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sábado, dezembro 28, 2024

As minhas palavras estremecem


As minhas palavras estremecem.

Escondo-as num coral em silêncio.

Não quero que ninguém as leia,

ouça ou profane.

O vento, por vezes, distorce

o sentir e a imaginação dos poetas,

que se arrastam nas penas,

que os pássaros vão deixando aqui e ali.

Na vertigem do tempo

rodopio segura de que 

apenas as palavras amor e paz,

podem salvar os pactos.


Texto e foto
Emília Simões
28.12.2024

sábado, outubro 19, 2024

Ainda será tempo de salvar a Terra?



Ainda será tempo de salvar a Terra

se o Homem não ambicionar tesouros

se o poder não for a sua sede

mas o amor a sua ambição.


Ainda será tempo de salvar a Terra

se os vilões que fomentam a guerra

e fazem alastrar a fome e a morte

semearem campos de trigo

e plantarem sementes de paz.


Ainda será tempo de salvar a Terra

se o egoísmo der lugar ao desapego

e o Homem aprender a viver

com modéstia  e sentido de justiça.


Ainda será tempo de salvar a Terra

se o Homem beber das águas das fontes

e ficar saciado com o ar puro, a beleza e a luz

que emanam deste ainda tão fascinante Planeta.


Ainda será tempo de salvar a Terra?


Texto
Emília Simões
19.10.2024
Imagem Net

sábado, agosto 03, 2024

Memórias

Imagem daqui

Passo à tua porta fechada e evoco
o tempo dos frutos maduros;
das amoras silvestres,
das ameixas amarelas
ao fundo da horta,
das melancias e melões,
dos tomates e feijão verde
que eram o orgulho
do suor, que te sulcava o rosto.
As uvas douradas com sabor a mel;
as abelhas bebiam-lhe o néctar.
Na horta, ao lado do poço,
o jardim das zínias e das sécias
faziam da horta um local encantado.
À tarde pela fresquinha,
como eram saborosas as merendas
com os frutos refrescados 
com a água do poço.
Tudo era puro e belo.
O ar que respirávamos, a água que
nos mitigava a sede;
o gorjeio dos pássaros, os zumbidos dos insetos,
o coaxar das rãs,
numa sinfonia perfeita.
O nosso mundo era outro.
Lugar de sons, aromas e sabores,
que nos oferecias com amor.


Texto
Emília Simões
(In Memoriam: meu avô materno)
03.08.2024
Imagem
Mário Silva
(Sapo)

sábado, julho 20, 2024

No meu silêncio



Debruçada na tarde
do meu silêncio
escuto a minha voz interior
que me fala de amor
de paz
de justiça
de um mundo melhor.


Mas desperto
e à minha volta
ouço a voz do mundo
que  me fala de guerra
de inequidade
de desatino
de ódio.


Dos meus olhos
deslizam 
gotas de orvalho.
que me rasgam a pele.


Resgato o silêncio
e ouço a tua voz
que me fala de
claridade e esperança.

Texto
Emília Simões
20.07.2024
Imagem Google

sábado, junho 01, 2024

No silêncio das palavras



No silêncio das palavras
enxergo com assombro
os dias em que o sol, brilhante,
torna os dias mais alegres
e as aves cantam e saltitam
nas flores em cada manhã.

Nos rastos dos jardins
procuro as tuas pegadas
quando, na sombra das árvores,
lias no meu olhar
a sede do teu amor.

Na natureza em festa
por instantes não há guerras.
Há uma grande paz e suavidade
que, embora céleres,
me fazem sonhar e acreditar
numa nova humanidade.

Emília Simões
01.06.2024
Imagem Google

sábado, abril 27, 2024

Silêncios



Em silêncio admira-se  a arte.
Em silêncio o coração fala.
Em silêncio percorrem-se desertos.
Em silêncio as flores brotam.
Em silêncio faz-se uma prece.
Em silêncio crescem trigais
e frutificam as vinhas.
Em silêncio o sol amanhece
e em silêncio esconde-se no ocaso.
Em silêncio escuto a tua voz
que me fala de amor.
No silêncio da noite pés descalços 
tateiam campos agrestes
e alguém chora
no meio dos destroços da guerra.
No silêncio do mundo
ninguém ouve as vozes que gritam
a fome e o desespero.
No silêncio cabem tantos silêncios
que te asfixiam a voz e o ser
e não te deixam ver a claridade dos dias. 

Texto
Emília Simões
27.04.2024
Imagem Google

sábado, março 09, 2024

Em silêncio percorro o deserto



Em silêncio percorro o deserto
das ruas sinuosas, onde tantas vezes
a solidão é companheira
das almas sedentas de amor.
Tropeço numa pedra. 
Caio, levanto-me e no vazio de mim
o silêncio é cada vez maior.
Como um mendigo
não desisto do caminho.
Impele-me o vento e a fome
como se pretendesse
agarrar o universo
com as minhas mãos esquálidas,
pela míngua e pelo frio.
Falo com a noite e descortino
uma luz, numa nesga de tempo,
e acelero o passo.


