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sábado, fevereiro 22, 2025

O tempo


O tempo é como as 
escultura talhadas
nas areias molhadas da praia.
Dura muito?
Dura pouco?
A maré é o indicador
e quão breve é a maré,
como o tempo, que esmaece.
Uma onda de espuma
no seu vaivém 
ou uma aragem destroem
o trabalho do artista,
que brilhou enquanto durou
o seu labor.
Assim é o tempo.
Brilha enquanto temos tempo
para o reter entre as mãos,
quando existimos sem pressa
e o tornamos inesquecível.

Texto e foto
Emília Simões
22.02.2025


sábado, julho 13, 2024

Oh mar enigmático


Oh mar enigmático
que refletes nos olhares a maresia
de quem tenta descobrir o mundo
navegando nas águas profundas 
das marés traiçoeiras
na busca dum porvir incerto.
 
Numa praia deserta
observo-te em silêncio 
no vaivém desse marulhar
onde apenas tu e eu
sabemos os segredos
da ausência de corais.

Texto e foto
Emília Simões
13.07.2024

sábado, junho 29, 2024

Tarde de verão


Sentada na escarpa observa o mar

que, num doce vaivém, beija as areias da praia.

Forte neblina envolve todo o cenário

duma estranha tarde de verão.

Os barcos já há muito que partiram 

deixando os rastos no horizonte.

Iam cheios de ilusões e esperanças,

mas o mar anda sufocado

por detritos incontroláveis,

que estonteiam a vida marinha.

Regressarão mais cedo,

vazios os sonhos dos pescadores

que desesperam.

Olha em seu redor.

A praia está deserta.

Chove, no mar das ilusões

e as gaivotas partem em debandada.


Texto e foto
Emília Simões
29.06.2024



sábado, janeiro 06, 2024

Mergulho nos rastos do vento


Mergulho nos rastos do vento
as ondas da ilusão 
e apenas ouço o murmúrio do mar.
As folhas balouçam
na crista das ondas 
como palavras soltas
nos barcos fundeados,
amarrotadas na boca de um peixe.
Na areia da praia um búzio reflete
o esplendor do dia
e deixo que o silêncio
apenas me fale de outras maresias.
Por instantes, fito o horizonte
e uma ave vem ao meu encontro
e pousa-me nas mãos,
leve como uma pena.
Acolho-a com espanto
e como estátuas
ficamos assim
até ao anoitecer.

Texto
06.01.24
Emília Simões
Imagem Google 
 


segunda-feira, junho 12, 2023

Eterno desejo de amar

Esta a minha participação respondendo ao amável convite de Rosélia, no seu Blogue Escritos da Alma,
para escrever um poema subordinado ao tema Amor, para celebrar o dia dos Namorados no Brasil.

Caminhando pela praia deixo-me seduzir pelo vento

e aspiro a brisa do mar que me fala de ti.

Pressinto-te ao longe junto à escarpa

e vou no teu encalce como se foras um príncipe,

que mora em meu coração desde sempre.

Anseio pelo reencontro.

Há tanto tempo que não te vislumbro,

mas sei que me esperas com o mesmo anseio

com que outrora me abraçavas e beijavas.

Hoje não vai ser diferente e o nosso abraço

prolongar-se-á no tempo, num eterno desejo de amar.


Texto
Ailime
09.06.2023



sábado, maio 13, 2023

Por caminhos sinuosos



Por caminhos sinuosos

tão distantes e tão próximos

das árvores, com ninhos de pássaros,

ouço o chilrear dos melros.

Nos galhos, as folhas estremecem.

O vento voraz espalha-as no chão 

antes e depois da passagem

os meus pés apressam-se.

O dia entardece.

Apenas o brilho do crepúsculo

me faz lembrar o silêncio 

escondido numa flor 

que trepa pelas escarpas

que serpenteiam a costa,

duma praia invisível.

O mundo aquieta-se.

Só o murmúrio do mar

me responde.


Texto
Ailime
13.05.2023
Imagem Google

sábado, janeiro 21, 2023

O mar

                                                
            


Observo o mar sempre com espanto;

quando escuto o seu rugido

nas noites de tempestade 

ou quando suavemente beija

as areias douradas duma praia qualquer,

logo ao nascer do sol.


