Mostrar mensagens com a etiqueta Tilda Swinton. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Tilda Swinton. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, julho 22, 2014

Três meses, três filmes


Continuando a fazer um balanço do segundo trimestre de 2014, hoje passamos pelos ecrãs de cinema. Entre os filmes que vi em sala merecem claro destaque Only Lovers Left Alive, espantoso olhar sobre um casal de outsiders (que escapa em tudo aos clichés dos "filmes de vampiros") por Jim Jarmusch (e belíssimo curto elenco onde se destaca Tilda Swinton) e para Tom na Quinta, filme que mostra como, depois do monumental Lawrence Anyways, Xavier Dolan usou pouco para fazer muito naquela que é a sua melhor longa-metragem já mostrada entre nós. Entre os festivais de cinema merece clara chamada de atenção o espantoso Stand Clear of The Closing Doors, de Sam Fleischner, a história de um rapaz autista perdido no metro de Nova Iorque que foi exibida na edição deste ano do IndieLisboa.

Entre o melhor cinema visto em sala entre abril e junho de 2014 vale a pena apontar ainda títulos como Grand Budapest Hotel, de Wes Anderson, O Acto de Matar de Joshua Oppenheimer e Mistaken For Strangers, de Tom Beringer. Da colheita do IndieLisboa há que não esquecer ainda Mouton, de Gilles Deroo e Marianne Pistone.

quinta-feira, novembro 14, 2013

LEFFEST 2013 (dia 7)


É tudo menos um filme de vampiros (no sentido “filoneano” do termo) o novo Only Lovers Left Alive, de Jim Jarmusch, que ontem teve antestreia nacional no Cinema Monumental, não estando ainda revelada a sua data de estreia comercial entre nós. Esteve presente na sala, para apresentar o que iríamos ver, a cantora Yasmine Hamdan, que surge numa sequência musical do filme.

Os protagonistas, interpretados por Tilda Swinton e Tom Hiddleston, são um casal de vampiros que por aí anda há séculos, ela vivendo em Tânger, ele em Detroit. Têm um conhecimento alargado e profundo das coisas da ciência e da arte, ele sendo um músico que, agora na era do YouTube, coleciona e toca com guitarras elétricas do século XX sendo, que, em tempos deu um adágio de um quinteto a Schubert (rara ocasião para alguém, com uma vida tão afastada quanto possível dos olhares do mundo, ver a sua música apresentada e comentada).

Dar dentadas é “coisa tão século XV” para quem vive no século XXI, num tempo em que os vampiros recorrem às reservas dos hospitais (e a subornos e médicos corruptos) para se alimentarem. Quem procurar dentadas e sustos procure, desde já, outro filme. Only Lovers Left Alive na verdade vive mais da música (de uma soberba banda sonora com sabor elétrico vintage) e das ideias que de uma trama feita de encadeados de situações. Através dos dois protagonistas (e da tempestuosa visita de uma irmã, que acrescenta pontuais “acontecimentos” a um filme essencialmente tranquilo) discute-se o mundo em que vivemos, o Homem (“zombies”), como lhes chama Adam, a história dos seus feitos artísticos e científicos, mas também o seu ceticismo e frequente cegueira perante os reais problemas que enfrentamos coletivamente.

Este é também um filme sobre uma cidade moribunda (Detroit), que a câmara visita em travelings noturnos. E também sobre pulsão criativa, a relação do protagonista com o mundo da música servindo depois para uma série de temperos para descodificação pelos melómanos e geeks rock’n’roll presentes na plateia. Motown ou Stax? A casa onde cresceu Jack White? Convenhamos que resultou.