Texto 
Emília Simões

09.03.2024
Imagem Google

sábado, fevereiro 17, 2024

Nas intermitências do tempo



Nas intermitências do tempo
desbravo caminhos e, em silêncio,
colho alvoradas suspensas
nos sorrisos, com que te revelas,
em teus olhos brilhantes 
quando me fixas,
numa profusão de cores,
como se a primavera
envolvesse num abraço,
o tempo que resgatámos.
As manhãs são mais sadias,
as tardes, mais leves,
o teu amor mais firme.
Da escarpa, um pássaro voa
levando nas asas, para longe,
segredos que não deixaram rasto.

Para minha mãe

Texto 
Emília Simões
17.02.2024
Imagem Google



sábado, fevereiro 03, 2024

Resvalo por socalcos de montanhas



Resvalo por socalcos de montanhas
como ave em pleno voo
e procuro uma flor
uma palavra 
um gesto
um raio de sol
um enigma,
talvez um pedaço de tempo
que me fale de vida
e de auroras
e entardeceres
que me falem de amor
ou de silêncios
onde escute a tua voz.
Divago e paro num golpe de vento
que cinjo na minha cintura
como se fora um afago teu.
 
Texto 
Emília Simões
03.02.2024
Imagem Google


sábado, dezembro 30, 2023

O rio das minhas lembranças

(desconheço o autor)

Caminho sem sentido tentando abstrair-me dos trajetos, que tantas vezes trilhámos juntas!

O que mais apreciava eram os ribeiros de águas límpidas, onde mergulhavas as mãos e o coração.

Nas águas geladas brilhando ao sol, quente de inverno, a tua silhueta resplandecia de emoção e amor.

Ainda me recordo das laranjas que caíam junto à margem do ribeiro grande e que me deliciavam.

Sempre gostei de laranjas. Hoje o ribeiro está seco e não sei se ainda existem laranjeiras no velho pomar.

Mas sabes uma coisa? Do que tenho  mesmo saudades é das filhoses que fazias à lareira no tacho grande, na noite de Natal!

Quando passo à tua porta, parece que ainda sinto o aroma da canela e do açúcar com que as polvilhavas.

Como eram boas as tuas filhoses! Nunca mais comi nenhuma igual. Hoje há tantos, tantos sabores, que me confundem.

Paro um pouco e apenas desertos se estendem à minha frente e uma neblina cai sobre o rio.

O rio, o rio das minhas lembranças, que tudo guarda e tudo revela.


Desejo a todos um Feliz Ano Novo com saúde e paz!

Texto
Ailime
Imagem Google
30.12.2023

segunda-feira, dezembro 18, 2023

É dezembro, quase Natal!


É dezembro, quase Natal!

O frio alastra nas cidades,

vilas e aldeias.....

Azáfama costumeira

onde impera o consumismo

num frenesim desmedido,

torna dezembro ainda mais frio

para os que dormem ao relento,

para os que caem por terra

nos cenários de guerra.

Tanta fome no mundo,

tanta sede de afetos,

tanto choro de crianças nuas

por um destino

que lhes assassinou os pais.

Tanta prepotência e ganância,

que violam todos os direitos humanos.

É urgente  a paz, a fraternidade,

e o calor dos afetos. 

É urgente o Amor!

É urgente o Natal!


Texto
Ailime
Imagem Google
18.12.2023


Desejo a todos santo e feliz Natal!



sábado, julho 29, 2023

Esperança é palavra fecunda

Ailime

Esperança é palavra fecunda

no coração de quem anseia

uma vida nova de amor.

Correm apressados, de passagem,

para um campo, fértil, que germine.

Como estrelas luzentes

em noite estrelada,

guiam os seus passos

na vertigem

de algo maior encontrar.

Em silêncio ou a cantar

ei-los que chegam

a um outro mundo,

que pretendem abraçar.


Texto e foto
Alime
29.07.2023


sábado, julho 15, 2023

Sem palavras não há poema


Sem palavras não há poema.

Mas num pequeno galho

a ave constrói o seu ninho

e a poesia nasce.

A natureza está em festa.

Borboletas esvoaçam,

as flores brilham ao sol,

a terra parece sorrir,

tudo se enquadra 

numa bela expressão de amor.

O poema não precisa de palavras,

apenas um pouco de silêncio

na contemplação

da natureza,

até confundir-se com ela.


Texto
Ailime
15.07.2023
Imagem Google

sábado, junho 03, 2023

Há ainda o cordão umbilical

(Desconheço o autor da tela)

Há ainda o cordão umbilical

que nos une no tempo

e nos ajuda a sorrir e a contar histórias.


