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sábado, dezembro 28, 2024

As minhas palavras estremecem


As minhas palavras estremecem.

Escondo-as num coral em silêncio.

Não quero que ninguém as leia,

ouça ou profane.

O vento, por vezes, distorce

o sentir e a imaginação dos poetas,

que se arrastam nas penas,

que os pássaros vão deixando aqui e ali.

Na vertigem do tempo

rodopio segura de que 

apenas as palavras amor e paz,

podem salvar os pactos.


Texto e foto
Emília Simões
28.12.2024

sábado, fevereiro 24, 2024

Palavras adormecidas


Palavras adormecidas

teimam em cingir-me a voz

que rouca, pelo frio do inverno,

se aninha no meu rosto gelado.

No firmamento aves esvoaçam

lado a lado com o vento

e, letras à solta, como folhas,

pousam no meu regaço

que as recolhe sofregamente.

No silêncio da tarde

talvez soletre um poema,

com as penas 

que os pássaros deixaram cair 

no ruído do seu voo.


Texto
Emília Simões
24.02.2024
Imagem Google

sábado, outubro 22, 2022

Sobre o dorso da terra o gemido

 


Sobre o dorso da terra o gemido

e a busca por dentro e por fora 

do precioso líquido

que mitigará a sede do mundo.

Não tardará....

Chegará  de mansinho

e depois como um dilúvio 

lavará todas as penas 

e as manchas

que inundam a terra

e os rios transbordarão.

Uma pausa à espera de resposta

e o arco-íris a espreitar

e a ouvir a minha prece.



Texto
 Ailime
Foto  do meu filho S.S.
22.10.2022


terça-feira, junho 24, 2014

Voos


O mar, a luz e o entardecer
Nas folhas que navegam as águas
Como pequenos barcos à deriva
Nas marés banhadas de luar.

Os pássaros voam em debandada
E no areal cravado de sal
Uma pena repousa solitária
A incerteza do voo abrasado.

A alvorada reluz no horizonte
Dispersando as névoas para longe;
Timidamente um pássaro aproxima-se
Num voo rasante, quase mudo.


Ailime
24.06.2014
Imagem Google

sexta-feira, novembro 23, 2012

Olhar


Edgar Degas

Desço a rua e observo-te
Na escassez do vento
Que não ouves.

Trazes no olhar o vazio
De quem não entende
As vozes do mar.

Cinjo-te como penas
Que esvoaçam indiferentes
Na aurora doída.

Na praia a maresia
Nublada de areia
Afasta os corais para longe.


 Ailime
23.11.2012
Imagem da Net