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sábado, abril 06, 2024

Quem escreve, lê e ouve os poemas?



Quem escreve, lê e ouve os poemas?

O mundo anda muito distraído.

Os ruídos são ensurdecedores.

Mas o mar esboça na areia com a sua maresia

rendilhados de espuma branca.

As gaivotas leem nas migalhas, ao final da tarde,

o sabor do seu sustento.

Nas escarpas homens e mulheres sós

com o sal a escorrer pelas faces

estão atentos aos sons do mar,

sob o efeito das marés.

Talvez um poeta que tenha passado por ali

tentasse passar a sua mensagem

no purpúreo entardecer.

__Mas, ninguém o escutou__


Texto
Emília Simões
06.04.2024
Imagem Google



sábado, maio 13, 2023

Por caminhos sinuosos



Por caminhos sinuosos

tão distantes e tão próximos

das árvores, com ninhos de pássaros,

ouço o chilrear dos melros.

Nos galhos, as folhas estremecem.

O vento voraz espalha-as no chão 

antes e depois da passagem

os meus pés apressam-se.

O dia entardece.

Apenas o brilho do crepúsculo

me faz lembrar o silêncio 

escondido numa flor 

que trepa pelas escarpas

que serpenteiam a costa,

duma praia invisível.

O mundo aquieta-se.

Só o murmúrio do mar

me responde.


Texto
Ailime
13.05.2023
Imagem Google

sábado, novembro 12, 2022

Da janela florida

Imagem Net


Nas escarpas do tempo

ouço a tua voz que me fala 

das estações que ainda ontem 

eram barcos atracados nos cais,

hoje apenas restos de cinzas

esquecidas na velha lareira

onde crepitavam silêncios

a marejar dos teus olhos,

debruçados na solidão das noites.


Dos voos rasantes dos pássaros

a arrastar as sombras

diante da janela florida,

do inverno restou apenas o vento

que segreda em silêncio

os atalhos em que te reconheço.


Texto
Ailime
12.11.2022


terça-feira, março 29, 2022

O meu rio é azul



O meu rio é azul como o céu,

mas nem sempre viajo nas suas águas.

Os barcos há muito que estão atracados

e nem o vento os embala

como nos tempos remotos

da transparência das águas

e da abundância de peixe.

Os pássaros voejam nos choupos

e cantam sobre as escarpas

a claridade da primavera;

os barcos não se movem

e os peixes ausentes.

No lodo do rio, repousa

a insensatez do homem.


Texto e foto
Ailime
29.03.2022


segunda-feira, fevereiro 21, 2022

Pé ante pé

(Desconheço o autor)

 

Pé ante pé percorro cada instante em silêncio

e vou desenhando com as pontas dos dedos

pedaços de céu e primavera  nas folhas e flores

que brilham nas escarpas ao sol,

onde gravo os meus pensamentos

como se as pedras tivessem vida por dentro.

Assim vou construindo as minhas imagens,

que os pássaros vão desconstruindo

nos seus voos rasantes e céleres

debruçados na solidão das tardes.


Texto
Ailime
21.02.2022
Imagem Google



segunda-feira, fevereiro 14, 2022

Nas asas do vento



Nas asas do vento                        

ouves o meu canto

que te fala de amor.

Não de um amor qualquer.

Um amor que se rasga no tempo,

que se imprime nas pedras

quando passeamos descalços

a olhar o mar,

que nos acaricia com a espuma

das ondas que, ufanas,

serpenteiam as escarpas

do nosso ser.

No esplendor das águas 

desbravamos  horizontes

até ao entardecer.



Texto
Ailime
13.02.2022
Imagem Google

terça-feira, janeiro 11, 2022

Há no silêncio dos corpos

Leonid Afremov


Há no silêncio dos corpos

uma cumplicidade no olhar

como se relâmpagos

alumiassem as escarpas

onde nos desnudamos

como cardumes ao vento

a marulhar em praias

invisíveis.

Afetos e vozes inaudíveis

mergulham definitivamente

num mar de privação, 

no universo inacabado

para lá do tempo

e dos enigmas do espaço.


Texto
Ailime
10.01.2022
Imagem Google

terça-feira, julho 06, 2021

Deambulo pelas ruas



Deambulo pelas ruas que me contornam

como se não houvesse saída

e nada sei sobre o tempo;

apenas as flores me falam de futuro,

de manhãs claras,

de jasmim, buganvílias

e amores perfeitos.


