e as pedras brilham como cristais
na densa tarde de inverno.
As árvores, nuas, parecem chorar
as folhas que, coladas ao chão,
parecem adormecidas.
Há raízes profundas que as unem
e não é a falta de luz que as
mantêm vigorosas na sua nudez.
A seiva continua a circular
no interior dos seus troncos.
Por um lapso de tempo
sobrevivem à noite que as cinge.
A primavera não tardará
e como milagre
no silêncio de uma manhã amena,
despertarão reluzentes
em ramos iluminados,
como um brilho impresso no tempo.
Texto e foto
Emília Simões
13.01.2024