Naquela madrugada
a cidade acordou antes do tempo.
Pássaros em alvoroço
sobrevoavam barcos
marés cheias
escarpas e silêncios.
O rio, lá em baixo, a espreitar,
azul de tanto céu.
Estalavam foguetes
Rostos mudos de espanto
Clarões
Olhares incrédulos.
Onde estavam as sombras?
Multidão em êxtase
sorrisos e abraços.
A longa noite expirara.
Uma flor ergueu-se
rubra como sol nascente
no cano duma espingarda
iluminou Abril.
Texto
Ailime
22.04.2019
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