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sábado, abril 27, 2024

Silêncios



Em silêncio admira-se  a arte.
Em silêncio o coração fala.
Em silêncio percorrem-se desertos.
Em silêncio as flores brotam.
Em silêncio faz-se uma prece.
Em silêncio crescem trigais
e frutificam as vinhas.
Em silêncio o sol amanhece
e em silêncio esconde-se no ocaso.
Em silêncio escuto a tua voz
que me fala de amor.
No silêncio da noite pés descalços 
tateiam campos agrestes
e alguém chora
no meio dos destroços da guerra.
No silêncio do mundo
ninguém ouve as vozes que gritam
a fome e o desespero.
No silêncio cabem tantos silêncios
que te asfixiam a voz e o ser
e não te deixam ver a claridade dos dias. 

Texto
Emília Simões
27.04.2024
Imagem Google

quarta-feira, setembro 02, 2020

De mãos dadas

de mãos dadas também com o mar Foto de Jorge Pinto | Olhares - Fotografia  Online

Na aridez da vida
percorro horizontes antes nunca sonhados
e mitigo a sede com as palavras
que me sussurras quando de mãos dadas
perscrutamos o infinito
e nos entreolhamos cúmplices
de um amor que nos corta a pele
e nos alimenta os sentidos
como se rasgássemos o tempo
que nos vai tragando as horas
encurtando as distâncias
que nos separam do ocaso
onde os pássaros nidificam
uma nova manhã, uma nova vida.
Entre a aurora e o crepúsculo
não desistimos de agarrar o vento.





Texto
 Ailime
02.09.2020
Foto
 Jorge Pinto

sábado, abril 04, 2020

Nas escarpas dos dias

Canto meu

Nas escarpas dos dias
caminho descalça sobre o vento, 
como se desventrasse os silêncios
que me movem
no imprevisível deserto do ocaso
que se desnuda em oceanos
opacos e turbulentos
na incongruência
dos ponteiros do relógio
consumidos por águas movediças
que resistem à estranheza
das margens dos rios 
corrompidos pelas marés.

Enquanto isso, os pássaros,
imperturbáveis,
continuam os voos.


Texto 
Ailime
03.04.2020
Imagem Google

sexta-feira, dezembro 30, 2016

Viro mais uma página


Viro mais uma página
amarelecida
do livro incompleto
que me rasga o tempo
num breve sopro,
como folha a esvoaçar
nas asas do ocaso.

Deixo apenas que o sonho
me conduza em silêncio
pela rota das palavras.



Texto e foto
Ailime
30.12.2016









Desejo-vos  um bom 2017!

terça-feira, setembro 20, 2011

O Outono instalou-se


O Outono instalou-se
No ocaso que não vem ao caso
E que espreita nas primeiras folhas
De plátanos espalhadas no asfalto
De ruas que não desenhei.

E percorro-as no vento
Que invade este espaço
E o torna mais plácido
Na incerteza do Inverno.

Apanho algumas folhas
E aperto-as entre os dedos
E sinto a seiva a escorrer
A clamar pela vida
Que o vento açoitou.


E afago-as e colo-as
Nos troncos nus e pujantes
Daqueles plátanos
Erguidos em ruas
Que não desenhei.

Ailime
19.09.2011
Imagem da Net

domingo, agosto 21, 2011

O tempo que passa

O tempo que passa, passa e

Como uma brisa leve transporta-me

A outros mundos, a outros sonhos.

Neste ocaso que me enlaça

Tento libertar-me das amarras

Que me prendem e limitam

Deixando-me envolver nas maresias

E ventos suaves das manhãs,

Onde em rodopios pacíficos

Rumarei à liberdade de ser.


Ailime
Em 21.08.2011
Imagem da Net

sábado, setembro 18, 2010

Sentada à beira do lago

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Sentada à beira do lago
Onde os nenúfares abundam,
Deixo que o aroma silvestre
 Me invada e purifique.
Ao longe um pássaro ferido
Solta um pio doído e
Desperta-me do sonho
 Em que me deixei envolver.
Uma brisa suave e fresca
Envolve-me bruscamente,
Insinuando que o astro-rei
Há muito se fez ocaso.

Ailime
18.09.2010
Imagem cedida gentilmente pela Net