)

O filme de Asif Kapadia sobre Amy Winehouse constitui um brilhante exercício documental, desde já com um lugar importante nas relações entre cinema e a paisagem imensa do rock — este texto foi publicado no Diário de Notícias (18 Julho), com o título 'Memórias e fantasmas da música rock'.

Há quase sessenta anos, Elvis Presley estreava-se no cinema como estrela de um “western” recheado de canções cujo título retomava, aliás, um dos seus maiores sucessos: Love Me Tender (1956), dirigido por Robert D. Webb, pode ser considerado o prólogo das multifacetadas relações entre o mundo dos filmes e a paisagem imensa do rock. O acontecimento envolvia mesmo qualquer coisa de predestinação, consagrada numa emblemática frase promocional: “O Sr. Rock’n’roll nasceu para interpretar esta história”.
A estreia de Love & Mercy/A Força de um Génio, de Bill Pohlad, constitui um dos mais recentes capítulos dessa saga cinema/música, tanto mais significativo quanto estamos perante um filme que aposta em revisitar a personagem de Brian Wilson muito para além de qualquer cliché biográfico.
Escusado será dizer que há muito se desvaneceram as ilusões românticas que Presley encarnava (mesmo contra sua vontade, já que nunca escondeu uma enorme insatisfação com a maior parte dos filmes que protagonizou). A história da música popular passou a ser um labirinto de coisas contraditórias, como se cada momento de euforia atraísse um fantasma fúnebre. No limite, parece haver mesmo maldições instaladas, como a dessa impressionante galeria de figuras que morreram aos 27 anos: Brian Jones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain, Amy Winehouse... Esta última é agora tema de um notável documentário, realizado por Asif Kapadia e intitulado apenas Amy.
Mesmo que resistamos a qualquer interpretação maléfica das circunstâncias que enquadraram a vida (e a morte) de tão trágicas personagens, é um facto que a sua existência tem ficado inscrita nos filmes de modo quase sempre invulgar e perturbante. Brian Jones, por exemplo, surge como discreto membro dos Rolling Stones em One Plus One, de Jean-Luc Godard: combinando o olhar documental com a alegoria política, o filme foi rodado em Londres, em meados de 1968, durante as gravações da canção Sympathy for the Devil (para o álbum Beggars Banquet); Jones viria falecer cerca de um ano mais tarde, a 3 de Julho de 1969. Por sua vez, em Last Days (2005), de Gus Van Sant, Michael Pitt interpreta um rocker de nome “Blake” cuja história suicidária é claramente reminiscente de Kurt Cobain. Aliás, podemos encontrar um desvio em parte semelhante num dos títulos centrais da filmografia de Bette Midler: as atribulações da sua personagem de Mary Rose Foster, em A Rosa (1979), de Mark Rydell, são directamente inspiradas na história de Janis Joplin.
O exemplo de Amy remete-nos para uma zona paralela, de raízes e componentes que são, no essencial, de natureza documental. Aliás, vale a pena perguntar se muitos aspectos da dimensão mitológica do rock não são indissociáveis dos ecos que, sobretudo durante as décadas de 60/70, a música encontrou em alguns filmes que, justamente, documentaram personagens, eventos e contextos de invulgar importância artística e simbólica.
Woodstock (1970), de Michael Wadleigh (em cuja equipa trabalhou um cineasta ainda pouco conhecido chamado Martin Scorsese), será o primeiro título que vem à memória. O registo do festival realizado de 15 a 18 de Agosto de 1969, perto da cidade de Bethel, Nova Iorque, transformou-se numa referência emblemática da cultura popular, eternizando performances de Joe Cocker, The Who, Richie Havens, Joan Baez ou Jimi Hendrix, entre muitos outros — encerrando as utopias dos anos 60, o filme estabelecia padrões de rodagem que, de uma maneira ou de outra, influenciaram o desenvolvimento do “filme-concerto”.
Tal sub-género tem persistido em todas as épocas, dando origem a experiências muito variadas, incluindo: Monterey Pop (1968), assinado pelos irmãos Maysles; Gimme Shelter (1970), em que D. A. Pennebaker filma o célebre e trágico concerto dos Rolling Stones em Altamont, a 6 de Dezembro de 1969; e Stop Making Sense (1984), com os Talking Heads filmados por Jonathan Demme. Scorsese viria a ser um dos autores em destaque nessa evolução, registando, por exemplo, o concerto de despedida de The Band em A Última Valsa (1978) ou, mais recentemente, uma performance dos Rolling Stones em Shine a Light (2008).
Paralelamente, assistiu-se ao desenvolvimento de uma outra tendência, de algum modo complementar: o “filme-sobre-uma-digressão”. Pelo menos no plano conceptual, o seu título fundador será Dont Look Back (1967), de D. A. Pennebaker, entre nós lançado como Eu Sou Bob Dylan. Acompanhando os concertos de Dylan em Inglaterra, em 1965, Pennebaker conseguiu a proeza de registar os prós e contras de um ambiente em que espectadores e imprensa discutiam acaloradamente o facto de Dylan ter integrado guitarras eléctricas na sua música (a partir do álbum Bringing it All Back Home, lançado em Março daquele ano), ao mesmo tempo que ele próprio dava sinais de uma obstinada resistência à sua transformação simbólica (ou mediática, como diríamos agora) em “porta-voz” de toda uma geração. Aliás, alguns dos mais brilhantes filmes sobre digressões — como Na Cama com Madonna (1991), de Alek Keshishian, ou Meeting People Is Easy (1998), de Grant Gee (sobre os Radiohead) — funcionam também como metódicas desmontagens da teatralidade que a pose de uma estrela rock pode envolver.

