Mostrar mensagens com a etiqueta teias. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta teias. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, novembro 13, 2020

Os meus gestos



Sempre houve uma certa inquietude nos meus gestos
ora lentos, ora apressados, ou apenas soletrados por pensamentos
que se entrecruzam com as mãos, que ora se poisam em cima da mesa
ou simplesmente se esgueiram para o poema em embrião.

Por vezes tento acalmá-las, mas escapam-se-me com ligeireza
como se tivessem ânsia de chegar antes de mim.

As minhas mãos e os meus gestos sempre se desencontraram
como se uma certa tensão se aninhasse nas pontas dos dedos
e o poema ficasse enclausurado na teia das palavras.


Texto
Ailime
12.11.2020
Imagem Google
Autor desconhecido

terça-feira, novembro 03, 2020

Folha ao vento



Uma folha ao vento
pode não ser apenas uma folha;
é raiz, é tronco,  é seiva;
é flor, é fruto; 
pedaço de céu, nuvem,
raio de sol,  luar.

O que importa é o tempo
que por ela passa e a transforma
qual instante em que os ramos
se fundem nas teias sombrias
que agora repousam
no abismo do silêncio.

Da profundeza da ravina
uma árvore brota em flor.


Texto
Ailime
Imagem Google


 

quinta-feira, fevereiro 07, 2013

Os meus poemas



Os meus poemas não são poemas de amor,
Ou serão de amor as palavras
Que guardo incólumes no cerne de mim
Como se as tivesses proferido ontem
E jamais tivessem sido envolvidas
Nas volúpias tecidas de teias
No emaranhado do tempo, precoce.

Não, os meus poemas não são poemas de amor.
São frágeis pedaços de tempo,
Urdidos nas maresias intemporais
De madrugadas estéreis de luz
Que foram percorrendo oásis
Em longínquas praias desérticas
Submersas por oceanos dispersos.

Ailime
07.02.2013
Imagem Google