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sábado, novembro 12, 2022

Da janela florida

Imagem Net


Nas escarpas do tempo

ouço a tua voz que me fala 

das estações que ainda ontem 

eram barcos atracados nos cais,

hoje apenas restos de cinzas

esquecidas na velha lareira

onde crepitavam silêncios

a marejar dos teus olhos,

debruçados na solidão das noites.


Dos voos rasantes dos pássaros

a arrastar as sombras

diante da janela florida,

do inverno restou apenas o vento

que segreda em silêncio

os atalhos em que te reconheço.


Texto
Ailime
12.11.2022


terça-feira, maio 17, 2022

Diante do mar o espanto


Pintura (Óleo) desconheço o autor



Diante do mar o espanto
pássaros no horizonte
com seus voos em alvoroço
esboçam teias de luz
que acolho no meu regaço
como se fossem pedaços de tempo
a adiar as manhãs.

Mar azul, mar refulgente
ondeando em espuma de neve
esculpe no areal dourado
os beijos dos amantes
que na praia serenados
quando o sol se esconde 
apenas o murmúrio do mar

Mar tão longe e tão perto
sempre tão belo, por vezes medonho
trazes a luz, mas também as sombras
Mar brilhante que seduzes
quantos de ti se aproximam
por teres uma beleza única
através de ti o amor.


Texto
Ailime
17.05.2022

quinta-feira, abril 28, 2022

Percorro os campos em flor



Percorro os campos em flor
que me falam de primaveras
mas também de madrugadas
de tempos muito longínquos
que trago cingidos ao peito.

Inebriada por sentimentos e afetos,
nuvens brancas em céus azuis
debruavam o meu olhar
por entre as margens do rio
que sussurravam o meu sentir
no rumorejo das águas.

Hoje, apenas ecos, reproduzem
os sons de outrora, quando os pássaros
em voos alegres e maviosos
vêm pousar nas minhas mãos
o restolho da saudade.


Texto e foto
Ailime
27.04.2022

segunda-feira, fevereiro 21, 2022

Pé ante pé

(Desconheço o autor)

 

Pé ante pé percorro cada instante em silêncio

e vou desenhando com as pontas dos dedos

pedaços de céu e primavera  nas folhas e flores

que brilham nas escarpas ao sol,

onde gravo os meus pensamentos

como se as pedras tivessem vida por dentro.

Assim vou construindo as minhas imagens,

que os pássaros vão desconstruindo

nos seus voos rasantes e céleres

debruçados na solidão das tardes.


Texto
Ailime
21.02.2022
Imagem Google



sexta-feira, dezembro 10, 2021

Um dia a minha sede

 



Um dia a minha sede

será saciada pela fonte do deserto.

As chuvas molhar-me-ão o rosto

e sentirei o orvalho das manhãs

a afagar-me os cabelos.

As tardes serão mais lisas

e falar-me-ão de crepúsculos,

que se escondem atrás das nuvens

onde os pássaros se detêm

nos voos,

a acalentar-me nas noites

longas,

De sonhos improváveis.


Texto
Ailime
10.12.2021
Imagem Google

quarta-feira, novembro 17, 2021

Há momentos

 


Há momentos em que mergulho no meio das palavras.
Distante está o mundo em que  movo os meus sonhos
alados como pássaros em voos intermitentes.
De ti sei apenas o nome e as palavras ficam em silêncio.


Texto
Ailime
17.11.2021
Imagem Google

segunda-feira, fevereiro 08, 2021

Na inconstância dos voos



Na inconstância dos voos
as nuvens como os pássaros
passam rasantes ou 
esvoaçam no cimo dos montes
e segredam palavras ao vento
que ecoam como bálsamos
em gotículas de chuva
ou se desfazem em simples
pedaços de luz
que tantas vezes 
ferem o silêncio dos olhares
que teimam em permanecer
no crepúsculo das sombras.


Texto
Ailime
08.02.2021
Imagem Google

sábado, abril 04, 2020

Nas escarpas dos dias

Canto meu

Nas escarpas dos dias
caminho descalça sobre o vento, 
como se desventrasse os silêncios
que me movem
no imprevisível deserto do ocaso
que se desnuda em oceanos
opacos e turbulentos
na incongruência
dos ponteiros do relógio
consumidos por águas movediças
que resistem à estranheza
das margens dos rios 
corrompidos pelas marés.

Enquanto isso, os pássaros,
imperturbáveis,
continuam os voos.


Texto 
Ailime
03.04.2020
Imagem Google

quinta-feira, janeiro 09, 2020

Na busca incessante das manhãs.

Jetty, Sunset, Lake, Sky, Clouds, Reflection

À noite quando as sombras pairam sobre escombros
e dentro de ti o vazio te cala na voz o silêncio
ouve-se ao longe o som do mar em burburinho
como se fora um cântico que os deuses cogitam
para amainar as tempestades das asas dos anjos.

Relâmpagos de marés alumiam-te na escuridão
perpetrando um concerto de vozes maviosas
a bailar sobre nuvens em voos desordenados
na busca incessante das manhãs.


Texto
Ailime
09.01.2020
Imagem Google

domingo, outubro 14, 2018

Trago nos lábios a palavra outono

Foto de Manuel Luís Simões

Trago nos lábios a palavra outono 
como folha alagada pela chuva 
que como pétalas cai com placidez 
a envolver-nos docemente o corpo 
que alastra em voos improváveis 
sobre o chão alado que pisamos. 

Nessas horas tardias 
prendemos o pôr do sol com a voz 
rasgamos o horizonte com o olhar 
que nos incendeia os dedos 
deslizar como riachos     
no silêncio dnosso outono.




Texto 
Ailime
14.10.2018

quinta-feira, agosto 31, 2017

Há como que um relógio


Salvador Dali


Há como que um relógio
suspenso nas paredes do tempo
onde os ponteiros das horas
esvoaçam como pássaros
a rasar a manhã
em voos rápidos e intermitentes,
que desnorteiam as folhas
que vão tombando
neste outono precoce.
Quisera deter o ímpeto dos pássaros
e a queda das folhas
abraçando o entardecer
como se não houvesse amanhã.



Texto Ailime                                                                     
Imagem Google
31.08.2017

terça-feira, setembro 29, 2015

Torna-se necessário rescrever a canção

Torna-se necessário rescrever a canção
Mesmo que as mãos, em chamas,
Recusem o gesto, vacilante, da melodia.

Como os pássaros, que de asas feridas
Cruzam os céus em voos arrojados,
É urgente que os barcos ergam as velas
Na melopeia cadente da maré cheia.


Ailime
29.03.2015
Imagem Google

terça-feira, junho 24, 2014

Voos


O mar, a luz e o entardecer
Nas folhas que navegam as águas
Como pequenos barcos à deriva
Nas marés banhadas de luar.

Os pássaros voam em debandada
E no areal cravado de sal
Uma pena repousa solitária
A incerteza do voo abrasado.

A alvorada reluz no horizonte
Dispersando as névoas para longe;
Timidamente um pássaro aproxima-se
Num voo rasante, quase mudo.


Ailime
24.06.2014
Imagem Google

quarta-feira, maio 01, 2013

São como pássaros feridos



São como pássaros feridos
Que procuram em horizontes remotos
Novos trilhos novos voos
Que lhes devolvam a dignidade

São fugas precoces
Nas asas doídas dos sonhos
Em noites de desassossego
Num chão que lhes é negado

E abarcam num sorriso
(ténue mas confiante)
A alegria do retorno
Num amanhã…talvez.

Ailime
01.05.2013 
Imagem Google