O mar é irrequieto e  imprevisível

e tanto arrasta ondas brancas como neve

como cascos de navios afundados.


O mar é alegria e brisa

é força e leveza

que me envolve como um véu

quando fito todo o seu esplendor

nos inaudíveis silêncios.


Texto e foto
Ailime
21.01.2023



sábado, julho 23, 2022

Havia um oceano dentro dela



Havia um oceano dentro dela

de águas calmas, sem ondulação,

que mergulhava no silêncio das madrugadas

e na paz do entardecer.

Os barcos navegavam à tona

rodeados de corais verdes e azuis

que a cerceavam nas  noites

em que as marés fitavam a Lua

e o luar a cingia meio tímido.

Nestes momentos a presença de Deus

tomava-lhe as emoções e o silêncio

era apenas brisa refrescante

numa praia invisível.


Texto
Ailime
23.07.2022
Imagem
Google



terça-feira, maio 17, 2022

Diante do mar o espanto


Pintura (Óleo) desconheço o autor



Diante do mar o espanto
pássaros no horizonte
com seus voos em alvoroço
esboçam teias de luz
que acolho no meu regaço
como se fossem pedaços de tempo
a adiar as manhãs.

Mar azul, mar refulgente
ondeando em espuma de neve
esculpe no areal dourado
os beijos dos amantes
que na praia serenados
quando o sol se esconde 
apenas o murmúrio do mar

Mar tão longe e tão perto
sempre tão belo, por vezes medonho
trazes a luz, mas também as sombras
Mar brilhante que seduzes
quantos de ti se aproximam
por teres uma beleza única
através de ti o amor.


Texto
Ailime
17.05.2022

terça-feira, fevereiro 16, 2021

Não queria tecer palavras amargas



Não queria tecer palavras amargas
nem sonhos irrealizáveis
nos dias em que as marés encrespadas
toldam o horizonte.
As aves aninham-se em sobressalto
e imóveis aguardam o sol-posto.
Em movimentos agitados
as ondas revoltas tocam as escarpas
e  apenas o rumor do mar
quebra o silêncio da noite.
Há um vazio, uma nostalgia na praia
onde jazem  apenas a solidão e a Lua.
Pela manhã o sol brilha,
a espuma do mar beija o areal.
Finalmente o mundo despertou.


Texto e foto
Ailime
16.02.2021

terça-feira, fevereiro 06, 2018

Hoje apenas o vento

Pintura de Zoltan Szabo

Hoje apenas o vento
vertiginoso
te sussurra ao ouvido
no silêncio cortante do frio
a canção do inverno.
O ar gélido açoita-te
e de rompante rasga-te a pele
como se fora uma bússola
perdida em alto mar
a navegar nas marés
os barcos tombados
pelos glaciares.
A noite aproxima-se
na praia invisível
o teu corpo gelado.


Texto
Ailime
06.02.2018
Imagem Google

domingo, fevereiro 28, 2016

Esvoaço numa asa de vento


Esvoaço numa asa de vento
e deixo que os meus cabelos
se transfigurem
como ondas a beijar a praia
quando o silêncio das marés
esboça ao pôr do sol
a imagem do anoitecer.
Por entre os meus dedos vacilantes
deixo que a espuma das águas
escorra a claridade das nuvens
que esculpem no  infinito
a finitude dos mares.

Texto
Ailime
Imagem Google
28.02.2016

quarta-feira, abril 24, 2013

As palavras quedaram-se



As palavras quedaram-se
Num soturno silêncio
Que envolve os astros
E atordoam o mar
Na manhã que tarda

As marés ondulam
Ao sabor dos ventos
E salpicam o horizonte
Na ausência da praia

Na escarpa íngreme
Apenas o sol reflete a bonança.

Ailime
24.04.2013
Imagem Google

sexta-feira, novembro 23, 2012

Olhar


Edgar Degas

Desço a rua e observo-te
Na escassez do vento
Que não ouves.

Trazes no olhar o vazio
De quem não entende
As vozes do mar.

Cinjo-te como penas
Que esvoaçam indiferentes
Na aurora doída.

Na praia a maresia
Nublada de areia
Afasta os corais para longe.


 Ailime
23.11.2012
Imagem da Net