quarta-feira, maio 20, 2015

Cannes 2015 [Amy]

Não se pode dizer que o documentário Amy, sobre Amy Winehouse, seja um objecto de grandes revelações, muito menos de exaltação do escândalo. O mais impressionante no minucioso trabalho de Asif Kapadia é o facto de ele, em boa verdade, lidar com muitos materiais comuns ao jornalismo que usa e abusa da privacidade daqueles que "noticia". Ora, como se prova, nenhuma matéria informativa possui um sentido único que retire responsabilidade a quem a manipula. No caso de Amy, a reunião de uma incrível variedade de materiais — filmes de família, fotos, registos de concertos, etc. — é feita no sentido de celebrar a dramática pluralidade da pessoa retratada. Ou como a vida de uma das maiores cantoras das últimas décadas, herdeira legítima de Sarah Vaughan, foi escandalosamente breve.

sábado, dezembro 22, 2012

Os melhores discos de 2012 (J.L.)


1. Patti Smith, Banga
2. Fiona Apple, The Idler Wheel...
3. Dan Deacon, America
4. Frank Ocean, Channel Orange
5. Bob Dylan, Tempest
6. Bruce Springsteen, Wrecking Ball
7. alt-J, An Awsome Wave
8. Spiritualized, Sweet Light, Sweet Light
9. Divine Fits, A Thing Called Divine Fits
10. Angel Haze, Reservation

Memórias contraditórias do ano musical: por um lado, tenho consciência de que não tive possibilidade de escutar na íntegra — ou com a devida atenção — alguns álbuns que continuam a despertar-me, no mínimo, uma aguda curiosidade (os Pet Shop Boys, por exemplo, ainda estão em lista de espera...); por outro lado, num rápido balanço, deparo com uma lista francamente impressionante de assinaláveis proezas musicais em que, além dos incluídos neste sempre instável top, poderia citar a experiência “antiga” de Leonard Cohen (Old Ideas), The Roots (Undun), Bobby Womack (The Bravest Man in the Universe), Jack White (Blunderbuss) ou The Walkmen (Heaven), a par da tocante frescura de alguns magníficos “novatos”, incluindo a prodigiosa Angel Haze, com direito ao top dos “grandes”. Dos outros mais ou menos estreantes, vale a pena ficar com um breve ‘Top 5’:
I. Lianne La Havas, Is Your Love Big Enough?
II. Tame Impala, Lonerism
III. Jessie Ware, Devotion
IV. Now, Now, Threads
V. THEESatisfaction, Awe Naturale

Last but not least, este foi também o ano em que saíu a maravilhosa antologia de Amy Winehouse, At the BBC. Aqui fica uma memória, tão longe, tão perto.

segunda-feira, setembro 24, 2012

Amy Winehouse: memórias da BBC

Vai ser, por certo, uma das edições marcantes do final de 2012: uma colecção de três DVD e um CD contendo os registos de Amy Winehouse na BBC e para a BBC — inclui algumas das primeiras performances da cantora, entrevistas, "covers" e interpretações ao vivo inéditas, além de um livro apresentado por Nas, com um depoimento do produtor Mark Cooper e notas assinadas por Dan Cairns, de The Sunday Times. Os direitos de autor das vendas revertarão para a Fundação Amy Winehouse — eis o material de divulgação de Amy Winehouse at the BBC, nas lojas a partir de 12 de Novembro.


>>> Site oficial de Amy Winehouse.
>>> Site oficial da Fundação Amy Winehouse.