A terra molhada tem a fragância do outono

o esplendor  de um pôr do sol

a beleza do jaspe.


Um olhar  breve  e furtivo 

insinua-me levemente

que nos degraus das escarpas

ainda há ecos por desvendar.


Texto
Ailime
06.07.2021
Imagem Google



terça-feira, junho 15, 2021

Não sei medir o tempo


Não sei medir o tempo por gestos.

As andorinhas voltam na primavera,

fazem os ninhos

sempre no mesmo local

e  espanto-me com a sua precisão.

Ganham asas, voejam

e regressam de novo

não se desviando da rota.

Não sei medir  o tempo por palavras

que guardo nos silêncios

quando as manhãs acordam

para o ciclo da vida.

Não sei medir o tempo  por  sóis

que dançam nas sombras  dos abismos

e ressoam nos ecos das escarpas.

Sei medir o tempo apenas quando o relento

me fala de uma nova lucidez.


Texto
Ailime
15.06.2021
Imagem Google

quarta-feira, maio 12, 2021

Tinhas o brio de um diplomata


Tinhas o brio de um diplomata

e a passividade redentora

de quem abomina a injustiça.

Teus pés calcorreavam quilómetros.

O sol caía a pino;

sem queixumes descias  vales

e subias escarpas semeando o pão.

Esculpias com os dedos na terra

o ciclo das águas

que mitigavam a sede  

do que plantavas com amor;

desse amor  brotavam flores e frutos.

Os teus olhos brilhavam de espanto

como se o sol te nascesse no gesto 

quando finalmente descansavas as mãos sobre o rosto;

como se a tua verdade fosse apenas um simples gesto.


Texto
Ailime
12.05.2021

Imagem Net (autor desconhecido)




terça-feira, fevereiro 16, 2021

Não queria tecer palavras amargas



Não queria tecer palavras amargas
nem sonhos irrealizáveis
nos dias em que as marés encrespadas
toldam o horizonte.
As aves aninham-se em sobressalto
e imóveis aguardam o sol-posto.
Em movimentos agitados
as ondas revoltas tocam as escarpas
e  apenas o rumor do mar
quebra o silêncio da noite.
Há um vazio, uma nostalgia na praia
onde jazem  apenas a solidão e a Lua.
Pela manhã o sol brilha,
a espuma do mar beija o areal.
Finalmente o mundo despertou.


Texto e foto
Ailime
16.02.2021

terça-feira, julho 07, 2020

É no silêncio dos barcos

Papeis de parede Amanheceres e entardeceres Costa Aves EUA Malibu ...É no silêncio dos barcos
que adormeces os teus cabelos
como ondas que o vento espalha
nas escarpas das marés

Ainda é cedo para saboreares
os frutos maduros da colheita
que o mar te dá a beber
quando reluz o sol nascente
por entre os teus dedos sedentos

Na linha do horizonte
pássaros velozes em bandos
perseguem nuvens e sombras.

Texto
Ailime
07.07.2020
Imagem Google

sábado, abril 04, 2020

Nas escarpas dos dias

Canto meu

Nas escarpas dos dias
caminho descalça sobre o vento, 
como se desventrasse os silêncios
que me movem
no imprevisível deserto do ocaso
que se desnuda em oceanos
opacos e turbulentos
na incongruência
dos ponteiros do relógio
consumidos por águas movediças
que resistem à estranheza
das margens dos rios 
corrompidos pelas marés.

Enquanto isso, os pássaros,
imperturbáveis,
continuam os voos.


Texto 
Ailime
03.04.2020
Imagem Google

segunda-feira, abril 18, 2016

Nas escarpas do tempo


Nas escarpas do tempo
perdi-te o rasto.
As manhãs não brilham
como naquela madrugada
em que o céu te gravou no rosto
um sorriso de esperança.

O chão que agora pisas
parece já não ser teu
e resvalas como se no teu corpo
o sorriso te pesasse nos gestos.

Querias resgatar das sombras
o sopro emudecido do alvorecer
mas as aves partiram em bandos
e na praia, deserta, apenas os búzios
entoam o hino das flores.



Texto Ailime
Foto Google
18.04.2016