Por vezes tudo me parece tão estranho.

O tempo andou depressa demais

e o rio já não tem o brilho

das primaveras longínquas.


As lezírias brilhavam ao sol

e os barcos carregados de peixe,

eram leves como o amor,

que alimentava o suor das gentes.


Hoje há o vazio dos que se foram

e as recordações que restam

no silêncio dos ecos

das palavras adormecidas.



Texto
 Ailime
03.06.2023
Imagem Google


sábado, maio 27, 2023

Na busca das palavras ouço o vento


Na busca das palavras ouço o vento

que me fala de amor;

não de um amor obsessivo,

mas de um amor plácido

que me tranquiliza, quando

a minha voz clama por ti

e me respondes num sussurro

a tua presença em meus olhos

que, em silêncio,

ecoam nos teus uma imagem

perene de claridade,

como o voo livre dos pássaros.


Texto
Ailime
27.05.2023
Imagem
Google


sábado, outubro 15, 2022

Cativamo-nos em silêncio

Gustav Klimt

Cativamo-nos em silêncio

e em silêncio abrimos o coração

num beijo, que nos estremece

e enternece.

Deixamos que neste entardecer

os sentidos repousem

e nos recordem os cachos dourados

do nosso amanhecer.

Era tudo tão intenso, tão cheio de cor.

Hoje abraçamos o mundo

flutuando na leveza do amor.



Texto
Ailime
15.10.2022


sábado, junho 11, 2022

Um dia



Um dia pode significar uma infinidade de coisas e factos.

Mas num dia não cabe todo o amor que as distâncias separam

todas as saudades que fazem doer o coração

todo o afeto que um beijo pode transmitir

ou o abraço apertado  que se dá com um nó na garganta.


Um dia pode significar uma infinidade de coisas e factos.

Mas jamais pode substituir a presença de quem longe

olha o horizonte como se ali pudesse beber da seiva das suas raízes

mergulhar num mar de sentimentos reprimidos

estreitando os laços que teimam em queimar a pele.


Um dia pode significar uma infinidade de coisas e factos.

Lembranças, glórias, vitórias, feitos, conquistas

mas jamais poderá mostrar o brilho do olhar e o sorriso

de quem longe é pródigo em silêncios e solidão

atravessando o dia com uma vontade irreprimível de regressar.


Para o meu filho SS

Texto
Ailime
11.06.2022
Imagem Google


segunda-feira, fevereiro 14, 2022

Nas asas do vento



Nas asas do vento                        

ouves o meu canto

que te fala de amor.

Não de um amor qualquer.

Um amor que se rasga no tempo,

que se imprime nas pedras

quando passeamos descalços

a olhar o mar,

que nos acaricia com a espuma

das ondas que, ufanas,

serpenteiam as escarpas

do nosso ser.

No esplendor das águas 

desbravamos  horizontes

até ao entardecer.



Texto
Ailime
13.02.2022
Imagem Google

terça-feira, janeiro 25, 2022

Uma rua


Desconheço o autor


Uma rua pode ser lisa, ter pedregulhos, buracos.

Pode ser uma ponte de passagem,

mas também uma armadilha.


Pode ser nua, ter flores nos canteiros

e árvores nos jardins a ladeá-la.

Um rua pode ser tanto e tão pouco.


Pode ser um beco sem saída

mas também uma avenida retilínea

sem fim à vista.


Uma rua pode ser  principio e fim.

O principio de uma viagem,

o fim de um grande amor.



Texto
Ailime
25.01.2022
Imagem
Google





quinta-feira, dezembro 16, 2021

Presépio da minha infância (Boas Festas)

BOAS FESTAS! 

(Vou fazer uma pausa)



No tempo da geada, da
minha infância, 
apanhávamos o musgo como
se fora veludo.
Era macio, brilhante, como
duas estrelas a faiscarem amor. 
O frio não detinha os nossos dedos enregelados
que, delicadamente,
o subtraíam à terra, também ela macia.
As nossas vozes, desafinadas,
entoavam cânticos de Natal.
O Menino esperava-nos
numa caixa guardada
na sacristia da Igreja.
Era uma luz serena,
que humilde e silenciosa
dali a pouco refulgiria numa caminha de palha
sobre o presépio de musgo macio.
No topo da cabana 
cintilava
a mais  bela e brilhante estrela de Natal.
E os anjos entoavam: 
Glória in Excelcis Deo! 
Paz na Terra aos homens de boa vontade! 


Aproveito para vos desejar um santo e feliz Natal ,
com muito amor, paz  e saúde.
Obrigada pela vossa presença neste meu cantinho ao longo do ano.
Próspero 2022!
Texto
Ailime
24.11.2021