O pasmo, diante da candura das pétalas.
O inseto suga-te o néctar.
Debaixo das asas, o chão
que os meus pés pisam
vagarosamente.
Naquela folha o desdém
de quem não entende
o respirar dos pássaros
na construção dos ninhos.
Subo a escarpa e observo o horizonte.
Uma nuvem esconde o sol
e o dilúvio, de novo,
tomba sobre as folhas.
A luz reacende o entardecer
com a rapidez dum relâmpago.
Texto e foto
Emília Simões
30.03.2024
Emília Simões
30.03.2024