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domingo, agosto 22, 2021

Sonho



Na escarpa sentada

avisto um navio ao longe

minhas mãos são como conchas

em que o  silêncio me refaz

do cântico dos búzios

a soletrar medusas

corais e marés-cheias.


O vento arrasta-me

pelas dunas de areias movediças

despenteia-me os pensamentos

como aves em pleno voo

a entoar a canção 

à deriva das correntes.


Virada para o mar

Recomponho-me do sonho 

- Cai a pino a luz do meio-dia.


Texto
Ailime
22.08.2021
Imagem
Google


terça-feira, julho 02, 2019

Rasgo o tempo com os sentidos


Rasgo o tempo com os sentidos
e caminho suavemente sobre as marés
como se as águas me impelissem
a abraçar-te
enquanto os búzios entoam 
a canção do mar
que nos recorda
que as medusas vêm à tona
sempre que dançamos
sobre a proa do barco
enquanto um pássaro
desenha no firmamento
um bailado só para nós.


Texto
Ailime
02.07.2019
Imagem Google


terça-feira, janeiro 15, 2019

As palavras


A língua prende-se na voz
e  tolhe as parcas palavras
que, silenciosas, se recolhem
como búzios em maré vaza.

As sílabas que tento soletrar
estão reféns como barcos,
que encalhados nos cais,
há muito perderam os mastros.

Um pássaro em pleno voo
resgata-me desta indolência.

Colada às suas asas
vagueio pelo firmamento
até que um sopro de vento
me liberte e devolva as palavras.



Texto
Ailime
15.01.2019
Imagem Google


quarta-feira, outubro 18, 2017

Quando no meu regaço vazio

Imagem Google


Quando no meu regaço vazio
Abrigo o silêncio dos búzios
É como se o mar recuasse
Em perseguição do sol-posto.

Estendo o olhar ao infinito
E perscruto nas asas dos pássaros
O regresso das águas
Envoltas em manhãs de coral.

A luz antecipa-se às marés
E esboça nas velas dos barcos
Tons rasgados de aurora
A raiar o céu verde de espanto.


TextoAilime
 08.07.2015
(Reposição)