sexta-feira, abril 19, 2013

Memórias da bisavó da Tilda Swinton

Actriz de muitas e imponderáveis transfigurações, Tilda Swinton tem mantido uma relação cúmplice com os universos da moda. Agora, num portfolio para a revista W, redescobrimo-la em paisagens de surreal poesia — surrealista, sem dúvida, já que Giorgio di Chirico e Salvador Dali foram algumas das assumidas inspirações do fotógrafo Tim Walker. Sobre a ânsia de beleza que preside ao empreendimento, vale a pena ler o texto de apresentação de Diane Solway. E reter estas palavras, misto de ironia e contundência, da própria Tilda Swinton: "Ser bela nunca foi, na verdade, nada que eu associasse às pessoas que conhecia — certamente não a raparigas. Rapazes, talvez. Cavalos, sim, e por certo a minha bisavó Elsie Swinton, cuja grandeza imperial era como uma marca de identidade."

sexta-feira, julho 22, 2011

Tilda Swinton na "W"


Quando se fotografa uma promoção de gel para o cabelo, a diferença depende menos do gel e mais do cabelo. E da cabeça. E da pose. O mesmo se dirá em relação a vestidos, óculos e outros artefactos de moda.
Demonstração prática: Tilda Swinton fotografada por Tim Walker na edição de Agosto da revista W. O portfolio serve de apoio a uma entrevista conduzida por Diane Solway, com um título à altura do empreendeimento: Planet Tilda.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Figuras do ano: Tilda Swinton


Não faltaram já, ao longo da sua obra, motivos para, justificadamente, fazer de Tilda Swinton uma das grandes actrizes do nosso tempo. Este ano apresentou-nos contudo uma das melhores interpretações de toda a sua carreira num filme que, de resto, conta também com a sua intervenção como co-produtora. No papel de uma matriarca em Milão (de origem russa) e com todas as falas num claro italiano, Tilda Swinton contribuiu para fazer de Eu Sou O Amor um dos maiores acontecimentos cinematográficos do ano.

terça-feira, outubro 19, 2010

Virginia Woolf, segundo Sally Potter


Teve finalmente edição local em DVD um dos mais belos títulos da filmografia dos noventas. Assinado por Sally Potter e contando com uma espantosa Tilda Swinton como figura central, Orlando nasce de uma adaptação ao grande ecrã do romance homónimo de Virginia Woolf. Uma história que cruza séculos mas que, mais que de imortalidade, centra o tutano da atenção numa surpreendente abordagem às noções de género.

Em traços largos, esta é a história de um jovem aristocrata inglês, de traços andróginos, que desperta o interesse da rainha Isabel I (aqui numa interpretação magnífica, que cruza fausto e decadência, por Quentin Crisp). Ciente do seu fim próximo, a monarca deixa-lhe uma farta herança, pedindo-lhe apenas um favor: que não envelheça… Orlando não envelhecerá nunca. E, quando uma manhã, repara que o seu corpo mudou e, agora, é uma mulher, o que conclui é que nada mudou, tudo é igual, apenas o corpo está diferente… Com uma espantosa direcção artística (de resto com nomeação para os Oscares em 1994) Sally Potter propõe um registo que opta pela contemplação formal da imagem sem sentir a necessidade de vincar uma noção de realismo. Sentem-se mesmo afinidades com as linguagens “de época” de algum cinema de Peter Greenaway ou Derek Jarman. Nota ainda para mais um elemento de ousadia formal no retratar de quadros de época (a acção percorre tempos, desde o século XVI aos anos 90 do século XX), na música que Jimmy Somerville canta, em cena, ora numa barcaça real ao serviço de Isabel I, ora feito anjo, num belíssimo epílogo em forma de canção pop. Uma das grandes (re)edições em DVD do ano, sem dúvida!


Imagens do trailer de Orlando

segunda-feira, junho 21, 2010

Tilda Swinton: o perfume

No imaginário clássico da star, o perfume é um dos elementos mais peculiares e, por certo, mais etéreos — quando interrogada sobre o que gostava de vestir para dormir, Marilyn esclareceu mesmo que era "uma gota de Chanel nº 5". Daí que esta imagem pudesse ser apenas de Tilda Swinton a promover um novo perfume. Mas não: é Tilda Swinton a promover o seu novo perfume. Chama-se "Like This" e tem chancela da État Libre d'Orange — no respectivo site, a actriz explica que o nome provém de Alice no País das Maravilhas.