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Nas escarpas do tempo
ouço a tua voz que me fala
das estações que ainda ontem
eram barcos atracados nos cais,
hoje apenas restos de cinzas
esquecidas na velha lareira
onde crepitavam silêncios
a marejar dos teus olhos,
debruçados na solidão das noites.
Dos voos rasantes dos pássaros
a arrastar as sombras
diante da janela florida,
do inverno restou apenas o vento
que segreda em silêncio
os atalhos em que te reconheço.
Ailime
12.11.2022